Há uma história no livro de Peter Scazzero, eis a história na tradução de Sandro Baggio em http://www.sandrobaggio.com/2009/01/16/a-ponte-uma-parabola-sobre-escolhas-e-responsabilidade/
O Rabino Edwin Friedman conta uma parábola sobre um homem que tinha pensado bastante sobre o que ele queria da vida. Após tentar muitas coisas, ter sucedido em algumas e fracassado em outras, ele finalmente decidiu o que queria.Um dia a oportunidade chegou para ele experimentar exatamente o tipo de vida com o qual sonhava. Mas a oportunidade só estaria disponível por pouco tempo. Não esperaria, e não voltaria novamente.Ansiando tomar vantagem dessa vereda aberta, o homem iniciou sua jornada. A cada passo, ele se movia mais rápido. Toda vez que pensava sobre seu alvo, seu coração batia mais forte; e cada visão do que estava à sua frente, renovava suas forças.Ao prosseguir adiante, ele chegou a uma ponte que atravessava no meio de uma cidade. A ponte transpunha um rio perigoso.Logo que começou a cruzar a ponte, ele notou alguém vindo na direção oposta. O estranho parecia estar vindo ao seu encontro para saudá-lo. Quando o estranho chegou mais perto, o homem se deu conta de que eles não se conheciam, no entanto, eram incrivelmente parecidos. Estavam até mesmo vestidos de modo semelhante. A única diferença era que o estranho tinha uma corda enrolada ao redor de sua cintura. Se fosse desenrolada, essa corda poderia alcançar talvez a distância de uns dez metros.O estranho começou a desenrolar a corda enquanto caminhava. Quando os dois homens se encontraram, o estranho disse: “Por favor, você poderia segurar a ponta dessa corda para mim?”Sem pensar, o homem concordou e alcançando a ponta da corda, a segurou.“Obrigado!” disse o estranho. E acrescentou: “Com as duas mãos agora, e lembre-se, segure firme.” Falando isso, o estranho pulou da ponte.O homem na ponte sentiu um puxão forte da corta agora esticada. Ele automaticamente segurou firme e quase foi arrastado por sobre o parapeito da ponte.“O que você está tentando fazer?” gritou ele para o estranho lá embaixo.“Apenas segure firme,” respondeu o estranho.Isso é ridículo, pensou o homem. Ele começou a tentar puxar o outro para cima. Porém, isso estava além de suas forças.Novamente ele gritou lá de cima: “Por que você fez isso?”“Lembre-se,” disse o outro, “se você soltar, eu estarei perdido.”“Mas eu não posso puxá-lo para cima,” clamou o homem.“Estou sob sua responsabilidade,” disse o outro.“Eu não pedi para você fazer isso,” disse o homem.“Se você soltar, eu estarei perdido,” repetiu o estranho.O homem começou a olhar ao redor em busca de ajuda. Não havia ninguém à vista.Ele começou a pensar sobre a situação desagradável em que se encontrava. Estava ansiosamente perseguindo uma oportunidade única, e agora se via sendo desviado de seu alvo por quem sabe quanto tempo.Talvez eu possa amarrar essa corda em algum lugar, pensou ele, examinando a ponte cuidadosamente, mas não havia como se livrar de seu novo fardo.Ele então gritou novamente para o homem lá embaixo: “O que você está querendo?”“Apenas sua ajuda,” foi a resposta.“Como posso ajudar? Eu não posso puxar você e não tem lugar para amarrar a corda enquanto eu procuro por mais alguém para ajudar você”.“Apenas continue segurando firme,” respondeu o homem balançando na corda. “Isso será o bastante.”Temendo que seus braços não poderiam segurar por muito mais tempo, ele deu uma volta com a corda ao redor de sua cintura.“Por que você fez isso?” ele perguntou novamente. “Você não vê o que você fez? Qual era o seu propósito ao fazer isso?”“Apenas lembre-se,” disse o outro, “minha vida está em suas mãos.”Agora o homem estava perplexo. Ele pensou consigo mesmo, se eu soltar, pro resto de minha vida eu saberei que deixei esse homem morrer. Se eu ficar, corro o risco de perder o momento em direção à minha tão desejada salvação. De qualquer modo isso irá me assustar pra sempre.Conforme o tempo passava, ninguém aparecia. O homem ficou muito consciente de era quase tarde demais para continuar sua jornada. Se não partisse imediatamente, ele não chegaria a tempo.Finalmente, ele planejou algo. “Ouça,” ele explicou para o homem pendurado abaixo, “acho que sei como salvar você.” Ele delineou a idéia. O estranho poderia escalar enrolando a corda ao redor de seu corpo. Volta após volta, a corda ficaria mais curta.Mas o homem balançando não queria nem saber da idéia.“Eu não penso que poderei segurar por muito mais tempo,” alertou o homem sobre a ponte.“Mas você precisa tentar,” apelou o estranho. “Se você falhar, eu morro.”De repente, o homem sobre a ponte teve uma nova idéia Era diferente e até mesmo fora do seu modo de pensar. “Quero que você ouça com atenção,” ele disse, “porque eu irei falar sério.”O homem balançando deu indicação de que estava ouvindo.“Eu não aceitarei a posição de escolha sobre sua vida, somente sobre a minha própria vida; portanto, eu devolvo a você a escolha sobre sua própria vida.”“O que você quer dizer?” perguntou o estranho, com medo.“Eu quero dizer, simplesmente, que a escolha é sua. Você decide como é que isso irá terminar. Eu serei seu contrapeso. Você se esforça e escala a corda. Eu posso até dar alguma puxada daqui.”Ele desenrolou a corda de sua cintura e colocou-se na posição de contrapeso. Estava pronto a ajudar tão logo o homem balançando começasse a agir.“Você não pode estar falando sério,” o outro clamou. “Você não poderia ser tão egoísta. Eu estou sob sua responsabilidade. O que poderia ser tão importante que você deixaria alguém morrer? Não faça isso comigo.”Após um longa pausa, o homem sobre a ponte falou vagarosamente:“Eu aceito sua escolha.” Ao dizer essas palavras, ele soltou a corda e continuou sua jornada sobre a ponte
Nenhum comentário:
Postar um comentário