domingo, novembro 28, 2010
quarta-feira, novembro 17, 2010
UP IN THE AIR!
Sensacional filme do mesmo diretor de Juno. Up in The Air! foi mal traduzido por AMOR SEM ESCALAS, o que nada tem a ver com o filme em si.
Já que a vida do personagem principal é uma escalada de desencontros, o filme é sobre a fragilidade dos relacionamentos e intenções. Nunca sabemos realmente o que queremos da vida por nós mesmos e muito menos o que os outros buscam.
Elenco: George Clooney, Vera Farmiga, Melanie Lynskey, Anna Kendrick, Danny McBride. Direção: Jason Reitman Gênero: Comédia Duração: 104 min. Distribuidora: Paramount Pictures Sinopse: Pago para viajar pelos Estados Unidos despedindo funcionários de empresas
em crise, Ryan Bingham sempre se contentou com um estilo de vida desapegado, passado em meio a aeroportos, hotéis e carros alugados. Ele consegue carregar tudo o que precisa em uma mala de mão, é membro de elite de todos os programas de fidelidade existentes e está próximo de atingir 10 milhões de milhas voadas.
Mas quando o chefe de Ryan, inspirado por uma eficiente e novata funcionária, ameaça mantê-lo permanentemente na sede da empresa, ele se vê entre a perspectiva – ao mesmo tempo aterrorizante e agradável – de ficar em terra firme, contemplando o que realmente pode significar ter um lar.
Um dos filmes mais comentados dos últimos meses, chega às telas Amor sem Escalas(Up in the air), novo e aclamado trabalho de Jason Reitman, o premiado diretor de Juno. Não se espante com o filme à primeira vista: ele demorou bastante a me conquistar. Mas, no final, eu estava completamente envolvida com a trama que aborda a solidão e o vazio das relações pelo olhar masculino.
Baseado no livro de Walter Kirn, a história gira em torno de Ryan Bingham (George Clooney), um homem com uma profissão bem peculiar: ele é pago para viajar pelos Estados Unidos despedindo funcionários de empresas em crise. Ryan não parece se incomodar com o trabalho hostil, pois se contenta com a vida que ele considera perfeita.
Desapegado de tudo e de todos, ele passa a maior parte do tempo entre aeroportos, hotéis e carros alugados. De vez em quando faz algumas palestras em que conta seu case 'a mochila vazia'. A razão de abordar o tema é o fato de que Ryan consegue carregar tudo o que precisa em uma mala de mão, é membro de elite de todos os programas de fidelidade existentes e está próximo de atingir seu maior objetivo: 10 milhões de milhas voadas.
Se para os outros essa é uma vida solitária e vazia, para ele tudo faz sentido. Ryan tem uma casa em que passa apenas alguns dias por ano; duas irmãs que mal vê; relacionamentos esporádicos que considera reais. Nada mais importa, essa foi sua escolha e ele nunca questiona isso. Mas quando seu chefe, inspirado pela eficiente e novata funcionária Nathalie (Anna Kendrick) ameaça mantê-lo permanentemente na sede da empresa, Ryan se assusta. Ao mesmo tempo, ele se envolve com Alex (Vera Farmiga), uma mulher com o mesmo estilo de vida que o seu e, pela primeira vez, ele vê a perspectiva de ficar em terra firme, contemplando o que realmente pode significar ter um lar.
Alguns pontos chaves tornam Amor sem Escalas interessante. A relação de Ryan e Alex é cercada de detalhes que se revelam uma grande surpresa perto do final do filme. O modo como Ryan lida com a tecnologia que está ocupando seu lugar no trabalho também chama a atenção. A frieza atual das relações humanas - evidenciada tanto na forma como Ryan trata sua família como na demissão dos funcionários - é outra questão abordada. E o embate entre Ryan e Nathalie sobre casamento e comportamento com seus parceiros é brilhante.
Todos estes pontos levam ao mesmo caminho: o excelente roteiro que, em alguns momentos, parece que vai cair no clichê 'só o amor constrói' mas dá uma rasteira no espectador, surpreendendo especialmente nos instantes finais. E diante de um roteiro tão primoroso, o elenco abraçou cada diálogo com vontade, sobressaindo em boas atuações. George Clooney é ele mesmo, charmoso, carismático e sedutor, o solteirão convicto capaz de levar a vida que quiser. Vera Farmiga e Anna Kendrick também correspondem ao perfil de suas personagens; uma é totalmente despojada, a outra, convicta de suas intenções.
Corajoso e autêntico, Amor sem Escalas não cai em ciladas para agradar ao público. Seu protagonista é um cara que não pensa em casar, nem em ter filhos muito menos em assumir um compromisso real (de acordo com os padrões da sociedade), porque o real dele é cada um na sua. Ele não se preocupa em comprar uma casa, ter bens, nada. Ele não quer se comprometer e não faz a menor questão que as pessoas gostem dele. E todo mundo questiona esse jeito tão peculiar, aparentemente solitário, mas que foi uma escolha dele. E a vida é feita de escolhas, não? Simples assim.
terça-feira, novembro 02, 2010
John Houston: The Asphalt Jungle
Dirigido por John Huston, O Segredo das Jóias é considereado por muitos o filme que define o gênero "noir". Depois de muitos anos na prisão, Doc (Sam Jaffe), aparentemente um tranqüilo ex-criminoso reabilitado, decide dar um último golpe. Suas tentativas de reunir a velha gangue vêm contra as intenções do seu sócio que pretende começar no Kentucky uma fazenda de criação de cavalos com a sua parte do roubo. As tendências lascivas de Doc para mulheres jovens e curvilíneas não o levam a lugar nenhum, mas deleitam os espectadores com desempenhos estonteantes de Jean Hagen e Marilyn Monroe. Os vigorosos personagens desenvolvidos pelos roteiristas Bem Maddow e W. R. Burnett, ganham muito brilho com a maravilhosa direção de Huston. Baseado no famoso livro de W.R. Burnett, este filme teve três refilmagens: 1958/Badlanders, 1963/Cairo e 1972/Cool Breeze. Porém, o original ainda permanece imbatível. Mais uma obra-prima do mestre Huston!
terça-feira, setembro 01, 2009
ALFRED HITCHCOCK: Notorious
“Se eu tivesse que escolher um só filme de Alfred Hitchcock seria Interlúdio e a razão é Ingrid Bergman. Uma relação amorosa imaginária entre Alfred Hitchcock e Ingrid Bergman tendo Cary Grant ao meio. A cena final deve ser a mais perfeita da História do cinema, onde tudo se resolve em três minutos: a história de amor, o
drama familiar e a trama de espionagem. Poucas tomadas, magníficas e inesquecíveis.”
Jacques Rivette
Mais lembrado como um mestre do suspense (ou até do terror, o que não deixa de ser um erro), Hitchcock também fez vários filmes policiais e de espionagem. "Interlúdio" é um dos melhores, com um trama simples, mas bem eficiente, e um desempenho admirável de Ingrid Bergman. Dizem que Hitchcock referia-se a seus atores como "gado". Também dizem que suas heroínas não passavam de louras geladas e desmioladas. "Interlúdio", contudo, desmente estas bobagens. Alicia (Bergman) - linda, mas com uma péssima reputação - é a filha americana de um espião nazista, que é condenado e preso nos Estados Unidos, suicidando-se logo após. Devlin (Cary Grant) trabalha para o governo dos EUA e tem a missão de transformar Alicia numa contra-espiã. Para isso, ela deve viajar para o Rio de Janeiro e encontrar-se com Sebastian, um alemão suspeito de espionagem que já esteve apaixonado por ela (o que facilita muito as coisas). Mas há um problema: Alicia e Devlin apaixonam-se no começo do filme. A trama até pode parecer rocambolesca (e é), mas aí aparece o talento de Hitchcock. Ele não está interessado na espionagem em si, nem nas conseqüências do conflito para os agentes americanos e alemães da história, e muito menos para as duas nações. Ele está interessado nos dramas mais íntimos de seus personagens, que envolvem, como sempre, amor e sexo. Ou melhor: amor, sexo e culpa. Patriotismo, como diz Alicia no próprio filme, não passa de um assunto que dá dor de cabeça. O conflito básico envolve a dificuldade de Alicia e Devlin para fingir que não estão apaixonados e, mais do que isso, para impedir que a sua relação atrapalhe a espionagem de Alicia. Ingrid Bergman está muito longe de ser uma loura burra e gelada em "Interlúdio". Ela é muito quente e muito esperta, tanto que antecipa o que será obrigada a fazer, dizendo que vai agir "como Mata Hari, que se entregava para obter segredos". As velhas preocupações morais de Hitchcock afloram a todo momento. Apesar de discreto em relação à imagem, os diálogos de "Interlúdio" são bastante explícitos. Alicia fica noiva, transa e depois casa com Sebastian, mesmo apaixonada por Devlin, para cumprir o papel que esperam dela. Devlin, por sua vez, morre de ciúmes, mas é orgulhoso demais para compreender o sacrifício de sua amada. Bobamente, acha que Alicia voltou à sua vida de festas, bebidas e amores inconseqüentes. Grant sempre fez muito bem esse papel de idiota romântico sob a pele de um homem de ação. A cena final, realizada com o costumeiro cuidado de Hitchcock com os enquadramentos e os movimentos de câmara, sustenta-se exclusivamente pelas motivações dos personagens. Não há um só tiro em "Interlúdio". Ninguém corre nem eleva o tom da voz. Em compensação, há o prazer de ver o velho Hitch em plena forma, rindo de si mesmo e de seus pobres personagens, enquanto nós, espectadores, nos deliciamos com um cinema sofisticado, capaz de reunir suspense e bom-humor numa mesma seqüência. O melhor de tudo é que "Interlúdio" é apenas uma amostra. Corra para a locadora e descubra tudo o que aquele velho careca era capaz de fazer com uma câmara e uma loura.
Carlos Gerbase é jornalista e trabalha na área audiovisual, como roteirista e diretor. Já escreveu duas novelas para o ZAZ (A gente ainda nem começou e "Fausto"). Atualmente finaliza seu terceiro longa-metragem, Tolerância, com Maitê Proença e Roberto Bomtempo.
Veja algumas sacadas de Christopher Vogler em Jornada do Escritor
Um exemplo do arquétipo do herói como motivador num filme pode ser o de Interlúdio, de Alfred Hitchcock. Cary Grant faz o papel de um agente secreto, tentando atrair para uma causa nobre Ingrid Bergman, a filha de um espião nazista. A um só tempo, ele oferece a ela um desafio e uma oportunidade. Ela pode superar sua má reputação e a vergonha da família dedicando-se à nobre causa de Cary. (No fim das contas, a causa acaba não sendo tão nobre, mas isso é outra história.)
Como a maioria dos heróis, o personagem dela tem medo da mudança e reluta em aceitar o desafio. Mas Grant, à maneira de um arauto medieval, faz a moça recordar seu passado e dá a ela motivação para agir. Faz com que a moça ouça a gravação de uma discussão que ela teve com o pai, na qual renunciava à espionagem dele e declarava sua lealdade aos Estados Unidos. Confrontada com a prova de seu patriotismo, ela aceita o Chamado à Aventura. Está motivada. (p. 70)
Desorientação e desconforto
Muitas vezes, o Chamado à Aventura pode ser perturbador e desorientador para o herói. Em outras ocasiões, os Arautos enganam os heróis, falseando a própria aparência para ganhar sua confiança e, depois, trocando de forma para fazer a entrega do Chamado. Alfred Hitchcock nos dá um poderoso exemplo em Interlúdio. A heroína, vivida por Ingrid Bergman, é uma moça que só quer se divertir, e cujo pai fora condenado como espião nazista. O Chamado à Aventura chega através de um Arauto, na forma de Cary Grant, um agente americano que tenta obter a ajuda dela, para poder infiltrar-se num círculo de espiões nazistas.
Primeiramente, ele joga seu charme e entra na vida da moça, fingindo ser um playboy que só pensa em bebida, carros velozes e... nela. Depois que ela descobre, por acaso, que o sedutor é da polícia, ele muda de conversa, põe a máscara de Arauto e transmite a ela um desafiante Chamado à Aventura.
Ingrid Bergman acorda na cama, de ressaca, depois de uma noite de festas. Grant, enquadrado na moldura da porta, dá a ela uma bebida efervescente, para acalmar o estômago. O gosto é horrível, mas Grant faz com que a moça beba de qualquer jeito.
A beberagem simboliza a nova energia da aventura — mesmo com aquele gosto de veneno, se for comparada com as bebidas finas a que a moça está acostumada — mas que, afinal, vai ser um bom remédio.
Nessa cena, Grant está encostado no marco da porta, numa silhueta, como se fosse um anjo negro. Do ponto de vista de Ingrid Bergman, esse Arauto de aparência imprecisa pode ser um anjo ou um demônio. A hipótese demoníaca é sugerida pelo nome dele, revelado pela primeira vez: Devlin (em inglês, Devlin aproxima-se de devil, que significa demônio). Quando ele avança pelo quarto, em direção à moça, para transmitir o Chamado, Hitchcock faz a câmera segui-lo, numa tomada em que o ponto de vista oscilante e estonteante reflete o estado de ressaca da heroína, deitada. Parece que Grant está caminhando no teto. Na linguagem simbólica do filme, essa tomada expressa o momento de mudança da posição do personagem de Cary Grant, de playboy a Arauto, e seu efeito desorientador sobre a heroína. Grant faz o Chamado — um convite patriótico para que ela se infiltre no círculo de espiões nazistas. E quando transmite a mensagem, Grant é visto, pela primeira vez na cena, totalmente iluminado e inteiramente na vertical, o que representa o efeito da sobriedade no personagem de Bergman.
Enquanto o casal conversa, um aplique de cabelo artificial, parecido com uma coroa, escorrega da cabeça de Bergman, mostrando que aquela existência enganosa e viciada de princesa de conto de fadas tem que chegar ao fim. Simultaneamente, na trilha sonora, pode-se ouvir o som distante de um trem afastando-se da cidade, sugerindo o começo de uma longa jornada. Nessa seqüência, Hitchcock usou todos os elementos disponíveis para assinalar que se aproxima um limiar de mudança importante. O Chamado à Aventura desorienta a heroína e a repugna, mas é necessário ao crescimento dela. (p. 102)
quinta-feira, março 18, 2004
Assisti dois filmes hoje, um bobíssimo, chamado Clube do imperador, um Sociedade do Poetas Mortos ou Adeus, Mr. Chips, muitissimo mal feito. Os superlativos para falar desse filme só servem para falar mal mesmo. Clube da Santa-Paciência Romana, nem eles foram bem usados no filme, nada salva esse filme, só mesmo se César renascesse, mas ele não é Cristo, então podemos crucificar esse filmeco digno de cinema em casa metido a filmão.
Já Amor custa caro decepciona porque é um filme dos Irmãos Cohen, afinal eles fizeram E aí, cara? Como vai você? Um filme brilhante, mas há sempre escorregões, a beleza da Zeta-Jones deslizou a cena e o filme lembra Abaixo ao Amor. São contemporâneos no estúdio, filmes que passam todos seus quadros mostrando a falência do amor na socieade capitalista para acabar numa declaração bem a la roberto carlos & wando que o amor vive para sempre. Não agrada as empregadas e bregas de plantão pois ambos querem ser filmes cabeças sobre o água-com-açucar, mas não conseguem dar um final cabeça ao água-com-açucar, então, tome muita água com açucar e vá ver o filme.