Os delírios da Razão de Estado criam inimigos, criam bichos em vez de gente, vamos nos atrofiando aos nossos sentidos e estômago, nada mais resta que uma visão pertubada e delirente do opressor miope de medo e do oprimido com raciocínio cego de pancada.
Numa época sem época, J.M. Coetzee escreve, na sua maneira visceral, um novel do nosso tempo antes do tempo, um romance do medo do outro e de nós mesmos quando viramos bicho.
Um juiz de aldeia em meio a uma uma invasão da metrópole para reprimir uma invasão dos bárbaros.
Sinopse
O cenário é um lugarejo poeirento na província ocidental de um certo Império. Um magistrado sem nome toca adiante sua rotina de funcionário correto a serviço de uma ordem que não lhe cabe questionar - recolhe impostos, dita sentenças e pouco se ocupa dos bárbaros maltrapilhos que perambulam a esmo pelo deserto escaldante. Nas horas vagas, abandona-se à melancolia e à escavação de ruínas próximas, cobertas pela areia. Seus dias de modorra moral são interrompidos pela chegada do coronel Joll, emissário de uma misteriosa Terceira Divisão de 'guardiães do Estado'. Especialista nas artes do 'interrogatório', Joll vem da capital para investigar um suposto movimento de sedição entre os bárbaros. Os rumores a respeito são mais que tênues, o que não impede Joll de torturar prisioneiros, disseminar a histeria xenófoba e silenciar dissidentes - entre os quais o Magistrado. 'À espera dos bárbaros' reitera as preocupações éticas que movem toda a prosa de J.M. Coetzee. O romance parte das encruzilhadas da população branca no apartheid sul-africano para construir uma profunda meditação sobre a natureza do poder absoluto, da censura, do compromisso e da moral em tempos difíceis.
Crítica.
Numa época sem época, J.M. Coetzee escreve, na sua maneira visceral, um novel do nosso tempo antes do tempo, um romance do medo do outro e de nós mesmos quando viramos bicho.
Um juiz de aldeia em meio a uma uma invasão da metrópole para reprimir uma invasão dos bárbaros.
Sinopse
O cenário é um lugarejo poeirento na província ocidental de um certo Império. Um magistrado sem nome toca adiante sua rotina de funcionário correto a serviço de uma ordem que não lhe cabe questionar - recolhe impostos, dita sentenças e pouco se ocupa dos bárbaros maltrapilhos que perambulam a esmo pelo deserto escaldante. Nas horas vagas, abandona-se à melancolia e à escavação de ruínas próximas, cobertas pela areia. Seus dias de modorra moral são interrompidos pela chegada do coronel Joll, emissário de uma misteriosa Terceira Divisão de 'guardiães do Estado'. Especialista nas artes do 'interrogatório', Joll vem da capital para investigar um suposto movimento de sedição entre os bárbaros. Os rumores a respeito são mais que tênues, o que não impede Joll de torturar prisioneiros, disseminar a histeria xenófoba e silenciar dissidentes - entre os quais o Magistrado. 'À espera dos bárbaros' reitera as preocupações éticas que movem toda a prosa de J.M. Coetzee. O romance parte das encruzilhadas da população branca no apartheid sul-africano para construir uma profunda meditação sobre a natureza do poder absoluto, da censura, do compromisso e da moral em tempos difíceis.
Crítica.
O Estado de S. Paulo / Data: 7/5/2006
História de "bárbaros", sem engodo
Ficção do sul-africano John Maxwell Coetzee mina o humanismo original que já foi o melhor de nossas esperanças
Wilson Bueno
O Prêmio Nobel sul-africano, J M. Coetzee , 66 anos, único escritor de língua inglesa duas vezes agraciado também com o (importante) Booker Prize, está de volta às livrarias brasileiras, agora com a reedição de À Espera dos Bárbaros , livro que, lançado no País em 1984, ninguém soube ninguém viu, em mais uma destas pitorescas curiosidades editoriais que marcam a cena cultural tupiniquim. Necessária, muitas vezes, a chancela de láureas internacionais de relevo para que determinados artistas passem efetivamente a existir cá por estas plagas.
Não poderia ser diferente com os últimos títulos de Coetzee publicados no Brasil mas sobretudo com o oportuno relançamento de À Espera dos Bárbaros, soberbo romance de 1980, prova visível e concreta, diga-se logo, de que se a grande arte tem uma marca esta é a de sua olímpica atemporalidade. Atualíssimo, pertinente, e principalmente profético, trata-se de uma autêntica alegoria de nossa contemporaneidade.
Distinguido por todas as letras, creiam, pela "ambiência" do arrepiante e tumultuário início deste terceiro milênio, marcado a ferro e fogo pelo horror do inusitado e pelas repulsivas surpresas que à toda hora despencam sobre nossas cabeças, o romance de Coetzee é mais, bem mais que um romance. Trata-se, senhores, de uma fábula cruel, agudamente prenunciadora da barbárie civilizatória que permeia o nosso tempo e mina o propalado humanismo original que um dia foi o melhor de nossas esperanças.
Fiel herdeiro da tradição romanesca de nossa época e tributário dos titãs literários que fizeram, do século XX, o século dos mais radicalizados disturbamentos artísticos dos últimos tempos, não sem razão o doutorado que Coetzee realiza, com menos de 28 anos, na Universidade do Texas, EUA, versa sobre Samuel Beckett. Uma escrita que bate de frente com o engodo aventuresco de histórias, invariavelmente malcontadas, para abraçar, em oposição, o que na velha ars litteraria é bruxedo e ofício encantatório.
Metaficção por excelência, seja na série de obras centradas na impagável Elizabeth Costello, ou mesmo na cáustica alegoria deste À Espera dos Bárbaros, um livro, além de fundamental, necessário, que mais não seja, para a própria "vitalização" da quase sempre combalida arte da escrita. Como é da natureza de toda metaficção que se preze, agudiza o sentido ou os sentidos a que se propõe a literatura, impedindo-a que caia na vala comum dos romanções mal-ajambrados. Ou ao menos marcando com isso indisfarçável "diferença" ante a banalidade narrativa o mais das vezes vigente, aqui ou alhures.
Sem dispensar enredo e história, mas tornando-os, ao contrário, literariamente convincentes, propósito primeiro, sabemos, de toda escrita, À Espera dos Bárbaros tem como cenário as fronteiras de um hipotético império constantemente ameaçado pelos bárbaros cujos territórios foram usurpados pela sanha expansionista que é a marca, aliás, de todo império digno deste nome. Qualquer semelhança com países vivos ou mortos não é mera coincidência...
O elemento que, à primeira vista, poderia passar despercebido em 1980, quando o livro foi originalmente publicado, diz respeito aqui à estratégia com que os bárbaros tentam recuperar as terras surrupiadas pelo Império e não só as terras, como também a retomada de toda a sua, digamos, organização social e política. Isto se aos bárbaros não fosse negado sequer o direito de constituí-la. Sem tirar nem pôr - como na nova barbárie ao contumaz alcance de nossos narizes, os bárbaros de J. M. Coetzee não têm face nem bandeira. Atacam na sombra, minam terrenos e explodem comboios, numa guerra surda e sem trégua. Nem sequer o nome ou a cara de seus líderes são visíveis, mesmo à luz do dia. De novo, qualquer semelhança com o mundo em que vivemos, não é, podemos alertar, uma ilusão de ótica.
Massa crítica, ainda que culposa, de todo o desenrolar do romance é a figura indelével do Magistrado. Embora a serviço do Império e às voltas com regras e jurisprudências que, por dúbias, já caducaram, além de viver permanentemente na ambígua fímbria entre dominadores e dominados, acaba vítima, como não poderia deixar de ser, das próprias leis que, por muito tempo, entre a arrogância e a displicência, defendera. Teme os bárbaros; vigia, da cidadela onde estão montados casas, escritórios e tribunais, a onisciente ameaça das hordas famintas e belicosas, dispostas sempre a retomarem o que lhes foi subtraído.
Isto até se defrontar com uma obscura Terceira Divisão da Guarda Civil, de zelosos vigilantes do Estado, comandada pelo famígero coronel Joll e seus ainda mais assustadores prepostos. A serviço do comando central do Império, chegam até aqueles longínquos limites, determinados a eliminar pela raiz um suposto movimento de sedição entre os bárbaros que vagam, e uma que outra vez se insinuam, nas proximidades da autêntica fortaleza em que está instalado o Magistrado e pequena povoação de súditos.
Não precisa dizer o quanto frustra e vã se revela a expedição do coronel Joll, cuja tática não é propriamente a da guerra, do corpo a corpo a que a soldadesca imperial - no livro como na vida -, cada vez mais, e melhor, se recusa. Não, a estratégia de Joll e de seus lugar-tenentes é a dos aviltantes interrogatórios, a da tortura odiosa e assumida. A que acaba arrancando do inimigo, sobretudo inocente, não a verdade, mas o delírio de quem frente à dor insuportável, confia ao verdugo os "segredos" com que, em última análise, ele, o verdugo, já devaneava... Um mau negócio para algozes e vítimas, sem dúvida, mas que, parece, se tornou a rotina em nossa aflitiva atualidade.
Enquanto isso, facções bárbaras, mesmo geograficamente diversas, se unem contra o inimigo comum, num somatório de pequenos atos e sabotagens que, aos poucos, vão minando irremediavelmente os conquistadores. E, quando isto acontece, tanto para os guardiães do império imaginário de John Maxwell Coetzee, como - ainda outra vez - para os dos concretos impérios da modernidade, só resta uma saída: bater em retirada, as carroças entulhadas dos saques perpetrados contra os próprios súditos aos quais em princípio vieram para defender. Fugas em massa, humilhantes deserções, capitulações vergonhosas.
Seja na pungente alegoria deste À Espera dos Bárbaros ou na realidade nua e crua que os telejornais despejam em nossas salas todos os dias, dispensável informar detalhes de como este tipo de história termina; quando termina.
Um romance antológico e que reafirma, em grande estilo, a sagrada virtú do "vaticínio", que é, a um tempo, fulgor e maldição, de toda grande literatura.
Trecho
Não queria me envolver nisso. Sou um magistrado rural, um alto funcionário do Império, e estou completando meu tempo de serviço nesta fronteira pacata, à espera da aposentadoria. Recolho o dízimo e os impostos, administro as terras comunais, abasteço a guarnição militar, supervisiono os funcionários novos, que são os únicos que temos aqui, controlo o comércio, presido o tribunal de justiça duas vezes por semana. No mais, contemplo a alvorada e o pôr-do-sol, como, bebo e estou satisfeito. Espero merecer três linhas na Gazeta Imperial ao morrer. Nunca pedi mais que uma vida tranqüila em tempos tranqüilos. No ano passado, contudo, começaram a chegar notícias da capital sobre a inquietação entre os bárbaros. Mercadores que viajavam por estradas seguras foram atacados e saqueados. O roubo de gado cresceu em escala e em audácia. Um grupo de funcionários do censo desapareceu e foi encontrado enterrado em cova rasa. Dispararam contra o governador provincial durante uma viagem de inspeção. Houve choques com as patrulhas fronteiriças. Segundo os boatos, as tribos bárbaras
História de "bárbaros", sem engodo
Ficção do sul-africano John Maxwell Coetzee mina o humanismo original que já foi o melhor de nossas esperanças
Wilson Bueno
O Prêmio Nobel sul-africano, J M. Coetzee , 66 anos, único escritor de língua inglesa duas vezes agraciado também com o (importante) Booker Prize, está de volta às livrarias brasileiras, agora com a reedição de À Espera dos Bárbaros , livro que, lançado no País em 1984, ninguém soube ninguém viu, em mais uma destas pitorescas curiosidades editoriais que marcam a cena cultural tupiniquim. Necessária, muitas vezes, a chancela de láureas internacionais de relevo para que determinados artistas passem efetivamente a existir cá por estas plagas.
Não poderia ser diferente com os últimos títulos de Coetzee publicados no Brasil mas sobretudo com o oportuno relançamento de À Espera dos Bárbaros, soberbo romance de 1980, prova visível e concreta, diga-se logo, de que se a grande arte tem uma marca esta é a de sua olímpica atemporalidade. Atualíssimo, pertinente, e principalmente profético, trata-se de uma autêntica alegoria de nossa contemporaneidade.
Distinguido por todas as letras, creiam, pela "ambiência" do arrepiante e tumultuário início deste terceiro milênio, marcado a ferro e fogo pelo horror do inusitado e pelas repulsivas surpresas que à toda hora despencam sobre nossas cabeças, o romance de Coetzee é mais, bem mais que um romance. Trata-se, senhores, de uma fábula cruel, agudamente prenunciadora da barbárie civilizatória que permeia o nosso tempo e mina o propalado humanismo original que um dia foi o melhor de nossas esperanças.
Fiel herdeiro da tradição romanesca de nossa época e tributário dos titãs literários que fizeram, do século XX, o século dos mais radicalizados disturbamentos artísticos dos últimos tempos, não sem razão o doutorado que Coetzee realiza, com menos de 28 anos, na Universidade do Texas, EUA, versa sobre Samuel Beckett. Uma escrita que bate de frente com o engodo aventuresco de histórias, invariavelmente malcontadas, para abraçar, em oposição, o que na velha ars litteraria é bruxedo e ofício encantatório.
Metaficção por excelência, seja na série de obras centradas na impagável Elizabeth Costello, ou mesmo na cáustica alegoria deste À Espera dos Bárbaros, um livro, além de fundamental, necessário, que mais não seja, para a própria "vitalização" da quase sempre combalida arte da escrita. Como é da natureza de toda metaficção que se preze, agudiza o sentido ou os sentidos a que se propõe a literatura, impedindo-a que caia na vala comum dos romanções mal-ajambrados. Ou ao menos marcando com isso indisfarçável "diferença" ante a banalidade narrativa o mais das vezes vigente, aqui ou alhures.
Sem dispensar enredo e história, mas tornando-os, ao contrário, literariamente convincentes, propósito primeiro, sabemos, de toda escrita, À Espera dos Bárbaros tem como cenário as fronteiras de um hipotético império constantemente ameaçado pelos bárbaros cujos territórios foram usurpados pela sanha expansionista que é a marca, aliás, de todo império digno deste nome. Qualquer semelhança com países vivos ou mortos não é mera coincidência...
O elemento que, à primeira vista, poderia passar despercebido em 1980, quando o livro foi originalmente publicado, diz respeito aqui à estratégia com que os bárbaros tentam recuperar as terras surrupiadas pelo Império e não só as terras, como também a retomada de toda a sua, digamos, organização social e política. Isto se aos bárbaros não fosse negado sequer o direito de constituí-la. Sem tirar nem pôr - como na nova barbárie ao contumaz alcance de nossos narizes, os bárbaros de J. M. Coetzee não têm face nem bandeira. Atacam na sombra, minam terrenos e explodem comboios, numa guerra surda e sem trégua. Nem sequer o nome ou a cara de seus líderes são visíveis, mesmo à luz do dia. De novo, qualquer semelhança com o mundo em que vivemos, não é, podemos alertar, uma ilusão de ótica.
Massa crítica, ainda que culposa, de todo o desenrolar do romance é a figura indelével do Magistrado. Embora a serviço do Império e às voltas com regras e jurisprudências que, por dúbias, já caducaram, além de viver permanentemente na ambígua fímbria entre dominadores e dominados, acaba vítima, como não poderia deixar de ser, das próprias leis que, por muito tempo, entre a arrogância e a displicência, defendera. Teme os bárbaros; vigia, da cidadela onde estão montados casas, escritórios e tribunais, a onisciente ameaça das hordas famintas e belicosas, dispostas sempre a retomarem o que lhes foi subtraído.
Isto até se defrontar com uma obscura Terceira Divisão da Guarda Civil, de zelosos vigilantes do Estado, comandada pelo famígero coronel Joll e seus ainda mais assustadores prepostos. A serviço do comando central do Império, chegam até aqueles longínquos limites, determinados a eliminar pela raiz um suposto movimento de sedição entre os bárbaros que vagam, e uma que outra vez se insinuam, nas proximidades da autêntica fortaleza em que está instalado o Magistrado e pequena povoação de súditos.
Não precisa dizer o quanto frustra e vã se revela a expedição do coronel Joll, cuja tática não é propriamente a da guerra, do corpo a corpo a que a soldadesca imperial - no livro como na vida -, cada vez mais, e melhor, se recusa. Não, a estratégia de Joll e de seus lugar-tenentes é a dos aviltantes interrogatórios, a da tortura odiosa e assumida. A que acaba arrancando do inimigo, sobretudo inocente, não a verdade, mas o delírio de quem frente à dor insuportável, confia ao verdugo os "segredos" com que, em última análise, ele, o verdugo, já devaneava... Um mau negócio para algozes e vítimas, sem dúvida, mas que, parece, se tornou a rotina em nossa aflitiva atualidade.
Enquanto isso, facções bárbaras, mesmo geograficamente diversas, se unem contra o inimigo comum, num somatório de pequenos atos e sabotagens que, aos poucos, vão minando irremediavelmente os conquistadores. E, quando isto acontece, tanto para os guardiães do império imaginário de John Maxwell Coetzee, como - ainda outra vez - para os dos concretos impérios da modernidade, só resta uma saída: bater em retirada, as carroças entulhadas dos saques perpetrados contra os próprios súditos aos quais em princípio vieram para defender. Fugas em massa, humilhantes deserções, capitulações vergonhosas.
Seja na pungente alegoria deste À Espera dos Bárbaros ou na realidade nua e crua que os telejornais despejam em nossas salas todos os dias, dispensável informar detalhes de como este tipo de história termina; quando termina.
Um romance antológico e que reafirma, em grande estilo, a sagrada virtú do "vaticínio", que é, a um tempo, fulgor e maldição, de toda grande literatura.
Trecho
Não queria me envolver nisso. Sou um magistrado rural, um alto funcionário do Império, e estou completando meu tempo de serviço nesta fronteira pacata, à espera da aposentadoria. Recolho o dízimo e os impostos, administro as terras comunais, abasteço a guarnição militar, supervisiono os funcionários novos, que são os únicos que temos aqui, controlo o comércio, presido o tribunal de justiça duas vezes por semana. No mais, contemplo a alvorada e o pôr-do-sol, como, bebo e estou satisfeito. Espero merecer três linhas na Gazeta Imperial ao morrer. Nunca pedi mais que uma vida tranqüila em tempos tranqüilos.
estavam se armando; o Império tinha de tomar medidas preventivas, pois, certamente, haveria guerra.
De tal inquietação eu não vi nada. Tenho observado, em particular, que, uma vez em cada geração, infalivelmente, há um surto de histeria com relação aos bárbaros. Não há uma única mulher, ao longo da fronteira, que não tenha sonhado com a escura mão de um bárbaro saindo de sob a cama para lhe agarrar o quadril, um único homem que não tenha estremecido com a imagem de um bárbaro entregando-se à orgia em sua casa, quebrando os pratos, ateando fogo às cortinas, raptando-lhe as filhas. Tais sonhos são conseqüência do ócio excessivo. Mostrem-me um exército bárbaro, então acreditarei.
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