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domingo, novembro 29, 2009

ALESSANDRO ROCHA: Espírito Santo: aspectos de uma pneumatologia solidária a condição humana


"Ninguém pode entrar no reino de Deus, se não nascer da água e do Espírito. Jesus causa impacto com esta afirmação que o Espírito faz renascer o homem e a mulher, ambos renascem à imagem e semelhança de Deus; é o Espírito que age trazendo vida onde havia morte. Esse aceno contínuo na tarefa de vivificar, gerar e regenerar é próprio do universo feminino. Homens e mulheres novos nascem das entranhas de Deus, nascem desse útero divino que é o Espírito" (p. 29)
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"Deus não sabe nada de antemão porque não quer saber de tudo de antemão; ele aguarda as respostas de suas criaturas e faz vir seu futuro. Deus não é impassível, mas se abre em sua shekinah para as dores de amor que quer salvar o mundo. Isso, de certo modo, torna Deus dependente da resposta de suas criaturas amadas" Jürgen Moltmann na pag. 96
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"A bondade de Deus se revela na decisão de criar um universo fora de si, e vice-versa: adecisão revela sua bondade e o modo de toda verdadeira bondade, que é a difusão, airradiação, o dom de si sem dobras e sem cálculos, por pura expansão de generosidade,deixando livre a graça e o agraciado. Há um significado muito especial no modo de decisão,que revela também o modo de bondade: “de-cisão”, etimologicamente, nos conduz à açãode um corte – uma “cisão” – e de um afastamento, uma separação – “de”. Ou seja: Deus, ao criar algo absolutamente distinto de si, “de-limita-se”, de certa forma, se retrai e renuncia a ocupar todos os espaços para que haja algo fora dele, um espaço de outro, o espaço da criação. Esse gesto criador, que pressupõe essa renuncia inicial por parte de Deus, não é arbitrária e sem significado, pois provém de seu amor: Deus ama o distinto de si e se esvazia, renuncia em favor do outro, dando-lhe espaço e também tempo"
Luiz Carlos Susin, na pag. 93
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"Não existe um testemunho mais seguro, que comprove a veracidade da Bíblia, do que a Palavra viva de Deus, na qual o Pai pronuncia o Filho no coração do homem"
Thomas Müntzer na pag. 153
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"A comunidade evangelizadora deve ser sinal desta vida do Espírito que se manifesta em cada um de seus membros. Mas não é só um exemplo de vida, deve proclamar a vida lai onde existe a morte- não unicamente a morte espiritual, mas todas as manifestações de antivida que se fazem presentes em nosso tempo. Onde impera a fome e a miséria, a angústia e a dor, a tortura e o assasinato...a comunidade deve levar, em sua mensagem e em seu testemunho, a vida do Espírito"
Noberto Saracco na pag. 206

sábado, agosto 25, 2007

Outros Seis Dias

Resumo Outros Seis Dias de R. Paul Stevens ultimato/textus


PRIMEIRA PARTE: UM POVO SEM LAICATO E CLERO

1. Teologia do Povo
O autor constrói as variáveis existentes e propõe uma nova construção de uma teologia do povo, “laos”, uma teologia que vá além da dicotomia clero-laico. Sobre esta incoerência evangélica:

“Entrar no trabalho de Deus significa tornar-se pastor ou missionário e não ser colaborador de Deus em Sua obra criadora, sustentadora, redentora e aperfeiçoadora, tanto na igreja como no mundo” (p.15)

2. Reiventando o Laicato e o Clero

O autor aponta nas Escrituras a insensatez da divisão.




A palavra laicato vem de dois termos:



1- laikos surge com Clemente de Roma, no fim do Séc. I, em sua carta aos corintios para descrever o ugar do laicato na adoração quando os presbíteros estavam sendo privados de suas funções.




2-idiotés, que significa leigo em contraste com um perito- especialista. O termo é usado em 1 Corintios 14:23 para descrever o individuo fora da igreja que entra numa reunião cristã totalmente despreparado e não consegue compreender o que está acontecendo, se referindo a pessoas não cristãs.

O laos de Deus
Não significa despreparado ou comum, mas o povo de Deus- um povo realmente extraordinário (Ef. 4:11-12). “Existe uma continuidade notável no povo de Deus sob a Antiga Aliança com respeito á sua consciência de ser um povo, mas uma descontinuidade no Antigo Testamento com respeito à liderança (Gordon Fee, p. 31)




Povo sem clero



Uma definição inaceitável de clérigo é que se trata de lideres que ganham seu sustento por meio do evangelho ou que se envolvem no serviço religioso por conta da remuneração. (p. 32)



O termo kleros aparece em At. 8.21, At. 26:17-18, Ef.1.11, Gl 3:29, Cl 1.12 como herança compartilhada entre todos os crentes, nunca significando uma posição individual especial.




O novo testamento mostra um mundo de dons universais, capacitação universal do povo de Deus mediante o dom do Espírito Santo, ministério universal e a experiencia universal do chamado de Deus por todo o povo de Deus” p.33

3. Um Deus- Um povo
Por que buscar abolir o conceito de laicato e sua separação do clero? Para a recuperação de todo o povo de Deus como verdadeiro ministério do Senhor.


Sir John Lawrence traduz o preconceito comum:
“O que o leigo quer realmente? Quer um prédio que pareça uma igreja; um clérigo vestido de maneira aprovada por ele; serviços do tipo a que está acostumado e ser deixado em paz” p. 49

Um Deus – Três Pessoas – Um Povo
At. 15:14
“ identidade do laos vem da Trindade – um povo em comunhão com Deus – e a vocação do laos tem também origem na comunhão com Deus. Desta forma, tanto o ser como o fazer, tanto a identidade como a vocação do laos serão considerados”(p 52)




O ministério é gerado em Deus, que continua Seu ministério por meio do Seu povo, começa quando nos unimos a Deus ( Jo. 1:12) e temos comunhao com o Pai e seu Filho (1 Jo. 1:3)

“O ministério de Deus é criativo e unitivo ( Jo. 17.21-23) e não apenas curativo e redentor, constituindo assim uma definição mais ampla de sevico e relacionamento do que é geralmente atribuído ao termo ministério. Como o seu Deus, o povo de Deus tem um ministério tanto criativo (fazer) como restaurador ( ministério de reparação): um ministério tanto unitivo (que liga) quanto curativo (que corrige) - desafiando assim a preocupação evangelica comum com a Grande Comissão ( Mt. 28.19-20) como a definição exclusiva de ministério, por mais importante que essa ordem seja”. (p. 53)




Pericorese

Doutrina dos pais capadocios que ensinavam que a essência de Deus é relacional, que Deus existe em uma pluralidade de pessoas distintas unidas em comunhão. Buscando evitar coletivismo ou individualismo, falava-se em pericorese – reciprocidade, intercambio, dar e receber sem obscurecer).

“As três pessoas da Trindade “ estando uma na outra” são atraídas para a outra, contidas na outra, interpenetram uma à outra ao extrair vida e derramar vida uma na outra- como a comunhão do amor” Edwin Hui p. 55

A doutrina da pericorese associa de maneira brilhante a trindade e a unidade, sem reduzir a trindade à unidade, ou dissolver a unidade na trindade” Jurgen Moltmann p. 55

O laos significa que os membros do povo de Deus tem comunhão com Deus e uns com os outros sem se fundir com Deus ou uns com os outros. Numa comunhão participatoria e pessoal- Fp. 3:12

1 Co 12
“O laos não tem uma unidade de purê de batatas, como é algumas vezes alegado, mas uma rica unidade social na qual cada membro se torna mais ele mesmo, experimentando uma vida comunitária fora-de-si-mesmo (extática). A unidade não é meio para o fim- uma necessidade prática para realizar o serviço da Igreja. Unidade é o fim, o alvo, o próprio ministério” (p. 56)

Ser laos significa ser simultaneamente ser comunitário e pessoal. “Deus que é comunidade do Pai, Filho e Espírito, criou uma comunidade que expressa a vida do amor de Deus na Terra”.

Na igreja pericorética.

1º. Não existe membro individual.
“No individualismo granular da cultura ocidental, a unidade básica da igreja é o membro individual. Mas, para Paulo,a unidade básica da Igreja é a Igreja!” (p. 58)

2º. Não há hierarquia de ministérios.

3º. Todos os membros do laos de Deus pertencem uns aos outros, ministram uns aos outros, precisam uns dos outro e contribuem para a rica unidade e ministério do todo.