sábado, março 10, 2012

Allistar MacGrath: uma introdução a espiritualidade cristã



Depois de ler Paixão pela Palavra, comecei a ler outro livro de Allistar MacGrath, que trata agora da espiritualidade cristã. É um livro muito bom porque parte do pressuposto do relacionamento entre a teologia e a espiritualidade e da existência de uma relação entre elas. 

Não pode haver calor sem luz e nem luz sem calor.

Por espiritualidade cristã, o autor entende pela busca por uma experiência cristã autêntica e satisfatória, envolvendo a união das idéias fundamentais do cristianismo com toda a experiência de vida baseada em e dentro do âmbito da fé cristã. O autor traça no livro um esboço histórico dessa busca nas correntes cristãs, desde das práticas cristãs como também temas cristãos e seus diferentes usos e pontos de vistas em torno da espiritualidade.

A definição da espiritualidade envolve três grupos temáticos, o primeiro é o de crenças, o segundo é o de valores e o último, um modo de vida. A meta é conhecer a Deus, e não apenas sobre Ele. Ter uma experiência plena. Transformação com base na fé cristã e alcançar uma autenticidade cristã na vida e pensamento.

O autor coloca os limites da espiritualidade nas variáveis teológicas, históricas e pessoais, como também as diversas considerações denominacionais. Apoiando em Neibhur, o autor coloca as posições da igreja em relação ao mundo, na classificação do autor citado, são: Cristo contra cultura, Cristo da cultura, Cristo e a cultura em paradoxo e Cristo transformador da cultura.

O terceiro capítulo  fala sobre os FUNDAMENTOS TEOLÓGICOS PARA A ESPIRITUALIDADE, há um relacionamento íntimo entre a teologia e a espiritualdade:

"conhecer a Deus significa ser transformado por Deus, verdadeiro conhecimento de Deus leva à adoração, uma vez que o cristão é envolvido em um encontro transformador e renovador com o Deus vivo. Conhecer a Deus significa ser transformado por Deus. A idéia de um conhecimento de Deus puramente objetivo ou desinteressado é falaz" p. 61

O papel da teologia é estabelecer uma estrutura na qual a espiritualidade pode ser inserida. O autor cita a importância dos credos.  Por outro lado, se não tomar cuidado a teologia fica tão concentrada em si mesma que se perde na sua abstração.

Para mostrar a necessidade deste relacionamento o autor cita Thomas Merton:

"A contemplação, longe de opor-se à teologia, na verdade é o aperfeiçoamento normal da teologia. Não devemos separar o estudo intelectual da verdade divinamente revelada da experiência contemplativa dessa verdade com se não tivessem nada que ver um com o outro. Pelo contrário,  eles são simplesmente dois aspectos da mesma coisa. Teologia dogmática e teologia mística, ou teologia e espiritualidade, não devem fazer parte de categorias mutuamente excludentes, como se misticismo fosse para mulheres  devotas e o estudo teológico para homens práticos, mas, pasmem, secularizados. Essa divisão enganosa talvez explique muito do que está realmente faltando tanto na teologia quanto na espiritualidade. Mas uma pertence à outra. A não ser que estejam juntas, não há fervor, vida nem valor espiritual na teologia, nenhuma substância, significado ou orientação segura na vida contemplativa" na p. 69

No quarto capítulo, o autor es

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