quarta-feira, outubro 31, 2007

Um retiro com Dr. Mike Wells.


Anotações do meu caderno sobre este momento ímpar vivido em Campos do Jordão através do Permanecer.



É impossivel chegar mais perto de Jesus, se você já O tem.

O propósito não é coletar informações, colocar coisas nas pessoas, mais expandir aquilo que elas já têm.

Espírito Santo

Nos fomos criados para receber um espírito, hoje há pessoas que agem como se tivessem um espírito santo neles, quando, na verdade, é pura fantasia.

Devo lembrar que Jesus foi como uma janela, em que não se vê o vidro,se vê apenas para além da janela: o Pai, assim é alguém cheio do Espírito Santo.

A prova do Espírito Santo, de Sua presença não são os dons e nem os frutos, que podem ser imitados, a prova são duas coisas que não podem ser imitadas:

1º. Jesus é exaltado

2º. Conversão.

Quanto ao fruto do Espírito Santo, devo lembrar que uma arvore não come seus próprios frutos.

1 Co 15:45-49

As coisas terrenas vêm antes que as partes espirituais.

De nossa vida diária, 23h30 é pura existência e 30 minutos apenas possuem significância.

Os sofrimentos são como os cortes feitos numa chave para que ela possa ser útil para abrir a porta, a chave e seus cortes são únicos lembrando quem é o proprietário do meu coração.

Jesus the doorway

Tudo que é de Deus foi colocado em Jesus.

Jesus – Cl 1:15-17

O que sustenta todas as coisas e pessoas. Para fugir de Cristo, devo fugir de mim mesmo, não há nada no mundo que não esteja falando de Cristo, pois Ele sustenta todas coisas.

1Pe 3:4

Ef 4

Atos 2- Milagres que Deus fez atraves de Jesus- Jesus foi totalmente transparente. A biblia não registra nenhuma palavra de Jesus, Ele dizia o Pai dizia.

A vida cristã não é difícil, é impossível.

Oração: quero viver como Jesus viveu, como Ele viveu com o Pai, unidade.

Somente em nossas fraquezas é que pedimos para que Ele entre e começamos a viver o sobrenatural.

DEUS X EU

Tudo que Deus é esta em Cristo, e Cristo flui em mim.

Deus é o EU SOU

Eu sou o NÃO SOU

Meu mundo e minha carne é o mundo da minha revelação. O que você consegue aprender no sofrimento que não consegue aprender no conforto? O poder da ressureicao não vem do conforto, o que buscamos , se quisermos a revelação de Cristo temos que buscar a cruz.

Deus quer me colocar num lugar onde tenho necessidade, e que somente Ele vai suprir a necessidade.



Tudo que é verdadeiro pode não ser a Verdade.

A mentira é feita de inverdades, o engano é feito de verdades. Cada coisa que é verdadeira na minha vida tem que chegar na Verdade, pois senão estas verdades vão me oprimir.

O propósito da vida é descobrir que não sou Deus e no meio do caminho tirar coisas que me incapacitam de ter ciência disso.

2 Rs 4

Quando você perde o seu poder, volte ao lugar, deixe o seu orgulho e Deus ira te devolver.

Ferro poder de Deus

Madeira problemas humanos.

Deus nos coloca em situações em que estamos perdendo nossa gloria. So podemos ser tirados de nossa paz quando somos atacados em nossa glória e orgulho.

Ringue → não somos treinados para ganhar no ringue da carne , há pessoas que são experts no ringue da carne , que gostam de atrair a gente para seu ringue- sendo experts na área da carne. Contudo, eles não sabem o que fazer quando entramos no ringue do Espírito, não foram treinados para isto.

Não podemos proteger nossa gloria e manifestar Cristo.

Se o foco for o pecado, ele só aumentará, não é o pecado que nos leva ao inferno, mas sim o orgulho.

Quantos vão a Cristo por causa de obra de satanás? Deus usa ele, mas ele não ouve ou não vê, porque está cego e surdo de orgulho.

Não conseguimos aceitar o fato de não termos nada para oferecer a Deus para alcançar sua misericórdia. Achar que nosso comportamento pode mudar a natureza de Deus, eu me torno maior que Deus.

A declaração orgulhosa de um crente é que Deus o cortou por causa de seu comportamento, isso nega a natureza absoluta do amor de Deus.

Há descrentes que são melhores que os crentes e não são aceitos, porque Deus não nos aceita por causa do nosso comportamento. O propósito da obediência não é ser aceito por Deus, mas sermos felizes. O plano de Deus é nós perdemos a nossa força.

Gostamos de construir reinos, mas Deus já tem o Seu.

1Co 15

Adão e Eva eram bons,não morreriam e viveriam para sempre na terra. Hoje, um casal cristão é chamado a perfeição porque Cristo vive neles, e vão morar no Céu.

O plano de Cristo não foi um plano b, foi realizado antes da fundação do mundo.

A gloria de Deus está precisamos de dor para saber o que e conforto, e um inferno para escolhermos o céu. Religião diz que há coisas positivas e negativas, e tenta atraves de programas viver as primeiras e negar as segundas.

A vida cristã não é uma negação dos contrastes da vida – Mc 8: 22-25- a copia da criatividade não é criatividade.

Ap. 3:20

Quando digo que Jesus é Senhor, não o faço senhor, mas o reconheço como o Senhor, que Ele já o é.

Na videira, Jesus está sustentando todos juntos, as varas cortadas são as que não o reconhecem. O primeiro fruto é o próprio reconhecimento de Jesus, afinal, ninguém pode conhecer a Jesus senão pelo Espírito Santo.

Criação x Reconhecimento.

Bebes- 2Sm 12:23

Livro da Vida Sl 69;28, Fp 4:3 e Ap. 3:5

Criação Rm 8:21

Colocado em um lugar perfeito: Ez 33:11

O propósito da vida crista é reconhecer o que Ele já fez por nós.

Is 41:20 quando se reconhece que está conectado com Jesus, a oração sem cessar é reconhecer a conexão o dia inteiro.

Problemas → Funil de Deus

O alvo do discipulador não é resolver o problema, mas fazer com que o problema leve a Cristo. O trabalho de Deus para nós é transformar o mal para uma coisa boa.

Lm 3:42 um psicólogo examina e deixa voce em frangalhos. Temos que examinar nossos caminhos e voltarmos para o Senhor.

1Ts 5:23

Espírito → consciência, comunhão e intuição

Alma → mente, emoções, vontade

Corpo → reprodução, defesa e alimentação.

Amor, aceitação, segurança e importância não são necessidades que podem ser supridas por pessoas, mas apenas por Deus.

  1. auto-centradas
  2. insanidade emocional- nossa mente, vontade e emoções foram feitas para ter um motorista.

Sanidade será quando a alma estiver conectadas com a realidade, que é Deus.

Dois tipos de pessoas lidam com ovelhas, o pastor e o açogueiro - este tem voz dura, que critica, condena e julga.

A culpa verdadeira tem a ver com o pecado verdadeiro, contudo, satanás busca a culpa que dura a vida toda. Deus escolheu não lembrar mais depois que nos perdoa, então devemos parar de insistir em lembrar. Quando Deus deixou de lembrar seu passado, e você continua nesse assunto, largue mão porque Deus quer falar do seu futuro com Ele agora, e não do seu passado.

Identidade

Mensagem de identidade - seu pior- impressão desejável

Há uma diferença entre como nos sentimos e o que nós mostramos aos outros. Mostramos aos estranhos, o melhor de nós e aos conhecidos, o pior de nós. Por exemplo, o marido em casa mostra o lado negativo, e no trabalho, o positivo, encontra com outras pessoas com mesmo comportamento insano, ele troca a esposa pela mulher do trabalho ate que descubram-se os seus lados negativos.

Problema – acontecimento (rebelião-raiva) – pior identidade CRUZ nova identidade.

Quando tentamos esconder nossa vida interior e de repente nossa roupa de sucesso é tirada, e ficamos nus, que faremos?

A prova da santidade é que você não consegue mais vestir as roupas velhas do pecado.

Não nascemos tendo Cristo, antes de confiar em Jesus estávamos confiando em outras coisas.

Vida e comunhão limitadas.

Quando escolho vier pelas forças de minha alma e do meu corpo.

O véu representa o velho homem, aquilo que impedeo fluir de Deus, o dia em que Cristo foi crucificado, eu fui crucificado com Ele. Deus quer rasgar o véu em nós para que a sua gloria apareça.




Feridas/ ofensas – seu véu- mecanismos/ídolos- sintomas

Quando somos machucados temos dor e rejeição. Se eu confiar nas coisas boas da carne, posso até conseguir grandes cargos na igreja.

A jornada ao fim de si mesmo

Salvação- convicção de fraqueza- vida, poder, dons.

Se eu entrego minha vida a Deus, Ele pode não toma-la imediatamente todas as coisas da minha vida, mas no momento oportuno para Ele, Ele irá vir tomar.

Crentes descrentes funcionam assim: a mente corre pra Deus e as emoções correm de Deus.

A salvação é uma vitória diária, é diferente de nascer de novo. Podemos perder nossa salvação a qualquer momento, a raiz da incredulidade está nas emoções e não na mente, contudo, a maioria do nosso discurso de discipulado está focado na mente.

Minhas necessidade- Deus – 1 Co 13

Nossa idéia emocional de Deus nos dirige -1 Jo. 4:8

Essas coisas são emoções mentirosas, como transforma-las em fatos verdadeiros? Pela fé, temos que andar contra as emoções falsas.

Fé e o Plano de Deus.

Dois tipos de pessoas com fé em Hb 11

Os primeiros 35 vs são as pessoas que recebem.

O segundo grupo são as pessoas que tem fé em Deus querendo algo que nunca recebeu e nem receberá, sobre este – o mundo não é digno deles- Hb.,11:36

A fé me capacita para receber as coisas de Deus, a fé são os olhos e ouvidos do nosso espírito, não é para produzir a obra de Deus, mas recebê-la. A grandeza da fé não pelo que produzo, mas é medida pelo tempo que fico sem receber nada. A fé não cria coisas, recebe coisas.

O plano de Deus não é um lugar, pode ser realizado em qualquer lugar, ele depende da escolha que é uma interação entre o livre arbítrio e soberania de Deus.

2- Faça a escolha que tenha mais alegria

3. Faça hoje

4. Deus: se Deus é meu guia, Ele não pode me dirigir enquanto eu estiver parado.

5. aja e nunca pergunte sobre os resultados.

Deus nos liberta antes. Quando sabemos que era o plano de Deus para nossa vida, seremos descrentes, pois não haverá fé. Uma pessoa de fé não precisa saber tudo.

sábado, outubro 27, 2007

The tongue twisters


Oct 11th 2007
From The Economist print edition

In the last of our series on civil liberties, we look at the difficulty of reconciling traditional freedoms of expression with the new demands of national security


IN COUNTRIES at war, freedoms of the press and of speech are often restricted. For that reason, al-Qaeda's attacks of September 11th 2001, by precipitating a “war on terror”, also raised questions—both legal and moral—about the role of the media in free societies.

Several Western governments have used national security as a justification for limiting certain sorts of public information and public speech. The press itself has been torn: sometimes it has refused to accept limits on its freedom of expression (as when newspapers worldwide published cartoons of the prophet Muhammad that were offensive to Muslims); sometimes it has accepted them (as when those newspapers apologised). Meanwhile, the media have managed to continue their normal work, uncovering abuses at the Guantánamo and Abu Ghraib prisons, for example. So what has happened to freedom of expression under the war on terror?

If you take at face value the lip service that almost all countries pay to a free press—160 of the United Nation's 192 members have ratified the International Covenant on Civil and Political Rights (ICCPR)—then freedom of expression has had a tough time. In Pakistan this summer, lawyers and pro-democracy activists took to the streets to demand the reinstatement of the country's chief justice after his removal by General Pervez Musharraf. They succeeded. But more than 30 journalists covering later demonstrations against the general's pursuit of another term as president were injured when the police used violence against the protestors. China, whose constitution states that its citizens “enjoy freedom of speech...[and] of the press”, has announced a new crackdown on “false news”. And this week marks the first anniversary of the murder in Moscow of Anna Politkovskaya, Russia's best-known investigative writer: she is one of 18 journalists to be killed in the country since President Vladimir Putin came to power in 2000.

Shooting the messengers

Reporters Without Borders, a lobbying organisation based in Paris, says that 113 journalists and other media workers were killed in 2006 (half of them in Iraq). Another 86 have been killed and 134 imprisoned so far this year, along with 64 “cyberdissidents”. The International Federation of Journalists, based in Brussels, puts the death toll higher, reporting “at least” 155 media workers killed last year. Whatever the real numbers, 2006 seems to have been the worst for many years, if not ever. In December 2006 the UN for the first time issued a statement condemning the targeting of journalists and calling for the prosecution of their killers.

The rising numbers of dead and jailed does not on its own mean that press freedom is everywhere in decline. Many of the reporters killed in Iraq—more than 200 since the invasion of 2003—have been Iraqis working for the foreign media, murdered not so much because they were members of the press as because they were regarded by Iraqi insurgents as “spies”. To some degree, the global increase in the number of journalists being killed, kidnapped and otherwise harassed may signify that more journalists are at work, and are growing bolder.

Nonetheless, Freedom House, a conservative American think-tank, reckons that press freedom suffered “continued global decline” in 2006. It reported particularly troubling trends in Asia, the former Soviet Union and Latin America. Attacks on the media, Freedom House points out, are not only bad in themselves; they are also a sign of worse to come, since they are almost invariably followed by assaults on other democratic institutions.

In repressive countries, the arrival of the internet has often been greeted by citizens as a wonderful way to bypass government control, enabling dissidents to air their views and keep in contact with the outside world. For a while, this new medium did seem relatively immune to regulation. The rest of the world found out about the first few weeks of the Burmese uprising partly through internet cafés in Yangon, which had worked out how to disable the military junta's internet-blocking software. But the army soon cracked down on the Burmese bloggers, just as they cracked down on everything else.

In a study of the internet in 40 countries (excluding Europe and the United States), OpenNet Initiative, an academic think-tank, says that censorship of the internet has spread from just a handful of countries five years ago to 26 nations. Some—notably China, Iran, Syria, Pakistan, Tunisia, Vietnam and Uzbekistan—are now blocking entire internet services such as YouTube, Skype and Google Maps.

Of course, it is not surprising that such countries are suppressing freedom of expression. They need little enough excuse to do it, and the only connection between their censorship and the war on terror is that their Western friends might be more inclined than usual to forbear from criticism in case they offend an ally in the war. But none of that applies to America.

Thanks to its constitution, and especially the first amendment, the United States gives greater protection to freedom of expression than any other country. Free expression generally trumps libel, prejudicial comment about pending court cases, and so-called “hate speech”. Even so, claims Peter Osnos, senior fellow at the Century Foundation, a New York-based think-tank, since September 2001 the Bush administration's attempts “to intimidate and punish the media, or at least to manipulate and mislead it, represents one of the most concerted assaults on the first amendment since it was written.”

Under American law, government documents may be classified only to protect national security. Presidents have at times no doubt stretched the definition, but George Bush has gone further than any. Partly as a result of an executive order of 2003, the number of documents being stamped secret or classified has almost quadrupled—from 5.8m under Bill Clinton in 1996 to more than 20m last year, according to figures released by the Information Security Oversight Office (part of America's national archives). Peter Galison, a Harvard professor, reckons that “the classified universe...is certainly not smaller and very probably much larger than [the] unclassified one.” If true, more is kept hidden than revealed.

A tilt too far

Mr Bush has always had a penchant for secrecy. In 2001 he signed an executive order allowing a president or vice-president to block the release of their papers, perhaps indefinitely, instead of within 12 years of leaving office.

But national security is the commonest justification for the vast expansion of classification. Seeking to explain his 2003 executive order, Mr Bush spoke of the need to strike the right balance between security and open government. “Our nation's progress depends on the free flow of information,” he conceded. “Nevertheless, throughout our history, the national defence has required that certain information be maintained in confidence in order to protect our citizens, our democratic institutions, our homeland security and our interactions with foreign nations.”

For many constitutional scholars, members of Congress and most journalists, the administration has tilted the balance too far towards maintaining “certain information...in confidence”. Congress has repeatedly been denied access to documents; newspapers have been threatened with prosecution for revealing “state secrets” (such as Mr Bush's warrantless eavesdropping programme), and journalists have been jailed for contempt of court after refusing to reveal their sources.

In Britain, too, freedom of expression has been under attack. With its Official Secrets Act, tough libel laws and tight restrictions on post-charge reporting of criminal investigations and trials, Britain has always placed more restrictions on free speech than America. It has now gone further. The 2006 Terrorism Act makes it a crime to publish a statement that “glorifies the commission or preparation” of a terrorist act, “whether in the past, in the future, or generally”. On the face of it, this might make criminal the statue of Nelson Mandela recently erected in Parliament Square: parts of the British government once regarded him as a terrorist.

Another British law, passed in 2005, criminalises demonstrations within a kilometre of Parliament without police permission, which normally has to be obtained at least six days in advance. This has led to farcical moments, such as the arrest of a woman picnicking in Parliament Square with “PEACE” marked in icing on a cake, and of another for reading out the EPA.

At the first meeting of the UN General Assembly in London in 1946, delegates described freedom of expression as “the touchstone of all human rights”. In practice, that freedom has never been totally unfettered, even in America. As the Supreme Court famously ruled in 1919, falsely shouting “Fire!” in a crowded theatre is not protected by the first amendment. Under the European Convention on Human Rights, freedom of expression is subject to a wide range of possible restrictions, including national laws banning speech likely to incite or “stir up” hatred against people on the basis of race, ethnic origin, religion or sexual orientation. Iceland goes further, criminalising speech that simply ridicules or insults someone on those grounds. Brazil, Singapore, Serbia, New Zealand and the Australian state of Victoria have similar race-hate laws.

Since 2001, these sorts of restrictions have been expanded to apply to Muslims. Before the attacks of that year, Britain, for example, had a law prohibiting the incitement of racial hatred which applied to Jews and Sikhs (because they were deemed by the courts to be racial as well as religious groups), but not to Muslims, Christians or others. Responding to the rise in verbal and physical attacks on Muslims after 2001, the government sought to plug that gap, proposing a ban on the “reckless” use of “threatening, insulting or abusive” language against anyone on the ground of his faith. Free-speech critics insisted that some element of intent be involved, claiming that otherwise religious works such as the Bible or the Koran could be deemed unlawful.

The government relented. Under the Racial and Religious Hatred Act, which came into force on October 1st, it is now a crime for someone to use threatening words or behaviour only “if he intends thereby to stir up religious hatred”. The new law does not outlaw “expressions of antipathy, dislike, ridicule, insult or abuse of particular religions”. Comedians and satirists will thus be able to continue to poke fun at religion without fear of prosecution. But members of the far-right British National Party will no longer be able to claim that Muslim gangs are grooming and raping British children and women, helping turn British society into a “multiracial hell”, as Nick Griffin, the party's leader, is alleged to have said.

Shutting up by choice

Sometimes the press has decided to censor itself. In September 2005 a Danish newspaper published cartoons of the prophet Muhammad. After violent protests throughout the Muslim world, most Western papers decided not to repeat the publication. Some editors who chose otherwise were reprimanded or removed. In Yemen and Jordan, they were arrested and their papers shut down.

At other times legislators have decided to curtail free speech for what they consider impeccable reasons. In much of mainland Europe, it is a crime to deny that the Holocaust took place. Last year David Irving, a British revisionist historian, was jailed by Austria for three years for this, though attempts to make Holocaust denial a crime throughout the European Union got nowhere this year. In Turkey, a string of journalists and writers have been prosecuted for the crime of “insulting Turkishness”, though both the president and prime minister say they want to abolish or amend the controversial article 301 of the penal code on which the prosecutions were based.

Attempts to gag the press in democratic countries usually fail. In America, Congress is considering a bill to allow journalists (and bloggers) to protect their sources without fear of prosecution—save when national security is at stake. Thomas Jefferson had something to say about that. “The only security of all is in a free press,” he wrote to Lafayette in 1823. “The force of public opinion cannot be resisted when permitted freely to be expressed. The agitation it produces must be submitted to. It is necessary—to keep the waters pure.”

Fim das Travessuras

-Porque você sempre quis ser escritor, e nunca teve coragem. Agora que vai ficar sozinho, pode aproveitar, assim esquece a saudade. Pelo menos, confesse que lhe dei um bom material para escrever um romance. Não foi, bom menino?

quinta-feira, outubro 25, 2007

Travessuras da Menina Má

De Mario Vargas Llosa, é o primeiro que li dele, não gostei, a hitória de um menino bom e uma menina má que muda de lugares e nomes, mas a mesma ranhetice e breguices, como o autor mesmo diz.
O livro traz descrições bacanas de importantes locais dos ultimos 50 anos em lugares distintos para o amor indistinto - Lima, paris, londres, toquio, madrid-. Mas, como li numa crítica, vira um travessuras da menina "mala".

Ecce libris:

Naquele verão extraordinário, nas festas de Miraflores todo mundo parou de dançar valsas, corridos, blues, boleros e huarachas, porque o mambo arrasou. O mambo, um terremoto que fazia todos os casais infantis, adolescentes e maduros se sacudirem, balançando, pulando e fazendo firulas nas festas do bairro. E certamente acontecia o mesmo fora de Miraflores, para além do mundo e da vida, em Lince, Breña, Chorrillos, ou nos ainda mais exóticos bairros de La Victoria, o centro de Lima, o Rímac e o Porvenir, onde nós, miraflorenses, nunca tínhamos pisado nem pensávamos pisar jamais.

E assim como havíamos passado das valsinhas e huarachas, das sambas e das polcas para o mambo, também passamos dos patins e patinetes para a bicicleta, e alguns, Tato Monje e Tony Espejo por exemplo, para a moto e até mesmo, um ou dois rapazes, para o automóvel, como o grandalhão do bairro, Luchín, que às vezes roubava o Chevrolet conversível do pai e nos levava para dar uma volta pelo cais, de Terrazas até a quebrada de Armendáriz, a cem por hora.

Mas o fato mais notável daquele verão foi a chegada a Miraflores, diretamente do Chile, seu distante país, de duas irmãs cuja presença marcante e inconfundível jeito de falar, rapidinho, esquecendo as últimas sílabas das palavras e arrematando as frases com uma exclamação aspirada que soava como um “pueh”, deixaram abobalhados todos os miraflorenses que acabavam de trocar as calças curtas pelas compridas. E eu, mais do que qualquer outro.

A mais alta parecia ser mais nova e vice-versa. A mais velha chamava-se Lily e era um pouco mais baixinha que Lucy, que tinha um ano menos. Lily devia estar com 14 ou 15 anos, no máximo, e Lucy, com 13 ou 14. O adjetivo marcante parecia ter sido inventado para elas, mas, sem deixar de sê-lo, Lucy era menos marcante que a irmã, não só porque seu cabelo era menos louro e mais curto e se vestia com menos atrevimento que Lily, mas também porque era mais calada e, na hora de dançar, apesar de também fazer firulas e requebrar a cintura com uma audácia que nenhuma miraflorense se atreveria a assumir, parecia uma garota recatada, inibida e quase insípida em comparação com aquele pião, aquela labareda ao vento, aquele fogo-fátuo que era Lily quando, colocados os discos na vitrola, o mambo explodia e começávamos todos a dançar.

Lily dançava num ritmo saboroso e cheio de graça, sorrindo e cantarolando a letra da canção, erguendo os braços, mostrando os joelhos e balançando a cintura e os ombros de tal maneira que todo o seu corpinho, modelado com tanta malícia e tantas curvas pelas saias e blusas que usava, parecia se encrespar, vibrar e participar do baile dos pés à cabeça. Quem dançava um mambo com ela sempre se saía mal porque, como acompanhá-la sem se atrapalhar no turbilhão endiabrado daquelas pernas e pezinhos saltitantes? Impossível! Você ficava constrangido desde o início, e totalmente consciente de que os olhos de todos os casais estavam concentrados nas façanhas mambeiras de Lily. “Que menina!”, indignava-se a tia Alberta, “dança como uma Tongolele, parece uma rumbeira de filme mexicano”. “Bem, não vamos esquecer que é chilena”, insistia, “e o forte das mulheres desse país não é a virtude”.

Eu me apaixonei por Lily feito um bezerro, a forma mais romântica de se apaixonar — também se dizia queimar feito um tição —, e naquele verão inesquecível me declarei três vezes a ela. A primeira, depois da matinê de domingo, no balcão do Ricardo Palma, aquele cinema que ficava no Parque Central de Miraflores, e ela me disse que não, porque ainda era muito nova para ter namorado. A segunda, na pista de patinação inaugurada justamente naquele verão perto do Parque Salazar, e ela também não me aceitou, precisava pensar, porque, por mais que gostasse um pouquinho de mim, seus pais lhe pediram para não arrumar namorado antes de terminar o quarto ano e ela ainda estava no terceiro. E a última, poucos dias antes da grande confusão, no Cream Rica da avenida Larco, enquanto tomávamos um milk-shake de baunilha, e ela, é claro, disse outra vez que não, para que ia dizer que sim se já parecíamos namorados do jeito que estávamos. Não nos colocavam sempre juntos na casa da Marta, quando jogávamos verdade ou conseqüência? Não nos sentávamos juntos na praia de Miraflores? Ela não dançava comigo mais do que com qualquer outro garoto, nas festas? Para que, então, ia dar formalmente um sim se todo Miraflores já nos considerava namorados? Com sua pinta de modelo, olhos escuros e marotos e uma boquinha de lábios carnudos, Lily era a coqueteria em forma de mulher.

“Em você, gosto de tudo”, dizia eu. “Mas o melhor é o seu jeitinho de falar.” Era engraçada e original, por seu sotaque e sua musicalidade, tão diferentes dos peruanos, e também por certas expressões, palavrinhas e ditados que deixavam nas nuvens os garotos do bairro, tentando adivinhar o que queriam dizer e se não haveria neles algum deboche. Lily ficava o tempo todo falando coisas de duplo sentido, fazendo adivinhas ou contando piadas tão pesadas que deixavam as garotas do bairro vermelhas. “Essas chilenitas são terríveis”, sentenciava tia Alberta, tirando e repondo os óculos com seu ar de professora primária, temerosa de que aquelas duas forasteiras desintegrassem a moral miraflorense.

No começo dos anos 50 ainda não havia edifícios em Miraflores, que era um bairro de casinhas de um andar ou às vezes dois, jardins com os infalíveis gerânios, as cidreiras, os louros, as buganvílias, o gramado e as varandas, até onde subiam as madressilvas ou a hera, com cadeiras de balanço onde os moradores esperavam a noite contando fofocas e sentindo o perfume do jasmim. Em alguns jardins havia ceibos espinhosos com flores vermelhas e rosadas, e as limpas e retilíneas calçadas tinham pés de magnólia, jacarandás, amoras, e o toque de cor vinha tanto das fl ores nos jardins como das carrocinhas amarelas dos sorveteiros da D’Onofrio, uniformizados de aventais brancos e bonés pretos, que percorriam as ruas dia e noite anunciando sua presença com uma buzina cujo lento ulular me dava a sensação de um corno bárbaro, uma reminiscência pré-histórica. Ainda se ouviam os pássaros cantando nesse Miraflores em que as famílias cortavam os pinheiros quando as moças chegavam à idade de casar porque, se não o fizessem, as coitadas ficariam solteironas como a minha tia Alberta.

Lily nunca me aceitava, mas o fato é que, tirando essa formalidade, em todo o resto parecíamos namorados. Ficávamos de mãos dadas nas matinês do Ricardo Palma, do Leuro, do Montecarlo e do Colina e, embora não se pudesse dizer que tirávamos sarro na penumbra das platéias, como outros casais mais antigos — tirar sarro era uma fórmula em que cabiam desde beijos anódinos até os chupões lingüísticos e toques impróprios que depois era preciso confessar ao padre, nas primeiras sextas-feiras, como pecados mortais —, Lily me deixava beijá-la, nas bochechas, na beirada das orelhinhas, no canto da boca e, às vezes, por um segundo, juntava seus lábios aos meus e os afastava logo com uma careta melodramática: “Não, não, isso é que não, magrinho.” “Você parece um bezerro, magro, você está azul, magro, está derretendo de tanta paixão, magro”, caçoavam meus amigos do bairro. Nunca me chamavam pelo meu nome — Ricardo Somocurcio —, era sempre pelo apelido. E não exageravam nem um pouco: eu estava caidinho pela Lily.

Por sua causa, nesse verão troquei socos com Luquen, um dos meus melhores amigos. Num daqueles encontros de garotos e garotas do bairro na esquina de Colón e Diego Ferré, no jardim dos Chacaltana, Luquen, bancando o engraçadinho, disse de repente que as chilenitas eram umas cafonas, porque não eram louras de verdade mas sim oxigenadas, e que, pelas minhas costas, tinham começado a chamá-las em Miraflores de As Cucarachas. Dei-lhe um direto no queixo, do qual ele se esquivou, e fomos resolver o problema a socos na esquina do cais da Reserva, ao lado do barranco. Ficamos sem nos falar uma semana inteira, até que, na festa seguinte, as garotas e garotos do bairro nos fizeram reatar a amizade.

Lily gostava de ir, todos os fins de tarde, a um canto do Parque Salazar fervilhante de palmeiras, copos-de-leite e campainhas, de cujo murinho de tijolos vermelhos contemplávamos toda a baía de Lima como o capitão de um navio contempla o mar na sua torre de comando. Quando o céu estava claro, e juro que nesse verão o céu ficou o tempo todo sem uma nuvem e o sol brilhou em Miraflores sem falhar um dia, divisava-se lá no fundo, nos limites do oceano, o disco vermelho, flamejante, despedindo-se com raios e fogos de artifício enquanto se afogava nas águas do Pacífico. O rostinho de Lily se concentrava com o mesmo fervor com que comungava na missa do meio-dia na igreja do Parque Central, a vista fixa naquela bola ígnea, esperando o instante em que o mar engolisse o último raio para formular o desejo que o astro, ou Deus, materializaria. Eu também pensava num desejo, acreditando mais ou menos que se tornaria realidade. Sempre o mesmo, é claro: que ela finalmente me aceitasse, que nós começássemos a namorar, a tirar sarro, e afinal nos apaixonássemos, ficássemos noivos, casássemos e fôssemos viver em Paris, ricos e felizes.

terça-feira, outubro 23, 2007

quarta-feira, outubro 17, 2007

terça-feira, outubro 16, 2007

Decision Making and Clever T-Shirts

Michelle Musso
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There are these shirts you can buy from a cool, clever website that say “Arminianism- This shirt chose me. Calvinism-I chose this shirt”. Whenever I look at that shirt, I start coveting and griping, complaining to God that graduate school has made me too poor to buy clever shirts. But in truth, most people wouldn’t get the joke. And the ones who get the subtle Christian-inner-circle humor probably wouldn’t think it was all that funny anyway. They would be wrong, but I forgive them.

But maybe it isn’t the shirt’s wit that resonates with me- maybe it’s the whole issue of the choices we make as Christians. Even more, how our choices relate to God’s will and sovereignty. By this, I don’t mean the “free will” versus “predestination” argument, because I can guess that most of us during our “deep” thinking college years have spent long, dizzying evenings debating these issues with friends. The intellectual friend would say “But it’s entirely Biblical to believe that God will have mercy upon those His will have mercy”, to which the touchy-feely friend would say “No, God is love and He sent Jesus for everyone’s sins…” Yes, round and round it goes, and the perfect answer nobody knows.

The choices I wonder about are the recurring ones, the decisions we have to make during seasons of transition or boredom or joy. The kinds of decisions where both choices seem acceptable and God isn’t shouting out His will through a Heavenly microphone. Here’s an example. I have this guy friend, somebody I met the first year of college when we were all searching for identities and relationships beyond the familiarity of our cushy, middle class childhoods. I met my friend through another guy whom I thought was incredible, because he surfed, sometimes read the Bible, and actually liked me back. Nine years later, now a more “mature” Christian and single, this friend and I are having to consider if we want to move forward into dating, or choose to stop using each other as back-up plans. Well, if my female Bible studies and Christian books are right, God cares first and foremost about hooking me up with the right, Christian guy so that we can make Christian babies and send out Christmas cards together. As Steve Carrell’s character says on The Office, “I want the house. I want the picket fence. I want the ketchup fights, and the tickling and the giggling.” And God wants us to have them too, no?

The disturbing realization is that maybe God brings us to these forks in the road, not so that He reveal mysterious truths like some oracle in a Greek tragedy, but so that we will get down on our knees in the morning to sit with him a bit and ask humbly to hear His voice. The more I desire for God to elucidate the right choice, the more He seems to show me that this prayer posture is the only choice to make. God promises wisdom to those who call out for insight and understanding. It’s a fact, and it’s in Proverbs. Maybe by the time, you read this my friend and I will have decided whether or not to take the awkward, scary risk of a relationship, but that doesn’t really matter. My only hope is that I continue to choose God’s presence in the lonesome, intimate hours of the morning, and that He does with me as He wills.

End

Posted on October 15, 2007 12:00 AM

Duas Regras Científicas

REGRA 72
Se você dividir o número 72 pelos juros de seu investimento, grosso modo, poderá saber em quanto tempo seu investimento dobra.
Ao investir seu dinheiro em fundo de renda fixa cuja rentabilidade anual é de 9%, o dinheiro investido dobrará a cada oito anos, isto é, 72/9.

REGRA 20
sobre quilos
divida as calorias que você pretende deixar de ingerir diariamente por 20, e você saberá quanto perderá em um ano.

FONTE: Vigilantes do Bolso Eliana Bussinger Elsevier/Campus.

quarta-feira, outubro 10, 2007

Pr. Carlos McCord

Bom, se o Pastor Carlos passar por aqui, minha desculpa por não pedir autorização para a foto e por não enviar as outras "so far". Fica registrado que se eu pudesse ter um mentor espiritual, se é que existe tal coisa, esta seria a pessoa.

Obrigado pelos insights a respeito do que seria e é ser cristão.

Pr. Jaime Kemp em Pinda


Pequeno momento tiete: eu, meus pais e Pastor Jaime Kemp que contou verdades da Verdade para todos nós.

domingo, outubro 07, 2007

Hitler por norman mailer

Em "O Castelo na Floresta", que sai no Brasil em dezembro, o romancista americano Norman Mailer investiga a origem do mal na infância de Hitler

MANUEL CARCASSONE

Pugilista número um do cenário literário norte-americano, Norman Mailer, 84, iniciou um ciclo de romances dedicado à infância e à adolescência de Hitler. "Felizmente, existe pouca documentação sobre Adolf criança. Isso me toma menos tempo. Precisei fazer um trabalho de romancista", diz, sorrindo, Mailer, cujos olhos azuis vasculham seu interlocutor com franqueza comovente. O primeiro volume desse afresco, intitulado "The Castle in the Forest" [O Castelo na Floresta, com lançamento no Brasil previsto para dezembro pela Companhia das Letras], saiu nos EUA no iníco do ano. Assim, depois de Marilyn Monroe, Muhammad Ali, a família Kennedy, Picasso, Lee Harvey Oswald e até mesmo Jesus Cristo (em "O Evangelho segundo o Filho"), Norman Mailer escolheu enfrentar em combate desigual esse enigma particular: quando e como o mal teria começado a se envolver com o pequeno Adolf, nascido em abril de 1889 e cuja infância reconstitui nos menores detalhes. Ele se explica na entrevista que concedeu à "Magazine Littéraire" em Provincetown, cidade balneária de Massachusetts, no ponto extremo de Cape Cod, onde reside.

PERGUNTA - Em "O Castelo na Floresta", cujo narrador é um demônio menor disfarçado de oficial nazista e assistente de Himmler, acompanhamos o nascimento de Adolf e também o tratamento violento infligido por seu pai, Alois (1837-1903), a seus filhos. Seu tema é a infância de um chefe ou o envelhecimento de um patriarca?
NORMAN MAILER - Alois é personagem central. Inicialmente, pensei em começar o trabalho com um ciclo de romances no qual Hitler teria 3 anos de idade no ponto de partida, mas depois, a conselho de meu editor, fui retornando por sua árvore genealógica, em um volume. Tive grande prazer em lançar luz sobre a personalidade de Alois, ao mesmo tempo fascinante, humano, fraco e poderoso; um dos prazeres calmos de ser romancista é que podemos passar tempo com certas pessoas com as quais não gostaríamos de conviver na vida real. A morte de seu filho Edmund o deixa devastado, e ele não se recupera do golpe; enfatizo o papel de Adolf, que, acometido de sarampo, doença contagiosa, beijava seu irmão menor. Alois é um personagem ao mesmo tempo complexo e comum, ainda mais denso pelo fato de ser comum. Aliás, não explico a vilania de Hitler pela determinação genética, embora me divirta tecendo conjecturas sobre a influência do incesto do qual Hitler teria nascido. Alois era filho ilegítimo de uma mulher chamada Maria Anna Schiklgruber, e seu pai provável era também o avô de Klara Pölzl, com quem Alois se casaria em seu terceiro casamento. Ela se tornaria a mãe de Hitler. Existe um outro boato segundo o qual o verdadeiro pai de Alois teria sido judeu.

PERGUNTA - No final de sua vida, esse funcionário austro-húngaro tão disciplinado escapou de toda categoria social.
MAILER - Sim, ele é um marginal, sem raízes, um desclassificado obcecado pela ordem. Também eu, escritor que saiu do Exército aos 25 anos, sou um marginal que gosta dos marginais. Sinto afeto por esse tipo de personagem.

PERGUNTA - Hitler também era marginal?
MAILER - Oh, não! Não se pode dizer isso. Ele era fraco: aos 16 anos, era um desastre afetivo, um fracasso total. Uma das coisas interessantes, uma das razões que me fazem pensar que Hitler é a resposta a Jesus Cristo, sua contrapartida em réplica satânica, seria que não existe explicação humana para o horror do que Hitler fez. A sua negrura. Stálin podemos explicar: ele veio de uma família terrível, tinha a matança no sangue, o hábito de abater seus rivais. Hitler seria mais um fantoche histérico, vaidoso, satanizado e fraco. Mas possuía uma espécie de genialidade política. Digo a você: ele foi escolhido e recrutado pelo Diabo! Tenho uma teoria a esse respeito. Por mais poderoso que Deus possa ser, ele não controla a história, porque ela é uma mecânica complexa demais. Deus propõe, a história dispõe. Deus e o Diabo podem influenciar a história, mas seus limites são alcançados rapidamente.

PERGUNTA - O sr. acredita realmente na natureza satânica de Adolf Hitler, o que explicaria em parte esse núcleo de trevas dentro dele?
MAILER - Acredito, perfeita e seriamente. Escrevi esse livro num país em que os intelectuais freqüentemente são laicos, ateus, em nenhum momento imaginando que a religião possa ser tema de conversas para alguém, exceto para os extremistas. O drama é que nós a abandonamos à nossa própria vertente fundamentalista! Para os outros, Deus está fora de moda, e o Diabo é ridículo. Eu, que durante tanto tempo fui cético, tenho outro ponto de vista: saímos da Era das Luzes, que durou desde o fim da Idade Média, atravessou a Renascença e deu ao homem o papel de protagonista, levando, mais tarde, ao nascimento do indivíduo moderno. Queremos destronar Deus e o Diabo. Fui criticado por ter empregado esse demônio manipulador, narrador mentiroso, mas acredito seriamente em minha tese. Não é um artifício literário. O Diabo não veste uniforme nem tem chifres, não ataca as pessoas enquanto dormem -pelo contrário, ele tem tudo do funcionário vitimado pela burocracia, de recursos limitados, que ignora as causas. O demônio aprende com os humanos, e não o contrário.
PERGUNTA - O sr. pensa no pacto germano-soviético como segunda etapa?
MAILER - Sim, vou desenvolvê-lo. O problema é o comprimento do livro. Eu gostaria de mostrar o encontro mítico entre Hitler e Stálin ou, melhor dizendo, imaginá-lo. Poderíamos sonhar com um tema melhor?

PERGUNTA - Qual o papel do tema do incesto na idéia que o sr. faz da família Hitler?
MAILER - Você conhece meu amigo Jean Malaquais [1908-98]? Era um escritor perfeccionista, capaz de passar horas observando seu sujeito. E eu lhe dizia: "Mas para que quebrar a cabeça com isso? Nem por isso você será um escritor melhor". Ele respondia: "Quero saber a verdade. Ela está na ponta de minha caneta". Quanto mais eu escrevia sobre o incesto, mais eu compreendia esse tema. Adotei a voz de Himmler, que comenta a tradição camponesa do incesto nos vilarejos, por ignorância e por consangüinidade. Por que não? Isso lança luz sobre as áreas selvagens e não exploradas da psique de Hitler. O Führer mandou destruir o povoado natal de seu pai. Ele não comentou nada, mas apagou tudo. O rumor sobre seu judaísmo vem do fato de que sua avó trabalhava como empregada de uma fazenda e teria sido engravidada por um judeu.

PERGUNTA - O sr. tem realmente a impressão de compreender melhor o mistério de Hitler?
MAILER - Acredito, de fato, que sou um dos poucos a compreendê-lo. Correndo o risco de chocar, chegaria a dizer que, se acreditamos em Jesus, filho de Deus, então por que não em Hitler, filho do Diabo?

sábado, outubro 06, 2007

quarta-feira, outubro 03, 2007

O Pastor Contemplativo














Ao dirigir a igreja, uso linguagem descritiva e motivacional. Quero que as pessoas sejam informadas para que não haja mal-entendidos. Pretendo também que as pessoas sejam motivadas para que os objetivos venham a ser alcançados. Mas, na cura de almas tenho interesse muito maior em saber quem são as pessoas e quem elas estão se tornando em Cristo, do que naquilo que sabem ou fazem. Neste aspecto, percebo que nem a linguagem descritiva nem a motivacional é de grande ajuda.
(p.. 74)

A cura das almas é uma decisão de trabalhar no âmago das coisas, onde somos mais nos mesmos e onde nossos relacionamentos em fé e intimidade são desenvolvidos. A linguagem principal deve ser, portanto, para e com, a linguagem pessoal do amor e da oração. (p. 75)


"O resultado feliz da compreensão teológica das pessoas como pecadoras é que o pastor fica livre da surpresa constante de que elas são de fato pecadoras. Isto nos capacita a atender a admoestação de Bonhoeffer:'Um pastor não deve queixar-se da sua congregação, certamente nunca a outras pessoas, mas, também, não a Deus., A congregação não lhe foi confiada para que ele se torne seu acusador diante de Deus e dos homens". Pecador então não se torna uma arma num arsenal de condenação, mas a expectativa da graça. Ser simplesmente contra o pecado é uma base pobre para o ministério pastoral. Ver, no entanto, as pessoas como pecadoras- como rebeldes contra Deus, que não atingem o alvo, que se afastam do caminho- estabelece uma base para o ministério pastoral que pode prosseguir alegremente por estar anunciando o grande ato de Deus em Jesus Cristo " para os pecadores" (p.138)


Eugene Peterson O Pastor Contemplativo Ed. Textus