segunda-feira, março 02, 2009

Age of Capital




"Even though the Communist Manifesto was less unrealistic than is often supoosed in stating that the workers have no country, it probaly advanced among the working class pari passu with political consciousness, if only because the tradition of revolution itself was national(as in France) and because the leaders and ideologists of new labouror moviments were themselves deeply involved in the national question (as almost everywhere in 1848). The alternative to a national political consciouness was not, in practice, working-class internationalism, but a sub-political consciouness wich still operated on a scale much smaller than, or irrelevant to, that of the nation-state. The men and women on the political left who chose clearly between national and supra-national loyalties, such as the cause of the international proleriat, were few. The internationalism of the left in practice meant solidarity and support for those who fought the same cause in others nation and, in the case of political refugees, the readiness to participate in the struggle wherever they found themselves". p. 93-94






"But the major advance occured in the primary schools, whose purpose was by general consent not onlu to teach the rudminents of literacy and arithmetic but, perhaps even more, to impose the values of society (morals, patriotism,etc), on their inmates. This was the sector of education wich had previously been neglected by the secular state, and its growth was closely linked with the advance of the masses into politics; as witness the setting-up of state primary education expansion of the system in the first decade of Third Republic in France (...) In fact, for new nation-states these institutions were of crucial importance, for through them alone the national language (generally constructed earlier by private efforts) could actually become the vritten and spoken language of the people, at least for some purposes. Hence also the crucial importance for struggling national movements of the fight to win cultural autonomy i.e. to control the relevant part of state institutions, e.g. to achieve school instruction in and administrative use of their language". p. 95-96




Capitulo Derrotados.




Os liberais eram uma elite educada e urbana num continente rural, e na medida em que tivessem um genuíno poder político, ele repousava em generais não muito fiéis e em clãs de proprietários de terras que, por razões que tinham apenas uma remota conexão com John Stuart Mill ou Darwin, escolheram a filiação daquele lado. Do ponto de vis-ta social e econômico, muito pouco havia mudado na América Latina até a década de 1870, exceto que o poder dos senhores da terra tinha aumentado e o dos camponeses enfraquecido. E na medida em que ti-nha-se transformado sob o impacto do mercado mundial, o resultado era subordinar a velha economia à demanda do comércio importação-exportação, operado através de uns poucos grandes portos ou capitais e controlado por estrangeiros. A única exceção de importância eram as terras do Rio da Prata, onde a maciça imigração européia iria pro-duzir uma população inteiramente nova, com uma estrutura social in-teiramente não-tradicional. A América Latina, neste período sob es-tudo, tomou o caminho da "ocidentalização" na sua forma burguesa-liberal com grande zelo, e ocasionalmente grande brutalidade, de uma forma mais virtual que qualquer outro país no mundo, com a exceção do Japão, mas os resultados foram desapontadores. p.135




Os casos da China e do Egito são, nas suas particularidades, típi-cos desta escolha. Ambos eram estados independentes com base em antigas civilizações e uma cultura não-européia, minados pela pene-tração do comércio e finanças ocidentais (aceitas com boa ou má von-tade) e sem poder para resistir às forças militares e navais do Oeste, mesmo que modestamente mobilizadas. As potências capitalistas nes-te estágio não estavam interessadas particularmente em ocupação e administração, na medida em que seus cidadãos tivessem total liber-dade em fazer o que bem entendessem, incluindo privilégios extra-territoriais. Tais cidadãos vieram encontrar-se, de forma crescente, envolvidos nas. questões internas de tais países apenas quando os go-vernos locais começaram a se desintegrar diante do impacto ociden-tal, assim como também devido à rivalidade entre os poderes ociden-tais. Os dirigentes da China e do Egito rejeitaram uma política de re-sistência nacional preferindo – onde tivessem a opção – uma depen-dência em relação ao Oeste que lhes mantivesse o poder político pró-prio. Neste período, relativamente poucos entre os que, nestes países, queriam a resistência através da regeneração nacional, favoreciam a ocidentalização. Em lugar disso, eles optavam por uma forma de re-forma ideológica que lhes permitisse encarnar o que quer que fosse que tivesse feito o Oeste tão formidável dentro de seus próprios sis-temas culturais. p.144-145


Escravidão e Servidão


Entretanto, a abolição do trabalho não-livre não pode ser anali-sada simplesmente em termos de cálculo econômico. As forças da so-ciedade burguesa opunham-se à escravidão e à servidão não apenas porque acreditavam que estas fossem economicamente indesejáveis, nem por razões morais, mas também porque estas formas pareciam incompatíveis com uma sociedade de mercado baseado na busca livre do interesse individual. Por outro lado, proprietários de escravos e se-nhores da terra apoiavam o sistema porque este parecia-lhes a coluna dorsal daquela sociedade e de suas classes. Talvez achassem mesmo impossível suas próprias existências sem escravos ou servos, que de-finiam o próprio status da classe. Os senhores da terra russos não se revoltavam contra o tzar, e nem poderiam, porque este lhes propor-cionava a única legitimação possível contra um campesinato que, se por um lado estava profundamente convencido de que a terra perten-cia a quem nela trabalhava, por outro lado acreditava na sua subordi-nação hierárquica aos representantes de Deus e do imperador. Mas os senhores se opunham à emancipação de forma bastante decidida. Ela era imposta de fora ou de cima e por uma força superior. p.196
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O mundo burguês
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O efeito de choques do famoso quadro de Manet Déjeuner sur l'Herbe (1863) deriva precisamente do contraste entre a enorme respeitabilidade das roupas dos homens e a nudez das mulheres. A verdadeira obsessão com a qual a civilização burguesa insistia que a mulher era essencialmente um ser espiritual implicava que os homens não o eram, e também que a óbvia atração física entre os sexos não ca-bia dentro do sistema de valores. Sucesso era incompatível com prazer, como o folclore do esporte ainda assume, ao sentenciar jogadores à abstenção sexual temporária antes do grande jogo ou da grande luta. De forma mais geral, a civilização apoiava-se na repressão das urgências sexuais. O maior dos psicólogos da burguesia, Sigmund Freud, fez des-ta proposição a pedra de toque de suas teorias, embora gerações poste-riores tenham lido nele uma chamada pela abolição da repressão. Mas por que era este aspecto visto de forma tão passional e até patológica, tão contrastante com o ideal de moderação e juste milieu que definia as ambições e papéis sociais das classes médias?6 Nos de-graus mais baixos das aspirações da classe média a resposta é fácil. Somente esforços heróicos poderiam elevar um homem e uma mulher pobres, ou mesmo seus filhos, para fora da desmoralização, colocan-do-os no lugar firme da respeitabilidade e, acima de tudo, definir ali as suas posições. Para os membros dos Alcoólatras Anônimos, não havia solução de compromisso: era ou a total abstinência ou o colapso completo. De fato, o movimento pela total abstinência do álcool, que floresceu nos países protestantes e puritanos, ilustra esta questão de forma clara. Não era efetivamente um movimento para abolir ou mesmo para limitar o alcoolismo de massa, mas para definir e separar a classe dos indivíduos que tivessem demonstrado pela força pessoal de seu caráter que eram distintos dos pobres não-respeitáveis. O puri-tanismo sexual preenchia a mesma função. Mas este era um fenôme-no "burguês" apenas na medida em que refletia a hegemonia da res-peitabilidade burguesa. Como as leituras de Samuel Smiles ou a prá-tica de outras formas de "ajuda-a-si-mesmo", aquilo substituía o suces-so burguês ao invés de preparar para ele. Ao nível do artesão ou fun-cionário "respeitável", a abstinência era freqüentemente a única gratifi-cação. Em termos materiais dava apenas compensações modestas. O problema do puritanismo sexual burguês é mais complexo. A crença de que o burguês de meados do século XIX era incomumente vigoroso e portanto obrigado a construir defesas incomumente impe-netráveis contra a tentação da carne não é convincente: o que fazia as tentações tão tentadoras era precisamente o extremismo dos padrões morais aceitos, que tornavam a queda igualmente dramática, como o caso do católico-puritano conde Muffat em Nana de Emile Zola, a novela par excellence da prostituição em Paris na década de 1860. Evidentemente, o problema era também de certa forma econômico, como veremos. A "família" não era meramente a unidade social bási-ca da sociedade burguesa, mas também a unidade básica do sistema 243 de propriedade e das empresas de comércio, ligada com outras unida-des similares através de um sistema de trocas mulher-mais-propriedade (o dote do casamento) em que as mulheres deveriam, por estrita convenção derivada de uma tradição pré-burguesa, ser virgines inlactae. Qualquer coisa que enfraquecesse esta unidade familiar era inadmissível, e nada a enfraquecia mais do que a paixão física des-controlada, que introduzia herdeiros e noivas "inadequados" (isto é, economicamente indesejáveis), separava maridos de mulheres e des-perdiçava recursos comuns. Mas as tensões eram mais que econômicas. Elas eram particu-larmente fortes em nosso período, quando a moral da abstinência, moderação e contenção entrava dramaticamente em conflito com a realidade do sucesso burguês. Os burgueses não viviam mais numa economia familiar de escassez ou num nível social remotamente lon-ge das tentações da alta sociedade. O problema era mais o de gastar que o de economizar. Não apenas os burgueses ociosos tornavam-se mais e mais numerosos – em Colônia o número de rentiers pagando imposto de renda cresceu de 162 em 1854 para 600 em 1874 7 – como de que outra forma, exceto gastar, poderiam os bem-sucedidos bur-gueses demonstrar o seu sucesso, tendo ou não poder político enquan-to classe? A palavra parvenu (novo-rico) automaticamente tornou-se sinônimo do gastador destemperado. Se estes burgueses tentavam al-cançar o estilo de vida da aristocracia ou então, como os conscientes Krupp e outros magnatas da Ruhr, construir castelos e impérios feudais paralelos e até mais impressionantes que aqueles dos Junkers, cujos tí-tulos haviam recusado, precisavam gastar, e de uma forma que inevita-velmente fazia com que seu estilo de vida se parecesse mais próximo ao da aristocracia não-puritana, e as mulheres mais ainda. Antes da dé-cada de 1850, isto havia sido um problema relativamente de poucas famílias; em alguns países, como a Alemanha, praticamente nenhuma. Mas agora transformava-se no problema de toda uma classe. A burguesia como classe encontrava enorme dificuldade em combinar aquisições e despesas de uma forma moralmente satisfató-ria, da mesma maneira que era incapaz de resolver o problema mate-rial equivalente de como garantir uma sucessão de homens de negó-cios igualmente dinâmicos e capazes dentro de uma mesma família, um fato que aumentava o papel das filhas, que podiam trazer sangue novo para dentro do complexo de negócios. (p. 242-243)

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