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quarta-feira, maio 02, 2012

O Homem Espiritual - A Alma.


Na terceira parte do livro de Watchman Nee,  vai tratar da segunda parte do ser humano, que é a alma. O primeiro ponto desta terceira parte falará sobre a a libertação do pecado e a alma humana.

Nee parte de Romanos 6, a libertação acontece no momento em que o pecador aceita ao Senhor Jesus como salvador e nasce de novo. 



Alguns trechos:
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E é por meio deste corpo que o pecado consegue expressar-se, pois de outro modo seria um poder invisível. Para recapitular, pois, o pecado é o poder que nos arrasta a pecar. O velho homem é a parte não corporal que herdamos de Adão. O corpo de pecado é o elemento corporal que herdamos de Adão. O processo de pecar segue esta ordem: primeiro, o pecado; em seguida, o velho homem; finalmente, o corpo.
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A Bíblia nunca nos instrui a que crucifiquemos a nós mesmos. Precisamente nos diz o oposto. Nos ensina que quando Cristo foi ao Calvário, nos levou com ele e ali nos crucificou. Não instrui a nos crucificarmos a nós mesmos; em vez disso as Escrituras nos asseguram que nosso velho homem foi tratado no momento em que Cristo foi à cruz.
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O pecado já não pode tentar o crente porque é um novo homem; o velho morreu. A ocupação do corpo era antigamente a de pecar, mas este corpo de pecado agora está sem ocupação, posto que o velho homem foi posto de lado.
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Quando Deus diz que nosso velho homem foi crucificado, consideramo-nos mortos; quando Ele insiste em que estamos vivos, consideramo-nos vivos.
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Deveríamos aprender a viver em Cristo pela fé, nunca nos considerando fora dEle. Aprendamos a crer diariamente que estamos em Cristo e que tudo o que é verdade Dele é verdade nossa.
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Temos que enfatizar que ser libertado do poder do pecado significa meramente que «nosso corpo» foi libertado. (Naturalmente, nossa redenção perfeita, que também inclui a libertação da presença do pecado, encontra-se ainda no futuro.) A vida da alma, sobre a qual nos apoiamos, não foi tratada ainda.
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Essa vida é inteiramente distinta da nova vida que o Espírito Santo nos dá por ocasião do novo nascimento. O que o Espírito Santo compartilha é a vida incriada de Deus; essa outra é só a vida criada do homem. O Espírito Santo nos concede um poder sobrenatural; a outra é meramente a natural.
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A vida da alma proporciona a energia para executar tudo o que se manda. Se reger o espírito, a alma será dirigida pelo espírito a exercer seus atos de vontade, ou decidir, ou operar conforme o desejo do espírito; entretanto, se reinar o pecado no corpo, a alma se verá arrastada pelo pecado a usar sua volição para decidir ou fazer o que o pecado deseja.
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Porque vemos que a vida da alma continua, embora a cruz tenha tratado a natureza pecaminosa do crente. É verdade que cada pecado irrompe dessa natureza pecaminosa, com a alma sendo simplesmente uma serva disposta; entretanto, a alma como herdada de Adão está infectada com a queda de Adão.
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Depender da vida da alma para realizar o desejo do espírito é usar força natural (ou humana) para realizar bondade sobrenatural (ou divina).
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A experiência do crente de ser libertado do pecado pode inclusive continuar, mas nem por isso vai ser feito perfeito. Não tratou ainda inexoravelmente com seu «eu».
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O triunfo sobre o pecado é como uma porta: dá-se um passo, e já se está dentro; o triunfo sobre o eu é como um atalho: anda-se por ele, e se continua andando pelo resto de seus dias. Uma vez derrotado o pecado, somos chamados a vencer a nós mesmos — inclusive a melhor parte de nós, o eu cheio de zelo e religioso —, e isto a cada dia.
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Um cristão espiritual, portanto, é aquele cujo espírito é guiado pelo Espírito de Deus; recebe o poder para seu caminho diário de vida através do Santo Espírito que reside em seu espírito; não permanece na terra procurando fazer sua própria vontade, mas sim a vontade de Deus; não confia em sua sagacidade para planejar e executar seu serviço a Deus.
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O andar pelo Espírito Santo não é só não cometer pecado mas também não permitir que continue o eu.
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O Espírito Santo reside de modo genuíno em seu espírito e lhes concedeu a experiência de vencer o pecado por meio da operação da cruz.
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Se um crente andar conforme com o Espírito de Deus, não vai originar ou reger nada; em vez disso vai esperar quietamente a voz do Espírito Santo, que ouvirá em seu espírito intuitivamente, e assumirá por sua parte uma posição subordinada.
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Muitos crentes anímicos adotam uma atitude de justiça própria, embora freqüentemente seja difícil perceber. Aferram-se tenazmente às mínimas opiniões. Sem dúvida, é correto manter as doutrinas básicas e essenciais da Bíblia, mas certamente podemos nos permitir conceder certa margem de tolerância em questões menores.
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Os cristãos carnais têm uma marca comum: a verbosidade. Suas palavras deveriam ser poucas, sabem muito bem, mas se vêem impulsionados a discussões intermináveis, com a emoção mais entusiasta. Carecem de controle de si mesmos na fala; uma vez que tenham aberto a boca, a mente parece não ter rédeas para freá-la. As palavras saem como uma avalanche.
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Isso é característico da obra do cristão anímico. Os cristãos carnais se desanimam facilmente por causa de MEUS esforços. Falta-lhes a tranqüila confiança que se apóia em Deus para fazer a obra.
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A tendência a apressar-se marca com freqüência aos que partem ao ritmo de sua alma. Não esperam a Deus. Tudo o que fazem é precipitado, impetuoso, com pressa. Operam, mais por impulso que por princípios. Inclusive na obra de Deus, estes cristãos são impulsionados por seu zelo e paixão, até o ponto que não podem esperar que Deus deixe clara sua vontade e seu caminho.
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Para eles, o fazer a obra do Senhor é de importância suprema, mas com freqüência se esquecem de que o Senhor é o que dá a obra. A obra do Senhor ocupa o centro, mas o Senhor da obra retrocede ao fundo.
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Devido a que não estão enraizados em Deus e, portanto, não aprenderam a esconder-se nele, as pessoas carnais desejam ser vistas. Procuram posições proeminentes na obra espiritual. Se assistem a reuniões esperam serem ouvidos, embora eles não escutem a outros. Experimentam um gozo inexprimível quando são reconhecidos, respeitados e recebem homenagem.
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O fato de termos experiências espirituais não nos faz espirituais. Só depois de libertos do pecado e do eu, podemos ser considerados espirituais.
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As manifestações da vida da alma geralmente podem ser classificadas em quatro divisões: - força natural; - envaidecimento, dureza e inflexibilidade para com Deus; - sabedoria própria, com muitas opiniões e planos; - busca de sensações emocionais nas experiências espirituais.
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Podemos resumir isso dizendo que a tendência da alma caída é a de fazer os crentes andarem segundo seu poder natural, servirem a Deus com sua força e conforme a suas idéias, desejar sensações físicas no conhecimento do Senhor ou no experimentar da Sua presença, e compreender a Palavra de Deus com o poder de sua mente.
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Com afã admiram a Palavra de Deus, mas procuram conhecimento somente para satisfazer a aspiração de sua mente; resistem a esperar que Deus lhes dê sua revelação no seu devido tempo. Sua busca da presença de Deus, o ser conscientes de sua misericórdia e proximidade, não é por amor a Deus, mas sim para sua própria felicidade. Fazendo isso, não estão amando ao Senhor, mas ao sentimento que os renova e lhes permite a glória do terceiro céu. Toda sua vida e seu trabalho elevam o eu como seu centro. O que querem é ter o gozo de si mesmos.
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O Espírito de Deus necessita da cooperação do espírito humano para levar os crentes em triunfo em seu caminhar diário e prepará-los para as plenas obras designadas por Deus.
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Daí que não podemos nos aproximar da cruz e reclamar só a salvação pela substituição, sem ao mesmo tempo aceitar a libertação por meio da identificação. Uma vez que tenhamos recebido, pela fé no Senhor, ao Salvador pessoal, seremos guiados pelo Espírito Santo, que nos reveste a desejar a experiência da morte conjuntamente com Cristo, independente do muito ou do pouco que compreendamos a identificação.
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A cruz nunca se limita a sua obra exterior. Vai operar mais e mais profundamente em nós até que a velha criação seja crucificada por completo na experiência. Seu objetivo é deixar completamente de lado tudo o que pertence a Adão.
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