sábado, novembro 26, 2011

Muitos hoje pensam a aliança com Deus como um contrato de serviços, Deus dá a salvação eterna em troca de uma vida inteira de serviços sacrificiais. A ênfase está no fazer, ao invés, do ser.

Aquilo que fazemos para Deus nos caracteriza como cristãos, e não aquilo que somos nEle ou aquilo que Ele nos fez. As pessoas que vivem assim acreditam que nunca fizeram o bastante para serem aceitos por Deus. No fundo, a questão passa pela dependência ou não de Deus.

A aliança é um acordo baseado na promessa, que inclui quatro elementos:

1. um compromisso de fidelidade recíproca entre ambas as partes.

2. aceitação do compromisso pela outra parte

3. conhecimento público deste compromisso e aceitação

4. desenvolvimento de uma relação pessoal baseada  em tal compromisso que seja expressão dele.


Em Genesis 14, encontramos uma história singular na vida de Abraão, ele tinha acabado de vencer os inimigos de Sodoma e Gomorra, ali os reis de Sodoma e Gomorra quiseram colocar a confiança de Abrão nas riquezas. Ele escolheu viver do pão e do vinho que veio de Melquisedeque, e não das fazendas de Sodoma e Gomorra.

Deus vendo essa confiança de Abrão aparece para ele e propõe que ele faça um pacto com o Senhor,

quinta-feira, novembro 24, 2011

Arte e o Evangelho

Acabei de ler três livros sobre o relacionamento entre arte e o evangelho. 

1o. A ARTE E A BÍBLIA de Francis Schaeffer. 

Neste livro, o autor começa relacionando o tema da arte com o Primeiro Testamento, apontando que, apesar da proibição do segundo mandamento, Deus permite e quer que os homens façam obras de arte, até mesmo, figurativas. Schaeffer levanta na Bíblia exemplos de poesia, artesanato,música até teatro (Ez. 4:1-3).  Para ele, há uma liberdade artística debaixo do senhorio de Cristo. 

O que Schaeffer diz é que a arte revela a cosmovisão do artista, um arte cristã pode ser secular desde que seja uma arte que não contradiz a cosmovisão cristã. O valor vem da criatividade porque Deus é o criador e também tem valor como criação porque homem é feito a imagem e semelhança de Deus, e assim, tem capacidade de criar. "Tendo sido feitos à imagem do Criador, somos chamados à criatividade" p. 45

O julgamento de uma obra de arte deve ser feito a partir da cosmovisão e sua adequação a ela. Há quatro conceitos que servem de padrão de julgamento: excelência técnica, validade, conteúdo intelectual- a cosmovisão que está sendo comunicada- e integração entre o conteúdo e veículo.


Para exemplificar, Schaeffer pensa numa pregação: "Para tornar o conceito mais real, vejamos o que acontece na arte da pregação. Há muitos pastores cujo trabalho não tem validade. Alguns pregam por ganho material e outros para serem aceitos na sua comunidade. É muito fácil agir de acordo com a platéia, ajustando o que se diz ou como se diz a fim de produzir o tipo de efeito mais benéfico ao próprio pregador. E quando essa questão é em relação ao evangelho, a influência da desonestidade se torna especialmente clara" (p. 54)


2. A arte não precisa de justificativa de H.R. Rookmaaker.


O segundo livro que li sobre a relação entre a cultura e o evangelho do holandes Rookmaaker, fala sobre a necessidade ou não de justificar a arte. O autor começa com a crise atual da arte devido a crise de cosmovisão não tem mais significação.


O autor começa o livro falando sobre o papel do artista em si, que antes da revolução comercial era apenas um artesão, passou a ser um artista reconhecido pela sua obra em si e, enfim, a obra de arte- invenção da categoria de obra de arte. Produção artística tomou valor em si na renascença. 


A arte passa a ser uma religião irreligiosa, onde a arte passa ser um fim em si mesma. 


A crise começou no sec. XVIII e a resposta da igreja qual foi...A igreja se ausentou, esquecendo-se de que Deus é Deus e é o Deus da criação. 








domingo, novembro 20, 2011

Marcos 7:24-37

 E, levantando-se dali, foi para os territórios de Tiro e de Sidom. E, entrando numa casa, queria que ninguém o soubesse, mas não pôde esconder-se,7.25   porque uma mulher cuja filha tinha um espírito imundo, ouvindo falar dele, foi e lançou-se aos seus pés.7.26   E a mulher era grega, siro-fenícia de nação, e rogava-lhe que expulsasse de sua filha o demônio..27   Mas Jesus disse-lhe: Deixa primeiro saciar os filhos, porque não convém tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos.7.28   Ela, porém, respondeu e disse-lhe: Sim, Senhor; mas também os cachorrinhos comem, debaixo da mesa, as migalhas dos filhos.7.29   Então, ele disse-lhe: Por essa palavra, vai; o demônio já saiu de tua filha.7.30   E, indo ela para sua casa, achou a filha deitada sobre a cama, pois o demônio já tinha saído. 7.31   E ele, tornando a sair dos territórios de Tiro e de Sidom, foi até ao mar da Galiléia, pelos confins de Decápolis. 7.32   E trouxeram-lhe um surdo, que falava dificilmente, e rogaram-lhe que impusesse as mãos sobre ele. 7.33   E, tirando-o à parte de entre a multidão, pôs-lhe os dedos nos ouvidos e, cuspindo, tocou-lhe na língua. 7.34   E, levantando os olhos ao céu, suspirou e disse: Efatá, isto é, abre-te. 7.35   E logo se lhe abriram os ouvidos, e a prisão da língua se desfez, e falava perfeitamente.  7.36   E ordenou-lhes que a ninguém o dissessem; mas, quanto mais lho proibia, tanto mais o divulgavam.  7.37   E, admirando-se sobremaneira, diziam: Tudo faz bem; faz ouvir os surdos e falar os mudos.



1. Ser pai -

Para entendermos esta história que narra Marcos, temos que entender que existem covardes e corajosos neste mundo, mas também existem pais. Se seu filho está numa situação ruim, você faz aquilo que precisa ser feito para salvar seu filho. Você não pensa duas vezes.

Jesus está numa região fora da Galíleia, e uma mulher que não é judia entra na casa sem convite e implora que Jesus salve sua filha possessa por demônios. Ela sabia que não poderia estar ali,mas ela é uma mãe que sabe que apenas Jesus pode libertar sua filha.

Então, esta mulher entra nesta casa, ajoelha-se perante Jesus e implora que Ele salve sua filha. Jesus responde a ela da seguinte forma:

Deixa primeiro saciar os filhos, porque não convém tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos

Não se trata de um insulto, e sim de uma parábola. Para entendermos temos que entender o amor dessa mãe pela sua filha, e o amor de Deus pelos seus filhos, o povo de Israel. Jesus estava dizendo que veio para as ovelhas perdidas de Israel,  Ele tinha vindo mostrar para Israel que ele era o cumprimento da lei. Ele estava dizendo o seguinte: há uma ordem aqui, como na sua família, primeiro eu veio para resgatar os meus, depois vou cuidar dos outros.

Mas a resposta da mulher foi deslumbrante.

Sim, Senhor; mas também os cachorrinhos comem, debaixo da mesa, as migalhas dos filhos

Sim, Senhor eu sei que a família vem primeiro, mas também os cachorrinhos comem da mesa também. Ela entendeu que não era de Israel, que não adorava o Deus dos israelitas. E assim, ela não tinha um lugar na nessa. Ela aceitava isto.

Hoje em dia, nossas igrejas estão lotadas de pessoas dizendo: "Deus, me dê o que eu mereço, eu tenho feito tanto para o Senhor. Onde estão os meus direitos?". Mas, esta mulher não faz nada disso, ela diz me dê o que eu não mereço porque sua bondade pode me dar, e eu preciso disso agora.

A resposta de Jesus foi que resposta maravilhosa, inacreditável. Esta mulher foi a primeira pessoa a entender uma parábola de Jesus, ela entendeu que na mesa de Jesus há tanta fartura que até mesmo aqueles que não estão na mesa podem comer e se saciar dEle. Ela entendeu Jesus melhor que os israelitas, melhor que os discípulos que a procuraram afastar.

Ela não se afastou de Jesus com remorsos, ela era uma mãe em busca do melhor para seus filhos, não estava buscando o consolo em roupas, presentes, nova educação, ela buscou a fonte que poderia transformar sua filha, a única. E ela sabia que esta fonte era transbordante.

Hoje, há muitos pais que não mais procuram a real felicidade para os seus filhos buscam dar tantas coisas para trazer uma felicidade que não existe, há uma fartura de brinquedos, equipamentos, roupas e não há uma migalha sequer da graça de Deus.

Precisamos acordar, precisamos implorar para o Senhor que nos alimente, porque uma migalha apenas caída da mesa do Mestre pode mudar toda a nossa vida.

2. Por quê Ele pode? (Mc. 7, 31-37)

A seguir, Marcos nos conta a história de um surdo-mudo, que trazem ao encontro de Jesus  na região da Decápolis. Jesus toma este homem sai da multidão, toca seus ouvidos, toca sua boca, toma sua saliva e coloca na boca do home, olha para cima, e diz- Esteja aberto. 

Você poderia pensar que Jesus estava fazendo um ritual para o milagre, mas nada disso. Lembre-se Jesus saiu com este homem da multidão, ele não faz isto para atrair a atenção de ninguém, e nem porque precisava fazer, ela esta fazendo isto porque aquele homem precisava disto.

Jesus estava se identificando com aquele homem, tocar seus ouvidos e boca seria como uma linguagem de sinais. O suspiro de Jesus é a prova disso, é uma expressão de dor, Jesus está conectado com aquele homem em sua alienação e isolamento.

Há uma palavra aqui usada para descrever o estado daquele homem que só aparece duas vezes na Bíblia é moglilalos, ela está em Isaías 35:5, Marcos está dizendo você esta vendo o surdo ouvir, o cego ver, o coxo ser curado, Jesus está entre nós. 

Mas, Isaías 35 também fala que a vingança do Senhor virá e sua retribuição, Jesus não veio com espada, não trouxe essa vingança. Não, ele não veio com a ira, mas sim carregou a ira de Deus sobre si,

Conforme diz Isaías 53,  na cruz,  o Filho de Deus foi lançado fora, foi desprezado, rejeitador dentre os homens, como um cachorro que não tem migalhas. Como ovelha muda foi sacrificado por cada um de nós.

Muitos pais hoje estão surdos-mudos não sabem ouvir seus filhos e entender a situação deles, como também são incapazes de falar, de dar a verdadeira solução para seus problemas e angústias, Jesus hoje, quer que você entenda como aquela mulher que na mesa dele, apenas uma migalha da graça pode transformar toda uma família.


Bibliografia:

KELLER, Timothy  The King´s Cross 

LOPES, Hernandes Dias  O Evangelho de Marcos


sábado, novembro 12, 2011

Alex Ross: Escuta Só

O livro de Alex Ross ( www.therestisnoise.com ) é um manual de música, de como a chaconna gerou a música pop. Mas, mais do que isto, Ross tem um livro que entra naquele gosto curioso-geral assim como os livros de Allain de Botton, Oliver Sacks, Bill Bryson. 




Para saber mais, veja esta longa entrevista do autor  no SOUNDNOTION 




SoundNotion 42: The One with Alex Ross from SoundNotion on Vimeo.

sexta-feira, novembro 11, 2011

Francis Schaeffer : A Arte e a Bíblia



Schaeffer parte da seguinte premissa teológica: Deus fez o homem todo, em Cristo o homem  todo é redimido, Cristo é o Senhor do homem todo agora e Senhor da vida cristã toda e, no futuro, quando Cristo retornar, o corpo será ressuscitado dentre os mortos e o homem todo terá uma redenção completa.

A concepção de totalidade do homem e do senhorio de Cristo, o cristão deve usar a arte para glorificar a Deus, não simplesmente como propaganda evangelística, mas como algo belo para a glória de Deus. Uma obra de arte pode ser, em si, uma doxologia (p.19).

Schaeffer aborda a proibição do decálogo de não fazer imagem em escultura e compara com a construção do tabernáculo, em especial, a feitura dos dois querubins em Ex. 25, se tratava de arte figurativa, uma estatuária representando os anjos deveria ser colocada no Santo dos Santos.


No templo, havia duas colunas de ornamentação, 2Cr 3:16-17.




Sobre o livro de cantares, Schaeffer fala:


"Os cristãos  geralmente pensam que as questões sexuais são secundárias. De acordo com a Palavra de Deus, jamais- jamais- devemos pensar assim. O ser humano como um todo é feito para amar a Deus, cada aspecto da natureza do homem tem seu lugar. Isto inclui o relacionamento sexual, esta extraordinária relação entre um homem e uma mulher. No início de tudo, Deus deu Eva ao homem. Portanto, um poema de amor pode ser belo. Assim, se você é um jovem que ama uma moça ou uma jovem que ama um moço, você pode, de fato, escrever belos poemas de amor. Não tenha medo, isto também pode ser um louvor a Deus. E quando as duas pessoas são cristãs, tal poema pode ser uma doxologia consciente" p. 34

sexta-feira, novembro 04, 2011

Rede Social

Somente agora vi o filme a rede social, sobre a criação do facebook.com . O filme vai além da simples criação e dos problemas em torno da sua criação. O filme mostra um cenário virtual que começa a tomar conta dos relacionamentos mais básicos da humanidade.


O facebook foi pensado como um produto que não tem fim, que se reforma e acomoda mais e mais pessoas em suas necessidades de expressão - física  ou mental -. 


 O site de relacionamentos foi criado por uma pessoa bem anti-social, mas que teve a sagacidade de entender a sua mesma necessidade em seres profundamente sociais. 


O filme vale ser visto e revisto, baseado no livro EFEITO FACEBOOK, é bem recomendado ler outro livro AMOR LIQUIDO de Bauman.


http://www.digestivocultural.com/ensaios/ensaio.asp?codigo=123&titulo=A_fragilidade_dos_lacos_humanos
http://amorliquidolivro.blogspot.com/search/label/1.%20Apaixonar-se%20e%20desapaixonar-se

quarta-feira, novembro 02, 2011

Mauricio Cunha e Beth Wood: Reino entre nós

Não é mais um livro de missão integral, talvez, seja o mais esclarecedor deles. Realmente é um livro que traz conceitos e práticas do que é missão integral. 

No primeiro capítulo, os autores falam sobre a concepção de Reino de Deus, um reino que santifica o comum, "traz completa transformação. Em outras palavras, não há como nos mantermos comprometidos com o reino de Deus sem nos envolvermos em questões de justiça social, denúncia do opressor, violência, prostituição, miséria, saúde, etc".

O conceito inicial é a redenção, o reino é visto como redenção de todas as coisas, através do evangelho. Os autores revisam a história bíblica-humana a partir de quatro seções- espiritual, relacional, sabedoria e físico.  A parte espiritual é a vida da comunhão entre Deus e o homem, a relacional os relacionamentos entre os homens, o aspecto físico é a relação homem com a natureza em suas necessidades e mordomia e, por último, a sabedoria, que consiste em entender e se submeter à ordem da perfeita criação de Deus.


Estes quatro aspectos da criação ao longo da história humana-bíblica foram sofrendo alterações, a primeira delas resultou da queda do homem ( Espiritual Gn 3. 8-10, Sabedoria Gn 3.6, Relacional Gn 3, 12-13 e Fisico Gn. 3,16-19). Os autores colocam que houve dois outros modelos pós queda - o povo de Israel (Gn 12:3 , Espiritual - comunhão restaurada, Relacional - Gn. 3:12-13, Sabedoria - saúde e agricultura e Física - novas diretrizes) e os profetas (  Espiritual - Jr. 29, Sabedoria  Mq 6. Relacional Is 32 e Físico 
Is. 35).


A vida de Jesus, Ele cresceu em graça diante de Deus, espiritual, diante dos homens, relacional, em sabedoria e em estatura.


Capítulo 2- O coração de Deus para com os pobres. 




Os autores levantam o paradigma da necessidade dos pobres em nossas vidas, contrariando um pensamento comum, os pobres servem de exemplo para nós, e não o oposto!  Foia  viúva pobre que serviu de exemplo em ofertar para os discípulos - Mc. 12:41-44.