quarta-feira, dezembro 07, 2005

Tommy Tenney e a Casa Favorita





A história da humildade perante Deus.

Livros evangélicos são sempre um problema quando se lê, eles não querem apenas contar uma história querem falar de algo eterno, algo que vai além do que seus autores acham, uma verdade que escapa a vida do autor, uma verdade eterna alheia ao livro e ao autor.



Casa Favorita nos relembra do privilégio e da ascensão celestial que tem a adoração. O autor conta a história do templo de David, que nem templo foi, e sim uma tenda....sua construção canhestra, mas sua edificação espiritual sempre presente e sincera e constante eis o segredo da tenda de David.

Outra peculiaridade do sonoro templo de David era a não-presença de véu, enfim, a tenda de David era presença popular, aberta, pública de Deus aos homens na forma da Arca, com toda reverência e alegria possíveis para todos os possíveis, daí talvez, o Salmo primeiro.

Mas por que comecei com o primeiro capítulo? O livro foi escrito por um norte-americano para um público norte-americano sulista pentecostal, habituado com a frênesi sulista na forma de adorar a Deus.

Faz sucesso no Brasil com neo-pentecostais, claro, principalmente pela defesa do louvor diante da pregação. Coisa que fará batistas e presbiterianos virarem o estômago.

Há uma supervalorização da emoção, do sentir Deus, como "kabod" a glória pesada de Deus, e um esquecimento dos momentos tormentosos aonde a sequidão do sentir vêm e só nos resta os respingos da memória e da certeza como em Jó da existência do redentor.

É complicado separar, definir que isto é pra aquilo e aquilo para lá, dividir adoração de pregação, colocar modos e formas para tanto.......assim como é deveras dificil criticar um livro evangélico, porque a verdadeira verdade que o livro quer falar escapa dele e do seu comentário.

A Sangue-Frio





Após séculos esperando no limbo dos livros nunca lidos, peguei o Trumam Capote para me fazer companhia durante este fim de ano chuvoso.

A sangue-frio é o clássico do jornalismo repórter, e tudo que o livro tem é não ter sangue-frio, os assassínios e assassinos não tem sangue-frio, a trama detalhista, microcoscópica de Capote, que relembra um Proust falando sobre as memórias, mas aqui memórias de sangue e veias estirpadas, veias? melhor seria falar em crânios, miolos.... pois a sangue-frio nos dá conta da fragilidade e hipocrisia que é a vida, mesmo no interior cristão direitista do EUA, há disso, há morte e sangue, vantagens e nenhum herói ou anti-herói apenas transeuntes em meio a 4 corpos estirados numa casa por 40 doláres.

10 doláres cada cabeça, o dramático promotor pronuncia....mas não estamos lendo Crime e Castigo não há no livro qualquer rendenção russa, há apenas transeuntes caipiras que seguem a sua bestial natureza humana de egoísmo e apatia.



Dick e Perry, os homens de gelo.

De Dostoeisvky, fica apenas uma frase de Karamazòv: Quanto mais eu amo o mundo, mais odeio meu próximo.



Por que será?