sexta-feira, novembro 30, 2012

Timothy Keller; A Centralidade do Evangelho



A CENTRALIDADE DO EVANGELHO.
Dr. Timothy Keller

Fonte: http://redeemercitytocity.com/content/com.redeemer.digitalContentArchive.LibraryItem/23/The_Centrality_of_the_Gospel.pdf

O evangelho é o elemento central na vida cristã e continuamente renova o crente e a igreja. Delineados neste artigo estão quatorze maneiras nas quais o evangelho impacta o crente e oito modos que nutre a igreja.

Princípio
Em Gálatas 2:14, Paulo coloca um princípio poderoso. Ele lida com o orgulho racial e a covardia de Pedro, declarando que ele não está vivendo “de acordo com a verdade do evangelho”. A partir disto, nós vemos que a vida cristã é um processo de renovar cada dimensão da nossa vida- espiritual, psicológica, corporativa, social- pensando, esperando e vivendo as linhas das ramificações do evangelho. O evangelho é para ser aplicado em cada área do pensamento, do sentimento, relacionamento, trabalho e comportamento. As implicações e aplicações de Gálatas 2:14 são vastas.


Parte 1: Implicações e aplicações.
1ª. Implicação: O poder do evangelho.
Primeiro, Paulo está mostrando para nós que levando a verdade do evangelho para cada área da nossa vida é o jeito de ser transformado pelo poder de Deus. O evangelho é descrito na Bíblia em termos mais surpreendentes. Anjos anseiam em olhar para isto todo o tempo (1Pe 1:12).  Ele simplesmente não nos traz poder, mas é o poder de Deus em si mesmo, como Paulo diz, “Eu não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para salvação” (Rm 1:16). E também é a benção de Deus com benefícios que qualquer um pode ter se chegar perto (1 Co 9:23). Ele é até chamado de própria luz da glória de Deus em si mesmo: “eles não podem ver a luz da gloria de Deus na face de Jesus Cristo” (2Co 4:4,6).
Depois que o evangelho nos regenerou e nos convertemos, ele é o instrumento para todo o crescimento contínuo e progresso espiritual: “Que já chegou a vós, como também está em todo o mundo; e já vai frutificando, como também entre vós, desde o dia em que ouvistes e conhecestes a graça de Deus em verdade” (Cl. 1:6). Aqui nós aprendemos muitas coisas: 1. O evangelho é uma coisa viva (cf. Rm 1:16), como a semente ou a arvore que traz mais e mais nova vida- frutificando e crescendo. 2. O evangelho é “plantado” em nós, de modo que apenas frutificamos quando entendemos sua grandeza e implicações profundas- compreendendo a graça de Deus em toda a sua verdade. 3. O evangelho continua a crescer em nós e nos renovar através de nossas vidas- como tem feito desde quando o ouvimos. Este texto nos ajuda a evitar tanto uma abordagem exclusivamente racionalista ou uma mística para a renovação. Por um lado, o evangelho tem um conteúdo- esta é sua profunda doutrina. Esta é verdade, e especificamente, é a verdade sobre a graça de Deus. Mas, por outro lado, esta verdade é um poder vivo que continuamente expande sua influência em nossas vidas, assim como uma cultura ou uma árvore que crescem, espalham e dominam cada vez mais uma área com suas raízes e frutos.

Implicação 2 – A suficiência do evangelho.
Segundo, Paulo está mostrando que na nossa vida cristã nós nunca “vamos além do evangelho” para algo mais avançado. O evangelho não é o primeiro passo numa escada de verdades, mas, é mais parecido com um centro num círculo de verdade. O evangelho não é apenas o ABC, mas, o A a Z do cristianismo. O evangelho não é o mínimo necessário requerido para entrar no reino, mas o caminho em que fazemos todo progresso no reino.
Não somos apenas justificados pelo evangelho e, então, nos santificamos pela obediência; ao invés disto, o evangelho é o caminho pelo qual crescemos (Gl 3:1-3) e somos renovados (Cl 1:6). É a solução para cada problema, a chave para cada porta fechada, o poder para nos fazer romper cada barreira (Rm 1:16-17). É muito comum na igreja pensar da seguinte forma: “O evangelho é para os não cristãos. Alguém precisa dele para ser salvo. Mas, uma vez salvo, você cresce através de trabalho e obediência”. Mas, Colossenses 1:6 mostra que isto é um engano. Ambas a confissão e “trabalho duro” não são decorrentes ou coerentes com o evangelho, não irão lhes santificar- vão estrangulá-los. Todos os problemas vêm de um fracasso em aplicar o evangelho. Assim, quando Paulo deixou os efésios, ele entregou para eles “à palavra de sua graça, que pode edifica-los” (At. 20:32).
O problema principal na vida cristã, então, é que não temos pensado as profundas implicações do evangelho, nós não temos “usados” o evangelho  em todas as partes da nossa vida. Richard Lovelace diz que os problemas que a maioria das pessoas possui são apenas uma falha de serem orientadas pelo evangelho- um fracasso de compreender e acreditar nele e através dele 1. Lutero diz, “(a verdade do evangelho) é também o principal artigo de toda a doutrina cristã... Mais necessário é, portanto, que nós devemos saber este artigo bem, ensina-lo aos outros, e colocar ele dentro de nossas cabeças continuamente” 2. O evangelho não é fácil compreendido. Paulo diz que o evangelho faz seu trabalho de renovação em nós apenas quando nós entendemos isto em toda a sua verdade. Todos nós em algum grau vivemos em torno da verdade do evangelho em nós apenas como nós entendemos isto em toda a sua verdade. Todos nós vivemos em algum grau em torno da verdade do evangelho mas não “pegamos” isto. Então, a chave para uma renovação espiritual continua e profunda e um avivamento é uma contínua redescoberta do evangelho. A descoberta de uma nova implicação  ou aplicação do evangelho- vendo mais de sua verdade- é um importante estagio de qualquer renovação. Esta é a verdade seja para um individuo ou para uma igreja.



APLICAÇÕES.
Os dois “ladrões” do evangelho.
Desde que Paulo usa a metáfora do “estar em linha com o evangelho”, nós podemos considerar que a renovação do evangelho ocorre quando nós guardamos de andar fora da linha seja para a direita, ou seja, para esquerda. Uma chave para pensar as implicações do evangelho é considerar o evangelho como um terceiro caminho entre os dois enganos opostos. Contudo, nós precisamos entender que o evangelho não é um compromisso de meio-termo entre estes dois polos- isto produz não algo no meio, mas algo diferente de ambos.
““ Tertuliano, um escritor cristão do segundo e terceiro século, diz” Assim como Cristo foi crucificado entre dois ladroes, também esta doutrina da justificação também está crucificada entre dois erros opostos”. Ele quer dizer que aqui estão dois caminhos básicos falsos de pensamento, cada um deles rouba o poder e a distinção do evangelho de nós nos empurrando para um lado ou outro da linha do evangelho. Este dois enganos são muito poderosos, porque eles representam a tendência natural do coração e da mente humana.
(O evangelho é revelado por Deus (Rm 1:17) -  uma mente humana sem ajuda não pode concebê-lo). Os ladroes podem ser chamados de moralismo ou legalismo por um lado e de hedonismo ou relativismo por outro lado. Outra forma de colocarmos isto: o evangelho se opõe tanto a religião quanto a irreligião (veja Mt. 21:31; 22:10). Por um lado, moralismo/religião salientam a verdade sem a graça, por isto diz que nós devemos obedecer a verdade para sermos salvos. Por outro lado, relativismo/irreligião salientam a graça sem verdade, por isto diz que todos nós fomos aceitos por Deus (se é que existe um Deus) e nós temos que decidir o que é a verdade para nós. Ambas as verdades sem graça não são realmente verdade, e “graça” sem verdade não é realmente graça. Jesus era “cheio de graça e verdade”(Jo.  1:14). Qualquer religião ou filosofia de vida que não enfatiza isto ou perde uma ou outra destas verdades caiem num legalismo ou em licenciosidade, e em cada caminho, a alegria, o poder e a libertação do evangelho são roubadas.


O ladrão do moralismo/religião. Como o moralismo/religião roubam a alegria e o poder?
Moralismo é a visão que vocês são aceitos (por Deus, pelo mundo, pelos outros, para si mesmo) através de suas conquistas. Moralistas não precisam ser religiosos, mas, geralmente, os são. Quando eles são, sua religião é bem conservadora e cheia de regras. Algumas vezes, moralistas tem uma visão de Deus como muito santo e justo. Esta visão levara a: a. se auto odiar (porque eles não podem viver de acordo com os padrões) ou b. se auto incharem (porque eles pensam que vivem acima dos padrões). Isto é irônico que os complexos de inferioridade e superioridade possuem a mesma raiz. Se o moralista  vai terminar presunçoso e superior ou esmagado e culpado apenas depende em quão alto os padrões estão e em sua vantagem natural tais como família, inteligência, aparência, força de vontade. Pessoas moralistas podem ser profundamente religiosas- mas aqui não há uma alegria ou um poder que transforma.

O ladrão do relativismo/irreligião. Como o relativismo rouba a alegria e o poder?
Relativistas são usualmente irreligiosos, ou também eles preferem o que se chama de uma religião liberal. Na superfície, eles são mais felizes e tolerantes que as pessoas moralistas e religiosas. Embora, possam ser altamente idealistas em algumas áreas ( tal como a politica), eles acreditam que a necessidade de cada determina o que é certo e errado para si mesmos. Eles não estão convencidos que Deus é juto e deve punir os pecadores. Suas crenças em Deus tendem a desenha-Lo como amoroso ou uma força impessoal. Eles talvez falem de grandes lutas a respeito do amor de Deus, mas já que eles não pensam a si mesmos como pecadores. O amor de Deus pela humanidade não custa nada para Ele. Se Deus nos aceita, é porque Ele é tão acolhedor ou porque não somos assim tão maus. O conceito do evangelho do amor de Deus  é muito mais rico e profundo e, ainda mais, eletrizante.

O que as pessoas religiosas e as irreligiosas têm em comum?
Eles parecem ser tão diferentes, mas do ponto de vista do evangelho, eles são realmente os mesmos.
Ambos são caminhos  de evitar Jesus como salvador e manter o controle de suas próprias vidas.
Pessoas irreligiosas procurando serem seus próprios salvadores e senhores através do orgulho mundano. (“Ninguém pode me dizer como viver ou o que fazer; eu determino o que é certo e errado para mim!”). Contudo, pessoas morais e religiosas buscam serem seus próprios salvadores e senhores através do orgulho religioso. (“Eu sou mais moral e espiritual que as outras pessoas, então Deus deve isto para mim, deve escutar minhas orações e me levar para o céu. Deus não pode apenas deixar acontecer comigo- ele me deve uma vida feliz. Eu tenho merecido isto!”). As pessoas irreligiosas rejeitam Jesus inteiramente; as pessoas religiosas usam Jesus como um exemplo, ou um ajudador ou um professor- mas como um Salvador. Em seu romance “Wise Blood”, o personagem principal de Flannery O´Connor, Hazel pensa ”este é o jeito de evitar a Jesus é evitar o pecado”. Estes dois modos diferentes fazem a mesma coisa- a pessoa controla a própria vida. (Uma nota aqui: Ironicamente, moralistas, apesar de toda a ênfase em seus padrões tradicionais, são no fim, centrados em si mesmos e individualistas, porque eles têm consertados a si mesmo como seus próprios salvadores. Relativistas, apesar de toda a ênfase em liberdade e aceitação, são no fim moralistas, porque eles ainda têm que viver preenchendo seus próprios padrões ou se tornam desesperados. E, muitas vezes, eles ficam bem orgulhosos em suas mentes abertas e julgam os outros que não são).
Ambos estão baseados em visões distorcidas do Deus real.
A pessoa irreligiosa perde a visão da lei e da santidade de Deus, e a pessoa religiosa perde de vista o amor e a graça de Deus; no fim ambos perdem o evangelho inteiramente. Para o evangelho é que na cruz Jesus cumpriu a lei de Deus por amor a nós.  Sem um entendimento completo da obra de Cristo, a realidade da santidade de Deus ira fazer sua graça irreal, ou a realidade do amor de Deus ira fazer sua santidade irreal. Apenas o evangelho- que nós erámos tão pecadores que nós precisávamos ser salvos totalmente pela graça – nos permite ver Deus como Ele realmente é. O evangelho nos mostra um Deus muito mais santo que o legalista pode suportar (ele teve que morrer porque nós não poderíamos satisfazer suas demandas santas), e ainda mais misericordioso que um humanista pode conceber (ele teve que morrer porque ele amava a nós).
Eles ambos negam nosso pecado- e, assim, perdem a alegria e o poder da graça.
Isto é obvio as pessoas relativistas e irreligiosas negam a profundidade do pecado e, assim, a mensagem “Deus ama você” não tem poder para eles. Contudo, apesar das pessoas religiosas poderem ser extremamente penitentes e arrependidas por seus pecados, eles enxergam o pecado como uma simples falha em viver de acordo com os padrões pelos quais eles salvam a si mesmos. Eles não enxergam o pecado como uma auto justificação profunda e egoísmo  através do qual eles estão tentando viver suas vidas independentes de Deus. Então, quando eles vão a Jesus por perdão, estão apenas indo como um jeito para encobrir as falhas em seu projeto de auto salvação.  E quando as pessoas dizem, “Eu sei que Deus é perdão, mas eu não posso perdoar a mim mesmo”, isto significa que eles rejeitam a graça de Deus e insistem em serem dignos do seu favor. Desse modo, as pessoas religiosa com baixa  auto-estima estão neste estado, na verdade, porque não conseguem a profundidade do pecado. Eles apenas o veem como uma quebra da lei, mas não como rebelião e auto-salvação.


Um jeito todo novo de ver Deus.
Os cristãos adotaram todo um novo sistema de abordagem de Deus. Eles podem ter passado pelas duas fases religiosa e irreligiosa no passado, mas eles passaram a ver que as razoes tanto de sua irreligião como de sua religião são essencialmente as mesmas, e essencialmente erradas! Cristãos passam a ver que o cristianismo não é fundamentalmente um convite para ser mais religioso.  Um crente passa a diz, “Apesar de eu ter falhado em obedecer à lei moral, o problema mais profundo era que eu estava tentando obedecer ela”. Mas, até meus esforços para obedecer eram maneiras de procurar ser meu próprio salvador. Nesta mentalidade, mesmo se obedeço ou peço por perdão, eu realmente estou resistindo ao evangelho e colocando a mim mesmo como um salvador. Para ter o evangelho é preciso sair da auto-justificação e contar com o registro de Jesus para um relacionamento com Deus. O irreligioso não se arrepende de todo, e o religioso só se arrepende dos pecados; cristãos também se arrependem de sua justiça. Esta é a distinção entre estes três grupos- cristãos, moralistas (religiosos) e pragmáticos (irreligiosos).

SUMÁRIO
Sem um conhecimento do nosso pecado extremo, o pagamento da cruz parece trivial e não eletrifica ou transforma a nós. Contudo, sem um conhecimento da vida e morte completamente satisfatória de Cristo, o conhecimento do pecado nos quebra ou nos mova para negação ou repressão disto. Jogue fora seja o conhecimento do pecado ou o conhecimento da graça e a vida das pessoas não muda. Eles serão ou esmagados pela lei moral ou correr disto com raiva. Então, o evangelho é não que vamos de sermos irreligiosos para sermos religiosos, contudo, o que nós entendemos que nossas razões tanto para nossa religiosidade ou para a nossa irreligiosidade são essencialmente as mesmas e essencialmente erradas.  Nós estamos procurando serem nossos próprios salvadores e, então, guardar o controle de nossas próprias vidas. Quando nós confiamos em Cristo como nosso redentor, nós saímos da confiança em nossa própria determinação ou autonegação, seja o hedonismo ou moralismo, para a nossa salvação.



UM MODO NOVO DE VER A VIDA.
Paulo nos mostra, então, que nós não devemos  simplesmente perguntar em cada área da vida, “Qual é o jeito moral de agir?”, mas, sim,  “Qual é jeito que isto está de acordo (em linha) com o evangelho?”. O evangelho deve ser continuamente pensado para nos impedir de movermos para as nossas direções habituais moralistas ou individualistas. Temos que levar tudo de acordo com o evangelho.


O exemplo do racismo.
Desde que Paulo aplicou o evangelho ao racismo, vamos usar isto como um exemplo.
A abordagem moralista para raça. Moralistas tendem a ser muito orgulhosos para sua cultura. Eles facilmente caem num imperialismo cultural e tentar atribuir uma significância espiritual para suas normas culturais, para se sentirem moralmente superiores as outras pessoas. Isto acontece porque as pessoas moralistas são muito inseguras, já que eles tomam a lei eterna seriamente e sabem bem no fundo que não podem guardar ela. Por isto, eles usam as diferenças culturais para reforçar seu senso de justiça.
A abordagem relativista para raça. O erro oposto do imperialismo cultural é o relativismo cultural. Esta abordagem diz, “sim, pessoas tradicionais são racistas porque elas acreditam numa verdade absoluta. Mas, a verdade é relativa. Cada cultura é bela em si mesma. Cada cultura deve ser aceita em seus próprios termos”.
A abordagem do evangelho para raça. Cristãos sabem que a intolerância não deriva tanto da crença na verdade como uma falta de crença na graça. O evangelho nos leva: a. sermos de alguma forma críticos de todas as culturas, incluindo a nossa própria (desde que isto é verdadeiro), contudo, b. percebemos que nós podemos nos sentir moralmente superiores a ninguém, afinal de contas, nós somos salvos pela graça somente, e então um vizinho não cristão talvez seja mais moral e esperto que eu. Isto dá ao cristão uma postura radicalmente distinta daquela do moralista ou do relativista.
Nota: os relativistas (como mencionado acima) são, em última análise, moralistas e, portanto, elas podem ser respeitosas apenas com outras pessoas que acreditam que tudo é relativo! Contudo, os cristãos não podem se sentir moralmente superiores aos relativistas.


PARTE 2: A CHAVE PARA TUDO.
O evangelho é o modo que tudo é renovado e transformado por Cristo- seja um coração, um relacionamento, uma igreja ou uma comunidade. Esta é a chave para toda doutrina e para a nossa visão de nossas vidas no mundo. Então, todos os nossos problemas vem de uma falta de orientação  do evangelho. Colocando positivamente, o evangelho transforma nossos corações, pensamentos e abordagens para absolutamente tudo.


A.      O EVANGELHO E O INDIVÍDUO.

1.       Abordagem ao desanimo. Quando uma pessoa está deprimida, o moralista diz, “você está quebrando as regras- arrependa-se”. Por outro lado, o relativista diz, ”você precisa amar e aceitar a si mesmo”. Sem o evangelho, superficialidades serão abordadas ao invés do coração. O moralista vai trabalhar no comportamento e o relativista vai trabalhar nas emoções em si mesmas. Contudo, (assumindo que aqui não há uma base fisiológica para a depressão) o evangelho nos levam a examinar  a nós mesmos e dizer, “algo em minha vida se tornou mais importante que Deus, um pseudo-salvador, uma forma de obras de justiça”. O evangelho nos leva ao arrependimento, não meramente colocando nossa vontade contra assuntos superficiais.
2.       Abordagem ao mundo físico. Alguns moralistas são indiferentes ao mundo físico e veja isto como não importante. Outros moralistas são francamente medrosos do prazer físico, e uma vez que eles estão procurando ganhar sua salvação, eles preferem focar nos pecados de uma natureza física como uma falha para disciplinar sexo e os outros apetites. Estes são mais fáceis de evitar que os pecados do espirito tal como o orgulho. Então, os moralistas preferem enxergar os pecados do corpo como piores que os outros tipos. O legalismo que resulta usualmente leva para um desgosto do prazer. Por outro lado, o relativista é, muitas vezes, um hedonista, alguém que é controlado por prazer e faça disto um ídolo. O evangelho nos leva para ver que Deus criou tanto o corpo como a lama e, então, irá redimir tanto o corpo como a alma, embora sob o pecado, o corpo e a alma estão quebrados. Assim, o evangelho nos leva para desfrutar o físico (e lugar contra o quebrantamento físico, tais como doença e pobreza), ainda para ser moderados no uso das coisas materiais.
3.       Abordagem para o amor e relacionamentos. Moralismo, muitas vezes, torna os relacionamentos em um jogo de culpa. Isto é porque um moralista é traumatizado pelo criticismo que é muito severo e mantém uma autoimagem como uma boa pessoa por culpar os outros. Por outro lado, moralismo pode usar a busca do amor como um jeito de ganhar nossa salvação e nos convencer que somos pessoas dignas. Isto, quase sempre, cria o que é chamado de co-dependencia- uma forma de auto-salvação através da necessidade das pessoas ou da necessidade das pessoas de você (isto é, salvar a si mesmo salvando os outros). Por um lado, muito relativismo reduz amor a uma parceira negociada para um beneficio mutuo. Você se relaciona apenas enquanto não custa nada para você. Então a escolha sem o evangelho é para o egoísmo em usar os outros ou para o egoísmo de deixar você ser usado pelos outros. Mas, o evangelho nos leva para nenhum dos dois lados. Nós sacrificamos e comprometemos a nós mesmos, mas não de uma necessidade de convencer a nós mesmos ou os outros que nós somos aceitáveis. Nós podemos amar a pessoa o suficiente para confrontar quando isto é preciso, e ainda, ficamos com a pessoa mesmo quando isto não beneficia a nós.
4.       Abordagem para o sofrimento. Moralismo emprega a abordagem dos amigos de Jó, deixando a culpa em nós mesmos. Você simplesmente assume, “eu devo ser mau para estar sofrendo”. Debaixo da culpa, então, aqui está sempre a raiva para com Deus. Por quê? Porque os moralistas acreditam que Deus deve isto a eles. Todo o ponto do moralismo é colocar Deus em seu débito. Porque você tem sido tão moral, que você sente que não merece realmente sofrimento. Moralismo deixa você em lágrimas, em um nível em que você pense, “o que eu fiz para merecer isto?”, contudo, em outro nível, você pense, “eu provavelmente fiz alguma coisa para merecer isto!”. Quando o moralista sofre, então, ele ou ela devem sentir mal com Deus (porque eu tenho tido uma desempenho boa) ou mal consigo (porque eu não tenho tido uma boa desempenho) ou ambos. Por outro lado, o relativista/pragmático sente justificado em evitar o sofrimento a todo custo – mentir, enganar, e quebrar promessas estão certos. Contudo, quando o sofrimento chega, o pragmático coloca a culpa na porta de Deus, dizendo que ele deve ser ou injusto ou impotente. A cruz nos mostra, contudo, que Deus nos redime através do sofrimento. Deus sofreu não para que nós pudéssemos não sofrer, mas que em nosso sofrimento poderíamos ser como ele. Uma vez que tanto o moralista quanto o pragmático ignoram a cruz, eles serão tanto confusos quanto devastados pelo sofrimento.
5.       Abordagem para a sexualidade. O relativista vê o sexo como um apetite meramente biológico e físico. O moralista tende a enxergar sexo como sujo ou, ao menos, um impulso perigoso que leva constantemente a pecar. Mas, o evangelho mostra a nós que a sexualidade é refletir a auto entrega de Cristo. Ele deu a si mesmo completamente sem condições, então nós não podemos procurar intimidade enquanto nos seguramos no controle da nossa vida. Se nós damos a nós  mesmos sexualmente, nós estamos dando a nós mesmos legalmente, socialmente, pessoalmente- totalmente. Sexo é para acontecer apenas dentro de um total comprometimento, o relacionamento permanente do casamento.
6.       Abordagem para a família de alguém. Moralismo pode fazer de você um escravo das expectativas dos pais, enquanto que o relativismo enxerga nenhuma necessidade para lealdade familiar ou em guardar promessas e pactos se eles não encontrarem minhas necessidades. O evangelho liberta você de buscar a aprovação dos pais como um absoluto ou uma salvação psicológica, por isto aponta para como Deus se tornou nosso perfeito Pai. Então, você será nem tão dependente ou, também, nem tão hostil em relação aos seus pais.
7.       Abordagem ao auto controle. Moralistas nos falam para controlar nossas paixões por medo de punição. Esta é uma abordagem baseada na volição. Relativismo nos diz para expressarmos a nós mesmos e encontrar disto o que funciona para nós. Esta é uma abordagem baseada na emoção. O evangelho nos fala que a livre, incondicional graça de Deus nos ensina dizer não para nossas paixões (Tito 2:12) se nós atentarmos a isto. Esta é uma abordagem da pessoa por completo, começando com a verdade que desce para dentro do coração.
8.       Abordagem para testificar. O pragmático poderia negar a legitimidade do evangelismo por completo. A pessoa moralista acredita em proselitismo, porque “nós somos corretos e eles são errados”. Tal proselitismo é quase sempre ofensivo. Contudo, o evangelho produz uma  diferente constelação de fatores em nós. Primeiro, nós somos compelidos a partilhar o evangelho a partir da generosidade e do amor, não da culpa. Segundo, nós estamos livres do medo de sermos ridicularizados ou feridos pelos outros, desde que nós já temos o favor da graça de Deus. Terceiro, nós aprendemos humildade em nossas relações com os outros, porque nós sabemos que somos salvos pela graça somente, não por causa de nosso caráter ou inteligência superiores. Quarto, nós somos esperançosos a respeito de qualquer pessoa, mesmo os “casos difíceis”, porque nós mesmos fomos salvos apenas pela graça, não porque nós erámos pessoas que pareciam ser dispostas a serem cristãs. Quinto, nós somos corteses e cuidados com as pessoas. Não temos que empurrar ou coagir elas, pois apenas a graça de Deus abre os corações, não nossa eloquência ou persistência ou mesmo a abertura delas. Todos estes fatores criam não somente um evangelista ganhador, mas um excelente próximo num sociedade multicultural.
9.       Abordagem para com a autoridade humana. Moralistas tenderão a obedecer às autoridades humanas (família, tribo, governo, costumes culturais) muito, já que eles  colocam tanto peso em sua autoimagem de serem morais e decentes. Relativistas obedecerão à autoridade humana também muitíssimo, desde que, eles não tenham nenhuma outra grande autoridade pela qual eles possam julgar sua cultura, ou também muito pouco (eles talvez obedeçam apenas quando eles sabem que não pegos). Isto significa tanto o autoritarismo como a anarquia. Contudo, o evangelho dá a você tanto um padrão para se opuser a autoridade humano- se ela contradizer o evangelho- como um incentivo para a obediência às autoridades civis vinda do coração, mesmo quando você pode ser pego com desobediência.
10.   Abordagem para a dignidade humana. Moralistas, muitas vezes, tem uma visão bem pequena da natureza humana- eles geralmente enxergam o pecado humano e a depravação. Relativistas, por outro lado, não tem boas bases para tratar as pessoas com dignidade. Rotineiramente, eles não possuem crenças religiosas sobre o que os seres humanos são. (se as pessoas são apenas uma casualidade produzida pela evolução, como nós podemos saber que elas são mais valiosas que uma rocha?). Entretanto, o evangelho nos mostra que cada ser humano está infinitamente caído (perdido em pecado) e infinitamente exaltado (na imagem de Deus). Então, nós tratamos  cada ser humano como precioso, ainda assim, perigoso!
11.   Abordagem para  culpa. Quando você diz, “eu não posso perdoar a mim mesmo”, isto quer dizer que algum padrão ou condição ou pessoa é mais central para sua identidade que a graça de Deus. Se você não pode perdoar a si mesmo, isto é porque você tem falhado com seu real deus, com sua real justiça e isto está deixando você preso.  O deus falso do moralista é usualmente um deus de sua imaginação que é santo e exigente, mas não gracioso. O falso deus do relativista é geralmente alguma conquista ou um relacionamento. Deus é apenas Deus que pode perdoar- nenhum outro deus pode.
12.   Abordagem para a autoimagem. Sem o evangelho, nossa autoimagem é baseada em como vivemos de acordo com alguns padrões-  sejam nossos ou sejam impostos por outras pessoas sobre você. Se você vive de acordo com estes padrões, você será uma pessoa confiante, mas não humilde. Se você não vive de acordo com eles, então você será humilde, mas não confiante. Apenas o evangelho pode fazer de você, ao mesmo tempo, grandemente corajoso e totalmente sensível e humilde. Para você que é tanto perfeito quanto pecador!
13.   Abordagem para alegria e humor. Moralistas passam longe da alegria e do humor- porque o sistema do legalismo força você a tomar a si mesmo (sua imagem, sua aparência, sua reputação) muito seriamente. Relativismo, por outro lado, tenderá ao cinismo conforme a vida vai. O cinismo cresce como uma falta de esperança para o mundo: no fim, o mal irá triunfar- não há julgamento ou justiça divina. Contudo, se nós somos salvos pela graça apenas, então o próprio fato de sermos cristãos é uma fonte constante de um prazer maravilhoso para nós. Não há nada que seja um fato imposto sobre as nossas vidas, nenhum “é claro” sobre as nossas vidas. É um milagre que somos cristãos, e nós temos esperança. Então, o evangelho que cria uma humildade corajosa pode nos dá um profundo senso de humor. Nós não precisamos tomar a nós mesmos seriamente, e nós estamos cheios de esperança para o mundo.
14.   Abordagem para uma vida correta. Jonathan Edwards ensina que a “verdadeira virtude” é possível apenas para aqueles que experimentaram a graça do evangelho. Qualquer pessoa que está tentando merecer sua própria salvação faz “a coisa certa” buscando entrar no paraíso, ou para que se sentir melhor em sua autoestima, ou para qualquer outra razão de auto interesse. Contudo, as pessoas que sabem que já são totalmente aceitas fazem a coisa certa para deliciar da justiça por si mesma. Apenas no evangelho você pode obedecer a Deus por amor a Deus e não para que Deus lhe dê algo. Somente no evangelho você ama as pessoas por amor a elas (não a você), faz boas coisas por elas mesmas (não por você), e obedece a Deus por amor a ele (e não por você). Só o evangelho faz de fazer a coisa certa uma alegria e um prazer, não um fardo ou meio para um fim.


B.  O EVANGELHO E A IGREJA.

1. Abordagem para o ministério no mundo. Moralismo tende a colocar toda a ênfase na alma humana individual. Religiosos moralistas insistirão em converter os outros para sua fé e igreja, mas, ignorarão as necessidades da comunidade circunvizinha. Por outro lado, “liberalismo” vai tender a enfatizar apenas uma melhoria das condições sociais e minimizar a necessidade por arrependimento e conversão. O evangelho leva a amar, que por sua vez nos move a dar para o nosso próximo qualquer coisa que ele precise- conversão ou um copo de agua gelada, evangelismo e preocupação social.
2. Abordagem para adoração. Moralismo conduz a um tipo sisudo e sombrio de adoração que pode ser longo em dignidade, mas é curto em alegria. Uma compreensão superficial da aceitação sem um senso da santidade de Deus, por outro lado, pode levar a uma adoração vazia e casual. (Enquanto isto, um sentimento nem do amor de Deus e nem de sua santidade nos encaminha para um culto de adoração que parece mais um reunião de comitê!) Contudo, o evangelho nos conduz para ver que Deus é tanto transcendente quanto imanente. Sua imanência nos dá seu conforto transcendente, enquanto que sua transcendência nos dá sua maravilhosa imanência. O evangelho nos leva tanto ao assombro quanto para intimidade na adoração, porque Aquele que é santo agora é nosso Pai.
3. Abordagem para os pobres. O pragmático tende a desprezar a fé dos pobres e ver eles como vitimas indefesas precisando de conselhos. Isto nasce da descrença na graça comum de Deus para todos. Ironicamente, a mente secular também rejeita a realidade do pecado e, portanto, qualquer um que for pobre tem de ser alguém oprimido, uma vítima sem ajuda. Moralistas, por outro lado, tende a desprezar o pobre como fracassados ou fracos. Eles os veem como culpados por sua situação. Contudo, o evangelho nos conduz a sermos a. humildes, sem uma superioridade moral, sabendo que somos falidos espiritualmente, mas que fomos salvos por livre generosidade de Cristo, b.  gracioso, mas não muito preocupado sobre o merecimento, desde que nós não merecíamos ao graça de Cristo, e c. respeitoso dos crentes pobres como irmãos e irmãos com quem pode aprender. É apenas o evangelho que pode levar as pessoas a um respeito humilde e solidariedade para com o pobre.
4. Abordagem para as diferenças doutrinárias. O “já” do novo testamento nos faz corajosos em nossa proclamação. Nós podemos estar definitivamente certos em sua maioria das doutrinas centrais que suportam o evangelho. Mas, o “ainda não” requer caridade e humildade nas crenças não essenciais. Isto é, nós devemos ser moderados a respeito do que nós ensinamos exceto quando isto fala da cruz, da graça e do pecado. Em nossas visões, especialmente nossas opiniões sobre assuntos que os cristãos não concordam, nós devemos ser menos inflexíveis e triunfalistas (acreditando que nós entendemos tudo). Isto também significa que nosso discernimento do chamado e da vontade de Deus para nós e para os outros não deve propagado com uma segurança presunçosa que nosso pensamento não pode estar errado. (Diferente dos pragmáticos, nós precisamos estar prontos a morrer por nossa fé no evangelho; diferente dos moralistas, nós precisamos guardar em mente que nem toda crença de alguém é digna de ser lutada até a morte).
5. Abordagem para santidade. O “já” do evangelho quer dizer que nós não devemos tolerar o pecado. Com a presença do reino, não somos feitos “participantes da natureza divina” (2Pe 1:4). O evangelho nos traz a confiança que qualquer pessoa pode ser transformada, qualquer habito escravizado pode ser derrotado. Mas o “ainda não” do evangelho significa que nosso pecado permanece em nós e não será nunca eliminado até o reino chegue por completo. Então nós devemos evitar respostas padronizadas, e nós devemos esperar correções rápidas. Diferentemente do moralista, nós precisamos ser pacientes com o crescimento lento ou os lapsos e estarmos atentos para complexidade da transformação e do crescimento na graça. Ao contrário dos pragmáticos e cínicos, nós devemos insistir que uma mudança milagrosa é possível.
6. Abordagem para os milagres. O “já” do reino significa que o poder para os milagres e a cura está disponível. Jesus demonstrou o reino curando os doentes e ressuscitando os mortos. Mas o “ainda não” do evangelho significa que a natureza ( nós, inclusive) estamos ainda sujeitos a queda (Rm. 8:22-23) e que a doença e a morte continuam inevitáveis até que sua final consumação. Não podemos esperar milagres e liberdade dos sofrimentos serem coisas normais na vida cristã, que nós iriamos passar nossos dias sem dor. Ao contrario dos moralistas, nós sabemos que Deus pode curar e fazer milagres; diferentemente dos pragmáticos, nós não temos como objetivo pressionar a Deus para uma eliminação do sofrimento.
7. Abordagem para a saúde da igreja. O “já” do reino quer dizer que a igreja é agora a comunidade do poder do reino. É, então, capaz de poderosamente transformar sua comunidade. Evangelismo que multiplica “o numero daqueles que estão sendo salvos diariamente” (At 2:47) é possível! Uma comunidade amorosa que destrói “o muro de divisão da hostilidade” (Ef. 2:14) entre as diferentes raças e classes é possível! Contudo, o “ainda não” do reino significa que Jesus não tem ainda apresentado sua noiva, a igreja, “como uma igreja radiante sem ruga ou sem mácula” (Ef. 5:27). Nós não devemos então ser críticos duros de congregações imperfeitas nem pular impacientemente de igreja em igreja quando percebermos rugas. O errado não será erradicado completamente da igreja ainda. O “ainda não” do reino também nos aponta para evitarmos uma imposição sobremaneira severa da disciplina da igreja e outros jeitos para trazer fazer uma igreja perfeita hoje.
8. Abordagem para mudança social. Nós não podemos esquecer que Cristo mesmo agora está governando em certo sentido sobre a história (Ef. 1:22-23). O “já” da graça nos indica que cristãos podem esperar usar o poder de Deus para mudar as condições sociais e as comunidades. Mas, o “ainda não” do pecado significa que haverá “guerras e rumores de guerras”. Egoísmo, crueldade, terrorismo e opressão continuarão. Cristãos não guardam ilusões sobre politica nem esperam condições utópicas. O “ainda não” nos diz que cristãos não confiarão em qualquer agenda politica ou social para trazer justiça aqui na terra. Então, o evangelho nos protege de um super pessimismo do fundamentalismo (moralismo) sobre a mudança social e também de um super otimismo do liberalismo (pragmatismo).



SUMÁRIO.


Todos os problemas, pessoais ou sociais advêm de uma falha em aplicar o evangelho de uma forma radical, um erro em ficar “em linha (de acordo) com a verdade do evangelho” (Gl 2:14). Todas as patologias na igreja e toda sua ineficiência vem do fracasso de deixar o evangelho ser expresso em um modo radical. Se o evangelho é exposto e aplicado em sua completude em qualquer igreja, esta igreja começará a ver de um modo único. Pessoas acharão nele, tanto uma convicção moral quanto compaixão e flexibilidade.




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Notas.


1. Veja Richard Lovelace, Dynamics of Spiritual Life: An Evangelical Theology of Renewal (Downers Grove, Ill: Inter-Varsity Press, 1979), p. 211: “Muito do que temos interpretado como um defeito de santificação no povo da igreja é realmente uma conseqüência de sua perda de rumo em relação à justificação ".
2. Martin Luther, A Commentary on St. Paul’s Epistle to the Galatians (London: James Duncan, 1830), Chapter 2, Verse 4, 5.

quinta-feira, novembro 29, 2012

Carlos McCord: O Fruto


No sexto capítulo de A vida que satisfaz, o pastor Carlos McCord irá falar sobre o fruto.

Jesus somente reconhece o que Ele produz.


Este capítulo vai tratar da terceira etapa da vida cristã, o fruto. Lembrando que a vida cristã é fé, esperança e amor. Espiritualidade, conversão e obras.

Jesus nos conhece pelo fruto. Ele só reconhece aquilo que Ele produz em nossa vida. Muitos confundem este fruto com suas realizações pessoais, que leva as pessoas sempre a estarem certas se estão se esforçando o suficiente ou sendo eficientes. Efeito e esforço parecem ser o alvo, mas a essência fica esquecida. É preciso ser antes de fazer. Assim, leva a insatisfação, a competição, ao orgulho e, enfim, a um colapso. 

Não se consegue produzir um segundo descanso (Mt11) ou o fruto (Jo 15). 

McCord fala em um atalho de satanás, que é o de gerenciar nossas vidas e nossos ministérios fora da perfeita e abundante presença de Jesus. 

O fruto descrito em João 15


O fruto de João 15 não é a salvação. Jesus é o fruto da salvação. A salvação é o fruto que apenas Jesus pode produzir, ele o fez. Então, o fruto de João 15 é o resultado da salvação. 

"Esse fruto é a glória de Deus sendo liberada por intermédio das nossas vidas. É Deus quem se tornou visível e disponível em todos seus atributos, não apenas no aspecto do perdão dos pecados. Este fruto são as boas obras que levam pessoas a confiar em Deus completa e diariamente. Este fruto é a prova de que as perfeições e a abundância divinas estão novamente presentes no mundo, e desta vez satanás não poderá impedi-las" p. 87

O fruto de João 15 é Deus dizendo ao mundo que a perfeição de Jesus está disponível ao mundo através de seus ramos. 

O fruto é a vida que está em Jesus, mesmo muito antes de estar em nós.

Em Galatas 5.22 temos uma lista do tipo de fruto que o Espírito Santo em nós produz em nossa vida quando habita em nós e quando moramos nele. McCord pensa os frutos como as intenções de Deus que são produzidas quando recebemos a abundância e perfeição da vida de Jesus e ela permanece em nossa alma.

O sermão do Monte não foi dado para mostrar que não é verdade, mas que é possível ser mostrado por alguém que estiver habitando na vida de Jesus.

"Antes de conhecer Jesus, todos vivíamos conduzidos pelo princípio da imperfeição e do medo de nos estar faltando coisas. Essa vida é o que chamamos de viver na carne" (....) "Jesus faz um contraste entre a vida que depende do que pode ser acumulado e guardado, e uma vida em que alguém recebe perfeitamente a fim de distribuir perfeitamente" (p. 90)

Quem ou que define o fruto?


Deus é quem define o que é o fruto, sendo aquilo que Ele pretende dar ao mundo que precisa disto.  Na vida de Jesus, nós vemos isto o tempo todo, Ele recebendo do Pai e entregando às pessoas.

"O fruto de João 15 é vida vivida e compartilhada como Jesus a viveu e a compartilhou diariamente. A vida de Jesus define o fruto. A vida de Jesus define o discipulado. A vida de Jesus define glorificar a Deus" (p. 93)

Discipulado não é informação e frequência, o relacionamento diário com Jesus é. O discipulado acontece quando somos capazes de ouvir, obedecer e agir conforme a presença de Jesus em nós. 

"Para que Cristo seja formado em nós, precisamos ver o fruto ser compartilhado pelas vidas de crentes que permanecem, para podermos saber se o que se origina nas nossas vidas é de fato fruto. É necessário haver discípulos para que haja discipulado. Este era o plano de Jesus. Aqueles satisfeitos em Jesus levam aos novos na fé a satisfação que não lhes falta" p. 94

O discipulado acontece quando as intenções de Deus podem fluir livremente na vida do discípulo, a abundância que já está lá como está em Mateus 10.25.

Hoje os métodos de discipulado na igreja se baseiam na falta, não levam a permanecer com que elas têm da Videira. É o método de trazer para dentro, nele se diagnostica o que está faltando e planeja-se uma estratégia para que as coisas sejam apreendidas pelo discípulo. Se cria uma pirâmide religiosa, entre os que têm e aqueles que não têm.

 O permanecer é outro método chama chamar para fora. É entender que a presença de Jesus já está na pessoa, que ela é um ramo que está sendo cuidado e nutrido pelo Agricultor. É um processo de vida, é orgânico, é simples.

Infelizmente, ensina McCord, nos temos reduzido o discipulado à habilidade de evitar certos pecados e de estar em certos lugares na hora certa para fazer ciosas muitos nobres de crentes. 

"Discipulado é dar frutos que revelam as intenções de Deus em relação à humanidade. 

No final do capítulo, pastor Carlos nos dá 3 exercícios para permanecemos:

1. Aprenda a dizer que está permanecendo, o que parece estar faltando não está.
2.Receba mais e mais as intenções de Deus, lembre-se do Salmo 1
3. Reconheça que seus pensamentos nascem da escassez e da falta.





Carlos McCord: Os Ramos


No quinto capítulo de A vida que satisfaz, Pastor Carlos McCord continuando o estudo em João 15, fala sobre Os Ramos.

A vida cristã é profunda e, simplesmente, simples.

Ele começa perguntando se há no mundo algo mais lindo, eficiente e simples que uma planta dando seu fruto.  Como poderia haver o fruto sem não fosse o ramo? O ramo pode ser negligenciado por todos menos pela Videira e pelo Agricultor, que se tornam um com o galho.

Nesta unidade, a tarefa e a alegria do ramo é simplesmente receber, alegrar-se e compartilhar a perfeita abundância de Deus que existe somente em Jesus.  A simplicidade de Jesus consistia em receber do Pai e compartilhar, esta é a simplicidade que marca o discipulado.

Neste capítulo, estão mais explícitos os conceitos fundamentais de McCord da vida cristã: receber, regozijar e repartir. 

Quanto mais satisfeitos na Videira, mais úteis são para o Agricultor.

Os ramos devem saber que sem Jesus nada pode fazer e que também não há um plano B para entregar o fruto da perfeição e da glória de Deus para o mundo. 

"Sendo assim, cada ramo sabe que não é nada, mas é aquilo que Deus escolheu usar para colocar suas perfeições ao alcance da humanidade. Nós somos necessários porque ele nos escolheu para que fossemos necessários. Jesus escolheu não viver sem nós, embora pudesse fazê-lo. Somos ramos. Somos chamados para ficar entre o céu e a terra e não reter nenhum bem, pois não existe bem em nós" p. 75

Este pensamento é uma abordagem da visão de Andrew Murray que descreve em Permanecei em Cristo, no dia 4, a vida do ramo na Videira:  

a. sem a videira, o ramo nada pode fazer
b. sem o ramo, a videira tampouco pode fazer nada.
c. tudo aquilo que a videira possui pertence aos ramos.
d. tudo que o ramo possui pertence a videira.

"A parábola também nos ensina sobre a integralidade dessa união. A união entre a videira e o ramo é tão íntima que um nada é sem o outro e um existe inteiramente e somente para o outro" (Murray, p. 26)

Nosso valor vem da escolha de Jesus, da vida dEle na nossa. 

"O maior ramo é o que mais recebe e o que o mais dá. O maior é o servo. Aquele que não tem importância tem enorme importância fluindo de sua vida, vinte e quatro horas por dia e sete dias por semana" p.76

Timothy Keller fala que quando encontramos evangelho, ele produz em nós duas coisas que parecem paradoxais: humildade e grandeza. Humildade pela riqueza de Deus em relação a nossa pobreza, e grandeza, porque apesar das nossas condições, Ele nos ama e fez morada em nós.

McCord segue o raciocínio buscando a unidade do ramo com a videira e não da imitação. O ramo não imita a vida de Cristo, mas vive dEla.

Ser um ramo é aprender a buscar a satisfação, alegria e unidade em Cristo. "A qualidade do fruto refletirá a qualidade da satisfação desfrutada em primeiro lugar pelo próprio ramo, antes de compartilha-la livremente pelo mundo" (p. 76)

Primeiro recebemos, para compartilhar. Somos satisfeitos para satisfazer. Aqui seu pensamento se coloca junto de John Piper na leitura da Confissão de Westminster, como ele cita no livro: "A finalidade maior de um homem é glorificar a Deus alegrando-se nele para sempre".

As disciplinas espirituais, a santificação são entendidas não com o próprio de sermos os melhores, mas para recebermos melhor. Elas nos encorajam a receber (fé), nos alegrar (esperança) e compartilhar (amor). 

Examinar o fruto e distribui-lo é tarefa do Agricultor. A tarefa do cristão é desfrutar a perfeita presença de Jesus. 

"Um crente que permanece trabalha a partir do descanso. O crente que não permanece trabalha para descansar. Um crente que permanece trabalha a partir da abundância. O crente que não permanece trabalha para ter abundância" p. 78

Não se trata dos nossos esforços para realizar a vontade de Deus, mas do esforço de Deus em realizar sua vontade em nossa vida. 

Citando Murray, McCord nos lembra dos dois descansos: o primeiro está na salvação ou no perdão, o segundo é aquele que precisamos aprender. 

"É o descanso que recebemos quando paramos de gerenciar nossas próprias vidas e começamos a seguir a Jesus. É o descanso que o ramo experimenta quando está conectado à videira." p. 79

Nossa vida deve se basear na perfeição de Deus, ter lá seu começo e não fim. 

Mais uma vez, McCord termina o capítulo com alguns exercícios para nos lembrar a começar nosso dia com a abundância divina:

1. diga bem vindo ao Espírito Santo.
2. desfrute da verdadeira identidade de sua vida na Videira. Lembre-se de quem você é na videira: nascido de novo, filho de Deus, salvo pela graça, amado, reconciliado, etc...
3.Por último, continue com a simplicidade do discipulado:

"Discipulado não é obter o que você não tem. É aprender a desfrutar o que você já tem, e compartilhar isto" (p.82)


sábado, novembro 24, 2012

Igreja que podemos ser

A vida cristã está apoiada no Evangelho, naquilo que o Senhor Jesus realizou e realiza em cada pessoa e na sua igreja. Para entendermos melhor como isto acontece, devemos lembrar de três conceitos chaves que aparecem nas Escrituras: fé, esperança e amor, como ensina Pr. Carlos McCord.

A fé é nossa relação com Deus, é o presente que Deus dá a cada um de nós de sermos ramos dele na vida dele que é a Videira, a fé começa e termina com Jesus vivendo a nossa vida. Aqui está a nossa justificação, nossa filiação, nosso novo nascimento.

A esperança é que neste relacionamento, a cada momento vamos desfrutando mais e mais da vida de Jesus através do Espírito Santo e, assim, ficamos cada vez mais a imagem e semelhança de Jesus. Aqui está a nossa regeneração, nossa santificação.

O amor são os frutos que Jesus coloca em nossa vida. É o tornar Jesus disponível não somente para nós na santificação, para para o próximo. São as nossas obras, que no fundo no fundo, são dEle. 

Pr. Carlos McCord refere-se a este movimento como: receber, regozijar e repartir. Pensando pelo Evangelho, é a nossa dependência constante da obra e graça de Jesus em nossa vida, a boa nova que se espalha em cada aspecto de nosso dia a dia.

A igreja é um conjunto de ramos que formam uma vinha, que é ligada, nutrida e colhida pelo Agricultor na Videira. Toda a ação, toda a criação, toda a vida só podem vir da Videira e do Agricultor. Aos ramos, fica a fé, a esperança e o amor de estarem disponíveis para que esta vida se multiplique e viva dentro de cada ramo em todo instante.

A igreja local é uma vinha porque é parte da Videira.

Existem dois inimigos desta vinha, são a religião e irreligião. Ambos são movimentos em que nós somos tentados a produzir vida por si mesmos, sem estarmos ligados na Videira. Na religião, se acredita que pelo esforço pessoal se pode produzir a vida que só Deus pode dar. Por outro lado, na irreligião se busca produzir vida na busca dos ídolos deste mundo, como se fora de Deus pudesse haver a perfeição que tanto buscamos.

Tanto um quanto outro são movimentos em que o ramo é movido pelo orgulho, buscar fazer a própria vontade colocando Deus como alguém que irá recompensar seus esforços (religião) ou como alguém que concorda com sua busca egoísta (irreligião).

 A vida não está em nós mesmos, somos apenas ramos, sem Jesus não podemos fazer nada.

O perigo da religião.

A religião trabalha com a escassez, sempre está faltando alguma coisa a ser cumprida para que Deus venha e abençoe sua vida. São pessoas cheias de regras, que quando não as cumprem, ficam desoladas e deprimidas. Mas, quando as cumprem, ficam piores ainda, orgulhosas e julgadoras.

Em João 8, temos um grupo de pessoas que pegou uma mulher em adultério, estavam prontos a apedrejá-la. Jesus fez uma pergunta simples: quem dentre vós não tiver pecado, que atire a primeira pedra.

O grupo começando dos mais velhos começavam deixar suas pedras e foram embora. Quando a pessoa vive da religião, ela não encontra um perdão verdadeiro para sua vida, está sempre com a consciência acusando dizendo que falta alguma coisa. Para fugir desta voz, essas pessoas buscam os pecadores para colocar sobre eles seu julgamento.

Carregar pedras cansa como também buscar o perdão e a justiça de Deus por seus próprios méritos. Um bom exemplo para saber se você é ou não religioso, está no modo como você usa a palavra pecador. Se na maior parte do tempo, você a usa para descrever as outras pessoas, aquelas que você não considera que merecem o perdão de Deus, talvez, é por que a trave no seu olho está tão grande que você não consegue mais enxergar a si mesmo.

Diante de Jesus, todos nós somos pecadores, dependentes da sua graça para sermos livres e permanecermos limpos. No mesmo capítulo, Jesus fala que quando o conhecemos, ficamos libertos, e só podemos continuar assim, se permanecermos nEle.

O caminho de Jesus não é o caminho do homicida, o caminho de Jesus passa pelo sacrifício e pela compaixão. O convite de Jesus é que ao invés de carregarmos pedras, busquemos toalhas. Elas são mais leves! A misericórdia e a compaixão é mais leve do que a vingança e o orgulho.

Em João 13:14, Jesus diz que se Ele nos lavou, nós devemos lavar os outros também. Quando estamos diante de alguém sujo, lembre-se que ninguém mais do que você e Deus conhecem a sua próprio sujeira. Lembre-se de Paulo, sempre quando usava a palavra pecador, dizia que ele mesmo era o maior deles.

O convite é para a lembrança, voltar a memória que agora somos livres para perdoar e amar. Você é livre para abraçar quem não merece, para ajudar a limpar quem está sujo. Não se pergunte se foi você que sujou ou que responsabilidade você tem em limpar aquilo. Dignidade, injustiça ? Lembre-se quando o Senhor dobrou seus joelhos e limpou você,  não foi nada justo, não foi nada digno. Mas, foi puro amor.

A igreja que podemos ser começa em Jesus na sua vida agora na nossa. A verdade nos libertou para amar, deixe o medo de lado... 

No amor não há temor, antes o perfeito amor lança fora o temor; porque o temor tem consigo a pena, e o que teme não é perfeito em amor. 1João 4:18

É maravilhoso que a Bíblia coloque como oposto de amar, o medo. O medo é nossa falta de fé que amar é a melhor resposta, porque no fundo desconfiamos da bondade de Deus, queremos a pena, queremos a nossa própria justiça e não a perfeita de Deus.

Quando conhecemos o Filho, conhecemos o Evangelho perfeito, a abundância de vida de Deus para nós....Ela não termina, não precisa ter medo, você está livre para amar, você tem um novo Pai, que é perfeito e abundante. Você pode dobrar seus joelhos, largar as pedras e pegar uma toalha.

quinta-feira, novembro 22, 2012

Carlos McCord: O Agricultor


No capítulo 4 de A vida que satisfaz, Pastor Carlos McCord irá falar sobre o Agricultor de João 15. 

Começa a falar do desconforto que há na palavra perfeição. Porque as pessoas pensam isto como algo que elas pudessem produzir, em vez daquilo que recebem e compartilham. As perfeições de Deus estão reveladas em Jesus, que é a vida que o ramo comunica.

Nós fomos criados para vivermos da perfeita abundância que há em Deus. Infelizmente, nos acostumamos a viver com menos que a perfeição e a abundância, alguns de nós, nem acredita que ela possa existir.

Viver assim leva a uma vida sem descanso, vivemos de um rio poluído em desespero. Jesus viveu da abundância ou da escassez? Se olharmos para o nosso mundo através de Jesus, encontraremos a perfeição e a abundância que nossa alma necessita.

A história bíblica começa e termina na perfeição de Deus. Lembrando de Mateus 5:48, existe uma perfeição para vivermos, nos conectarmos a ela para que seja a nossa fonte.

"Ser perfeito não é cumprir uma lista de regras para ser aceito. É simplesmente voltar a ser o que originalmente o nosso Criador tinha a intenção que fossemos. Fomos feitos para viver da perfeita abundância de Deus, e quando o fazemos, podemos cumprir perfeitamente nosso papel nesse universo perfeitamente abundante. Fomos criados para receber e repartir as perfeições de Deus. Essa possibilidade existe hoje" (p.59).

Por que nossas almas não encontram descanso?


Fomos criados para desfrutar a perfeição de Deus, o próprio Deus colocou este desejo no nosso coração. Porque a fonte desta perfeição é o Agricultor, o Pai de Jesus.

Jesus começava cada um de seus dias desfrutando da perfeição e da abundância do Pai, a consequência para a nossa vida quando não começamos cada dia desfrutando desta perfeição é uma implosão da nossa fé, o enfraquecimento da nossa esperança e interrupção do fluir do amor.

McCord lembra que a vida é impossível se não estiver conectada nesta perfeição. 

"O descanso e a paz de nossa alma dependem de Deus ser ou não perfeito como a fonte das  fontes. Se na fonte existir qualquer coisa menos que a perfeita abundância, tudo o que podemos ter é uma fé que precisará constantemente de ajustes, por causa dos erros. Se a fonte for perfeita, o que temos é uma pergunta simples e lógica: "Ele de fato dá a perfeição a quem precisa dela? É ele alguém que recompensa? Ele destina a abundância para as nossas vidas?"" (p.63)

Quando olhamos para a vida de Jesus, vemos que Deus dá a todos que o recebem a perfeição e a abundância. Ele é a perfeita abundância disponível e visível, como vemos João 15. 

As imperfeições deste mundo não podem diminuir a perfeição de Deus. Permanecer é receber e desfrutar a perfeição de Deus em Jesus do mesmo que Ele fez.  Toda a vida cristã é inútil se perdermos de vista a perfeição de Deus que Jesus desfrutou está ofertada a nós agora.

A diferença entre Jesus e nós, é que Ele estava plenamente satisfeito com Deus vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana e nós não. A perfeição de Deus está disponível, alguns de nós a vivem, outros não.

"Não temos de produzir a perfeição, mas devemos recebê-la e compartilha-la. É isso que Deus exige de toda a sua criação. Somos satisfeitos para satisfazer. O maior no Reino é o servo" (p.67)

A fé tem que responder a pergunta se a perfeição de Deus é a regra do universo ou nossas imperfeições?

Precisamos começar pela perfeita abundância que há no Pai, o Agricultor é a perfeição e a abundância que buscamos, e Jesus é a conexão com elas.

No fim do capítulo, Pastor Carlos nos chama a colocar o olhar nas perfeições do Agricultor e receber os benefícios da alma.

1. Diga bem vindo a presença de Deus em sua vida.
2. Fale de suas necessidades em relação às perfeições divinas.
3. Renda sua vontade à vontade perfeita de Deus.
4. Esteja disponível a compartilhar as perfeições de Deus pelos frutos.

"Todo permanecer começa e continua na perfeição e na abundância de Deus. Jesus é a nossa conexão à eterna perfeição de Deus e ele está em nós". (p. 71)