terça-feira, setembro 11, 2012

A realidade da tentação.

Na tentação, somos levados para mostrar quem realmente somos e o tamanho da nossa carência de Deus. Nela, somos tentados a viver uma vida de falsidade com Deus,  libertos da vontade divina e, até mesmo, chegamos ao ponto de duvidar da bondade do Senhor.

A tentação mostra o pior de nós mesmos, que é a essência de nosso velho eu. O tempo da tentação nos leva a ficarmos cada vez mais áridos e insensatos e, termina, por se transformar num argumento que temos perante Deus, para falsear a vida, se libertar dEle duvidando de sua soberania.

Nos colocamos como os próprios juízes e senhores de Deus.

Não enxergamos que Deus está, na verdade, destruindo esta torre de Babel de orgulho que fizemos para nós mesmos.  Por isto, Deus deve nos lançar num mar de incerteza e sem descanso para que possamos ter a sua paz.

O mais tenebroso da tentação é que nela a razão começa a operar para justificar coisas erradas em nós, começamos a julgar a todos sem ouvir, começamos a profetizar sem orar, começamos a nos sentir com deus. O grande problema da tentação não está no fruto a ser comido, mas no coração do homem que não enxerga nada além de suas próprias razões e justificativas.

Achamos que nossas boas obras podem evitar quem somos, pode melhorar a nossa alma, passando um verniz por fora, e no momento seguinte, na primeira realidade contrária, explodimos tudo aquilo que não presta que habita dentro de nós.

Na tentação, homem se encontra na solidão do deserto, suas palavras são apenas vociferações, não trazem alimento qualquer. Um deserto árido de fome e sede, onde as bestas saem e entram em seu coração fechado aos anjos que procuram servir.

Na tentação, se mistura a sequidão da boca com a amargura do coração, ficamos apenas com o pó que somos, sem o hálito de Deus para refrescar.

Na tentação, a dor aumenta conforme há uma recusa em orar e uma pressa em justificar, há uma sede de falar e uma irritação em ouvir, há mais busca por honra do que o oferecer gratidão. A tentação tem muita gritaria e cegueira, pouca reflexão e visão.

Nela, vemos como é a nossa vida desligada de Deus, quando ficamos nesse mundo por nós mesmos. Sobra para nós, apenas palavras vazias e muito orgulho, o inchaço é tanto apesar da sequidão que não há espaço para amor, fé e esperança.

Palavras, teologias, conhecimento não resolvem nada aqui. Pois todo o raciocínio é apenas mais um tentativa de se colocar como deus de Deus.

A realidade do sofrimento, a carência de nossa vida é que abre este inferno em nossa vida, são eventos reais, que achamos que nunca acontecem em nosso jardim, apenas no vizinho.

A carta chega em nossa casa,  e Deus permanece em silêncio. Começamos a falsear a vida, pensando que estaríamos livres de todo mal, porque fazemos tanta coisa boa. Será? Ele mesmo não passou por isto também? Como a serpente no Edem, começamos a falsear o plano de Deus para nossa vida, pois queremos nós mesmos sermos os planejadores.

Se você for filho de Deus, batizado e batizado, dizimista, servo fiel nada disso poderia ter acontecido... Eis o ponto do inimigo, duvidar de Deus em sua bondade e fidelidade. Agora, se prostares me adorares, tudo mudará. Eis a tentação!


Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.

Para acreditarmos nisto, temos que ver a vida além dos nossos interesses, vontades e desejos, temos que morrer para nós mesmos. A tentação mostra a cada um de nós a realidade de que a vida só pode ser vivida depois de estivermos mortos com Cristo.

Para enxergarmos os outros além do nosso juízo, para ouvirmos e acreditarmos nas promessas de Deus além do nosso cálculo frio do temor e egoísmo, para amarmos alguma coisa além de nós mesmos e nosso orgulho, somente se neste deserto encontrarmos aquele que morreu.

Na tentação, o crente conhece a si mesmo da melhor (pior) maneira possível. Mas, também conhece Deus que fez irmão com ele no deserto, passou por sofrimento, solidão e   fome, mas tinha uma barriga cheia de amor, esperança e fé.

Quando nossos interesses, desejos e vontades são contrariados, a tentação está espreita. Mas, lembre-se sempre a vida não é só de pão. Certa vez, eu ouvi alguém dizer uma verdade: você só conhece alguém quando diz não para ela. 

A vida neste mundo é de espinhos e abrolhos, de muitos nãos e desertos, a realidade pode ser cruel. Mas, não deixe ela entupir seus ouvidos e cegar seus olhos, quem nos dá tudo é o Pai, e não nosso braço. 

Ouvir é melhor que falar.
Ver é melhor do que achar.
Amar é melhor que culpar.

O deserto mostra realmente pelo que você vive! Por isto, ele é bem vindo, pois lá há anjos para servirem você.


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