terça-feira, janeiro 30, 2007

Crescimento Integral

Crescimento Integral da Igreja de Paschoal Piragine Ed. Vida

A igreja projetada por Jesus Cristo cresce como movimento — não se limita a ser um monumento. A sua tarefa é fazer discípulos em todas as dimensões, como diz Orlando Costas, citado por Paschoal: “Aumento no número de membros, desenvolvimento da vida orgânica, aprofundamento na reflexão da fé, serviço eficaz no mundo e a celebração litúrgica”.
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O livro é uma compilação da obra de Costas com a movimento de Propósitos, Celular e Rede Ministerial, enfim, o livro é um bom começo para aqueles que querem que a igreja tenha, enfim, seu crescimento saudável.
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DIMENSÃO DIACONAL
"Crescer na dimensão diaconal é tornar-se relevantea um povo, é instaurar ética em um mundo corrompido e corrupto, é mudar a face das coisas ainda que todos digam que é impossível, é marar mesmo quando não desejam que amemos, é caminhar na contramão da sociedade e instaurar na Terra, nas palavras de John Stott, a contracultura cristã" p. 46
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CRESCER PARA DENTRO
"Se cada salvo não conseguisse descobrir, por meio dos relacionamentos, o sabor da comunhão cristã, se cada indíviduo a despeito de idade, raça, nível cultural ou social, não encontrasse seu lugar na comunidade, e se não provássemos, com ações práticas, que as pessoas valem mais que as coisas, tudo não passaria de um discurso religioso" p. 68
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CRESCER PARA FRENTE
"O discipulado foi introduzido como estilo de vida, e, com o resultado, pudemos definir nossa visão da seguinte forma: "levar pessoas a buscar um relacionamento intenso com Deus, amar e servir ao próximo e fazer Jesus conhecido entre todos os povos, no poder do Espírito Santo" p. 69
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SERVIÇO DE AMOR AO MUNDO
"Os seguidores de Jesus são a igreja visível. Seu discipulado é ação visível por meio da qual se resssaltam no mundo, ou então, não são discípulos. E o discipulado é visível como a luz na escuridão, como monte que se eleva na planície ... Não se trata de tornar Deus visível, mas que as obras de Deus sejam vistas e que os homens glorifiquem as obras de Deus (Mt 5:16) Tornam-se visíveis a cruz e as obras da cruz, tornam-se visíveis a carência e a renúncia dos bem-aventurados... Assim vêem a cruz e a igreja da cruz e crêem em Deus" Renne Padilla na p. 87
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MOBILIZAÇÃO DOS SALVOS
"A igreja deve ajudar os salvos a descobrirem os seus dons espirituais e se engajarem nos ministerios nos quais esses dons possam ser utilizados para instaurar o reino e, consequentemente, a glória de Deus" p. 95
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IGREJAS DE ESPERA
"A igreja tem de votlar-se para fora, para o mundo ... Precisamos reconhecer que as igrejas têm se transformado em igrejas de espera para as quais se espera que as pessoas venham. Sua estruturas herdadas ressaltam e encarnam essa visão estática. Pode-se dizer que nós corremos o risco de perpetuar estruturas de vinda, em vez de substitui-las por estruturas de ida. Pode-se dizer que a inércia tem substituído o dinaminismo do evangelho e da participação na missão de Deus. Além disso, nossas estruturas estáticas, inflexíveis e centralizadas são estruturas heréticas, pois elas incorporam uma doutrina herética na igreja" John Stott na p. 105
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MISSÃO INTEGRAL
"A Missão integral nos conclama a viver um compromisso radical com Deus, que seja demonstrado em ações de amor para com os homens, ao mesmo tempo em que nos tornemos um testemunho resistente contra satanás, pois somos, cremos e vivemos o poder transformador de Jesus" p. 185
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Voltando as Disciplinas

Voltando a ler O ESPÍRITO DAS DISCIPLINAS de Dallas Willard.

"A cura bíblica para o mundanismo entre cristãos é encher o coração e a vida com as bênçãos eternas de Deus, de modo que haverá uma alegre preocupação e um desprendimento das coisas que não são espirituais" Chafer na p. 98

"Então esses mestres disseram que o corpo exterior era o corpo da morte e do pecado. Eu procurei mostrar seu erro; pois Adão e Eva tinham um corpo exterior antes da morte e do pecado vir sobre eles; o homem e a mulher terão corpos quando o corpo do pecado e da morte for retirado; quando forem renovados na imagem de Deus, por meio de Jesus Cristo, àquilo que eram antes da queda" George Fox, p. 109



A PSICOLOGIA DE PAULO DA REDENÇÃO- O EXEMPLO.


“Então, seguir Jesus- ou seguir o exemplo de Paulo- fica desprovido de significado pratico. Não expressa uma estratégia de viver nossa existência cotidiana;no máximo, concentra-se apenas em certos momentos especiais ou artigos de fé. Isso, por sua vez, torna impossível para nós compartilhar de suas experiências e consistentemente manter um comportamento como o deles- o qual, afinal, apoiava-se em suas experiências, e essas experiências resultavam de como eles organizavam suas vidas. Desde que não compartilhamos com els do mesmo comportamento, somos deixados com muita universa sobre eles e uma aplicação ocasional de sua linguagem à nossa experiência. A única maneira de superar essa nossa alienação da vida deles é tomar as práticas de Jesus e de Paulo como algo essencial para a nossa vida em Cristo”
p. 117


“Nosso fracasso mais grave hoje é a incapacidade de providenciar direção prática efetiva de como viver a vida de Jesus. Creio que isso se deve à perda do realismo bíblico em nossas vidas” p. 129


“A nova vida em Cristo não é uma vida interior de crenças e imaginações. É uma vida pessoal, incorporada, dentro do contexto social. A grande revelação que Pedro recebeu de Jesus como “o Cristo” era genuína. Entretanto, os eventos subseqüentes provaram que só aquilo não transformou sua vida. Aquilo que ele viveu, isso sim, mudou sua vida. O mesmo aconteceu com o próprio Senhor, que aprendeu a obedecer por meio daquilo que sofreu (Hb. 5:8-9). Uma psicologia adequada da redenção deve estabelecer este ponto crucial. E os escritos de Paulo e toda a Bíblia devem ser lidos à luz disso” p. 131




A HISTÓRIA E O SIGNIFICADO DAS DISCIPLINAS


“As disciplinas são atividades que implantam em nós, em nosso corpo, que é o recepiente de nossas habilidades e defeitos, uma prontidão e uma capacidade de interagir com Deus e com nosso ambiente de forma espontânea”. p. 172

“O desejo de fazer a vontade divina só pode ser transformado em realidade quando damos passos para nos encontrarmos com Deus e nos aproximarmos dele com nossas ações”p.174

DISCIPLINAS DE ABSTENÇÃO
Solitude
Silêncio
Jejum
Frugalidade
Castidade
Discrição
Sacrifício

DISCIPLINAS DE ENGAJAMENTO
Estudo
Adoração
Celebração
Serviço
Oração
Comunhão
Submissão


SOLITUDE ‘é uma prova terrível, pois ela serve para encarar o casulo de nossas seguranças superficiais. Ela abre o abismo desconhecido que todos carregamos dentro de nós...revela o fato de que esses abismos são mal-assombrados” Louis Bouyer na p.184

CASTIDADE
“A essência da castidade não é a supressão do desejo, mas a total orientação da vida do individuo em direção a um objetivo” Dietrich Bohoeffer
COMUNHÃO
"O fogo de Deus queima mais alto quando a lenha é empilhada e cada acha sente a chama da outra. Os membros do corpo devem estar em contato a fim de sustentarem-se uns aos outros"p. 211
CONFISSÃO
"Somente a confissão torna possível a comunhão profunda, e a falta dela explica muito da superficilidade encontrada nas igrejas. O que torna a confissão suportável? A comunhão. Há uma reciprocidade essencial entre as duas disciplinas". p. 213
A POBREZA É ESPIRITUAL?
"Confiar, amar e servir à riqueza é uma progressão lógica, na qual chegamos à condição em que colocamos nossos bens, por meio de nossas ações, acima dos valores supremos da vida humana ou mesmo acima de DEus e seu serviço"p. 221

domingo, janeiro 28, 2007

Pointing the way

Over the course of each month, John Mullan deconstructs a notable novel available in paperback.
He concludes his series on JM Coetzee's Booker-winning Disgrace by considering the title
Saturday June 22, 2002The Guardian

Both novelists and their publishers care very much about titles, knowing that they are the way in which a book first reaches out to its potential readers. Coetzee's title seems forbidding rather than inviting. It does not just declare an unconsoling theme, it insists on it. We are being told what the novel - for all its characters and locations and events - is really about.

The title sensitises a reader and shapes interpretation. "The whole thing is disgraceful from beginning to end," David Lurie's ex-wife says of his affair with his student. "Disgraceful and vulgar too." Because of the book's title, we notice her easy, vulgar use of "disgraceful", an empty expression of exasperation. People should not be so foolish. We notice too how "disgrace" means so much more than she realises. In this novel, disgrace is what enables an ultimate kind of self-recognition.


Refusing to display the token penitence demanded by his university, Lurie comes to experience a deeper feeling of disgrace. He is made to feel old, futile, ashamed. The would-be "servant of Eros" is a mere predator. He is driven to a strange "ceremony" of self-abasement before the family of the girl he has forced himself on; "he gets to his knees and touches his forehead to the floor". He tries to accept "disgrace as my state of being". He loses everything as a punishment for the affair and disgrace is his feeling that this is what he deserves.

Coetzee is not alone among practising novelists in announcing his works with one-word abstractions. In recent years, there have been plenty. Salman Rushdie's Shame and Fury, Peter Carey's Bliss, Anita Brookner's Providence and AS Byatt's Possession. Most recently there has been Ian McEwan's Atonement. They risk sounding like novels with theories in mind by writers with an academic training, taught to prize stories for their significant "themes". Each title is a hefty nudge to the future undergraduate, a clue as to how an essay should go.


Novelists started using abstract-noun titles at the beginning of the 19th century for essentially didactic purposes. As well as those that came in pairs - Elizabeth Inchbald's Nature and Art (1796) or Jane Austen's Sense and Sensibility (1811) - there were novels like Mary Brunton's Self-Control (1811) and Maria Edgeworth's Patronage (1814). The lessons of these were unswerving. Brunton's heroine discovers the joys of "chastened affection" and "tempered desires". Edgeworth's novel displays in endless detail the evils of patronage.

The one subtle early example is Austen's Persuasion (a title decided by her brother after her death, but probably in accordance with her wishes). The novel explores what persuades people not to follow their inclinations, but does not exactly recommend or condemn "persuasion".
With modernism, such titles became open to ironical use by writers such as Joseph Conrad. His novel Chance (1914) shows how actions are determined by psychological necessity; Victory (1915) is about the salvation that may be found in defeat. When Conrad died, he left a novel, tantalisingly incomplete, called Suspense. He also wrote a wonderful novella called Youth (about not being young any more) which, not coincidentally, is the title of Coetzee's most recent novel.
In Disgrace, those who feel disgraced are also those who are punished. Lucy is gang-raped, but the men who do it are happy with themselves. It is she who seems to taste disgrace, taught the lesson of her weakness and made to suffer for the sins of her white tribe. As if she deserved it.


Lurie cannot save his daughter. "Lucy's secret; his disgrace". He is stripped of all that once gave him power and authority. He has become a "dog-man". He observes that the unwanted dogs he helps put down "flatten their ears" and "droop their tails", "as if they too feel the disgrace of dying". As if disgrace were the recognition of what is most terrible in life.


So, in the end, Coetzee's title is rather like those tutelary titles of the early 19th century. It suggests not just a theme but a lesson. Disgrace is salutary, even necessary. It also contests in advance the common assumption that the novel is some kind of allegory of the state of South Africa. The singular abstraction of this title suggests that the book wants to bring to life some universal condition.
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ainda Desonra

Poucos romances se revelam tão ariscos à qualificações definitivas quanto esse econômico e elegante ‘Desonra’. Brilhante reflexão sobre o caos provocado pelas repentinas mudanças das relações sociais na África do Sul pós-apartheid, ‘Desonra’ também aponta para uma série de outras questões presentes no coração de qualquer sociedade e indivíduo – as difíceis exigências da velhice, a matizada relação entre homens e mulheres, o desencontro das gerações e seus impasses; a decadência da imaginação humanística, do erotismo; a tensão e contraste entre os valores urbanos e rurais, cujo pensamento ‘arcaico’ se mostra indiferente à ‘sofisticação’ do homem citadino. A personagem que ‘encarna’ (e sofre) essas contradições e acidentes é o inesquecível professor universitário David Lurie, repentinamente afastado de seu cargo por um estranho processo de assédio sexual, e que ‘foge’ de seus problemas mergulhando no coração rural de seu conturbado país em mudança. Ao final da leitura, Lurie sobrevive inteiro na mente do leitor: um homem comum, nem frágil nem forte, cujos instrumentais – seu intelecto, seus livros, seu ‘prestígio’ – relevam-se praticamente nulos para lidar com o mundo que o cerca, com a sucessão de problemas e desafios que, um após o outro, caem-lhe sobre a cabeça. Essa nova África do Sul, com sua falsa moral, com sua nova ética, que se modifica alheia à sua vontade e controle, parece até mesmo, quando não revela indiferença, alimentar um prazer em sua queda, acumular uma vitória mesquinha face sua desgraça, que se mostra não apenas sintomática, como inexorável e esperada.
vinicius jatoba
Desonra é um livro sobre o inevitável, a dor que nunca será curada, assim é Lucy tentando amar o filho do estupro do ódio, acobertando-se protegida nas mãos de que deixou ela viver a violência.
Como a dor da desonra de ser humano corre rápido, e só é sentida quando descoberta, será? O arrependimento não tem lugar num espaço onde não existe tempo para vestir máscaras, mas apenas para vestimenta da dor do dia.
This is Africa, um país de muitas refinações e provações, um continente que engloba a violência moderna do assédio até o mais ardil complô para um estupro coletivo, a Àfrica que pune ocidentalmente os vestígios e que ignora as violências mais arbitrárias.
A África tem se demonstrado o ponto de encontro entre o ocidente e o oriente, entre o moderno e o passado, e tudo segue para um denominador humano comum: a desonra da violência.

sexta-feira, janeiro 26, 2007

Desonra

Sucesso de crítica e de público, 'Desonra' conta a história de David Lurie, professor de literatura que é expulso da universidade após ter um caso com uma aluna. Com um ritmo narrativo que magnetiza o leitor, o romance investiga as relações entre uma cultura humanista e a situação social explosiva da África do Sul pós-apartheid.

COETZEE, J. M.

Vencedor do Prêmio Nobel de Literatura de 2003, autor de ficção, ensaios de crítica literária e memórias, já publicou mais de uma dezena de livros. Foi professor nos Estados Unidos e atualmente leciona literatura na Universidade da Cidade do Cabo. Recebeu prêmios na França, na Irlanda e em Israel e foi o primeiro autor agraciado duas vezes com o Booker Prize, por Desonra (1999) e Vida e época de MIchael K (1983), ambos publicados pela Companhia das Letras, que lançou também A vida dos animais (2002) e O mestre de Petersburgo (2003), que foi publicado pela primeira vez no Brasil pela editora Best Seller com o título Dostoiévski, o mestre de São Petersburgo.

segunda-feira, janeiro 22, 2007

domingo, janeiro 21, 2007

Beasts

"Meu pensamento é que nem estrada, vai indo e indo, até que me leva para bem longe deste lugar. Às vezes, penso na minha vida daqui a muito tempo e outras vezes penso na vida que deixei para trás. E então olho para o Comandante e Strika e noto como os dois estão bonitos e tranqüilos, como a gente era antes da guerra, como a gente vai ser depois da guerra, mas não agora. Agora a gente parece umas feras"

Feras de Lugar Nenhum p.123

sábado, janeiro 20, 2007

Feras.


"Então abro os olhos e vejo que ainda estou na guerra, e penso, se a guerra não tivesse chegado já seria homem agora"

Uzodinma Iweala, Feras de Lugar Nenhum, p. 79.

sexta-feira, janeiro 19, 2007

David Blaine tirando o coração



Alguém sabe como ele fez isso?

O Céu está caindo???

Feras de Lugar Nenhum


uM LIvro sobre a perda
perda da infância, da vida, enfim, de tudo.


[SINOpse]

Feras de lugar nenhum
é o livro de estréia de Uzodinma Iweala, de 23 anos, uma das grandes atrações da Festa Literária de Paraty (Flip) deste ano. Lançado dentro da linha editorial “A novidade vem de fora”, uma das grandes apostas da Nova Fronteira, o livro do jovem autor já ganhou prêmios como o Young Lions Fiction, promovido pela Biblioteca Pública de Nova York, e o Discover Great New Writers, na categoria ficção.


De uma hora para a outra, a vida do menino Agu vira de cabeça para baixo: a paz da aldeia em que vive com seus pais e sua irmã é rompida com a chegada de uma milícia liderada por um homem louco e cruel. Sozinho, afastado de sua família, Agu é obrigado a matar para não morrer ao ser recrutado como o mais novo soldado do grupo, presenciando os horrores de um conflito que não compreende. E se tornando parte deles.

Nesse romance lançado em novembro de 2005 nos Estados Unidos e na Inglaterra e já consagrado pelo público e pela crítica, seres humanos são reduzidos a seus aspectos mais primitivos, tornando-se “feras” que promovem a violência e a morte. Ao escolher Agu como narrador da história, Iweala potencializa os horrores presenciados e promovidos pelo menino: é sua voz infantil que nos conduz pela guerra e seus horrores; é ouvindo suas hesitações e pudores de criança que assistimos à sua transformação de menino-que-quer-ser-engenheiro a menino-monstro. A inocência de Agu vai sendo encoberta por assassinatos, estupros, saques e toda sorte de atos criminosos que sofre e que executa. Tornou-se um soldado e cumpre o seu dever, mas ainda se lembra dos ensinamentos da mãe e fica confuso: como pode agora matar sem vomitar ou desmaiar como nas primeiras vezes e continuar temendo a Deus e querendo ser um bom menino?

Em Feras de lugar nenhum, Agu sonha com coisas muito diferentes: matar os homens que fizeram sua família desaparecer, carregar uma arma de verdade, ter o que comer amanhã, passar a mão na bunda da moça que serve bebidas, ser uma árvore gigantesca, fazer o homem que mora na lua sorrir, encontrar sua mãe, voltar pra escola e se tornar, enfim, um engenheiro. Nessa mistura de sonhos, surge um novo e talentoso escritor, que atinge seus leitores não apenas com uma história difícil de ser esquecida, mas com perguntas ainda mais difíceis de serem respondidas: somos capazes de perdoar a qualquer um todas as violências cometidas?

terça-feira, janeiro 16, 2007

O Inocente

Após terminar o melhor livro brasileiro de 2006, voltei no tempo, voltei ao Ian McEwan em O Inocente.

[resuminho]

O Inocente, de Ian McEwan (tradução de Alexandre Hubner; Companhia das Letras; 326 páginas; 42,50 reais(20 REIAS NO SEBO MOBILE na Liberdade) – O jovem inglês Leonard Marnham faz por merecer o título de "inocente". Funcionário dos Correios realocado para uma missão secreta na Berlim dividida dos anos 50, Leonard nada em águas profundas demais para sua pouca experiência – e é difícil dizer se Maria, a alemã com quem ele se envolve, servirá de bóia ou irá puxá-lo ainda mais para o fundo. Extremamente hábil na condução dessa trama noir, o escritor inglês Ian McEwan a certa altura faz um giro inesperado para o horripilante, e daí para o drama.

[Trechos]:

"O Segredo é o seguinte: todo mundo aqui pensa ter acesso ao nível mais reservado de informação, todos acham que conhecem a verdadeira história. A pessoa só fica sabendo que há um nível ainda mais reservado que o seu quando obtém acesso a ele".
p. 26

segunda-feira, janeiro 15, 2007

mãos de cavalo

Leitura da hora

Blog de Daniel Galera

Blog com texto sobre Mãos...


Dois últimos livros que li são sobre retornar a infÂncia e fazer melhor. Fazer melhor ou diferente? Eis a questão dos dois livros, há saída moral ou apenas estetica, num o romance escrito por Briony (REparação) noutro, a luta e o sangue sentido (Mãos de Cavalo).

Fica perguntas paradas por esperar respostas.....um dia elas vêem, a vontade de voltar a ser criança já veio, assim como a memória dos meus momentos de retorno.


Paisagens:
Minas do Camaquã









grandes estilos

Grandes estilos representam a interface entre “mundo” e “eu”, e é na própria noção de ser tal interface diferente da nossa em espécie e qualidade que reside o poder da ficção. Escritores fracassam quando essa interface é feita sob medida para nossas necessidades, quando agencia as generalidades do momento, quando nos oferece um mundo que sabe que aceitaremos, por já tê-lo visto na televisão. A má literatura nada faz, nada muda, não educa as emoções, não redesenha circuitos interiores – fechamos o livro com a mesma confiança metafísica na universalidade de nossa própria interface que tínhamos ao abri-lo. Mas a grande literatura, esta o obriga a se submeter à sua visão. Você passa a manhã lendo Tchecov e, de tarde, dando uma volta na vizinhança, o mundo se tornou tchecoviano (…).

Zadie Smith

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Atonement

"Não há ninguém, nenhuma entidade ou ser mais elevado, a que ela possa apelar, ou quem possa reconciliar-se, ou que possa perdoá-la.Não há nada fora dela. Na sua imaginação ela determina os limites e as condições. Não há reparação possível para Deus nem para os romancistas, nem mesmo para romancistas ateus. Desde o início a tarefa era inviável, e era justamente essa a questão. A tentativa era tudo” p. 444


“A partir desse ponto de vista novo e íntimo, ela aprendeu uma coisa simples e óbvia que sempre soubera, e que todos sabiam: uma pessoa é, acima de tudo, uma coisa material, fácil de danificar e difícil de consertar” p.364



Resenha de Martim Vasques da Cunha:
Na verdade, o livro que pensavámos que era de Ian McEwan revela-se ser de Briony Tallis, num xeque-mate metalingüístico digno de Machado de Assis. Diagnosticada com progressiva paralisia cerebral, ela decide contar a sua versão dos fatos antes que perca o controle de sua consciência e de sua memória. Com o anúncio da morte, Briony encontra na literatura a única maneira de redimir sua alma, mesmo que isso implique em sacrificar alguns fatos no lugar de uma ficção mais verossímil.

É nesta lacuna entre o que é o real e o que é o imaginário que a literatura vive, mas a peregrinação de Briony se torna comovente porque ela busca nada mais, nada menos que o perdão daqueles que seu ato prejudicou. No encontro final entre Briony, Robbie e Cecilia, os dois perguntam a ela porque não havia decidido antes mudar seu testemunho. Briony apenas responde: "Porque cresci". Parece ser uma resposta tola. Contudo, como diria Eric Voegelin, são as respostas aparentemente simples que mostram os verdadeiros "saltos no ser" que a consciência provoca no espírito humano. Briony teve que crescer com seu pecado para assumir que o realizou, aceitar sua responsabilidade e, enfim, querer recuperar o que perdeu com seu erro. É justamente essa qualidade que nos torna seres humanos, e algo além de uma massa de carbono flutuante ou de um mero animal: a capacidade de reconhecer a fragilidade de nossa podridão e, a partir desta conclusão, querer fazer o bem, por mais dolorido que este seja. O grande problema da arte (e, por conseqüência, da escrita) é captar as nuances de uma alma que toma essa decisão, uma das manifestações mais nobres da alma e aquela que indica o caminho para o equilibrio da virtude.

Assim, fica palpável a visão de Ian McEwan de que a arte não só deve ter uma função moral, como também é uma forma limitadora de retratar a complexidade da vida. Nesta encruzilhada, nasce o fascínio da literatura como a possibilidade do homem ter um gosto da divindade. Ao mesmo tempo que não há expiação para os homens, talvez não haja expiação para Deus, que age como um escritor que manipula como quiser suas criaturas, pelo menos segundo o pensamento de Briony, já velha e esperando somente pelo sono da morte. Mas este sono é perigoso: seus personagens podem se tornar sombras de uma realidade que nem a mente, em toda a sua profundidade, pode iluminar- uma realidade que nenhuma imaginação pode fazer a devida reparação.





Resenha de Sérgio Rodrigues:
“Reparação”, lançado na Inglaterra em 2001, é a meu ver um dos grandes livros deste início de milênio. Consigo imaginá-lo sendo lido dentro de cem anos, isto é, caso ainda se leia alguma coisa daqui a cem anos. McEwan tem a capacidade rara de trabalhar com a forma tradicional do romance, de corte, digamos, oitocentista, e atualizá-la de modo sutil mas radical. Essa atualização pode se dar pela temática, quando a atenção quase maníaca do autor a detalhes de composição na horizontal e na vertical – na ambientação e na psicologia dos personagens – é posta a serviço de histórias agudamente atuais, como em “A criança no tempo” e “Sábado”. Mas também pode, de forma mais fecunda, estar no próprio núcleo do livro, num pacto novo entre o que se conta, como se conta e por que se conta, numa desnaturalização da narrativa que não deixa dúvida: eis uma literatura que não passou pelo século XX fingindo ignorar seus bombardeios estéticos, embora também não se tenha deixado estilhaçar por eles. É o caso de “Reparação”.

O salto reflexivo do romance de Ian McEwan, que não vou entregar aqui para não estragar o prazer de futuros leitores, bate o recorde mundial de relevância dramática com uma folga tão absurda que, de certa forma, me curou da obsessão com a metalinguagem.

Última Visita

"Nosso baile é brilhos tão frágeis,
com um tal aroma de ilusão,
que quase tudo ao toque da mão
desfaz-se entre os dedos mais ágeis,
deixa de ser o que imitava mal.
A perda é nosso dom natural.

As coisas todas são mortais e vão
pouco a pouco desmoronando,
canteiros de noções, um bando
de pardais, nada tem duração
ou resgate, mas só a estrela agoniza
reluzindo como a poetisa.

Dispõe os alvos travesseiros
contra a cabeceira da treva
e recebe-os: leva por leva,
recebe-nos a todos, primeiros
e últimos, celebrando a vida,
o adiamento da despedida
(...)"

Bruno Tolentino, A Última Visita.


"Oh! Terrível coisa é a ciência, quando o saber se torna inútil! Eu bem assim o pensava; mas creio que o esqueci, pois do contrário não teria consentido de vir até aqui"

Tirésias em Édipo Rei

Thomas S. Kuhn e as revoluções

um resumo????

Matriz disciplinar (PARADIGMA)

- formada com sabe num exemplar, pela comunidade cientifica.

Quadro de Princípios, conceitos, modelos (empíricos e a priori)

Marca, delimita e guia a solução de certos tipos de problema.

CRISE

Quando o paradigma não é suficiente para resolver os problemas(quebra-cabeças)

Mudança radical----Revolução Científica.

5 Aspectos

1º. Conjunto de Principios Metafisicos

2º. Conjunto de metáforas, analogias, comumente aceitas ou usadas (modelo heurístico)

3º. Conjunto de Valores compartilhados

4º. Leis ou Teorias Gerais que são aplicáveis a resolução de todos os problemas.

5º. Existência de certos exemplares, ou seja, de certos problemas e soluções modelares.

Literatura


"O escritor moderno volta as costas para a sociedade e confronta com o mundo dos objetos, recusando-se a caminhar através de quaisquer das formas da História ou da vida social"
Roland Barthes







"A linguagem é, para a literatura, matéria-prima, e não objeto. Ora, metalinguagens são apenas semioses em que a liguagem constitui o plano do conteúdo ; na literatura, porém, a lingua não é o plano de conteúdo, e sim expressão; não é significado, e sim significante. O significado, na literatura, está do lado da sociedade e da cultura"

José Guilherme Merquior

Um caderno de passagens

"O diálogo da mente consigo mesma não é basicamente uma realidade social. Tudo que o Cânone Ocidental pode nos trazer é o uso correto de nossa solidão, essa solidão cuja forma final é o nosso confronto com a nossa mortalidade"
Harold Bloom.






"Mas a ordem totalitária instala o pensamento articulador em todos os seus direitos e atém-se à ciência enquanto tal. Seu cânon é sua própria eficiência sanguinária"
Theodor Adorno




"O tédio é o pássaro onírico que choca o ovo da experiência"

"Cada manhã, ao acordarmos, apenas semi conscientes, seguramos em nossas mãos apenas algumas franjas da tapeçaria da existência vivida, tal como o esquecimento a teceu para nós"

"Um acontecimento vivido é finito, ou pelo menos encerrado na esfera do vivido, ao passo que o acontecimento lembrado é sem limites, porque é apenas um chave para tudo o que veio antes e depois"

Walter Benjamin




"se o que nasce do ventre humano da mulher vem sujo de gosma e de sangue, por que aquilo que nasce do espírito viria limpo. Em face de uma idéia nova, precisamos esperar que ela cresça (como cresce um bebê recém-nascido) para podermos avaliá-la com seriedade"
Georges Dumézil

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Reparação


"Ficaria simplesmente esperando na ponte, tranqüila e obstinada, até que os acontecimentos, os acontecimentos reais, e não suas próprias fantasias, aceitassem seu desafio e dissipassem sua insignificância"

Ian McEwan, Reparação, p. 97.

sábado, janeiro 06, 2007


"É um desastre espiritual para o homem contentar-se com sua identidade exterior com a fotografia do seu passaporte. Sua vida resume-se apenas às suas impressões digitais?" Thomas Merton

O que eu esperava era...


What I Expected

Stephen Spender

What I expected was

Thunder, fighting,

Long struggles with men

And climbing.

After continual straining

I should grow strong:

Then the rocks would shake

And I should rest long.

What I had not foreseen

Was the gradual day

Weakening the will

Leaking the brightness away,

The lack of good to touch

The fading of body and soul

Like smoke before wind

Corrupt, unsubstantial.

The wearing of Time,

And the watching of cripples pass

With limbs shaped like questions

In their odd twist.

The pulverous grief

Melting the bones with pity.

The sick falling from earth

These, I could not foresee.

For I had expected always

Some brightness to hold in trust,

Some final innocence

To save from dust;

That, hanging solid,

Would dangle through all

Like the created poem

Or the dazzling crystal.

sexta-feira, janeiro 05, 2007

Poemas

O RIO

Ser como o rio que deflui
Silencioso dentro da noite.
Não temer as trevas da noite.
Se há estrelas no céu, refleti-las
E se os céus se pejam de nuvens,
Como o rio as nuvens são água,
Refleti-las também sem mágoa
Nas profundidades tranqüilas.

Manuel Bandeira

DA DISCRIÇÃO

Não te abras com teu amigo
Que ele um outro amigo tem.
E o amigo do teu amigo
Possui amigos também...

Mario Quintana - Espelho Mágico


Noções

Entre mim e mim, há vastidões bastantes
para a navegação dos meus desejos afligidos.

Descem pela água minhas naves revestidas de espelhos.
Cada lâmina arrisca um olhar, e investiga o elemento que a atinge.

Mas, nesta aventura do sonho exposto à correnteza,
só recolho o gosto infinito das respostas que não se encontram.

Virei-me sobre a minha própria experiência, e contemplei-a.
Minha virtude era esta errância por mares contraditórios,
e este abandono para além da felicidade e da beleza.

Ó meu Deus, isto é minha alma:
qualquer coisa que flutua sobre este corpo efêmero e precário,
como o vento largo do oceano sobre a areia passiva e inúmera...

Cecília Meireles

Walt Whitman

“Song of Myself”
I celebrate myself, and sing myself,
And what I assume you shall assume,
For every atom belonging to me as good belongs to you. ..

I too am not a bit tamed, I too am untranslatable,
I harbor for good or bad, I permit to speak at every hazard,
Nature without check without original energy


“The Last Invocation”
Come, said my soul,
Such verses for my Body let us write, (for we are one,)
That should I after return,
Or, long, long hence, in other spheres,
There to some group of mates the chants resuming,
(Tallying Earth's soil, trees, winds, tumultuous waves,)
Ever with pleas'd smile I may keep on,
Ever and ever yet the verses owning--as, first, I here and now
Signing for Soul and Body, set to them my name,
—Walt Whitman, Preface to Leaves of Grass
At the last, tenderly,
From the walls of the powerful fortress’d house,
From the clasp of the knitted locks, from the keep of the well-closed doors,
Let me be wafted.
Let me glide noiselessly forth;
With the key of softness unlock the locks—with a whisper,
Set ope the doors O soul.

Walt Whitman

Leda and the swan- WBYeats


A sudden blow: the great wings beating still

Above the staggering girl, her thighs caressed

By his dark webs, her nape caught in his bill,

He holds her helpless breast upon his breast.



How can those terrified vague fingers push

The feathered glory from her loosening thighs?

How can anybody, laid in that white rush,

But feel the strange heart beating where it lies?



A shudder in the loins, engenders there

The broken wall, the burning roof and tower

And Agamemnon dead.

Being so caught up,

So mastered by the brute blood of the air,

Did she put on his knowledge with his power

Before the indifferent beak could let her drop?

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Lado a Lado

RABEY, Steve & Lois Lado a Lado: Manual de Discipulado Ed. Textus/ Sepal, 2004.

PREGAR
“A tarefa ministerial é a mais importante que o ser humano de qualquer raça pode desempenhar na Terra, de acordo com a ordem da dispensação da graça, a pregação do evangelho é indispensável e necessária para erguer a humanidade das ruínas da sua queda, livrando-a de todas as misérias decorrentes do banimento eterno da presença de Deus para que tenha satisfacao plena com Ele, o Deus soberano, em cuja destra há delicias perpetuamente” Thomas Coke na p. 77


PREÇO do PERDÃO

“Jamais poderemos pagar o debito de amor que temos para com Cristo. Se nossa carreira é de longa distância, temos de estar determinados a jamais desistir do serviço divino”. p. 71


PARA QUÊ

“Deus não nos conforta para nos tornar confortáveis, mas sim para nos tornar confortadores” John Henry Jowett p. 79


SILÊNCIO DO CRENTE

"Aquele que possui a Palavra de Jesus é verdadeiramente capaz de ouvir até o seu silêncio, pode ser perfeito e pode agir pelo fala e ser reconhecido pelo silêncio" Inácio de Antioquia, p.33

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Spurgeon que foi esquecido

Este livro procura lançar luz sobre as razões que deram surgimento à imagem superficial de Spurgeon. Quando Joseph Parker contrastou o rígido calvinismo pregado no Tabernáculo de Spurgeon com o louvável cristianismo exemplificado em seu orfanato, o jornal The Baptist protestou dizendo que o homem acerca de quem Parker escrevera "não é o Spurgeon da história". Mas a distorção continuou, e Spurgeon prenunciou como a posição sustentada por ele poderia estar no século vinte: "Estou bem disposto a ser devorado por cães nos próximos cinqüenta anos, mas o futuro mais distante me vindicará". Este livro traça as linhas principais do pensamento espiritual de Spurgeon em conexão com as três grandes controvérsias ocorridas em seu ministério – a primeira foi sua posição contra o diluído evangelho que estava na moda em Londres, para onde o jovem pregador veio na década de 1850; a segunda, o famoso debate sobre "Regeneração Batismal", em 1864; finalmente, a dilacerante controvérsia do Baixo Grau, de 1887 a 1891, quando Spurgeon procurou despertar os cristãos para o perigo que a Igreja corria de "ser sepultada sob as ferventes chuvas de lama da heresia moderna".


trechos do C. H. Spurgeon in MURRAY, I.H. O Spurgeon que foi esquecido Editora PES:

"Essa era precisamente a crença de Spurgeon: " A regeneração é uma obra instantânea. A conversão a Deus, fruto da regeneração, ocupa toda a nossa vida, mas a regeneração propriamente dita é efetuada num instante" p. 125

"Somos tão inválidos e incapazes de cooperar em nossa regeneração como o somos, de cooperar na obra do Calvário, e, como é somente a cruz que enfrenta vitoriosamente a culpa do pecado, assim é somente a regeneração que enfrenta triunfalmente o seu poder" p. 113


"O evangelho apresenta o Senhor como amando indignos e justificando impios, e, portanto, devo lançar para longe da minha mente a idéia de que o amor divino depende de condições humanas" p. 107


"As consequências estão com Deus, e não com você. Se realizou uma boa obra para Cristo, embora pareça aos seus ofuscados olhos que dela lhe virá um grande mal, contudo, a tem realizado, Cristo a aceitou, Ele fará registro dela e, em sua consciência, Ele lhe dará o sorriso da Sua aprovação" p. 246

do SUBMUNDO


No catatau que é Submundo, de Don Delillo (732 páginas), um achado:

"É uma obra em andamento, veja bem, uma coisa que muda a cada dia, a cada minuto. Vou tentar, vou dar voltas, até chegar a uma resposta, talvez eu chegue, talvez não" p. 67


"Muitas coisas que estavam em equilibrio de poder e ao equilibrio do terror [guerra fria], agora é como se elas estivessem confusas, desfeitas. As coisas agora não tem mais limite. O dinheiro não tem limite. Não compreendo mais o dinheiro. O dinheiro está confuso. A violência também, a violência agora é mais fácil, está desarraigada, descontrolada, não tem mais medida, não tem mais níveis de valores" p. 68