sábado, setembro 24, 2011

Marcos 2 -  A CURA.

Jesus sabe de algo que o homem não sabe, que ele tem um problema muito maior que sua condição física. Jesus está dizendo para ele, 'eu entendo seus problemas, eu vejo que você está sofrendo, eu vou mexer com isto. Mas, por favor, entenda que o maior problema na vida de uma pessoa não é seu sofrimento, é seu pecado. Se você acha a resposta de Jesus ofensiva, por favor, ao menos, considere isto, se alguém te diz: "o maior problema na sua vida não é o que aconteceu com você, nem o que as pessoas fizeram para você, o maior problema é o modo como você responde a estas coisas. (...) Quando a Bíblia fala do pecado não é apenas se referindo as coisas ruins que fazemos. Não é apenas mentira ou luxuria ou qualquer que seja o caso- é ignorar Deus no mundo como ele o criou, é uma rebelião contra ele em viver numa vida sem qualquer referência para ele. É dizer, eu vou decidir exatamente como quero viver minha vida". E Jesus diz, este é o nosso maior problema


"Quando eu curo seu corpo, e se isto é tudo que eu faço, você vai se sentir que você nunca mais será infeliz, mas espere dois meses, quatro meses - a euforia não vai durar, as raizes do descontentamento do coração humano são profundas".

A Bíblia diz que o nosso real problema é que todos nós estamos construindo nossa identidade em outra coisa além de Jesus.

A única pessoa que pode dizer isto para um ser humano deve ser seu criador. Jesus Cristo, em perdoar aquele homem, está dizendo ser o Deus todo poderoso. Os líderes religiosos sabiam disto: Este homem não está apenas se dizendo um milagreiro, mas ele está dizendo que é o Senhor do universo.- e eles ficaram compreensivelmente furiosos com isto. Como Jesus respondeu aos seus pensamentos? - Mc. 2:8-12

O que é mais fácil- curar ou perdoar?

Há a sombra da cruz nessas palavras, Jesus está dizendo que Ele não era apenas um milagreiro, mas o próprio salvador do mundo, para poder perdoar os pecados daquele homem, ele está dando um passo em direção a sua cruz.

KING´S CROSS 

sábado, setembro 17, 2011

Ricardo Quadros Gouveia: Paixão pelo Paradoxo


Pensar em teologia, sem passar pelo pensamento, ou por aquilo que se pensa que é Kierkegaard é um paradoxo hoje.  Ricardo Quadros Gouveia oferece neste livro um trabalho magistral de introdução a obra kieerkegaardiana, busca um pensador além dos seus rótulos e  usos. Sobre Marx, diz-se que os marxitas eram mais marxistas que o próprio Marx, sobre o filósofo dinamarquês a sentença também é verdade.
Kierkegaard, que nunca foi ordenado, e que dizia que seus sermões eram discursos:
"...discursos, não sermões, porque o amor não tem a autoridade para pregar, discursos edificantes, não discursos para a edificação, porque o orador não alega de modo algum ser um professor... Ele também disse, minha tarefa é uludir as pesoas- dentro do sentido de verdade- para o compromisso religioso, que eles lançaram fora, mas eu não tenho autoridade, emlugar de autoridade eu uso o oposto, eu digo, a tarefa toda é para minha própria disciplina e educação. Isto novamente é um modo genuinamente socrático. Exatamente como ele era o ignorante, assim aqui, em vez de ser o professor, sou eu o que deve ser educado" p.22  

 Sobre si mesmo, Kierkegaard fez a seguinte profecia: 

"As condições estão longe de serem confusas o suficiente para que se faça uso correto de mim. Mas isto tudo terminará, como eles verão, com as condições  tornando-se tão desesperadas que eles terão que fazer uso de pessoas desesperadas como eu e meus semelhantes" p. 30

"Kierkegaard é um homem cuja vida do início ao fim desconhece tudo que é chamado deleite...iniciado no que e chamado sofrimento...um homem que na pobreza testemunha a verdade- na pobreza, na humildade, no rebaixamento, e assim não é apreciado, é desprezado e então ridicularizado, insultado, zombado,..um homem que é escorraçado, maltratado, arrastado de uma prisão para outra.... então por fim crucificado, ou decapitado, ou queimado, ou calcinado sobre uma grade, seu corpo sem vida jogado pelo carrasco num lugar ermo... ou queimado até as cinzas e jogado aos quatro ventos, para que qualquer traço do impuro seja obliterado" p. 54
Sobre a semelhança entre Barth e Kierkegaard, Ricardo Quadros Gouveia diz:

" Tanto Kierkegaard quanto Barth tentaram antepor uma theologia crucis contra a predominância de uma theologia gloriae. Outros importantes pontos em comum são o desvelamento da auto-revelação de Deus, uma ênfase na humilhação de Cristo e na possibilidade de Cristo e na possibilidade da ofensa -ainda que Barth estenda e modifique o uso da idéia de Kierkegaard, dizendo que todas as pessoas ofendem-se com Cristo e não apenas os incrédulos, e dizendo que esta ofensa é experimentada também pela própria igreja-" (p.79)

"a renúncia de Barth de tudo que fosse humano, incluindo a assim chamada humanidade renascida, é muito mais radical do que foi a de Soreen Kierkegaard. Isto, por sua vez, significa que a tendência para o ascetismo que aparece gradualmente em Soreen Kierkegaard nunca encontrou eco na mente de Barth... Hans Urs von Balthasar... mostra as atitudes completamente diferentes dos dois teologos em relação a Mozart ... Nos anos 1921, ele Barth podia imprecar contra nossa existência esquecida por Deus em termos tão violentos que não é díficil entender por que ele pode ser acusado de Marcionismo. Mas precisamente a abrangente violência de duas expressões impedem qualquer tendência a escapar para um tipo de ascetismo.  Na prática, o NÃO, totalmente radical tornou-se um SIM. O ponteiro do mostrador da negação girou 360 graus - e parou no ponto de partida.   (,,,)  Na teologia de Hegel há apenas um movimento abstrato de lógica, mas não há necessidade de uma ação ou decisão do indivíduo ou de Deus para reestabelecer um elo, uma relação rompida pelo pecado. Para Kierkegaard, nossa relação para com Deus requer ação divina como ação humana"p. 85


 Para o autor seria exagero dizer que o dinamarques foi precurssor de Barth, como também a afirmação de uma paternidade em relação ao existencialismo, que para o autor seria mais o resultado de uma má leitura do texto de Kierkegaard. 

A nova leitura de Kierkegaard como autor cristão, parte de Gowens, que lê um desenvolvimento religioso em três estágios, primeiro, há fé, que é uma feliz paixão, depois, a esperança, que está relacionada ao sofrimento, e por último, o amor, significaria imitar a Cristo em obras que são frutos de gratidão.

No capítulo 7, Ricardo Quadros Gouveia entra no caráter essencial da obra kierkegaardiana do ponto de vista cristã, um corretivo.  Para o autor,  muitos cristãos de todas as denominações não têm idéia do que seja o cristianismo, pois a verdadeira resolução e transformação interna  raramente é conhecida. Estes precisam ouvir Kierkegaard (p. 122)

Sobre o liberalismo teológico:

"É uma cosmovisão, uma Weltanschauung para a qual uma igreja se move na qual se funde sem perceber, quando ela se rende às tendências culturais de seu tempo (no caso concreto de nosso tempo a mercadologia da sociedade de consumo) e mancha o evangelho com comprometimentos que, ao contrário do que se imagina,. tem mais a haver com orgulho e interesses pessoais (e nacionais) do que com teorias teológicas, filosóficas e científicas" (p.122)
Para Kierkegaard, os dogmas não o problema da igreja, os cristãos é que são. Ele dizia que "A doutrina na Igreja estabelecida e sua organização são muito boas. Mas as vidas, as nossas vidas - acredite-me, estas é que são mediocres" p. 126

A grande questão era saber da existencialidade do tornar-se cristão,  esclarecer o que está envolvido em ser um cristão. Para ele, não é posse garantida de ninguém ser cristão, pois não se é cristão por ter nascido em um país cristão, ou numa família cristã. Nem por ter sido batizado, ou confessado sua fé alguma vez.  O crente não pode se colocar frente a sua fé como mero expectador, deve estar dinamicamente ativo em sua fé, participante da edificação pessoal e espiritual, autor de obras de amor com um empenho nascido da gratidão.

"Sob uma ótica cristã, a ênfase não é sobre a que ponto ou quão longe uma pessoa chegou para alcançar ou preencher os requisitos, se ele realmente se empenha... de modo q1ue ele aprenda mesmo a ser humilhado e a confiar na graça. Reduzir os requisitos de forma a estar apto a melhor preenche-los ...a isto o cristianismo em sua mais profunda essência se opõe. Não... humilhação infinita e graça, e então um empenho nascido da gratidão - isto é cristianismo" p. 130
A Fé em Kierkegaard

"Parece-me que a fé é também o conceito teológico em referência ao qual a teologia cristã se sustenta ou cai. Portanto, sob uma ótica cristã. só há uma única fé que pode ser depositada em Deus ou idolatricamente e rebeldemente em algo que não é Deus. A fé é sempre e unicamente um posicionamento em relação ao Criador e nunca, como sugerem alguns compêndios de teologia, uma realidade psicológica ou antropológica pré-religiosa ou pré-confessional" p. 147
A fé tem uma concepção relacional, de fidelidade ou lealdade a uma pessoa,  como relação pessoal direta.  Significa um ato pessoal e subjetivo de acreditar - fides qua creditur. Também designa a religião cristã, fides quae creditur. 

"No cristianismo, a fé envolve não apenas entendimento doutrinal - notitia-, confiança ou confidência (fiducia) e submissão obediente (assensus),mas também outras noções paralelas como crença (credulitatis), fidelidade (fidelitas), esperança (spes), e firme convicção (persuasio), todas as quais têm seu lugar sob a palavra valise fé" p. 148
A fé não é somente sobre Cristo, ou meramente em direção a Cristo, mas em Cristo. É uma atividade que vive de Cristo, do saber de Cristo e querer Cristo, uma vida de união com Cristo.  Não é algo que acontece num evento isolado da vida, mas uma ação contínua, que representa um modo de ser no mundo. Seria a alegre  e consensual afirmação da mente, coração e vontade à verdade daquilo que não visto empiricamente, que é a auto-revelação de Deus. Seria uma visão espiritual, a contemplação do invisível. Sendo um presente de Deus, enquanto é totalmente desejada pela vontade humana. "A tensão desta dialética entre receptividade e atividade é vista na prece "Senhor, ajuda-me na minha falta de fé - Mc. 9,24-e repetidamente aparece nas epístolas paulinas, cf. Cl 2,6 Fp. 3, 7-9" (p 151).


A justificação pela fé, tendo em vista, a fé como recepção da graça, pode levar a um engano já que sugere que a nossa fé salva, e não a graça de Deus. a salvação depende da fé dada pela graça, e não da absoluta claridade das definições da fé.

A fé e subjetividade.

"O caminho da reflexão objetiva torna o indíviduo subjetivo em algo acidental e com isto torna a existência  em algo diferente, desvanescente. O caminho para a verdade objetiva afasta-se do sujeito, e enquanto o sujeito e a subjetividade se tornam indiferentes,  a verdade também 

.





segunda-feira, setembro 12, 2011

Ricardo Gondim: Missão Integral

O livro de Ricardo Gondim busca analisar a identidade do Movimento Evangélico, a Missão Integral seria uma forma proposta por teólogos latino-americanos de ser esta identidade, mas que o ME rechaçou. O mais interessante do livro é notar que o Pacto de Lausanne tão falado por aqui, tema da lição da EBD deste mês, não passou de um momento que se perdeu para o norte e que fica sendo gritado pelo sul.

O livro de Gondim é revelador deste dilema norte-sul da teologia, talvez, venha uma nova edição com a reunião da Africa do Sul, e continua ali para o autor os mesmos desgostos.

O livro, vulgarmente, poderia ser chamado assim, Missão Integral, uma idéia boa que não vingou. Isto tudo muito bem pesquisado, e com um viés apaixonado anti-fundamentalista.

.....


"missão holística é ao mesmo tempo teocêntrica e antropocêntrica porque está centrada em Jesus Cristo, o Deus-homem. É isso que a torna cristã" Padilla na página 130

quinta-feira, setembro 08, 2011

Dietrich Bonhoeffer: O Sermão da Montanha - A veracidade


Outrossim, ouvistes que foi dito aos antigos: Não perjurarás, mas cumprirás os teus juramentos ao Senhor. Eu, porém, vos digo que de maneira nenhuma jureis; nem pelo céu, porque é o trono de Deus;  Nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei; Nem jurarás pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto. Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna. MATEUS 5. 33-37

A interpretação mais comum dessa passagem segundo Bonhoeffer passou pela proibição do juramento, o que seria um engano já que o Antigo Testamento ordena o mesmo, Jesus jura em seu julgamento como também Paulo fez uso de fórmulas de juramento. "O juramento é a invocação pública  do nome de Deus por testemunha de uma afirmação que faço a respeito de coisas do passado, presente ou do futuro" (p. 80)

O juramento é em si é  a prova da mentira na humanidade, já que se houvesse a mentira não necessitaria de juramento.  Bonhoeffer constrói assim, para ele, o Antigo Testamento recusa a mentira pelo juramento, já Jesus recusa a mentira pela proibição mesma do juramento- é a própria destruição da mentira da vida dos crentes nEle. 

Toda a palavra do discípulo deve expressar a verdade, jamais precisando de juramento para confirmação desta. 

Bonhoeffer fala em uma diferenciação entre juramentos acerca de fatos pretéritos e outro sobre fatos vindouros.Quanto ao passado, ele diz que o crente nunca está isento de erro na avaliação do passado. O voto quanto ao futuro, não se sabe o que acontecerá. 

O mandamento da veracidade total  é o ser do discípulo, que vive plenamente descoberto, é conhecido de Jesus e colocado na verdade, que surge do pecado revelado e perdoado. O sentido aqui é o da revelação do homem da sua pecaminosidade,quem vive sob a cruz, o juramento como instrumento de preservação da veracidade não tem mais valor, porque esse já está na verdade perfeita de Deus.

"Não há discipulado de Jesus sem uma vida na verdade revelada perante Deus e os seres humanos" p.83

domingo, setembro 04, 2011

JOACHIM GNILKA: Evangelho segundo São Marcos



Si queremos resumir la intención de Marcos en la perícopa introductoria del Bautista, debemos indicar, sobre todo, que se considera a Juan en la función de precursor de Jesús. La supresíón de su mensaje escatológico de juicio hace que destaque con mayor nitidez el anuncio del Fuerte, que ha venido ya. Este ensamblaje de la actividad del Bautista con la presentación de Jesús hace posible ver en Juan el  comienzo del evangelio. Con ello Juan adquiere de manera definitiva su lugar en el mensaje cristiano de salvación.

Evangelho segundo Marcos


O EVANGELHO DE JESUS CRISTO SEGUNDO MARCOS

JESUS - O REI E SUA CRUZ.


1. O autor

Marcos foi secretario e tradutor do apostolo Pedro, exatamente, por isto, o livro de Marcos é dos evangelhos o que mais cita Pedro. Estudiosos indicam que o evangelho é um relato do testemunho ocular de Pedro.

Marcos aparece na Bíblia Sagrada nas seguinte:s passagens - Atos 15:39, Colossenses 4:10, Filemom 24, 2Timóteo 4:11 e 1Pedro 5:13. Esta ultima passagem leva a acreditar que Marcos escreveu este evangelho em Roma relatando aquilo que Pedro o contara e o que vivenciou com o apostolo durante esses anos.

O livro foi escrito entre 50-65 d.C.,



COMO LEREMOS MARCOS?

Este material de apoio foi escrito baseado no livro King´s Cross:The Story of The World in The Life of Jesus de Timothy J. Keller, este servirá de guia nos temas apresentados no Evangelho de Marcos. Na primeira parte do Evangelho iremos conhecer Jesus sendo apresentado como REI e depois iremos conhecer sua CRUZ.

1. QUEM É JESUS.


Marcos 1:1-4



  Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus. 1.2   Como está escrito no profeta Isaías: Eis que eu envio o meu anjo ante a tua face, o qual preparará o teu caminho diante de ti.  1.3   Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.  1.4   Apareceu João batizando no deserto e pregando o batismo de arrependimento, para remissão de pecados..   

 
Marcos não perde tempo, logo no inicio do seu evangelho, ele já declara Jesus como o Filho de Deus, como CHRISTOS, uma palavra grega que quer dizer ungido. É aquele que veio para administrar a lei de Deus sobre a terra, e resgatar Israel de todos os seus opressores e problemas. Não é simplesmente um novo, mas O Rei, o Messias.


João Batista prepara o caminho para entrada do Messias, ele representa o ultimo dos profetas, um novo período da historia de Israel que começa.  Em Jesus, iremos ver em todo livro de Marcos há o cumprimento da história da Bíblia, há o cumprimento final da profecia do Antigo Testamento.




MARCOS 1:9-11

 E aconteceu, naqueles dias, que Jesus, tendo ido de Nazaré, da Galiléia, foi batizado por João, no rio Jordão. 1.10   E, logo que saiu da água, viu os céus abertos e o Espírito, que, como pomba, descia sobre ele.1.11   E ouviu-se uma voz dos céus, que dizia: Tu és o meu Filho amado, em quem me comprazo. 

O Espirito de Deus ser caracterizado como uma pomba é realmente surpreendente, só há um texto em que o Espírito de Deus aparece como uma pomba, é na tradução aramaica das escrituras hebraicas, em Genesis 1:2 que diz que o Espírito voava sobre as águas como uma pomba. Marcos está nos trazendo de volta para a criação, para o começo da historia. Para a criação original como um projeto do Deus trino. Ele quer mostrar que tanto a criação como a redenção são projetos do Deus trino.

Gn 1:2 A terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo, mas o Espírito de Deus pairava sobre a face das águas.   



A doutrina crista diz que nosso Deus é único Deus existente eternamente em três pessoas, não é tri-teísmo, três deuses que vivem em perfeita harmonia nem é uni-personalismo, ao invés disto, nós acreditamos que há um Deus em três pessoas que se conhecem e ama uma a outra.


Quando Jesus sai da água, o Pai o cobre com palavras de amor, “você é meu filho, que eu amo e que me agrada”. enquanto isto, o Espírito o estava cobrindo com poder.


Marcos nos da um lampejo da trindade, do sentido da vida e da essência do universo. As três pessoas da trindade glorificam uma a outra,

(Eu te glorifiquei na terra, completando a obra que me deste para fazer.Agora, pois, glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que eu tinha contigo antes que o mundo existisseJo 17.4-5 )

 Glorificar os outros significa servir a eles incondicionalmente, não porque você vai ter algo disto, mas apenas porque seu amor e apreciação por quem eles realmente são.


O Pai, o Filho e o Espírito Santo estão se alegrando um no outro, amando um ao outro, e servindo um ao outro. Estão infinitamente buscando a gloria do outro, então Deus é infinitamente feliz.


O auto-centrismo faz tudo virar um meio para um fim, eu quero aquilo que gosto e quando quero, meus interesses estão sobre os outros. A trindade funciona diferente, ao invés de auto-centrismo, as três pessoas são caracterizadas pelo amor de auto-entrega.


A trindade é realidade maior do universo, se este mundo foi criado, relacionamentos de amor são a realidade da vida.


Se Deus fosse unipessoal, haveria um tempo em que ele não seria amor, porque o amor apenas pode existir dentro de um relacionamento. Sua essência seria poder ou grandeza, mas não amor.

Então, porque Deus nos criou? Só existe uma resposta para esta pergunta, ele nos criou não para conquistar alegria, mas, para receber alegria. Ele nos criou para nos convidar a entrar neste relacionamento, ele nos diz: se você glorificar a mim, se você centralizar sua vida em mim, se me achar belo por quem eu sou para você, então você vai entrar neste relacionamento pelo qual você foi criado para estar.



Relacionamento e Batalha

Marcos 1:12-13

E logo o Espírito o impeliu para o deserto. 1.13   E ali esteve no deserto quarenta dias, tentado por Satanás. E vivia entre as feras, e os anjos o serviam.

Vamos lembrar que Marcos esta escrevendo nos lembrando do livro de Genesis, no batismo de Jesus, ele nos lembra da criação. Aqui, também ele nos lembra da tentação de adão e Eva, mas agora a de Jesus.  Então, surge satanás e sua tentação.

Marcos fala que Jesus estava no deserto com feras, no mesmo tempo que escrevia, os cristãos eram lançados às feras no império Romano.

Marcos trata satanás não como um mito, mas como uma realidade. Ele é o chefe dessas forças do mal, que busca tirar os crentes do relacionamento divino que falamos anteriormente.

No jardim do Eden, Deus não explicou para adão e Eva as razoes para  obedecerem a sua repreensão, se você acredita em Deus  você entende que ele esta fazendo e como aquilo irá beneficiar sua vida, no fundo, a sua obediência não será por Deus mas por si mesmo. Deus apenas será um meio, e não a finalidade da sua obediência.

Deus ali estava dizendo porque você me ama, não coma desta arvore e apenas porque eu disse isto. Apenas para estar em comunhão comigo.

As tentações de Jesus aconteceram seguindo o mesmo padrão, ele foi tentado a sair da comunhão com Deus e começar a pensar só em si mesmo, em ter uma vida auto-centrada.  Marcos não nos conta, mas Mateus sim (4:1-11) Jesus agora obedece ao Pai por outra arvore, sua cruz, para que nós pudéssemos fazer parte do relacionamento  entre Ele, Deus-Pai e Deus- Espírito Santo, Ele teve que abrir  mão por nós. Quando você estiver na pior parte de sua tentação, ferido e machucado, você ouvirá nas partes mais profundas do seu coração – este é meu filho querido que eu amo e em quem tenho prazer.


Há um paralelo entre a derrota de Adão e Eva no Jardim e a vitória de Jesus no deserto.

  1. QUEM SUSTENTA A SUA VIDA – VOCÊ OU DEUS
Para JESUS TRANSFORMAR PEDRAS EM PÃO – EM DESOBEDIENCIA A DEUS
PARA ADÃO E EVA – NÃO ACREDITAR NO SUSTENTO DA PALAVRA DE DEUS

  1. POR QUE DEUS DEIXA A GENTE SOFRER?
PARA JESUS ERA JOGAR-SE DO TEMPLO PROVANDO QUE DEUS ERA COM ELE.
PARA
4.1   Então, foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. 4.2   E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome;  4.3   E, chegando-se a ele o tentador, disse: Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães. 4.4   Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus. 4.5   Então o diabo o transportou à Cidade Santa, e colocou-o sobre o pináculo do templo, 4.6   e disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; porque está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito, e tomar-te-ão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra.  4.7   Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus. 4.8   Novamente, o transportou o diabo a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles.  4.9   E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares. 4.10   Então, disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás.  4.11   Então, o diabo o deixou; e, eis que chegaram os anjos e o serviram.




2. O CHAMADO DE JESUS.
Marcos 1: 14-15
Ora, depois que João foi entregue, veio Jesus para a Galiléia pregando o evangelho de Deus  e dizendo: O tempo está cumprido, e é chegado o reino de Deus. Arrependei-vos, e crede no evangelho.  

Pela primeira vez, ouvimos na voz de Jesus as palavras – “arrependam-se e acreditem nas boas novas”. A palavra arrependimento tem a ver com uma mudança de caminho, deixar de amar as coisas que Jesus não gosta e amar as que Ele gosta.  Boas novas é o termo grego eu angelion, queria dizer novas que trazem alegria, uma noticia alegre.

O evangelho é um anuncio de algo que aconteceu na historia, algo que foi feito por você muda sua vida para sempre.

Aqui está a diferença do cristianismo para as outras religiões. A essência das outras religiões é aviso, enquanto o cristianismo são noticias As outras religiões dizem o que você deve fazer para se conectar com Deus enquanto que o  cristianismo diz o que Deus já fez para alcançar  você.

O evangelho é que Deus se liga a você não com base naquilo que você faz ou deixa de fazer, mas tendo como base aquilo que Jesus fez, na historia, por você. E isto o faz absolutamente diferente de toda outra religião.

Em Genesis 3, a Bíblia mostra a nossa história, como nos resolvemos ser nossos próprios deuses,  decidimos ser o nosso próprio centro e tudo se desmoronou, nosso ser físico, nossa lama e nossa mente. Nós abandonamos o relacionamento com Deus, e agora precisamos que um rei verdadeiro nos traga de volta ao lar.

Seguindo o Rei.

Marcos 1:16-20 - E, andando junto do mar da Galiléia, viu a Simão, e a André, irmão de Simão, os quais lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores.   Disse-lhes Jesus: Vinde após mim, e eu farei que vos torneis pescadores de homens.   Então eles, deixando imediatamente as suas redes, o seguiram.   E ele, passando um pouco adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam no barco, consertando as redes,   e logo os chamou; eles, deixando seu pai Zebedeu no barco com os empregados, o seguiram.   

Logo depois de falar do seu reino, Jesus imediatamente chamou as pessoas para o seguirem, seus doze discípulos, isto foi único para a história judia, antigamente, os discípulos escolhiam seus mestres, mas, Marcos nos mostra uma forma diferente, Jesus tem uma autoridade distinta dos outros rabis, você não pode ter um relacionamento com ele a menos que ele te chame.

Jesus nos chama para abandonar tudo e segui-lo, isto quer dizer o seguinte, se dissemos para Ele, "eu vou te seguir se minha saúde estiver boa, se eu tiver grana na carteira, se minha família ficar bem unida, então, seu mestre e senhor é outra coisa e não Jesus".  Jesus não quer ser um meio para outra finalidade, ele não quer ser usado por você. Ele nos chama para segui-lo, ele é o alvo.

Isto seria fanatismo? Não se você entender qual a diferença entre religião e evangelho, o religioso é alguém que se esforça para alcançar Deus, isto leva ao orgulho, o evangelho é aquilo que Deus já fez por você, isto não te faz orgulhoso, mas apaixonado por aquilo que Jesus fez por você, ele será sua prioridade. Porque o evangelho não se trata de seguir os conselhos, mas de seguir o próprio Jesus, não apenas uma pessoa com autoridade para dizer para você aquilo que precisa ser feito, mas alguém que tem poder e autoridade para fazer aquilo que precisa ser feito,  e assim, oferecer para você as boas novas.

JOSEPH RATZINGER: Jesus de Nazaré

"O discípulo caminha com Jesus se verá implicado com Ele na comunhão com Deus. E isto é o que realmente salva: o transcender os limites do ser humano, algo para o qual está já predisposto desde a criação, como esperança e possibilidade, por sua semelhança com Deus" p. 30

O BATISMO DE JESUS

"Mateus, se trata de uma árvore genealógica judaica na perspectiva da história da salvação, que pensa a história universal ao sumo de forma indireta, é dizer, na medida que o reino de Davi definitivo, como reinado de Deus, interessa obviamente ao mundo inteiro" p.32

"o imperador e Jesus representam duas ordens diferentes de realidade, que não tem porque se excluir mutuamente, contudo cuja confrontação comporta a ameaça de um conflito que afeta as questões fundamentais da humanidade e da existência humana" p.34