sábado, novembro 24, 2012

Igreja que podemos ser

A vida cristã está apoiada no Evangelho, naquilo que o Senhor Jesus realizou e realiza em cada pessoa e na sua igreja. Para entendermos melhor como isto acontece, devemos lembrar de três conceitos chaves que aparecem nas Escrituras: fé, esperança e amor, como ensina Pr. Carlos McCord.

A fé é nossa relação com Deus, é o presente que Deus dá a cada um de nós de sermos ramos dele na vida dele que é a Videira, a fé começa e termina com Jesus vivendo a nossa vida. Aqui está a nossa justificação, nossa filiação, nosso novo nascimento.

A esperança é que neste relacionamento, a cada momento vamos desfrutando mais e mais da vida de Jesus através do Espírito Santo e, assim, ficamos cada vez mais a imagem e semelhança de Jesus. Aqui está a nossa regeneração, nossa santificação.

O amor são os frutos que Jesus coloca em nossa vida. É o tornar Jesus disponível não somente para nós na santificação, para para o próximo. São as nossas obras, que no fundo no fundo, são dEle. 

Pr. Carlos McCord refere-se a este movimento como: receber, regozijar e repartir. Pensando pelo Evangelho, é a nossa dependência constante da obra e graça de Jesus em nossa vida, a boa nova que se espalha em cada aspecto de nosso dia a dia.

A igreja é um conjunto de ramos que formam uma vinha, que é ligada, nutrida e colhida pelo Agricultor na Videira. Toda a ação, toda a criação, toda a vida só podem vir da Videira e do Agricultor. Aos ramos, fica a fé, a esperança e o amor de estarem disponíveis para que esta vida se multiplique e viva dentro de cada ramo em todo instante.

A igreja local é uma vinha porque é parte da Videira.

Existem dois inimigos desta vinha, são a religião e irreligião. Ambos são movimentos em que nós somos tentados a produzir vida por si mesmos, sem estarmos ligados na Videira. Na religião, se acredita que pelo esforço pessoal se pode produzir a vida que só Deus pode dar. Por outro lado, na irreligião se busca produzir vida na busca dos ídolos deste mundo, como se fora de Deus pudesse haver a perfeição que tanto buscamos.

Tanto um quanto outro são movimentos em que o ramo é movido pelo orgulho, buscar fazer a própria vontade colocando Deus como alguém que irá recompensar seus esforços (religião) ou como alguém que concorda com sua busca egoísta (irreligião).

 A vida não está em nós mesmos, somos apenas ramos, sem Jesus não podemos fazer nada.

O perigo da religião.

A religião trabalha com a escassez, sempre está faltando alguma coisa a ser cumprida para que Deus venha e abençoe sua vida. São pessoas cheias de regras, que quando não as cumprem, ficam desoladas e deprimidas. Mas, quando as cumprem, ficam piores ainda, orgulhosas e julgadoras.

Em João 8, temos um grupo de pessoas que pegou uma mulher em adultério, estavam prontos a apedrejá-la. Jesus fez uma pergunta simples: quem dentre vós não tiver pecado, que atire a primeira pedra.

O grupo começando dos mais velhos começavam deixar suas pedras e foram embora. Quando a pessoa vive da religião, ela não encontra um perdão verdadeiro para sua vida, está sempre com a consciência acusando dizendo que falta alguma coisa. Para fugir desta voz, essas pessoas buscam os pecadores para colocar sobre eles seu julgamento.

Carregar pedras cansa como também buscar o perdão e a justiça de Deus por seus próprios méritos. Um bom exemplo para saber se você é ou não religioso, está no modo como você usa a palavra pecador. Se na maior parte do tempo, você a usa para descrever as outras pessoas, aquelas que você não considera que merecem o perdão de Deus, talvez, é por que a trave no seu olho está tão grande que você não consegue mais enxergar a si mesmo.

Diante de Jesus, todos nós somos pecadores, dependentes da sua graça para sermos livres e permanecermos limpos. No mesmo capítulo, Jesus fala que quando o conhecemos, ficamos libertos, e só podemos continuar assim, se permanecermos nEle.

O caminho de Jesus não é o caminho do homicida, o caminho de Jesus passa pelo sacrifício e pela compaixão. O convite de Jesus é que ao invés de carregarmos pedras, busquemos toalhas. Elas são mais leves! A misericórdia e a compaixão é mais leve do que a vingança e o orgulho.

Em João 13:14, Jesus diz que se Ele nos lavou, nós devemos lavar os outros também. Quando estamos diante de alguém sujo, lembre-se que ninguém mais do que você e Deus conhecem a sua próprio sujeira. Lembre-se de Paulo, sempre quando usava a palavra pecador, dizia que ele mesmo era o maior deles.

O convite é para a lembrança, voltar a memória que agora somos livres para perdoar e amar. Você é livre para abraçar quem não merece, para ajudar a limpar quem está sujo. Não se pergunte se foi você que sujou ou que responsabilidade você tem em limpar aquilo. Dignidade, injustiça ? Lembre-se quando o Senhor dobrou seus joelhos e limpou você,  não foi nada justo, não foi nada digno. Mas, foi puro amor.

A igreja que podemos ser começa em Jesus na sua vida agora na nossa. A verdade nos libertou para amar, deixe o medo de lado... 

No amor não há temor, antes o perfeito amor lança fora o temor; porque o temor tem consigo a pena, e o que teme não é perfeito em amor. 1João 4:18

É maravilhoso que a Bíblia coloque como oposto de amar, o medo. O medo é nossa falta de fé que amar é a melhor resposta, porque no fundo desconfiamos da bondade de Deus, queremos a pena, queremos a nossa própria justiça e não a perfeita de Deus.

Quando conhecemos o Filho, conhecemos o Evangelho perfeito, a abundância de vida de Deus para nós....Ela não termina, não precisa ter medo, você está livre para amar, você tem um novo Pai, que é perfeito e abundante. Você pode dobrar seus joelhos, largar as pedras e pegar uma toalha.

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