No quinto capítulo de A vida que satisfaz, Pastor Carlos McCord continuando o estudo em João 15, fala sobre Os Ramos.
A vida cristã é profunda e, simplesmente, simples.
Ele começa perguntando se há no mundo algo mais lindo, eficiente e simples que uma planta dando seu fruto. Como poderia haver o fruto sem não fosse o ramo? O ramo pode ser negligenciado por todos menos pela Videira e pelo Agricultor, que se tornam um com o galho.
Nesta unidade, a tarefa e a alegria do ramo é simplesmente receber, alegrar-se e compartilhar a perfeita abundância de Deus que existe somente em Jesus. A simplicidade de Jesus consistia em receber do Pai e compartilhar, esta é a simplicidade que marca o discipulado.
Neste capítulo, estão mais explícitos os conceitos fundamentais de McCord da vida cristã: receber, regozijar e repartir.
Quanto mais satisfeitos na Videira, mais úteis são para o Agricultor.
Os ramos devem saber que sem Jesus nada pode fazer e que também não há um plano B para entregar o fruto da perfeição e da glória de Deus para o mundo.
"Sendo assim, cada ramo sabe que não é nada, mas é aquilo que Deus escolheu usar para colocar suas perfeições ao alcance da humanidade. Nós somos necessários porque ele nos escolheu para que fossemos necessários. Jesus escolheu não viver sem nós, embora pudesse fazê-lo. Somos ramos. Somos chamados para ficar entre o céu e a terra e não reter nenhum bem, pois não existe bem em nós" p. 75
Este pensamento é uma abordagem da visão de Andrew Murray que descreve em Permanecei em Cristo, no dia 4, a vida do ramo na Videira:
a. sem a videira, o ramo nada pode fazer
b. sem o ramo, a videira tampouco pode fazer nada.
c. tudo aquilo que a videira possui pertence aos ramos.
d. tudo que o ramo possui pertence a videira.
"A parábola também nos ensina sobre a integralidade dessa união. A união entre a videira e o ramo é tão íntima que um nada é sem o outro e um existe inteiramente e somente para o outro" (Murray, p. 26)
Nosso valor vem da escolha de Jesus, da vida dEle na nossa.
"O maior ramo é o que mais recebe e o que o mais dá. O maior é o servo. Aquele que não tem importância tem enorme importância fluindo de sua vida, vinte e quatro horas por dia e sete dias por semana" p.76
Timothy Keller fala que quando encontramos evangelho, ele produz em nós duas coisas que parecem paradoxais: humildade e grandeza. Humildade pela riqueza de Deus em relação a nossa pobreza, e grandeza, porque apesar das nossas condições, Ele nos ama e fez morada em nós.
McCord segue o raciocínio buscando a unidade do ramo com a videira e não da imitação. O ramo não imita a vida de Cristo, mas vive dEla.
Ser um ramo é aprender a buscar a satisfação, alegria e unidade em Cristo. "A qualidade do fruto refletirá a qualidade da satisfação desfrutada em primeiro lugar pelo próprio ramo, antes de compartilha-la livremente pelo mundo" (p. 76)
Primeiro recebemos, para compartilhar. Somos satisfeitos para satisfazer. Aqui seu pensamento se coloca junto de John Piper na leitura da Confissão de Westminster, como ele cita no livro: "A finalidade maior de um homem é glorificar a Deus alegrando-se nele para sempre".
As disciplinas espirituais, a santificação são entendidas não com o próprio de sermos os melhores, mas para recebermos melhor. Elas nos encorajam a receber (fé), nos alegrar (esperança) e compartilhar (amor).
Examinar o fruto e distribui-lo é tarefa do Agricultor. A tarefa do cristão é desfrutar a perfeita presença de Jesus.
"Um crente que permanece trabalha a partir do descanso. O crente que não permanece trabalha para descansar. Um crente que permanece trabalha a partir da abundância. O crente que não permanece trabalha para ter abundância" p. 78
Não se trata dos nossos esforços para realizar a vontade de Deus, mas do esforço de Deus em realizar sua vontade em nossa vida.
Citando Murray, McCord nos lembra dos dois descansos: o primeiro está na salvação ou no perdão, o segundo é aquele que precisamos aprender.
"É o descanso que recebemos quando paramos de gerenciar nossas próprias vidas e começamos a seguir a Jesus. É o descanso que o ramo experimenta quando está conectado à videira." p. 79
Nossa vida deve se basear na perfeição de Deus, ter lá seu começo e não fim.
Mais uma vez, McCord termina o capítulo com alguns exercícios para nos lembrar a começar nosso dia com a abundância divina:
1. diga bem vindo ao Espírito Santo.
2. desfrute da verdadeira identidade de sua vida na Videira. Lembre-se de quem você é na videira: nascido de novo, filho de Deus, salvo pela graça, amado, reconciliado, etc...
3.Por último, continue com a simplicidade do discipulado:
"Discipulado não é obter o que você não tem. É aprender a desfrutar o que você já tem, e compartilhar isto" (p.82)
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