sábado, abril 28, 2007

Agora posso fazer mestrado...


Ao contrário de boa parte da concorrência, com preços muito atraentes e prazos curtíssimos, uma mesma monografia muitas vezes é entregue para 30 clientes diferentes, com copias totalmente retiradas da Internet, sem critério algum de formatação e conteúdo.
As monografias ou TCCs por nós elaboradas são totalmente inéditas e artesanais, praticamente únicas, sem plágios ou cópias de outras obras já publicadas. Devido a nossa atuação criteriosa, muitas monografias podem levar até 1 mês ou mais para serem finalizadas


CUSTOS E PAGAMENTOS NA REALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS

Digitação: R$ 2,50 a pg.
Normatização: R$ 2,00 a pg.
Power Point: R$ 7,00 a pg.
Impresso P&B: R$ 0,90 a pg.
Impresso Cor: R$ 2,50 a pg.

PESQUISA/ELABORAÇÃO::
Trabalhos Acadêmicos: R$ 10,00 a R$12,00/pg.
Projetos de Monografias: R$ 14,00/pg
Monografias ou TCC de Graduação: a partir de R$ 14,00/pg.
Monografias de Pós-Graduação: R$ 16,00/pg.
Dissertação de Mestrado: a partir de R$18,00/pg.

Os custos dos serviços são computados por lauda, que são determinados pelo cliente. Assim, necessitamos de 30% do valor total estimado em folhas no ato do pedido e o restante podendo ser acertado por partes (capítulos) ou no dia da entrega final, efetuado através de depósito bancário.

sexta-feira, abril 27, 2007

EUA e China precisam de um Einstein


Estive pensando sobre a China conforme eu lia a nova biografia de Walter Isaacson sobre Albert Einstein. A China não é nem mencionada no livro – “Einstein: His Life and Universe” – mas a história estimulante e provocativa de Isaacson sobre a carreira de Einstein se encaixa em dois polêmicos debates sobre a China.

Primeiro, o que a vida de Einstein nos diz sobre a relação entre liberdade e criatividade? Ou para falar de maneira simples, quando a China censurou o Google e mantém rígidos controles políticos enquanto estabelece a economia de mercado?

Segundo, como competimos com a China, não importa quão livre nós somos, quando tantos jovens na China estão estudando matemática e ciência e muitos de nós estamos largando os estudos? Ou para colocar mais simples ainda: se Einstein estivesse vivo hoje e aprendesse ciência da maneira chata que é ensinada, ele não acabaria em um fundo de Wall Street ao invés de desenvolver teorias da relatividade para o Prêmio Nobel?

A visão de Isaacson sobre a vida de Einstein é que ela é um testemunho da ligação inquebrável entre liberdade humana e criatividade.

“Todo o tema do último século, e da vida de Einstein”, disse Isaacson em uma entrevista, “é sobre pessoas que fugiram da opressão para poderem ir a lugares para pensarem e se expressarem. Einstein foge da rotina de aprendizado e autoritarismo da Alemanha enquanto era adolescente em 1890 e vai para a Itália e Suíça. E então ele foge de Hitler para vir à América, onde ele resiste ao macartismo e ao stalinismo porque ele acredita que a única maneira de ter criatividade e imaginação é promover o pensamento livre – pensamento livre rebelde”.

Se você olhar para as principais teorias de Einstein – relatividade especial, relatividade geral e a teoria quântica da luz – “as três vêm de tomar sobressaltos rebeldes imaginativos que descartaram a sabedoria convencional”, disse Isaacson. “Einstein pensou que a sociedade mais livre com o pensamento mais rebelde seria a mais criativa, pensadores imaginativos, ao invés de tentar controlar a expressão”.

Meu instinto me diz que está certo, mas minha mente diz para não ignorar algo que Bill Gates disse na China outro dia: que colocar computadores, educação e a internet na mão de mais e mais chineses está não só tornando um enorme mercado de software, “mas também uma contribuidora para esse mercado. A inovação aqui está avançando rápido A China atingirá um teto em inovação devido ao seu autoritarismo político? É isso que precisamos esperar para ver.

Enquanto isso, nós devemos prestar atenção às observações de Isaacson sobre Einstein: Ele achou belezas absolutas e prazer criativo em ciência e equações. Se somente nós pudéssemos sermos conduzidos na maneira em que aprendemos ciência e matemática, talvez pudéssemos educar outro Einstein – homem ou mulher – e não se preocupar que tantos engenheiros e cientistas em nossas escolas são da China a ponto das aulas serem dadas em chinês que as aulas possam ser ensinadas em chinês.

“O que Einstein pode fazer foi pensar visualmente”, Isaacson explicou. “Quando ele olhou para as equações de Maxwell quando tinha 16 anos, ele visualizou que isso seria como ir ao lado de uma onda de luz e tentar pegá-la. Ele percebeu que essas equações descreviam algo impressionante na realidade.

“Ao poder visualizar e pensar com imaginação sobre ciência, ele pode ver o que os outros cientistas acadêmicos não viram, que é como tentar pegar um raio de luz, as ondas viajam rápido igual, mas o tempo diminui para você. Foi um pensamento que os mais treinados cientistas não puderam ter porque eles não tinham imaginação visual”.

Se quisermos que nossos filhos aprendam ciência, não podemos tratá-la como essa coisa chata e intimidante. “Temos que lembrar nossos filhos que uma equação matemática ou uma fórmula científica é somente um pincel que Deus usa para pintar uma das maravilhas da natureza”, disse Isaacson, “e nós devemos olhar para ela como sendo algo belo como arte, literatura ou música”.

Minha citação preferida de Einstein é que “imaginação é mais importante do que conhecimento”. Uma sociedade que restringe a imaginação provavelmente não produzirá muitos Einsteins – não importa quão educada uma sociedade seja. Mas uma sociedade que não estimula a imaginação quando se trata de ciência e matemática também não – não importa quão livre ela seja.

Para mim, ao ler o livro de Isaacson, isso se Einstein estivesse vivo hoje, ele diria para a América e para a China que eles têm lição de casa para fazer.

Thomas L. Friedman

Diogo Mainardi Sem vergonhado compadre


"Quando o sobrinho de Roberto Teixeirafoi seqüestrado, Lula procurou seus amigosempresários para levantar 400 000 dólares de resgate. O caso foi resolvido antes do pagamento. Lula se recusou a dizer quemo ajudou e que fim levou o dinheiro"
Olhe Lula. Ele comemora a compra da Varig pela Gol. Olhe os donos da Gol. Eles também comemoram. Olhe essa figura de terno cinza. Quem é ele? Roberto Teixeira? O representante da Varig é Roberto Teixeira? Lula aceita ser visto ao lado dele, sem o menor constrangimento?
Alguns fatos sobre Roberto Teixeira:
• Ele é compadre de Lula. E, segundo Lula, em sua terra natal "compadre vira parente".
• Lula morou nove anos numa casa de Roberto Teixeira, sem pagar aluguel.
• Em 1997, um importante quadro do PT, Paulo de Tarso Venceslau, acusou Lula de comandar a "banda podre" do partido, porque ele teria acobertado o favorecimento de Roberto Teixeira em prefeituras petistas.
• O PT abriu um inquérito para apurar o caso. Em seu relatório final, os comissários do partido denunciaram Roberto Teixeira por "grave falta ética" e recomendaram que ele fosse punido. Ele teria cometido "abuso de confiança com aproveitamento da amizade com Lula".
• Um dos comissários encarregados de analisar o caso, Hélio Bicudo, comentou recentemente em seu livro de memórias: "Havia o risco de ser detectado o envolvimento de Lula".
• Lula desaprovou o relatório final do partido. Foi feito outro, inocentando Roberto Teixeira.
• O juiz Carlos Eduardo Mattos Barroso classificou como "nebuloso", "suspeito", "obscuro" e "impróprio" o relacionamento íntimo entre Lula e Roberto Teixeira.
• Roberto Teixeira ajudou o presidente a comprar seu apartamento de cobertura.
• Quando o sobrinho de Roberto Teixeira foi seqüestrado, Lula procurou seus amigos empresários para levantar 400 000 dólares de resgate. O caso foi resolvido antes do pagamento. Lula se recusou a dizer quem o ajudou e que fim levou o dinheiro.
Com a vitória de Lula, Roberto Teixeira aumentou seu poder de barganha. Em meados de 2005, Lula sinalizou que nomearia Airton Soares para o cargo de presidente da Infraero. Ele acabou sendo preterido por um funcionário de carreira mais afinado com os interesses da TransBrasil, empresa representada por Roberto Teixeira. Na ocasião, o jornal O Estado de S. Paulo apurou que a troca foi sugerida a Lula pelo próprio Roberto Teixeira, porque Airton Soares se comprometera a entrar na Justiça para retomar as propriedades ocupadas pela TransBrasil nos aeroportos. Ricardo Noblat complementou noticiando algo que, se comprovado, em qualquer lugar do mundo resultaria num impeachment: "Em telefonema para ministros de estado, o presidente pediu para que os interesses de Roberto Teixeira fossem atendidos".
Isso é apenas uma alegre miscelânea pascoal do que já foi publicado sobre o assunto, com especial destaque para as reportagens de Luiz Maklouf Carvalho. Em resumo: o presidente da República envolveu-se num relacionamento nebuloso com um lobista do setor aéreo, que lhe concedeu regalias impróprias em troca de negócios suspeitos. O lobista abusou do "parentesco" com o presidente para defender os interesses obscuros de seus clientes numa das áreas mais podres do governo.
O bacalhau ficou entalado na garganta?

Dia do Trabalho


Um grupo de cerca de 400 pessoas, formado por ministros do TST (Tribunal Superior do Trabalho), juízes trabalhistas e executivos de grandes bancos, vai passar junto o feriadão de 1º de maio, a convite da Febraban (Federação Brasileira de Bancos). Eles estão desembarcando hoje em Natal (RN), para o 14º Ciclo de Estudos de Direito do Trabalho. A maior parte dos magistrados deve levar a mulher a tiracolo: de acordo com a Febraban, que, segundo sua assessoria de imprensa, banca passagens e hospedagem no Serhs Natal Grand Hotel (foto acima), as famílias são convidadas "para não ter nenhuma ilação de outro tipo", comum em eventos que reúnem apenas homens.


Conselho- Na lista de confirmados estão, entre outros, o ministro Milton Moura França, vice-presidente do Tribunal Superior do Trabalho, que representará a presidência do TST, segundo sua assessoria, e Pedro Paulo Teixeira Manus, vice-presidente do TRT-SP.

Outra estrela do direito, Vantuil Abdala, do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), que fiscaliza atos de magistrados, também foi convidado. Mas não confirmou presença.
O signatário do blog desconfia que, em matéria de sutileza, a banca do bicho carioca tem muito a aprender com a banca financeira.


Josias de Souza


Sobre a água

acordado por mução

Mução

quarta-feira, abril 25, 2007

Konrad Hesse


a norma constitucional não tem existência autônoma em face da realidade. A sua essência reside na sua vigência, ou seja, a situação por ela regulada pretende ser concretizada na realidade. Essa pretensão de eficácia (Geltungsanspruch) não pode ser separada das condições históricas de sua realização, que estão, de diferentes formas, numa relação de interdependência, criando regras próprias que não podem ser desconsideradas. (…) Mas, - esse aspecto é decisivo – a pretensão de eficácia de uma norma constitucional não se confunde com as condições de sua realização; a pretensão de eficácia associa-se a essas condições como elemento autônomo. (…) Graças à pretensão de eficácia, a Constituição procura imprimir ordem e conformação à realidade política e social. (…) A Constituição adquire força normativa na medida em que logra realizar essa pretensão de eficácia. (...) "Para o Direito Constitucional, interpretação tem importância decisiva, porque, em vista da abertura e amplitude da Constituição, problemas de interpretação nascem mais frequentemente do que em âmbitos jurídicos cujas normalizações entram mais no detalhe. Essa importância é aumentada em uma ordem constitucional com jurisdição constitucional extensamente ampliada como aquela da Lei Fundamental. Se o Tribunal Constitucional interpreta aqui a Constituição com efeito vinculativo não só para os cidadãos, mas também para os órgãos do Estado restantes, então a idéia, fundamentadora e legitimadora dessa vinculação, da vinculação de todo poder estatal à Constituição, somente então pode converter-se em realidade quando as decisões do tribunal expressam o conteúdo da Constituição – embora na interpretação do tribunal."
HESSE, Konrad. Elementos de Direito Constitucional da República Federal da Alemanha. Porto Alegre: Sérgio Antônio Fabris, 1998, p. 54.

terça-feira, abril 24, 2007

Sob Hobbes

Sergio Wollman in O CONCEITO DE LIBERDADE NO LEVIATÃ DE HOBBES Porto Alegre: EDIPUCRS, 1993.

Corpo é todo sensível e experimental, o composto e divisível, o que se pode somar e subtrair. Os corpos são a única substancia real, e movimento é a única explicação dos fenômenos naturais. Os corpos e movimento bastam para explicar todos os fenômenos e todas as coisas. O espírito é nada mais que um resultado das manifestações dos movimentos do corpo p. 21

Para Hobbes, dizer que o homem é dotado de razão, equivale a dizer que é capaz de cálculos racionais. Cálculos racionais são possíveis porque existem palavras. As palavras são os calculadores dos sábios. É através desse calculo racional, possível nas palavras, que o homem é capaz de descobrir quais são os meios necessários” p. 51


Renato Janine Ribeiro in A MARCA DO LEVIATÃ: LINGUAGEM E PODER São Paulo: ATICA, 1978.

“A cisão é movimento potencialmente infinito, que segue e aguça o desaparecimento das marcas estabelecedoras do Estado, sob a torrente da ideologia” p. 65

“o soberano hobesiano não deve seguir nenhum roteiro, nada lhe é prescrito em principio: o palco é a única realidade onde se posta, de onde endereça ordens aos súditos situados nos bastidores” p. 14

Thomas Hobbes A NATUREZA HUMANA Trad. José Aloiso Lopes Imprensa Nacional s/d

“O espírito de vingança é a paixão que surge da expectativa ou imaginação de fazermos àquele que nos causou dano descobrir que sua ação foi danosa para si próprio e reconhecer isso, este é o auge da nossa vingança” p. 109 Cp 9, 6

“A esperança é a expectativa de bem futuro, como o medo é a expectativa de mal. Mas quando, agindo alternadamente nas nossas mentes, há algumas causas que nos fazem ter a expectativa de bem e, se as causas que nos fazem ter a expectativa de bem forem maiores do que as que nos fazem ter a expectativa de mal, a paixão é toda esperança” Cp. 9,8 p. 110

“Ações e omissões voluntárias são as que tem começo na vontade, todas as outras são involuntárias ou mistas. Voluntária, aquele que um homem fez por apetite ou medo. Involuntária, aquela que faz por necessidade da natureza, como quando é empurrado a cai, e por isso causa beneficio ou dano a outra pessoa” p.141 Cp. 12, p.4.

quarta-feira, abril 18, 2007

Informativo 462 STF

IPVA e Embarcações - 2
É inconstitucional a incidência do IPVA sobre embarcações. Com base nesse entendimento, o Tribunal, por maioria, proveu recurso extraordinário para declarar a não-recepção do inciso II do art. 5º da Lei 948/85, do Estado do Rio de Janeiro — v. Informativo 441. Adotou-se a orientação fixada pela Corte no julgamento do RE 134509/AM (DJU de 13.9.2002), no sentido de que o IPVA é sucedâneo da antiga Taxa Rodoviária Única - TRU, cujo campo de incidência não inclui embarcações e aeronaves. Vencidos os Ministros Joaquim Barbosa e Marco Aurélio que negavam provimento ao recurso por considerar que o IPVA incide também sobre embarcações.
RE 379572/RJ, rel. Min. Gilmar Mendes, 11.4.2007. (RE-379572)

1a. Turma


Absolvição Sumária e Competência - 4
A Turma concluiu julgamento de habeas corpus impetrado em favor de pronunciado pela suposta prática dos crimes previstos nos artigos 121, § 2º, I e IV (duas vezes) e 121, § 2º, V, c/c os artigos 14, II, e 29, todos do CP, que, em razão de exame de sanidade mental indicando a sua inimputabilidade, fora absolvido sumariamente (CPP, art. 411) em recurso apresentado pela defesa, pelo tribunal de justiça local, o qual lhe impusera, em conseqüência, medida de segurança de internação em estabelecimento próprio — v. Informativos 420 e 450. Em face do empate na votação, deferiu-se o writ para afastar do mundo jurídico os acórdãos proferidos pelo tribunal de origem e pelo STJ, quanto à absolvição do paciente e imposição da medida de segurança, a fim de que se prossiga com a submissão ao tribunal do júri. Entendeu-se que a conjugação da absolvição com a medida de segurança conflita com a soberania do tribunal do júri, tendo em conta o direito de o cidadão somente ter a culpa presumida após o exercício do direito de defesa perante o juiz natural, no caso, o tribunal do júri. No tocante ao art. 411 do CPP, asseverou-se que este dispositivo somente pode ser aplicado pelo juízo ou pelo órgão revisor quando implicar simples absolvição, não resultando na imposição de medida de segurança, haja vista que esta consubstancia sanção penal. Os Ministros Carlos Britto e Sepúlveda Pertence indeferiam a ordem, sendo que este o fazia em maior extensão, porquanto, embora mantendo a absolvição sumária, concedia habeas corpus, de ofício, a fim de excluir a medida de segurança, sem prejuízo da interdição civil promovida pelo Ministério Público.
HC 87614/SP, rel. Min. Marco Aurélio, 3.4.2007. (HC-87614)

Segunda Turma

Inviolabilidade de Domicílio e Ilicitude da Prova
O conceito de “casa”, para os fins da proteção constitucional a que se refere o art. 5º, XI, da CF (“XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;”), reveste-se de caráter amplo e, por estender-se a qualquer aposento ocupado de habitação coletiva, compreende o quarto de hotel ocupado por hóspede. Com base nesse entendimento, a Turma deu provimento a recurso ordinário em habeas corpus para restabelecer a sentença penal absolutória proferida nos autos de processo-crime instaurado contra acusado pela suposta prática dos delitos de estelionato e de falsificação de documento particular. No caso, o tribunal de justiça local reformara a sentença que, por reconhecer a ilicitude da prova, absolvera o recorrente da ação penal originada de documentos obtidos em diligência realizada por agentes policiais que, sem autorização judicial, ingressaram no quarto de hotel por ele ocupado. Inicialmente, salientou-se que os órgãos e agentes da polícia judiciária têm o dever de observar, para efeito do correto desempenho de suas prerrogativas, os limites impostos pela Constituição e pelo ordenamento jurídico. Assim, entendeu-se que, tais sujeitos, ao ingressarem no compartimento sem a devida autorização judicial, transgrediram a garantia individual pertinente à inviolabilidade domiciliar (CF, art. 5º, XI), que representa limitação ao poder do Estado e é oponível aos próprios órgãos da Administração Pública. Asseverou-se que, em conseqüência dessa violação, ter-se-ia a ilicitude material das provas obtidas com a questionada diligência (CF, art. 5º, LVI). Aduziu-se, ainda, que a cláusula constitucional do devido processo legal possui, no dogma da inadmissibilidade das provas ilícitas, uma de suas projeções concretizadoras mais expressivas, na medida em que o réu tem o direito de não ser denunciado, julgado e condenado com apoio em elementos instrutórios obtidos ou produzidos de forma incompatível com os limites impostos pelo ordenamento ao poder persecutório e ao poder investigatório do Estado.
RHC 90376/RJ, rel. Min. Celso de Mello, 3.4.2007. (RHC-90376)

terça-feira, abril 17, 2007

Direitos Humanos Contemporâneos


"o reconhecimento da inerência é premissa racional para a construção da noção de direitos humanos, porque a existência do ser humano livre, anterior à criação do Estado permite a limitação da ação deste ou seu direcionamento para a criação de condições favoráveis à vida em sociedade"

Carlos Weiss, Direitos Humanos Contemporâneos, p. 110

segunda-feira, abril 16, 2007

Ontem e hoje, uma mina aérea

COISAS DA POLÍTICA!

Assim que o Congresso recebeu o pacote de privatizações do Plano Collor, o deputado Bocayuva Cunha foi ao microfone do pinga-fogo e se dirigiu ao presidente da Câmara de Deputados: -Sr. Presidente. Quero assumir o compromisso -sob palavra- de votar a favor de todas as privatizações propostas e mais as que vierem, sejam as da Petrobrás, Banco do Brasil,...qualquer coisa. Os deputados fizeram silêncio, pois Bocayuva tinha uma tradição trabalhista, nacionalista e estatizante, desde quando foi líder no governo de Jango e antes ainda como sócio de Samuel Wainer na Ultima Hora. Não estavam entendendo. Bocayuva depois de um silêncio continuou usando a palavra. - Mas, senhor Presidente, para que isso ocorra a primeira privatização de todas deve ser a da Infraero. Com essa na frente, voto todas depois. Foi uma gargalhada geral no plenário. Isso na segunda quinzena de março de 1990. Vale a ironia do deputado até hoje, sete anos depois.

sexta-feira, abril 13, 2007

quinta-feira, abril 12, 2007

Art. 366 do CPP: Revelia e Prisão Preventiva


A revelia do acusado citado por edital não basta, por si só, para legitimar a decretação de sua prisão preventiva, conforme inteligência da nova redação do art. 366 do CPP, dada pela Lei 9.271/96 (“Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312.”). Com base nesse entendimento, a Turma deferiu habeas corpus para invalidar a decisão que, em decorrência da revelia do paciente, decretara a sua prisão preventiva com fundamento na conveniência da instrução criminal e na aplicação da lei penal, haja vista que, por se tratar de crime doloso contra a vida, a sua presença, em caso de pronúncia, seria indispensável para a realização do júri. Considerou-se necessária a indicação de fatos concretos que justificassem a real necessidade da custódia cautelar, não devendo o magistrado se limitar à gravidade objetiva do fato delituoso. Ademais, asseverou-se que, na espécie, essa real necessidade fora atendida com a determinação de produção antecipada de prova de interesse do Ministério Público (CPP, art. 366, § 1º). Precedentes citados: HC 79392/ES (DJU de 22.10.99); RHC 68631/DF (DJU de 23.8.91).
HC 84619/SP, rel. Min. Celso de Mello, 27.3.2007. (HC-84619)
fonte: informativo 461 STF

Refeição.


"A alma faminta busca satisfação nas atividades animadas também por perplexidade, ambição, afeição, curiosidade e encantamento. Nós, seres humanos, nos deleitamos na beleza e na ordem, na arte e na ação, na sociabilidade e na amizade, na percepção e na compreensão, na canção e na adoração..Todos esses apetites da alma faminta podem ser, de fato, parcialmente saciados à mesa, desde que nos aproximemos dela com o espírito apropriado. A refeição é a forma cultural que nos capacita a responder simultaneamente a todas as características dominantes do mundo: necessidade interior, plenitude natural, liberdade e razão, comunidade humana, e a misteriosa fonte de tudo isso. Na refeição humanizada, podemos alimentar nossas almas até mesmo enquanto alimentamos nossos corpos"


Leon Kass in R. Paul Steves, p. 47

quarta-feira, abril 11, 2007

direto ao ponto

JusPODIVM - Pode o ato discricionário, em alguns casos, ser suscetível de revisão pelo Poder Judiciário?

C.A. Bandeira de Mello: Não existem atos discricionários. O que existe são atos praticados no exercício de competência que envolva discrição em relação a algum ou alguns aspectos (possibilidade de praticar ou não o ato; possibilidade de praticar o ato tal ou qual; possibilidade de usar a forma tal ou qual; possibilidade de se decidir quanto ao momento da prática do ato). Enquanto o agente se mantiver confinado no interior do campo intelectivo ou decisório que a norma lhe atribuiu para que identifique e assuma a conduta capaz de atender com precisão absoluta a finalidade da lei, não cabe revisão judicial. Toda vez que o ultrapassar cabe revisão judicial. Além disto, caberá sempre apreciação judicial para verificar se o agente se manteve no interior deste campo.

"Porque a individualidade vem à tona à medida que a vida se desenrola, a possiblidade de se perceber a identidade pessoal surge do observar a vida do outro de modo completo e claro" Bruce Waltke


"Simplesmente existir é uma bênção. Simplesmente viver é santo"

Abraham Joshua Heschel

A Espiritualidade na PráticaEncontrando Deus nas coisas simples e comuns da vida



de
R. Paul Stevens
"A maioria dos livros sobre espiritualidade enfatiza a oração e o estudo da Bíblia. Porém isso pode nos levar a pensar que só podemos ter experiências com Deus quando estamos fazendo algo espiritual. Exceto nos momentos de devocional diária e nas atividades dominicais da igreja, Deus parece distante e até mesmo irrelevante para a nossa vida diária."

Caos aéreo


DOIS HISTORIADORES -EM ENTREVISTAS- ANALISAM A POLÍTICA HOJE TENDO COMO PANO DE FUNDO O CASO DOS CONTROLADORES DE VÔO! EM COMUM: BRASIL NÃO TEM PRESIDENTE!

Trechos.

1. José Murillo de Carvalho na Folha de SP.

a) O presidente cometeu o mesmo erro que João Goulart no trato com militares, o descaso pela disciplina e pela hierarquia. Corrigiu-se a tempo, desautorizando um ministro civil que não tem tanques. O sinal dos tempos é que não foi deposto nem se cogitou isso, mas saiu com a autoridade desnecessariamente arranhada.

b) O episódio revela que, depois de 22 anos de governo democrático, políticos e militares ainda não conseguem falar a mesma língua. A criação do Ministério da Defesa foi um passo à frente. Todos os países o possuem. Mas até hoje ele não decolou, está em permanente apagão. Os ministros civis que o ocuparam nunca tiveram legitimidade para representar as Forças Armadas e menos ainda para obter sua subordinação. O caso do ministro atual chega a ser patético. Sem interlocução eficaz, escaramuças ou mesmo crises podem pipocar a qualquer momento.

c) O apagão de seis meses revelou imensa incapacidade gerencial do governo. A recente crise gerada pela indisciplina dos operadores militares revelou grande inabilidade política. A crise revelou dois problemas não-resolvidos referentes às Forças Armadas: o orçamentário, que afeta salários e o aparelhamento institucional, inclusive para exercer o controle do tráfego aéreo, e o político, que afeta a inserção dos militares na máquina do poder. Sem a solução dos dois, nossa democracia continuará sujeita a chuvas e trovoadas, longe do céu de brigadeiro.

2. Marco Antonio Villa no Estado de SP.

a) Lula não sabe tomar decisões, não fica confortável diante delas. É uma característica pessoal. Em 1980, por exemplo, sumiu de vista em dias decisivos da greve em São Bernardo do Campo. "Cadê o Lula?", perguntavam todos. Estava em um sítio, perto de uma represa. Foram lá dar uma dura nele e ele reapareceu no dia seguinte, na assembléia da Vila Euclides. Lula tem uma dificuldade de tomar decisões que não começou na Presidência, ficou evidente em todos os momentos-chave de seu primeiro mandato e reapareceu agora, no primeiro trimestre de seu segundo governo. O apagão aéreo é apenas um exemplo de uma lista extensa.

b) O presidente Lula apresenta a lentidão de suas decisões como sapiência, como a elogiável capacidade dos líderes de decidir quando querem, como querem. É um recurso que não resiste nem mesmo a uma análise histórica. Grandes decisões foram tomadas no calor do momento. Se o presidente Lula estivesse no lugar de Dom Pedro I no momento em que recebeu a correspondência às margens do Ipiranga, dificilmente teria proclamado a Independência, provavelmente teria sugerido uma paradinha ali à beira do rio. O presidente acredita que, passando o tempo, as coisas se acomodam sozinhas. Governar não é isso.

c) A indecisão do presidente pode ser boa para ele, mas é péssima para o País.

d) Apostar no esquecimento é uma característica do conservadorismo político. Nos últimos tempos as pessoas têm falado muito da frase do Ivan Lessa, que disse que a cada 15 anos o Brasil esquece de tudo o que aconteceu nos 15 anos anteriores. O governo Lula atua em uma faixa que mistura essa máxima com a lógica de Delúbio Soares, que previu que toda a denúncia do mensalão acabaria em "piada de salão" - e tinha razão. Lula assumiu o segundo mandato e os protagonistas do episódio continuam em lugares importantes dos partidos que atuam junto com o governo. É a vitória do esquecimento.

e) O presidente Lula não gosta de ser um executivo, reunir equipes, levar relatórios para casa, pegar retornos técnicos e, com base nisso, tomar decisões. Nesse sentido, ele não preside. O presidente gosta do poder, é encantado pelo cerimonial do Palácio e por tudo o que é externo ao ato de governar. Gosta de fazer discursos com temáticas pessoais, autobiográficas. Gosta do mundo palaciano em que presidentes jamais são vaiados e exerce uma "Presidência do Espetáculo" que até lembra o Absolutismo, em que tudo é revelado. Nenhum governante sobreviveu à história apenas com sua cota de carisma. A dificuldade para decidir, em um presidente, não é só curiosidade. O País precisa de administradores reais.