sábado, março 31, 2012

Deixando as amarras do passado.


O pastor Carlos McCord ensina que depois que aceitamos a Cristo, ele passa a ser a nossa vida, como o apóstolo Paulo ensina em Gl. 2.20

Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim.

Para muitos cristãos, existe Jesus e e existe sua vida, o que é um erro já que agora somos de Cristo, e Ele é tudo. Nossa vida, que normalmente, são nossos problemas não são mais a nossa vida, mas o nosso mundo. A vida do cristão é uma pessoa, não são seus problemas, suas ações, mas, sim a presença de Jesus Cristo em nós através do Espírito Santo.

Toda vida é um desfrutar desta presença em nossa vida, que está nos formando para sermos, enfim, imagem e semelhança dEle. O que precisamos para viver uma vida abundante já temos dentro de nós, a vida de Jesus.

2Co 3.18   Mas todos nós, com cara descoberta, refletindo, como um espelho, a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória, na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor.

O nosso passado precisa ser entendido para que a presença e o descanso dele possam ser mais reais em nossa vida. Entender o nosso passado para podermos amar melhor a Deus e ao próximo.

Hb 12.15   tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem.

Muitas coisas que aconteceram em nosso passado se não forem levadas até a graça de Deus pode virar uma raiz de amargura e sufocar a alegria de Deus em nossa vida.

Nossa família de origem tem um papel que devemos entender a luz das escrituras para nosso crescimento espiritual 

Ora, ia com ele uma grande multidão; e, voltando-se, disse-lhe 14.26   Se alguém vier a mim e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo.14.27   E qualquer que não levar a sua cruz e não vier após mim não pode ser meu discípulo 14.28   Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar? 14.29   Para que não aconteça que, depois de haver posto os alicerces e não a podendo acabar, todos os que a virem comecem a escarnecer dele, 14.30   dizendo: Este homem começou a edificar e não pôde acabar. 14.31   Ou qual é o rei que, indo à guerra a pelejar contra outro rei, não se assenta primeiro a tomar conselho sobre se com dez mil pode sair ao encontro do que vem contra ele com vinte mil? 14.32   De outra maneira, estando o outro ainda longe, manda embaixadores e pede condições de paz. 14.33   Assim, pois, qualquer de vós que não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo. 


Nossa família é o grupo mais poderoso e infleun b

Andrew Murray: Permanecer em Cristo

Andrew Murray tem aquela capacidade de poucos, ele realmente sabe ser um instrumento de Deus para nos revelar através do Espírito Santo o que Deus espera de cada um de nós. Em Permanecei em Cristo, são 30 lições, uma para cada dia, sobre o permanecer em Cristo.





Durante a vida do Senhor sobre a terra, a palavra que Ele mais utilizou ao falar da relação dos discípulos consigo foi: “segue-me”. Pouco antes de ser assunto ao céu, Ele lhes deu uma nova palavra que deveria expressar, de maneira mais íntima e espiritual, a união em glória que passariam a experimentar. Essa palavra escolhida foi: “Permanecei em mim”. Com tais palavras, o Senhor chamava Seus discípulos a uma intensa união; a uma íntima comunhão e a uma maravilhosa unidade de vida e de interesses. No prefácio deste livro, o autor argumenta que se a verdade sobre o permanecer em Cristo e tudo o que isso significa no dia-a-dia fosse pregado com a mesma clareza e urgência que a expiação e o perdão por meio do precioso e bendito sangue do Cordeiro, muitos aceitariam alegremente o convite para tal modo de vida. A influência dessa atitude seria manifesta na experiência dessas pessoas por meio de pureza, poder, amor, alegria, muitos frutos e toda sorte de bênção que o Salvador associou com o permanecer nEle. O presente livro consiste de meditações sobre a parábola da Videira e é publicado com o desejo de ajudar àqueles que ainda não compreenderam plenamente o significado da ordem: “Permanecei em mim”, bem como àqueles que pensam que se trata de uma vida que não pode ser alcançada. Somente permanecendo no Senhor, minuto a minuto, é que poderemos experimentar o progresso de uma vida frutífera nEle: “Todo ramo que, estando em mim, (…) dá fruto [Ele o] limpa, para que pruduza mais fruto ainda (…) Quem permanece em mim, e eu, nele, essa dá muito fruto” (Jo 15:2b,5b).

 

O primeiro capítulo trata do que seria o permanecer, o permanecer é alegria do primeiro amor que por vezes deixamos para trás em busca de outras coisas, como ele mesmo diz:

"A resposta é muito simples. Você desviou dEle. As bênçãos que Ele concede estão  conectadas com o Seu chamado" vinde a mim", e somente pode ser gozadas em íntima comunhão com Ele. Você não quer entender completamente, ou nãojustamente lembrar, que o chamado significava, "Vinde a mim para ficar comigo." E isso ainda era de fato seu objetivo e propósito na primeira Ele chamou para si mesmo.Não era para renová-lo poucas horas depois de sua conversão com a alegria de Seu amor e libertação, e depois vos envio a vagar em tristeza e pecado. Ele tinha destinadoa algo melhor do que uma bem-aventurança de curta duração, para ser apreciadoapenas em momentos de seriedade especial e oração, e depois de passar longe, como você teve que retornar ao exercício dessas funções em que agora a maior parte da vida tem para ser gasto. Não, na verdade, Ele havia preparado para você umahabitação permanente com Ele, onde toda a sua vida e cada momento que poderia ser gasto, onde o trabalho de sua vida diária pode ser feito, e onde todo o tempo você pode estar desfrutando de comunhão ininterrupta com Ele mesmo. Era mesmo isso que Ele quis dizer que quando a primeira palavra, "Vinde a mim", acrescentou este: "Permanecei em mim." Como sincero e fiel, tão amoroso e terno, como a compaixão que soprou em que abençoou "Venha", foi a graça que acrescentou este não menosabençoada "Permanecei". Tão poderoso como a atração com a qual a primeira palavraque te atraiu, foram os títulos com os quais esta segunda, mas se você tivesseescutado, teria mantido você. E tão grande quanto foram as bênçãos com que essavinda foi recompensado, tão grande, sim, e muito maior, foram os tesouros para queque cumprir teria lhe dado acesso.

quinta-feira, março 29, 2012

Algumas notas para entender família de origem e diferenciação




O conceito de massa indiferenciada remete ao de fusão ou aglutinação, termo utilizado por Minuchin (1982) para se referir a um estilo transacional caracterizado por um “sentimento de pertencimento que requer uma máxima renúncia de autonomia” (p. 60). Essa força de aglutinação em permanente tensão, exposta aos fatores externos que também exercem influência nas relações familiares, existe em todas as famílias, em variados graus de intensidade. O estresse originado de diferentes fatores psicossociais aumenta a força de união que age sobre a massa indiferenciada do ego, propiciando uma maior aglutinação de seus membros.

A escala de diferenciação do self ajuda a compreender o processo de amadurecimento do indivíduo, as respostas significativas, o funcionamento e as disfunções ocorridas nos processos relacionais. Essa escala, de uma importância teórica mais do que classificatória, é dividida em quatro quadrantes: no quadrante inferior, a diferenciação do eu é mínima. As pessoas que funcionam nessa categoria vivem em um mundo de sentimentos e são quase inteiramente dependentes das demais. São pessoas incapazes de distinguirem a emoção da razão. São extremamente reativas e apresentam dificuldades relacionais. No segundo quadrante (25-50), estão aquelas pessoas ainda pobremente diferenciadas, mas capazes de funcionarem de maneira limitada. São pessoas facilmente influenciadas, pois não têm opiniões próprias. No terceiro quadrante (situado entre 50 e 75), estão pessoas que têm opiniões bem diferenciadas, conseguem assumir a “posição eu” e apoiar-se menos no julgamento dos outros. No quarto quadrante (situado entre 75-100), estariam aquelas dotadas de uma plena maturidade, que funcionariam com alto grau de independência. São pessoas seguras de si, com opinião bem definida, embora não necessitem expressá-las de forma dogmática ou rígida. Assumem responsabilidade por seus atos, são tolerantes a opiniões divergentes e não entram em debates para provar que estão certas.

Projeção familiar é o processo pelo qual os pais transmitem aos filhos sua imaturidade e sua indiferenciação conforme expressas no relacionamento (Kerr & Bowen, 1988). A projeção é diferente do “cuidado” e se caracteriza por uma preocupação ansiosa, confusa e excessiva com um ou mais filhos ou filhas. O filho escolhido, objeto da projeção dos pais, torna-se o mais ligado a eles e, conseqüentemente, aquele com um nível mais baixo de diferenciação do self. Esse filho busca ativamente o papel de bode expiatório e “apesar disso, a ‘vítima’ recebe seu carinho, ainda que negativo” (Foley, 1990, p. 105).

quarta-feira, março 28, 2012

Helmut Thielicke: As Tentações de Jesus

Thielicke construiu um livro poderoso sobre as tentações de Jesus e as nossas, o ponto vulnerável segundo o autor é a nossa solidão, nosso afastamento da presença divina, o homem deixado a si mesmo. E o momento chave é a morte, tudo é feito para mascarar a morte, todas as coisas que fazemos tentam afastar a morte e a solidão de nossa visão.

Mas, Jesus..

"Jesus vive na nossa vida, em sua porção mais misteriosa na solidão,diante de nós, como nosso exemplo. Portanto, agora, é impossível existir algum ponto em nossa vida, memso o mais diabólico ou o mais comum e tedioso, de solidão, se Jesus for nosso senhor. Ele é o nosso irmão na tentação e na solidão, ele é um homem como nós; ele trouxe Deus para esta solidão, e venceu o tentador. Ele é irmão e Senhor. Portanto, iremos com ele para o deserto, passaremos com ele os estágios desta tentação com sua solidão mortal, como puritanos piedosos ajoelhados diante da sua paixão" p. 36

A primeira tentação: a realidade da fome.

Thielicke chama a atenção para a realidade da primeira tentação, para ele o lugar da tentação é o reino das coisas concretas.  Teve sua origem não em especulações ou pensamentos, mas numa coisa real, física, concreta: a fome. 

Ele cita Kierkegaard, "nosso raciocínio é impulsionado por nossas convicções, nossas convicções não são resultado do nosso raciocínio" 

"Na tentação toda a nossa vida é secretamente desligada de Deus, não queremos sua graça e soberania, e tudo isso se torna claramente óbvio em nossa vida, em sua fúria e descontentamento, em sua falta de amor e fé, e acima de tudo na gritaria e falatório sem fim com que abafamos o somo de tudo isto, em nosso desejo de ludibriar a nós mesmos e aos outros" p. 41


Jesus e Judas por Bonhoeffer

Os adversários, por si mesmos, não tem poder sobre Jesus. É necessária a colaboração de um amigo, de um amigo próximo que o entregasse, de um discípulo que o traísse. O mais  terrível não vem de fora, mas sim de dentro. 


Jesus  diz entregue e isso signifca que não é o mundo que dele se apodera. Jesus é entregue pelos seus., abandonado, deixado só. A proteção lhe é negada. A gente não quer mais se comprometer com ele, deixem-no para os outros.

Ninguém fora capaz de imaginar isso do outro. Por isso é que todos perguntaram, Porventura sou eu? Acaso sou eu? Na realidade, o próprio coração seria mais capaz de perpetrar a ação do que outro, o irmão.


sábado, março 24, 2012

Olhe debaixo da superfície


O primeiro princípio é olhar para dentro de nós mesmos, olhar debaixo da superfície do iceberg, ver as profundezas do nosso coração, conforme ensinou Salomão:

Pv 4.23   Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as saídas da vida. 


Já vimos que o nosso coração é sedente  e insensato. Temos que olhar para dentro de nós mesmos através da verdade de Jesus sobre nós.

1. Olhar para dentro com sinceridade.

Precisamos nos expor a verdade, sobretudo, a verdade sobre nós mesmos. (Jo 8.32)

Adão e Eva tentaram cobrir seus defeitos com suas ações - Gn. 3:1-19

"Talvez a idéia mais difundida sobre o que devemos fazer para obter essa transformação seja esta: se tomarmos a decisão de obedecer a Deus, aliando a isso a determinação de nos engajarmos nas atividades da igreja, de algum modo passaremos a receber o poder de Deus que nos capacitará a viver como devemos" Larry Crabb, De dentro para fora, p.49

Auto-engano - auto-justificação: baseio minha confiança naquilo que faço e naquilo que sou.  Porque, se alguém cuida ser alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo.  Gl 6:3  No auto-engano, eu sou tanto o enganador como o enganado. 


1. não acha que precisa mudar
2. acha que pode mudar pelas coisas que faz
3. não aceita conselho

2. A dor: estímulo para ir debaixo da superfície

2.1 desenvolver uma consciência daquilo que sentimos ou fazemos

Jesus se mostra um modelo de alguém consciente de suas emoções e que sabe como demonstrá-las

Jesus se comoveu profundamente- João 11.33
Chorou sobre a tumba de Lázaro - João 11.33-36
Indignou-se com seus discípulos - Marcos 10.14
Ficou assombrado - Mateus 8.10

2.2  as perguntas pelo por que e o que

Por que sempre chego atrasado às reuniões?
Por que evito certa pessoa?
Por que a opinião daquela pessoa é tão importante para mim?

2.3 O evangelho e saúde emocional

O evangelho nos diz que somos mais pecadores e defeituosos que jamais gostaríamos de admitir, mas que você é mais amado e desejado por Deus do que nunca poderia sonhar.

Aquele que não conheceu pecado, se fez pecado por nós (2Co 5:21). Por e em Cristo Jesus, somos feitos filhos de Deus e somos aceitos por ele através do amor de Jesus por nós confirmado com a presença do Espírito Santo em cada um de nós.

3 razões para  ficarmos conscientes da nossa sede

1o. para nos libertarmos de um pecado compulsivo, precisamos ter consciência de nossa sede profunda.

2o. Sem o conhecimento da nossa sede interior teremos uma compreensão superficial do pecado e, portanto, procuraremos soluções superficiais.

3o. Sem o conhecimento dessa sede, nossa busca por Deus será quando muito artificial.


segunda-feira, março 19, 2012

Helmut Thielicke: As tentações de Jesus



"O tempo é um método empregado pelo tentador. Conforme, o tempo passa, o sofrimento parece cada vez mais irracional, insensato e se transforma no argumento mais forte contra Deus. O que dissemos? Por meio da nossa natureza, nós e nossa inteligência nos nomeamos os senhores e juízes de Deus. No momento em que paramos de ver qualquer sentido nas suas ações, deixamos de lado qualquer propósito superior por detrás delas. Portanto, alamdiçoa este Deus, e morre" p.18

sábado, março 17, 2012

A teologia por Thomas Merton


A teologia é a inteligência de Deus que é o fruto da fé amorosa, indagadora e pesquisadora. As tarefas da fé  e da teologia precisam ser consideradas em suas diferenças. Pela fé, a pessoa recebe a palavra de Deus e a aceita porque é a sua palavra. Pela fé, a pessoa ouve Deus- Rm 10.17. Ou seja, ela não só ouve falar de Deus, mas entra numa relação pessoal de amor obediente com Deus, seu pai, que lhe está oferecendo a mensagem da salvação na igreja e através da igreja., a comunidade redimida e fiel. A teologia, no seu verdadeiro sentido, não começa simplesmente com certas proposições oficiais formais a respeito de Deus, mas parte dessa relação pessoal. A tarefa da teologia não é simplesmente melhorar a nossa compreensão científica dos dogmas, mas aprofundar e esclarecer nossa relação pessoal com Deus, na igreja.

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A única atitude teológica adequada para o nosso tempo é que seja franca e destemidamente aberta para a necessidade de uma mudança revolucionária no mundo secular do homem. Uma consideração fria, academica, puramente especulativa de essencias e atributos, uma contemplação de formalidades e um requintado exame de causalidades espirituais não servirão mais como teologia  nesse século.


Thomas Merton, em Amor e vida, p. 113-114

Os avessos e Cristo

Existem dois personagens bíblicos na narrativa do novo testamento que são como água e óleo.

O primeiro é Natanael, a história do encontro de Jesus com Natanael é digna de causo, parece uma literatura de cordel, uma mostra da ironia que existe nos escritos do Novo Testamento.  Jesus chega para o moço e diz que o viu atrás de uma árvore, Natanael cai no chão e começa a adorar o Messias. Vendo Jesus tamanha vontade de acreditar, Ele diz a Natanael eu vi você lá e você já está ajoelhado, imagina o dia em que você descobrir quem Eu sou mesmo e tudo que já vivi.

Natanael é o supersticioso, aquele que quer acreditar por acreditar.É como o Flexível que aparece na obra O Peregrino:


Se o que ele diz é verdade, não pode haver dúvida de que as coisas que busca alcançar são incomparavelmente superiores às que possuímos. Diz-me o coração que ele está muitíssimo certo no que afirma, e eu me sinto inclinado a acompanhá-lo.

Natanael personifica a crença sem qualquer custo ou cálculo, uma fé que se joga numa pura superstição que não avalia a veracidade bíblica de sua vida e de seu pensar, dele vem a tal confissão positiva, tudo tem mudar, eu sou o centro das coisas e o que eu penso acontece. É uma crendice em que a pessoa parece ser o próprio deus.

A vida segue numa constante de declarações de fé, o nome de Jesus é usado como amuleto. É o tipo de coração que não quer mudanças na vida, não quer arrependimento, ele busca um passe de mágica, algo que mude sua história sem ter viver a história, sem ter que obedecer, uma crença sem obediência. 

Não é ele quem obedece a Deus, mas Deus e as circunstâncias que devem obedecer a sua palavra.  Devido a sua ignorância, sua frase favorita da bíblia é que não devemos ser como Tomé, sabe-se lá onde isto está escrito.

De outro lado, há um outro ponto que é apresentado por Tomé, aquele que duvida. Aquele que precisa tocar para crer. A dúvida em si não é um empecilho para a fé, a dúvida é boa quando calcula sua obediência a palavra e busca crer apesar de ser incrédulo.

O salto da fé é essencial aqui, é o salto de tocar apesar de não acreditar, é o salto de ter um entendimento além da superfície e do oba oba do primeiro personagem. Contudo, a dúvida pode acabar com a fé, se acharmos só existe ela e nada mais, senão acreditarmos, enfim, que Jesus é o Messias. João Batista, o maior de nós nascido de mulher, teve dúvida, mas descansou quando achou a resposta.

O salto da fé é encontrar em Cristo uma resposta além de nós mesmos, ele não atende as nossas expectativas pessoais de um simples clic que muda toda história e nem de um teorema que explique todas as razões. Crer e obedecer não nascem em nós, seja na nossa vontade de acreditar ou no nosso interesse de saber, está para além de nós, esta na fé, no relacionamento pessoal com Jesus.


Esse relacionamento nos faz humanos, com dúvidas e certezas, com vitórias e derrotas, a imagem de Jesus somos feito, a sua história é a nossa. Seja você o mais crente ou mais duvidoso dos crentes, a certeza não está aí, está nesse irreptível, nesse intruso, nesse avesso a todos nós: Jesus de Nazaré.

sexta-feira, março 16, 2012

Algumas idéias iniciais a respeito da Espiritualidade emocional sadia

Após ler os dois livros de Peter Scazzero sobre Espiritualidade Emocionalmente Sadia,  começo entender que as nossas emoções são fundamentais para o nosso crescimento e amadurecimento espiritual.

Uma espiritualidade sadia está fundamentada em três aspectos da vida cristã:

1. nosso relacionamento com Deus - fé- filiação e justificação realizados pela graça apenas, que é a base de nossa vida com Deus, o próprio Deus morando dentro de cada um de nós por meio do Espírito Santo pelo Evangelho de Jesus Cristo.

2. nosso crescimento em Deus - esperança- a santificação realizada pela graça de Deus em nós, através da construção em nossa vida da imagem e semelhança de Cristo em cada aspecto de nosso ser.  Sendo, esta construção obra de uma vida de arrependimento e confiança na graça futura aperfeiçoada e realizada pelas promessas e conquistas de Jesus Cristo mediante o Espírito Santo.

3. a manifestação de Deus em nós - amor- o propósito final de todo ser humano é ser igual ao Pai Celestial, cuja essência é o amor. As obras não mais nossas, mas do Espírito Santo, é ele quem dá os frutos espirituais que brotam da videira que é Cristo.

A idéia de Scazzero está baseada nas três concepções, primeiro temos que ter uma certeza que somos filhos amados de Deus como Jesus manifesta antes de ser levado ao deserto. Não colocar nossa confiança em nossas próprias conquistas, méritos ou fama. 

Buscar uma relação de dependência e não de desempenho, estabelecer limites, não usar Deus e nem fazer coisas para Deus. A espiritualidade é contemplativa e a vida cristã é mais humilde e menos conquistadora.

O entendimento de como se dão nossas motivações e desejos é essencial para um crescimento espiritual em relação a questão da santidade. Algumas idéias de Scazzero me parecem serem fundamentais para entendermos como se dá um processo de santificação que geraria um real amadurecimento na fé.

Antes de tudo, é preciso inquerir as motivações do nosso coração, ir debaixo da superfície da  espiritualidade de iceberg,  entender as razões ocultas e insensatas do coração. Aqui, os conceitos de Scazzero se aproximam muito do livro de Larry Crabb, De dentro para fora.

Scazzero busca uma teologia narrativa, ele pensa na narrativa da família de origem, e como ela molda nosso modo de vida seja individualmente seja na comunidade. O crente deve entender que alguns modos de pecar são extraídos do contexto familiar mundano e que não foram transformados.

Veja história bíblica, os erros de Abraão aumentam em Isaque e se multiplicam em Jacó.  Devemos, então, negar a família de origem e passar a adotar os padrões da família de destino, a igreja. Não construir a identidade na filiação mundana, mas na divina, como está em Mt. 10:32-39. 

A metáfora bíblica favorita para comunidade é família de Deus, para Scazzero é um sinal claro da necessidade da diferenciação e do entendimento que o passado familiar é muito importante para a transformação madura em Cristo.

Quanto mais conhecedores dos nossos próprios sentimentos, medos e alegrias, quanto mais profundo formos em nosso próprio conhecimento, mais capazes de alcançar o objetivo final do amor seremos.

Conhecer a nós mesmos, nossos fracassos e virtudes, nossos limites e valores, faz nos humildes por que sabemos exatamente que nosso maior inimigos somos nós mesmos, e nos faz grandes porque mesmo sabendo que somos, Jesus amou-nos mesmo assim, e mais ainda, amou tanto que não nos deixou do jeito que nos encontrou.

A espiritualidade consciente de seus sentimentos fica mais humana, mais espiritual, porque sabe que precisa do Espírito Santo para gerar qualquer coisa boa, não fica mais mudana, pois não precisa provar nada a ninguém do seu próprio braço.



A fórmula de Scazzero é de uma espiritualidade contemplativa aliada a uma saúde emocional, eis como ele explica:



Jesus condensou em dois mandamentos, amar a Deus com todo teu coração, com todo seu ser e com toda a sua mente e ao próximo como a nós mesmos. A contemplação se tem definido de muitas maneiras através da historia. Irmão Lawrence disse que é a mirada pura e amorosa que encontra Deus em todas as partes. A contemplação é a linha vertical que ascende até Deus e atravessa a saúde emocional. Sermos conscientes do amor de Deus e responder é o centro de nossa vida.
A contemplação não fala apenas da nossa relação com Deus, é a maneira em que vemos e tratados as pessoas e a forma que olhamos para nós mesmos. Nossa relação com Deus e com os demais são duas caras da mesma moeda. Se tua contemplação não tem o mesmo resultado da interação com os outros, então, não é verdadeira como está em 1Jo 4.7-21
A saúde emocional trata de amar bem aos outros, nos conecta com o nosso ser interior e faz com que seja possível tratarmos cada pessoa como digna de respeito, criados a imagem divina e não apenas como objetos. Precisamos conhecer a nos mesmos, o tanto que amamos e respeitamos a nós mesmos é o tanto que podemos amar e respeitar os outros.
A saúde emocional também cuida em nossa imagem de Deus, na maneira como ouvimos sua voz e o nosso discernimento de sua vontade.




sábado, março 10, 2012

Allistar MacGrath: uma introdução a espiritualidade cristã



Depois de ler Paixão pela Palavra, comecei a ler outro livro de Allistar MacGrath, que trata agora da espiritualidade cristã. É um livro muito bom porque parte do pressuposto do relacionamento entre a teologia e a espiritualidade e da existência de uma relação entre elas. 

Não pode haver calor sem luz e nem luz sem calor.

Por espiritualidade cristã, o autor entende pela busca por uma experiência cristã autêntica e satisfatória, envolvendo a união das idéias fundamentais do cristianismo com toda a experiência de vida baseada em e dentro do âmbito da fé cristã. O autor traça no livro um esboço histórico dessa busca nas correntes cristãs, desde das práticas cristãs como também temas cristãos e seus diferentes usos e pontos de vistas em torno da espiritualidade.

A definição da espiritualidade envolve três grupos temáticos, o primeiro é o de crenças, o segundo é o de valores e o último, um modo de vida. A meta é conhecer a Deus, e não apenas sobre Ele. Ter uma experiência plena. Transformação com base na fé cristã e alcançar uma autenticidade cristã na vida e pensamento.

O autor coloca os limites da espiritualidade nas variáveis teológicas, históricas e pessoais, como também as diversas considerações denominacionais. Apoiando em Neibhur, o autor coloca as posições da igreja em relação ao mundo, na classificação do autor citado, são: Cristo contra cultura, Cristo da cultura, Cristo e a cultura em paradoxo e Cristo transformador da cultura.

O terceiro capítulo  fala sobre os FUNDAMENTOS TEOLÓGICOS PARA A ESPIRITUALIDADE, há um relacionamento íntimo entre a teologia e a espiritualdade:

"conhecer a Deus significa ser transformado por Deus, verdadeiro conhecimento de Deus leva à adoração, uma vez que o cristão é envolvido em um encontro transformador e renovador com o Deus vivo. Conhecer a Deus significa ser transformado por Deus. A idéia de um conhecimento de Deus puramente objetivo ou desinteressado é falaz" p. 61

O papel da teologia é estabelecer uma estrutura na qual a espiritualidade pode ser inserida. O autor cita a importância dos credos.  Por outro lado, se não tomar cuidado a teologia fica tão concentrada em si mesma que se perde na sua abstração.

Para mostrar a necessidade deste relacionamento o autor cita Thomas Merton:

"A contemplação, longe de opor-se à teologia, na verdade é o aperfeiçoamento normal da teologia. Não devemos separar o estudo intelectual da verdade divinamente revelada da experiência contemplativa dessa verdade com se não tivessem nada que ver um com o outro. Pelo contrário,  eles são simplesmente dois aspectos da mesma coisa. Teologia dogmática e teologia mística, ou teologia e espiritualidade, não devem fazer parte de categorias mutuamente excludentes, como se misticismo fosse para mulheres  devotas e o estudo teológico para homens práticos, mas, pasmem, secularizados. Essa divisão enganosa talvez explique muito do que está realmente faltando tanto na teologia quanto na espiritualidade. Mas uma pertence à outra. A não ser que estejam juntas, não há fervor, vida nem valor espiritual na teologia, nenhuma substância, significado ou orientação segura na vida contemplativa" na p. 69

No quarto capítulo, o autor es

sexta-feira, março 09, 2012

Thomas Merton: A sabedoria do deserto


Thomas Merton realizou uma compilação de frases dos chamados Pais do Deserto, monges que buscaram no deserto - solidão e contemplação - um relacionamento com Deus.  A busca segundo o autor era por um encontro consigo mesmo numa fuga do falso-eu.

"Buscavam um caminho que levasse a Deus e que não tivesse traçado, que pudesse ser escolhido livremente, que não fosse predeterminado por outros de antemão. Buscavam um Deus que pudessem encontrar por si mesmos, e não um Deus recebido em um formato fixo e estereotipado" p. 6

A vida era de trabalho e solidão, de jejum, de pobreza, que permitia um surgimento de que crente e o Espírito fossem uma só carne.  A luta era por pureza de coração, e o fruto era descanso.

A insistência é o amor:

"Na verdade, o amor é a vida espritual, sem o qual todos os outros exercícios espirituais, embora elevados, ficam esvaziados de conteúdo e tornam-se meras ilusões. E quanto maior a elevação, mais perigosa a ilusão (...) Amor significa uma identificação interior e espiritual com o irmão, para que ele não se torne um objeto ao qual se faz um bem." p. 19

A solidão é a busca do outro, a pobreza é pela riqueza do outro.


Alguns dos ditos:


quinta-feira, março 08, 2012

Allister McGrath: Paixão pela Verdade.


O livro de Allister McGrath é uma boa introdução para se ler antes de qualquer livro da igreja emergente,  seja a favor ou contra. 

Sobretudo, trata-se de um livro que trata da doutrina intelectual do evangelicalismo, de suas mazelas e suas virtudes. Sua posição em relação ao modernismo e ao pós-modernismo. O livro foi escrito antes do boom de McLaren e Bell, então, não contém respostas aos emergentes.

O evangelicalismo está baseado na supremacia de Jesus Cristo, em sua singularidade e soberania. 

No primeiro capítulo, o autor defende o ponto de vista que o cristianismo é uma religião singular devido a pessoa de Jesus Cristo, sendo totalmente distinto das demais religiões. De modo, que assim o evangelicalismo se afasta do racionalismo ilumista que não outorga a religião cristã autoridade sobre as demais.  E considera a autoridade de Jesus como derivada, já o evangelicalismo insiste na autoridade inerente de Jesus Cristo.

No segundo capítulo, a respeito da Autoridade da Escritura, o autor estabelece o relacionamento que existe entre a Palavra escrita e o Verbo Encarnado, dizendo que a Escritura está centrada em Cristo e envolvida nEle, retomando um ponto calvinista de interpretação bíblica cristo-cêntrica. Contudo, ambos não podem ser confundidos. 

Neste capítulo, o autor critica a influência racionalista na teologia reformada de alguns autores, que tentaram buscar nas Escrituras puras proposições baseados na filosofia do senso comum do empirismo escocês de Hume.  As Escrituras devem ser o padrão para definição do cristão e não as leituras sejam racionalistas sejam liberais. Há quatro inimigos, assim por dizer, identificados na leitura da Palavra: cultura, experiência  e razão e tradição.

A seguir, no terceiro capítulo, o autor passa a avaliar as relações entre o evangelicalismo e a corrente pós-liberal.

O quarto capítulo, analisa as relações com pós modernismo.

O quinto capítulo, analisa as relações com o pluralismo, um tema do pós modernismo, em especial, a teologia global de John Hick.

alguns trechos:

"A experiência é vista como algo para ser interpretado, em vez de algo que em si é capaz de interpretar. A teologia cristã visa assim dirigir-se a, interpretar e transformar a experiência humana" p. 67







sexta-feira, março 02, 2012

a parábola da ponte




Há uma história no livro de Peter Scazzero, eis a história na tradução de Sandro Baggio em http://www.sandrobaggio.com/2009/01/16/a-ponte-uma-parabola-sobre-escolhas-e-responsabilidade/


O Rabino Edwin Friedman conta uma parábola sobre um homem que tinha pensado bastante sobre o que ele queria da vida. Após tentar muitas coisas, ter sucedido em algumas e fracassado em outras, ele finalmente decidiu o que queria.
Um dia a oportunidade chegou para ele experimentar exatamente o tipo de vida com o qual sonhava. Mas a oportunidade só estaria disponível por pouco tempo. Não esperaria, e não voltaria novamente.
Ansiando tomar vantagem dessa vereda aberta, o homem iniciou sua jornada. A cada passo, ele se movia mais rápido. Toda vez que pensava sobre seu alvo, seu coração batia mais forte; e cada visão do que estava à sua frente, renovava suas forças.
Ao prosseguir adiante, ele chegou a uma ponte que atravessava no meio de uma cidade. A ponte transpunha um rio perigoso.
Logo que começou a cruzar a ponte, ele notou alguém vindo na direção oposta. O estranho parecia estar vindo ao seu encontro para saudá-lo. Quando o estranho chegou mais perto, o homem se deu conta de que eles não se conheciam, no entanto, eram incrivelmente parecidos. Estavam até mesmo vestidos de modo semelhante. A única diferença era que o estranho tinha uma corda enrolada ao redor de sua cintura. Se fosse desenrolada, essa corda poderia alcançar talvez a distância de uns dez metros.
O estranho começou a desenrolar a corda enquanto caminhava. Quando os dois homens se encontraram, o estranho disse: “Por favor, você poderia segurar a ponta dessa corda para mim?”
Sem pensar, o homem concordou e alcançando a ponta da corda, a segurou.
“Obrigado!” disse o estranho. E acrescentou: “Com as duas mãos agora, e lembre-se, segure firme.” Falando isso, o estranho pulou da ponte.
O homem na ponte sentiu um puxão forte da corta agora esticada. Ele automaticamente segurou firme e quase foi arrastado por sobre o parapeito da ponte.
“O que você está tentando fazer?” gritou ele para o estranho lá embaixo.
“Apenas segure firme,” respondeu o estranho.
Isso é ridículo, pensou o homem. Ele começou a tentar puxar o outro para cima. Porém, isso estava além de suas forças.
Novamente ele gritou lá de cima: “Por que você fez isso?”
“Lembre-se,” disse o outro, “se você soltar, eu estarei perdido.”
“Mas eu não posso puxá-lo para cima,” clamou o homem.
“Estou sob sua responsabilidade,” disse o outro.
“Eu não pedi para você fazer isso,” disse o homem.
“Se você soltar, eu estarei perdido,” repetiu o estranho.
O homem começou a olhar ao redor em busca de ajuda. Não havia ninguém à vista.
Ele começou a pensar sobre a situação desagradável em que se encontrava. Estava ansiosamente perseguindo uma oportunidade única, e agora se via sendo desviado de seu alvo por quem sabe quanto tempo.
Talvez eu possa amarrar essa corda em algum lugar, pensou ele, examinando a ponte cuidadosamente, mas não havia como se livrar de seu novo fardo.
Ele então gritou novamente para o homem lá embaixo: “O que você está querendo?”
“Apenas sua ajuda,” foi a resposta.
“Como posso ajudar? Eu não posso puxar você e não tem lugar para amarrar a corda enquanto eu procuro por mais alguém para ajudar você”.
“Apenas continue segurando firme,” respondeu o homem balançando na corda. “Isso será o bastante.”
Temendo que seus braços não poderiam segurar por muito mais tempo, ele deu uma volta com a corda ao redor de sua cintura.
“Por que você fez isso?” ele perguntou novamente. “Você não vê o que você fez? Qual era o seu propósito ao fazer isso?”
“Apenas lembre-se,” disse o outro, “minha vida está em suas mãos.”
Agora o homem estava perplexo. Ele pensou consigo mesmo, se eu soltar, pro resto de minha vida eu saberei que deixei esse homem morrer. Se eu ficar, corro o risco de perder o momento em direção à minha tão desejada salvação. De qualquer modo isso irá me assustar pra sempre.
Conforme o tempo passava, ninguém aparecia. O homem ficou muito consciente de era quase tarde demais para continuar sua jornada. Se não partisse imediatamente, ele não chegaria a tempo.
Finalmente, ele planejou algo. “Ouça,” ele explicou para o homem pendurado abaixo, “acho que sei como salvar você.” Ele delineou a idéia. O estranho poderia escalar enrolando a corda ao redor de seu corpo. Volta após volta, a corda ficaria mais curta.
Mas o homem balançando não queria nem saber da idéia.
“Eu não penso que poderei segurar por muito mais tempo,” alertou o homem sobre a ponte.
“Mas você precisa tentar,” apelou o estranho. “Se você falhar, eu morro.”
De repente, o homem sobre a ponte teve uma nova idéia Era diferente e até mesmo fora do seu modo de pensar. “Quero que você ouça com atenção,” ele disse, “porque eu irei falar sério.”
O homem balançando deu indicação de que estava ouvindo.
“Eu não aceitarei a posição de escolha sobre sua vida, somente sobre a minha própria vida; portanto, eu devolvo a você a escolha sobre sua própria vida.”
“O que você quer dizer?” perguntou o estranho, com medo.
“Eu quero dizer, simplesmente, que a escolha é sua. Você decide como é que isso irá terminar. Eu serei seu contrapeso. Você se esforça e escala a corda. Eu posso até dar alguma puxada daqui.”
Ele desenrolou a corda de sua cintura e colocou-se na posição de contrapeso. Estava pronto a ajudar tão logo o homem balançando começasse a agir.
“Você não pode estar falando sério,” o outro clamou. “Você não poderia ser tão egoísta. Eu estou sob sua responsabilidade. O que poderia ser tão importante que você deixaria alguém morrer? Não faça isso comigo.”
Após um longa pausa, o homem sobre a ponte falou vagarosamente:“Eu aceito sua escolha.” Ao dizer essas palavras, ele soltou a corda e continuou sua jornada sobre a ponte