sábado, março 08, 2008

Missão Integral


"O universo não é um universo fechado, no qual tudo pode ser explicado na base de coisas naturais. É, antes, a arena onde Deus- um Deus que atua na história- está travando uma batalha contra poderes espirituais que escravizam os homens e obstacularizam sua percepção da verdade revelada em Jesus Cristo"
(p. 20)

"A salvação cristã é, entre outras coisas, libertação do mundo como um mecanismo fechado; do mundo que somente deixa espaço para um deus amarrado à sociologia, do mundo consistente que preclui a ação livre e indizível de Deus. Deste mundo não pode ser amigo sem ser inimigo de Deus (Tg 4:4). O amor a este mundo é uma negação do amor de Deus (1Jo 2:15). O evangelho é, portanto, um chamado não somente para confiar, mas para arrepender-se, para romper com este mundo. E somente na medida em que fomos livres deste mundo poderemos servir aos homens"
(p. 31)

"O arrependimento é muito mais que um assunto privado do indivíduo com Deus: é a orientação toal da vida no mundo- em meio aos homens- em resposta à ação de Deus em Cristo Jesus. Quando a evangelização não leva a sério o arrependimento, é porque não leva a sério o mundo, e, quando não leva a sério o mundo, tampouco leva Deus a sério. O evangelho não é um chamado ao quietismo social. Não está para tirar o homem do mundo, mas para inseri-lo nele, não mais como escravo, mas como filho de Deus membro do corpo de Cristo"
(p. 34).

"A igreja não é um clube religioso ultramundano que organiza excursões ao mundo para ganhar adeptos mediante técnicas de persuasão. Ela é o sinal do Reino de Deus: vive e proclama o evangelho aqui e agora em meio aos homens, e espera a consumação do propósito de Deus de colocar todas as coisas sob o mando de Cristo" (p. 39)


"A questão é ser liberto da escravidão dos poderes de destruição e integrado ao propósito de Deus de colocar todas as coisas sob o mando de Jesus Cristo, a uma nova criação que se faz visível na comunidade que modela sua vida no Segundo Adão. Quando em seu afã por evitar o conflito, a igreja se acomoda ao espírito da época, perde a dimensão profética de sua missão e se converte em guardiã do status quo. Torna-se sal que perdeu seu sabor." (p. 71)

"A salvação como justificação pode ser distinguida da salvação como santificação e da salvação como glorificação. Esta distinção reflete a apresentação neotestamentária da salvação como um fato realizado (Ef. 2.5,8; Rm. 8,24; Tt 3,5), como um processo presente (1Co 1,18;2Co2,15) e como um evento futuro (Rm 5,9; 1Pe 1,5). Os três tempos da salvação, no entanto, estão num todo orgânico: pdem ser distinguidos, mas não separados. A salvação que o evangelho proclama não se limita à reconciliação do homem com Deus: abarca a reconstrução total do homem em todas as suas dimensões de seu ser, tem a ver com a recuperação de todo o homem para o propósito original de Deus para sua criação" (p.90)


C. René Padilla Missão Integral: ensaios sobre o Reino e a Igreja Ed. Descoberta

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