AUERBACH, Erich Mimesis: a representação da realidade na literatura ocidental São Paulo: Perspectiva, 1987.
“Mas um tal processo subjetivo- perspectivista, que cria um primeiro e um segundo plano, de modo que o presente se abra na direção das profundezas do passado, é totalmente estranho ao estilo homérico; ele só conhece o primeiro plano, só um presente uniformemente iluminado, uniformemente objetivo; e assim, a digressão começa só dois versos, depois, quando Euricleia já descobriu a cicatriz, quando a possibilidade de ordenação em perspectiva não mais existe, e a estória da cicatriz se torna um presente independente e pleno” pág. 5.
“A pretensão da verdade da Bíblia é não só muito mais urgente que a de Homero, mas chega a ser tirânica, exclui qualquer outra pretensão. O mundo dos relatos das Sagradas Escrituras não se contenta com a pretensão de ser uma realidade historicamente verdadeira- pretende ser o único mundo verdadeiro, destinado ao domínio exclusivo” pág. 11
“Para a literatura realista antiga, a sociedade não existe como problema histórico, mas na melhor das hipóteses, como problema moral, e, alem do mais, o moralismo se refere muito mais ao individuo que a sociedade” pág. 27
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