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terça-feira, dezembro 01, 2009

HENRI NOUWEN: Integridade


"Afasta a ilusão de que a integridade pode ser dada de um ser para outro. É cirador porque não extrai a solidão e a dor do outro, mas convida a reconhecer sua solidão em um plano em que possa ser compartilhada. Muitas pessoas nesta vida sofrem porque estão procurando ansiosamente pelo companheiro, pelo evento ou encontro que as livrará da solidão Quando entram em uma casa de real hospitalidade, porém, percebem logo que os próprios ferimentos devem ser entendidos não como fontes de desespero e amagura, mas como sinais de que tem de caminhar para frente, obedecendo aos sons do chamado dos próprios ferimentos"


Ricardo Bitum, Henri Nouwen de A a Z, p. 17

domingo, junho 21, 2009

ROB BELL e DON GLODEN: Jesus quer Salvar os Cristãos

Trata de fé e medo, riqueza e pobreza, guerra e poder, segurança e terror, bíblias, bombas e incerteza. Trata dos impérios vazios e da verdade de sermos todos sacerdotes. Trata de opressão, ocupação e de o que acontece quando os cristãos apoiam e incentivam aquilo de que Jesus veio libertar as pessoas. Trata de o que significa ser parte da Igreja de Jesus Cristo em um mundo no qual pessoas jogam aviões contra prédios enquanto outras carregam veículos com as compras do supermercado.
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Em seu livro mais bíblico, Rob Bell e Don Golden repassam a história bíblica a partir da perspectiva do exodo e das promesas em suspensão...termo bastante útil para entendermos a vitória de Cristo na cruz e derrota dos cristãos hoje.
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PROMESSAS EM SUSPENSÃO- empregamos o tempo todo a expressão- por ser a chave fundamental para a interpretação do novo exodo. O NT é visto como um livro judeu sobre promessas judaicas cumpridas por um messias judeu que veio redimir toda a humanidade do pecado e da morte. /Esse modo de interpretar encerra a ideia de que as afirmações do NT dirigidas a seus ouvintes originais estavam envoltas no impacto emocional e intelectual que essas tinham sobre os judeus do sec. 1o. Na verdade, não se pode entender realmente PAulo ou os outros escritores do NT, a menos que se compreenda o peso emocional dessas promessas em suspensão" p. 90
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"Nós estamos a leste do Eden.
Tem alguma coisa errada.
Os alemães tem uma palavra para isso. é ursprache. Ursprache designa a lingua primitiva, original da família humana. A língua do paraíso que ainda ecoa nos recessos mais profundos da nossa consciência, dizendo-nos que as coisas estão fora de ordem em nosso interior, no fundo da alma da humanidade. Alguma coisa relacionada com o modo de nos relacionarmos uns com os outros que se perdeu. Alguma coisa não está certa com o mundo" p. 19
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Desde de Adão, passando por Caim e Lameque, " a história desenrola-se em trágica sucessão, a natureza arruinada, tóxica, presente no coração de alguns humanos, espalhou-se agora para o mundo inteiro...O que começou num jardim, agora afeta o globo terrestre...A palavra para essa condição é antirreino...Existe um Reino de Deus- a paz, shalom, o berm que Deus tem em mente para todas as coisas. E existe o que acontece quando sociedades, sistemas e impérios inteiros se opõem à vontade de Deus para o mundo" (p. 29)
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Os Dez Mandamentos são um novo modo de ser humano, um novo modo de viver e se mover no mundo, em aliança com o Deus que ouve o clamor dos oprimidos e os liberta. (p.40)
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Sobre a militarização e a transformação de Israel em Império por Salomão, 1Rs 10 e 11:
"o assunto principal da discussão para quem esta contando esta história não são os números, mas como as mulheres afetaram a Salomão. Elas o afastaram de DEus, e o coração já não era totalmente dedicado".
essa passagem forma um contraste significativo com que ficamos sabendo antes, envolvendo escravos e bases militares. Tratava-se então de males sistêmicos- mas agora descobrimos um outro tipo de maligno. Não um malogro sistêmico, mas a mudança de rumo do coração de um indivíduo.
Salomão quebra a aliança com Deus.
Isso remonta ao primeiro dos Dez mandamentos, aquele que fala em não se ter outros deuses . O Sinai fora uma aliança de casamento entre Deus e o povo, uma reunião do divino com o humano. Assim, o primeiro mandamento dizia que o povo não podia ter outros amantes. O ralcionamento não daria certo se fossem infiéis. As muitas mulheres de Salomão e sua infidelidade a Deus representam a infidelidade de todo o povo- que se desviara de Deus. Por mais calamitoso que pareça, o povo de Salomão fora avisado de que isso viria a acontecer
No passado, Móisés dissera que o rei não deveria adquirir muitos cavalos, nem fazer o povo voltar ao Egito para conseguir mais cavalos, pois o Senhor lhes disse: Jamais voltem por este caminho. Ele não deverá tomar para si muitas mulheres; se o fizer desviará seu coração. também não deveria acumular muita prata e muito ouro(Dt. 17:16-17)
Salomão adquiriu muitos cavalos? Confere
Tomou para si muitas mulhers? confere
Seu coração desviou-se? confere
O texto diz " o peso do ouro que se trazia a Salomão cada ano era de seiscentos e sessenta e seis talentos de ouro" (1 Rs 10:14) O que equivale a 25 toneladas de ouro.
Salomão acumulou muita prata e muito ouro? Confere
Esse número 666, o peso dos talentos de ouro? temos aqui um modo judaico de anunciar que algo é ruim, obscuro e contrário a Deus.
Pois em Jerusalém é possivel seguir por um dos dois caminhos.
E com Salomão, a história envereda por um desvio trágico
Ele voltou por este caminho.
Jerusalém é o novo Egito.
Salomão, o novo faraó.
e o Sinai foi esquecido" p. 48-9
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"Aprendemos com Salomão que sua riqueza e abundância, até mesmo por um processo natural, conduziram-no a ter como prioridade a preservação. Precisou destinar porção cada vez maior de seus recursos para proteger e garantir o que havia acumulado. Assim, construiu bases militares e adquiriu cavalos e carruagens e cavalos. O estabelecimento da preservação como prioridade lea a isso: a exercitos cada vez maiores, a grandes suprimentos de armas e demonstrações de força, que custam mais e mais dinheiro.
É preciso ser mantidos com mais e mais recursos. Gasta-se cada vez mais para preservar e proteger o que se acumula cada vez mais. E isso, claro, exige cada vezz mais recursos que, lógico, necessitam ser protegidos e preservados cada vez mais.
esse é o circulo vicioso da prioridade da preservação" p. 146-7
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Deus não tem nada contra comer, beber e possuir coisas. Mas, quando essas coisas são adquiridas à custa da satisfação das necessidades básicas dos outros, aí sim, os discursos apaixonados dos profetas entram em ação. (p. 53)
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Em Babilônia "o povo no exílio conscientiza-se de que o primeiro exôdo, o que se foi, não bastou. O primeiro exodo resumiu-se a um indício da redenção que Deus tinha em mente para a humanidade inteira.
Seus antepassados tinham sido libertos apenas para verem-se no cativeiro outra vez, primeiramente do próprio egoísmo e arrogância, e depois, do rei da Babilônia. Várias gerações mais tardes eram escravos de novo. os profetas concluíram que o exodo seguinte teria de ser maior, mais amplo, mais profundo, mais duradouro, mais permanente que o primeiro.
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O rei babilonico não era o unico problema. não mais que o faraó, o rei dos egipcios, fora o unico problema para os antepassados daquele povo.
Deus levara os antepassados deles para fora da nação-Estado do Egito, mas existe um tipo de Egito bem mais profundo, bem mais insidioso, capaz de perverter o coração e fazer que as pessoas firam, abusem e explorem uma às outras.
O verdadeiro problema, o opressor supremo, é algo residente no fundo de cada coração humano. o verdadeiro motivo da opressão daquela gente é a escravidão humana levando à violência, ao pecado, e à morte.
Há um Egito para o qual somos todos levados,
é dele que realmente precisamos de um exodo
Assim, quando Isaias fala desse novo exodo, não se refere apenas à liberação de um império opressor em particular, mas da libertação de tudo que oprime qualquer pessoa em qualquer parte do mundo" p 64-65
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"Junto aos rios da Babilonia, os profetas puseram-se a reimaginar a graça. Começaram a enxergar como seria para Israel ter paga a dívida por seus pecados. E o que viram foi uma graça reconciliadora tão grande, tão universal, capaz de abarcar todos os seres humanos em um modo novo em folha do divino e do humano se relacionarem"
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"Assim, quando os profetas falaram desse recasamento, insistiram em que algo fundamental na maneira do povo se relacionar com Deus teria de mudar (...) a primeira aliança, aquela do Sinai, era terrível. Envolvera tanto fogo, fumaça e trovão, que o povo pediu Moises, fale voce conosco, porque, se Deus falar conosco, morreremos. Jeremias declarou que o novo casamento será completamente diferent. Deus porá a verdade no intimo deles, e a escrevera nos seus corações
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No novo exodo, contudo, aquele em que tudo será diferente do que foi antes, a verdade será grava tão fundo na consciência das pessoas, que elas farão a coisa certa naturalmente" p. 70-71
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"Assim tão fundamental para a visão do futuro- e para a identidade do lider do novo exodo- era que esse lider fosse um filho de Davi, mas um novo filho de Davi que usasse o poder de modo puro e apropriado.
sem violência.
sem venda de armas.
sem construção de palácios por escravos.
Isaias o chama-o de Principe da Paz (Is 9: 6-7).
Isaias estabelece uma relação entre o salvador vindouro e o império fracassado de Salomão. A rainha de sabá usara as palvras exatas, justiça e retidão, na explicação que deu do motivo pelo qual salomão havia recebido tanta riqueza e poder.
é dessa expectativa, de um lider que use o poder de modo puro, que brotou uma palavra em particular para descrever o que viria, Isaías o chamou de servo." p. 77-78
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"o que começou como uma promessa para um grupo particular de pessoas ao lado de um rio em particular, transformou-se em uma esperança universal para toda a humanidade, qualquer que seja o reio ao lado do qual as pessoas se encontram.
é assim que as escrituras hebraicas, tambem chamadas de antigo testamento terminam.
com todas essas promessas em suspensão" p. 81
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Sobre o primeiro milagre de Jesus (João 2:1-12):
Jesus e o Sinai: "Os casamentos nas Escrituras tinham a ver com o Sinai, com a união do divino e o humano, com os ceus e a terra jutando-se. E é aqui, em uma festa comenorando a união de um homem com uma mulher, que Jesus providencia vinho suficiente para que o banquete possa durar muito, muito tempo"
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Sobre vinho e casamento - veja - Is 49,18;61,10;62,5 e Is 55,1 e 25,6.
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"O sinai também é uma cerimonia de casamento. E é aqui no Pentecoste que a igreja, a noiva de Cristo, assume seu lugar na história redentora e que uma quantidade enorme de pessoas junta-se ao movimento de Jesus. Lucas menciona até quantas. Isso também, como tantos outros detalhes que Lucas narra, diz respeito a outra coisa. Sambos qe, no Sinai, Moisés passou tanto tempo no alto do monte que as pessoas que ficaram irrequietas e construíram um bezerro de ouro para adorar no luar de Deus. Quando Moises descobriu o que estava acontecendo, ficou furioso e decretou a morte daqueles que haviam pecado, o que foi executado por um grupo de levitas em um ato sangrento de violência. Está escrito no relato de Exodo que foram 3 mil mortos naquele dia. E quantos Lc diz agora que foram acrescentados ao numero de discipulos nos primeiro dias da igreja?
3 mil.
Lucas quer que saibamos que o Sinai não foi esquecido. A aliança está viva. O que foi perdido está sendo recuperado. O divino e o humano estão unindo-se outra vez" p. 112
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Jesus e Jerusalém e o Templo: "Jesus segue para uma cidade literal, com ruas e casas de verdade e um templo real. Mas continua declarando que seu intento maior transcende a cidade terrena...Jesus deixa muito claro que o futuro, o resultado do que vem fazendo, levará a todos adorem em uma espécie de cidade e em uma espécie de templo maior, mais amplo e mais extenso que os templos a que estamos acostumados- um tipo de templo capaz de conter o mundo inteiro" p. 92
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"Batismo de Jesus: "Mateus relata que no batismo de Jesus, quando ele saiu da água, o Espírito de Deus desceu sobre ele como pomba. O que nos leva as linhas iniciais de Gn, onde está escrito que o Espírito de Deus pairava sobre as águas do caos, antes que a obra da criação começasse. A palavra pairava (rahap) é também usada para descrever o som produzido pelas asas de um pássaro.
Em Gn, Deus entra nas aguas primevas e, delas, inicia a obra da criação.
Mt deseja que vejamos que, por meio de Jesus, uma nova criação está nascendo (p.94) "
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"de Caim em diante, temos sido testemunhas de como a violência cresce até que toda a civilização se veja em apuros. a propensão humana para o derramamento de sangue acompanha-nos desde o início. Se o mal assume alguma forma de violência, então mais violência não resolverá nada" (p. 99).
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"O único modo de romper esse ciclo é se alguém o destruir. O verdadeiro líder de um novo exodo teria de resistir à tentação de usar o poder me forma de violência contra outro ser humano. Isaías chamou aquele que viria de servo sofredor" (p.100)"
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Sobre Romanos 6,6:
"chama a velha condição de corpo do pecado, que seria o lado obscuro da existência humana, o mal residente, o pecado e a morte existentes no cosmo ao qual os seres humanos estão sujeiros...Muitos leem a palavra corpo e na mesma hora pensam em nosso corpo individual, fisico. É natural para nós, portanto, presumir que Paulo esteja ensinando algo aqui sobre como ter uma vida moralmente boa, livre do pecado. Sim, em certo sentido, é sobre isso que esta falando.
Esse porém, não é seu assunto principal. Ele emprega a expressão corpo do pecado ou corpo da carne em um sentido judaico muito comunitário de aludir à realidade do modo pecaminoso de existir toda a humanidade. é o campo e a realidade da terrível coerção que o poderoso exerce sobre o fraco, quer usem tanques e bombas, quer façam uso do costume ensinado por Moisés. Está presente em toda parte em que se faz mau uso do poder
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Paulo ve sua insistencia na reversão aos costumes de Moises como uma forma de violencia. Sua oposição é aos rituais religiosos que substituem a liberdade, a liberação, trazida por Cristo. Quando as pessoas são manipuladas pela culpa e pelo medo, quando lhes é dito que, se não fizerem certas coisas, serão ilegitimas, julgadas, condenadas, mandadas para o inferno para sempre - isso é violencia. Não importa a linguagem espiritual utilizada ou as passagens biblicas citadas, é destrutivo. é mau uso do poder. Fundamental no caminho de Jesus é o serviço, o emprego afetuoso de qualquer poder que se tenha para o bem de outra pessoa..
Paulo retorna o tempo todo à sua convicção de que existem dois modos fundamentais de existencia: corpo do pecado e o corpo de Cristo. O caminho é o meio de transporte de um para o outro- o exodo supremo da humanidade" (p. 118-9)
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O eunuco viajava de carruagem, isto não está a toa no texto de Lucas, é um símbolo, a carruagem é um simbolo de império, mas aqui ela não está sendo usada mais para violência. Mas, para transportar alguém que ouviu o evangelho.
Mesmo na epoca de Jesus, essa tentação era constante, a de se iniciar de novo um império, banindo pela violência os ofensores romanos porque "continuam apegados à esperança distorcida de que Jesus reconstruirá o mesmo e velho sistema corrompido, só que, dessa vez, estarão no comando, ocupando posições no gabinete governamental"porque "continuam presos à armadilha da investura de poder patrocinada pela religião da velha aliança".
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Contudo, "em vez de erigir torres e forçar pessoas a construir armazéns de modo que alguns pudessem armazenar coisas enquanto outros trabalhavam como escravos, esse novo movimento é comando pela generosidade. pela compaixão. Pelo compartilhamento. O evangelho para aqueles primeiros crstãos é uma realidade economica. É holístico e afeta todas as areas de suas vidas. É uma alternativa à ganância e à coerção do império" p. 125
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Apocalipse
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"escreve usando um estilo literário subversivo chamado apocaliptico. Esse estilo vale-se de ampla gama de simbolos, imagens e de linguagem estilizada para transmitir verdades profundas sobre como o mundo funciona. João fala de uma besta, termo escolhido por ele para designar o sistema corrupto, destrutivo, de violência, e mal que se difundiu em nosso mundo (...) a marca - da besta- falva de todas as formas pelas quais os humanos usam mal o poder para acumular e estocar equanto outros humanos sofrem e passam fome. A marca era o antirreino" (p.154-5)
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Eucaristia
"A igreja é uma eucaristia viva porque os seguidores de Cristo são eucaristias vivas. O cristão é uma eucaristia viva, permitindo que seu corpo seja moído e que seu sangue seja vertido em prol da cura do mundo" p. 173
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Sobre 1Co 9,20-22
"Paulo não diz para com os fortes tornei-me forte. Ele só diz para com os fracos tornei-me fraco. Compreende que o poder da eucaristia vem da fraqueza, não da força, que ela contém. Mais tarde, Paulo escreve aos corintios: "Quem está fraco, que não me sinta fraco? (2Co 11,29). No seio da igreja, na alma da eucaristia, está a identificação com o sofrimento de outro ser humano" p.175
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"A igreja é o local onde a paz foi criada. Porque na eucaristia, no corpo e sangue de Jesus, tudo foi reconciliado com Deus. Paulo chama isso de novo homem. Eucaristia tem a ver com o novo homem. Pessoas que antes nada tinham em comum descobrem que a única coisa que agora têm em comum é a única coisa que importa" p. 177
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"Um novo homem desafia modismos, arranjos demográficos e a ultima pesquisa do mercado. (...) A igreja não é uma central de serviços e produtos religiosos, na qual as pessoas pagam uma taxa e recebem em troca um bem qualquer. A igreja não é uma organização que avalia seu grupo demográfico para descobrir qual a demanda do mercado em determinado momento, para em seguida ajustar sua estratégia e atender a um nicho consumidor especial" p. 179
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"Está escrito na cara ao hebreus que não deveríamos desistir de nos reunir porque precisamos considerar uns aos outros para nos incertivarmos ao amor e às boas obras. A expressão boas obras vem da palavra hebraica mitzvot, que faz referência a ações postas em prática para curar e consertar o mundo. é um conceito rico, cheio de significados da tradição judaica. Para o escritor de hebreus, a igreja reune-se para que assim o corpo estimule uns aos outros a viver de um modo particular de vida dia sim, dia não. As reunião são o fim, mas o começo. São o ponto de partida. Dão perspectiva às coisas, lembram, provocam, confortam, inspiram, desafiam, mas, no final, dizem respeito a eucaristia. Com as pessoas presentes nesse lugar, nesse momento, sendo equipadas para ser uma eucaristia" p.183
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"A eucaristia é o primogenito, a igreja liderando o caminho no exodo. Toda vez que tomamos parte da eucaristia, somos lembrados de que cada um de nós foi escravo e que Deus nos resgatou. A igreja deve agarrar-se à sua memória do exodo, oprque, se essa memoria for esquecida.
a igreja pode esquecer os pobres
e, se os pobres forem esquecidos
a igreja pode esquecer como era ser escravo
e isso seria esquecer a graça de Deus
e seria esquecer quem somos" p. 185
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A eucaristia não é justa
dar a quem não pode dar em troca, isso não é justo
servir a quem não tem como servir em troca, isso não é justo
expor-se e derramar-se diante de pessoas que talvez nunca lhe digam obrigado, isso não é justo.
Porque Deus não se ajusta a regras. Esse Deus define-se pela ação em favor do oprimido. Deus tem a ver com dar a boa dádiva. Jesus é a boa dádiva de Deus para a cura do mundo. A igreja é o corpo de Jesus, uma boa dádiva para a cura do mundo.
A igreja é uma organização que existe em benefício dos não membros.
Bênção que se estende até a nossos inimigos" p.188-9
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A autoridade que a igreja exerce na cultura não procede do quanto está certa ou é legal ou barulhenta, nem do quanto está convencida de sua superioridade doutrinária. (p. 184)
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Epílogo: Moído e Vertido
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"Jesus quer nos salvar de reduzirmos o evangelho a uma transação relacionada à remoção do pecado, mas não à reconciliação de cada particula individual da criação com seu Criador.
Jesus quer nos salvar do desespero sancionado pela religião, do tipo que não crê na possibilidade de o mundo ser melhoraddo, do tipo que ostensiva ou sutilmente ensina as pessoas ficarem quietas e comportadas, esperando algo grandioso acontecer um dia.
A Biblia cmeça com o sangue de Abel clamando da terra.
A Biblia termina com Deus enxugando cada lágrima." p.203
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"Talvez seja isso o que quer dizer quando afirma "façam isto em memória de mim" . A parte do façam isto é nossa vida. Abrir-nos para o mistério da ressureição, abrir-nos para libertação dos outros, permitir que o nosso corpo seja moído e nosso sangue seja vertido, descobrir nossa eucaristia.
Escutar. E ir.
Porque, quando fizermos isso em memória dele,
o mundo nunca mais será o mesmo.
nunca mais seremos os mesmos,
ora, isso, sim, é um manifesto" p. 205

terça-feira, março 06, 2007

Líder que Brilha

KORNFIELD, David O Líder que Brilha:sete relacionamentos que levam à excelência Ed. Vida 2007
Enfrentamos uma realidade que a maioria dos livros sobre liderança não leva em conta: o crescimento assustador de famílias não funcionais e de uma cultura ocidental que está em plena decadência, sem podermos perceber aonde vamos parar. Essa cultura prega e vive a doutrina do materialismo, do individualismo, do hedonismo (dedicação ao prazer) e do relativismo (tudo é relativo, não há o absoluto). A cada ano, nossos líderes evidenciam mais esses valores, bem como as raízes não funcionais procedentes de famílias problemáticas.

Enfrentamos outra realidade que os líderes de dez ou vinte anos atrás não enfrentaram: o próprio crescimento da igreja evangélica a leva a um sentido de acomodação, de satisfação com o status quo. Não encontramos a mesma resistência por parte das pessoas não crentes e, assim, caímos na mediocridade. Somos aceitos na área política, somos até procurados. E o número de crentes nominais e de vida cristã medíocre cresce de forma assustadora.

Jim Collins no seu best-seller secular, Empresas feitas para vencer, descobriu que 11 das empresas que compõem a lista da Fortune 500 (as 500 melhores empresas dos Estados Unidos) se destacaram por serem realmente excelentes. Decolaram e não pararam de crescer por quinze anos seguidos. Das 500, 489 empresas eram boas, bastante boas, mas apenas 11 eram excelentes. Collins as comparou com outras 11 empresas semelhantes, dentro das 489, e descobriu seis princípios praticados pelas empresas excelentes que não eram praticados pelas outras.

Refletir sobre o estudo de Collins e tais princípios fez uma diferença tremenda em minha vida e ministério. Dentre outras coisas, perguntei-me se há algo que distinga bons líderes e pastores dos excelentes, dos grandes líderes que brilham. Pensando nisso, Deus me levou a refletir sobre duas coisas que chamamos de grande: o Grande Mandamento e a Grande Comissão. Percebi que os relacionamentos são o coração de ambos. Seja o amor do Grande Mandamento ou o discipulado da Grande Comissão, o que faz alguém ser grande ou excelente é sua habilidade de desenvolver relacionamentos comprometidos e saudáveis.

Na cultura moderna, quase tudo é descartável, incluindo relacionamentos. Quem não gosta de sua escola, faculdade, de seu emprego, bairro, ou casamento acaba mudando. Não aprendemos a crescer com nossas dificuldades e conflitos, mas, sim, a escapar. A cada ano as pessoas parecem ter menos capacidade de se relacionarem bem. Mas isso é fundamental para sermos pessoas, famílias e igrejas saudáveis. Temos de contornar esse tsunami que derrota a todos aqueles que o enfrentam.

As maiores perdas não são externas, mas internas. Algumas igrejas até mantêm a aparência de vida através de suas muitas atividades e programas, mas não têm o poder real do Espírito, manifestado em amor e relacionamentos profundos.

A habilidade de nos relacionarmos bem não vem por meio de cursos, seminários teológicos ou livros, nem através de um livro como este, sobre relacionamentos. Vem pela própria ação de nos relacionarmos! Por isso, encorajo você a estudar este livro com um grupo de pessoas que deseja crescer na arte e na habilidade de relacionar-se bem, de maneira saudável, para que tenham uma influência significativa na vida de outros.
Trechos:
"Precisamos de um modelo de ministério de casais que incorpore os modelos existentes e vá além: um modelo baseado em pequenos grupos, liderados por um casal mentor e facilitador, experimentando transparência e um compartilhar profundo de sua vida e coração. Nesse modelo, andando juntos por um ou dois anos, o alvo é estabelecer relacionamentos suficientemente profundos em que poderão encontrar respaldo para seu casamento pelo resto de sua vida" p. 131

"Uma equipe é um grupo definido, que é comprometido, capacitado e coordenado para obter os mesmos alvos" p. 174

segunda-feira, novembro 13, 2006

Discipulado Espiritual Dinâmico

EVANS, Tony Discipulado Espiritual Dinâmico Editora Vida

“O objetivo é cada membro do Corpo de Cristo seja ativo no desenvolvimento do restante do corpo. Temos que reproduzir o processo de discipulado na vida dos outros” p. 29

“O fato é que ser discípulo implica estabelecer tal prioridade que nos comprometemos a seguir a Cristo para onde quer que ele nos conduza e fazer o quer que ele nos peça. Jesus quer que o sigamos porque o amamos, não porque amamos o que poderíamos receber dele” p. 34

“Muitas pessoas querem vir à igreja e dizer: “não esperem muita coisa de mim. Não quero pagar nenhum preço. Estou aqui apenas para que vocês me sirvam” p. 38

“Quando um homem carregava a sua cruz pela cidade, essa viagem era apenas de ida” p. 41

“O amor bíblico significa que farei a vontade de Deus para você, quer você mereça ou não, e quer eu sinta vontade ou não” p. 44

Comunhão: “é o partilha mento intimo dos cristãos na singularidade da vida de Cristo” p. 146

Eu Creio na Pregação

STOTT, John Eu Creio na Pregação Editora Vida

“Um único meio e um modo de cura nos foi dado(...) e este é o ensino da Palavra. Esse é o melhor dos instrumentos, esse é a melhor dieta e clima; esse serve no lugar dos remédios, serve no lugar da cauterização e da cirurgia, quer haja necessidade cortar, quer de amputar, esse único método deve ser usado; e sem ele, nada mais surtirá efeito” Clyde Fant, p. 21

“Simplesmente ensinava, pregava e citava por escrito a Palavra de Deus; fora disso, eu nada fazia. Enquanto eu descançava ou bebia cerveja de Wittenberg com Filipe e Amsdorf, a Palavra enfraquecia tão grandemente o papado que nunca um príncipe nem um imperador infligia tantos dandos sobre ele, eu nada fazia. A Palavra realizou tudo” Martin Lutero na p. 26


“O pregador deve ter certeza que Cristo entra na congregação mediante aquelas palavras que proclama das Escrituras” Dietrich Bonhoeffer na p. 45

“É uma crença fundamental da religião cristã que cremos naquilo que cremos não porque seres humanos o inventaram, mas porque Deus o revelou” p. 59


“É da autoridade de um Evangelho com autoridade dentro de uma personalidade humilde que o mundo necessita principalmente, e que falta na pregação dos presentes tempos” P.T. Forsyth , março/1907, na p.61


“O segredo essencial não é dominar certas técnicas, mas ser dominado por determinadas convicções” p.97


“Deus tem falado (...) É o alicerce de toda pregação cristã. Nunca devemos ter presunção de ocupar um púlpito a não ser que creiamos nesse Deus. Como ousaríamos falar, se Deus não falou? Por nós mesmos, nada temos para dizer. Dirigir-nos a uma congregação sem nenhuma certeza de que estamos levando uma mensagem divina seria o máximo da arrogância e da estultícia” p. 101


“A inspiração não é ditado. Em vez disso, colocou sua Palavra na mente e na boca humana, de tal maneira que os pensamentos que concebiam e as palavras que falavam eram simultânea e completamente humanas e divinas” p. 103


“A Bíblia é a Palavra de Deus escrita, a Palavra de Deus através das palavras dos homens, falada por meio da boca humana e escrita por meio de mãos humanas” p. 103


“O pregador é tanto um mordomo fiel dos mistérios de Deus (1Co 4:1,2) quanto um arauto fervoroso das boas-novas do Todo Poderoso” p. 106


“a nova criação de Deus (a igreja) é tão dependente da sua Palavra quanto é a sua criação antiga (o Universo)” p.116


“Deus fazia o bem-estar do seu povo depender consistentemente de escutarem a sua voz, de crer nas suas promessas e de obedecer aos seus mandamentos” p. 119

“O ministério da Palavra e do sacramento é um único ministério, pois a Palavra proclama e os sacramentos dramatizam as promessas de Deus. No entanto, a Palavra é primária, visto que, sem ela, o sinal fica obscuro quanto ao significado, até mesmo mudo” p. 120


“O declínio da vida e da atividade espiritual das igrejas é geralmente acompanhado por um tipo de pregação formal, sem vida e infrutífera, e isso parcialmente como causa e parcialmente como efeito. Em contrapartida, os grandes reaviva mentos da historia cristã usualmente remontam à obra do púlpito, e, no decurso do seu progresso, tem desenvolvido e tornado possível um alto nível de pregação” E.C. Dargan na p. 121


“Esse é o alicerce do ministério da pregação. Deus é luz, tem agido, tem falado e tem feito com que suas ações e suas palavras tenham sido preservadas por escrito” p. 141