O livro de Oliver Sacks se baseia em casos extraordinários e paradoxais, um pintor que vira daltonico, um cirurgião que sofre de síndrome de Tournet, e um cego que após 40 anos volta a ver.
Sobre os cegos, há um comentário interessante:
"Nós, com a totalidade dos sentidos, vivemos no espaço e no tempo; cegos vivem num mundo só de tempo. Porque os cegos constroem seus mundos a partir de sequências de impressões (táteis, olfativas, auditivas) e não sendo capazes, como as pessoas com visão, de uma impressão simultânea, de conceber uma cena visual instantânea. Efetivamente, se alguém não consegue mais ver no espaço torna-se incompreensível- mesmo para pessoas muito inteligentes que se tornaram cegas relativamente tarde na vida"....
Citando John Hull-
"o espaço é reduzido ao seu próprio corpo, e a posição deste é conhecida não pelos objetos que passaram por ele, mas pelo tempo que esteve em movimento...para o cego, as pessoas não estão lá se não falam...as pessoas estão em movimento, são temporais, vêm e vão. Aparecem do nada,desaparecem".
SACKS, Oliver Um antropologo em Marte Cia de Bolso, p. 128-129.