segunda-feira, janeiro 09, 2017

O Evangelho e a Fé

 Os primeiros dois capítulos de Gálatas tem sido chamados de defesa pessoal de Paulo. Eles consistem principalmente em citações de sua história pessoal e da história da igreja primitiva que são dados para provar que o evangelho que ele prega é uma revelação direta de Deus, não derivada de sua própria sabedoria ou do ensinamento de outras pessoas. Agora, nos capítulos 3 e 4, nós temos a defesa teológica de Paulo do evangelho. Aqui, ele claramente expõe o conteúdo essencial da mensagem do evangelho em si e defende ela com vários argumentos.

Em Gálatas 2:15-21, Paulo mostra que somos salvos quando deixamos de confiar em nossos esforços morais ou na lei ( nós morremos para ela) e confiamos na obra de Cristo, que cria uma nova motivação para tudo que façamos (vivemos para Deus). Agora, em 3:1-5 segue com uma reivindicação digna de nota. Não somos apenas salvos por causa do evangelho, mas também crescemos através do evangelho. Paulo está dizendo que não começamos pela fé e, então, crescemos através de nossas obras. Que não somos apenas justificados pela fé em Cristo, mas também somos santificados pela fé em Cristo. O evangelho é suficiente não apenas para nos levar para o reino mas também nos avançar através do Reino de Deus.

Paulo começa ao colocar suas teses básicas em 3:1-5, de que tanto a aceitação de Deus como o crescimento neste relacionamento é baseado na graça de Deus, não em nossa prática ou capacidade, então:

􀂃 3:6-14 há um argumento para isto a partir das Escrituras, mostrando como a história inteira da revelação de Deus para seu povo tem sido simplesmente um desdobramento desta mensagem.

􀂃 3:15-25 há um argumento a partir do exemplo de um testamento. Isto leva  a uma discussão a respeito do papel da lei de Deus.

􀂃 3:26-4:20 há uma argumentação a partir de um segundo exemplo, que é a adoção adulta. Isto leva a discussão dos privilégios de fazer parte da família de Deus.

􀂃 4:21-31  há  um argumento a partir da vida de Abraão e seus dois filhos. Este argumento clímax que reúne muitos tópicos que tinham sido discutidos nos dois capítulos.

Ó gálatas insensatos! Quem os enfeitiçou? Não foi diante dos seus olhos que Jesus Cristo foi exposto como crucificado?
Gostaria de saber apenas uma coisa: foi pela prática da lei que vocês receberam o Espírito, ou pela fé naquilo que ouviram?
Será que vocês são tão insensatos que, tendo começado pelo Espírito, querem agora se aperfeiçoar pelo esforço próprio?
Será que foi inútil sofrerem tantas coisas? Se é que foi inútil!
Aquele que lhes dá o seu Espírito e opera milagres entre vocês, realiza essas coisas pela prática da lei ou pela fé com a qual receberam a palavra?
Gálatas 3:1-5

Ó gálatas insensatos! Quem os enfeitiçou? Não foi diante dos seus olhos que Jesus Cristo foi exposto como crucificado?
Gostaria de saber apenas uma coisa: foi pela prática da lei que vocês receberam o Espírito, ou pela fé naquilo que ouviram?
Será que vocês são tão insensatos que, tendo começado pelo Espírito, querem agora se aperfeiçoar pelo esforço próprio?
Será que foi inútil sofrerem tantas coisas? Se é que foi inútil!
Aquele que lhes dá o seu Espírito e opera milagres entre vocês, realiza essas coisas pela prática da lei ou pela fé com a qual receberam a palavra?
Gálatas 3:1-5

Ó gálatas insensatos! Quem os enfeitiçou? Não foi diante dos seus olhos que Jesus Cristo foi exposto como crucificado?
Gostaria de saber apenas uma coisa: foi pela prática da lei que vocês receberam o Espírito, ou pela fé naquilo que ouviram?
Será que vocês são tão insensatos que, tendo começado pelo Espírito, querem agora se aperfeiçoar pelo esforço próprio?
Será que foi inútil sofrerem tantas coisas? Se é que foi inútil!
Aquele que lhes dá o seu Espírito e opera milagres entre vocês, realiza essas coisas pela prática da lei ou pela fé com a qual receberam a palavra?
Gálatas 3:1-5
1. O que podemos aprender de 3:1-3 sobre como os gálatas vieram para Cristo do paganismo? O que foi apresentado para eles? Como eles responderam? Qual foi o resultado?
O que foi apresentado para eles

Primeiro, os gálatas tinham Jesus claramente retratado como crucificado. O que esta frase nos diz? Paulo está se referindo a sua própria pregação do evangelho (ou de alguém), porque ele repetidamente se refere aquilo que vocês ouviram (vs 2,5). Ele não está se referindo à uma visão literal. O que então esta metáfora implica?

a. Há uma mensagem comunicada - "Jesus Cristo como o crucificado". Note que a essência desta mensagem não é como viver, mas o que Jesus fez para nós através da cruz. O evangelho é um anúncio de eventos históricos antes de ser instrução sobre como viver. É primeiro a proclamação do que foi feio para nós antes de a direção que devemos tomar.

b. Mas também, está mensagem  agarrou o coração. Jesus foi claramente retratado. A NVI traduz a palavra grega claramente que também significa graficamente ou vividamente. Isto provavelmente é a referência para o poder da pregação. Não foi seca ou uma leitura somente. Não anunciou simplesmente princípios, mas pintou um quadro de Cristo dando aos ouvintes uma visão arrebatadora do que Cristo fez por nós (1Ts 1:4-5: "sabemos que ele nos escolheu, porque o nosso evangelho não chegou a vocês tão somente em palavras, mas também em poder, no Espírito Santo e em plena convicção"). Um cristão não é apenas alguém que sabe sobre Jesus, mas alguém viu ele na cruz. Nossos corações são movidos quando vemos não apenas que ele morreu por todos, mas que ele morreu por nós. Quando este conhecimento se torna afetivo e transforma a nossa vida, nós somos cristãos. Vemos o significado de seu trabalho por nós. E apenas podemos ser salvos por uma apresentação que mova o coração e racionalmente clara da obra de Cristo em nosso favor. 

COMO ELES RESPONDERAM  (3:2-3)

Os gálatas acreditavam no que eles ouviram. O que esta fé salvadora implica? No versículo 2, acreditavam é constrastado com a observância da lei. No versículo 3, numa sentença paralela, vemos um termo análogo, alcançando através do esforço humano. Então, acreditar no evangelho não é meramente assentir as asserções sobre Cristo (ele morreu, ele ressuscitou) mas parar de tentar conquistar a salvação pela observância da lei. A palavra que Paulo usa para alcançar o objetivo no versículo 3 é epi-teleo, conclusão. Ele está descrevendo o nosso curso normal de vida. Todos nós estamos nos esforçando para completar a nós mesmos, para nos fazer aceitos por Deus, por nós mesmos e pelos outros e,assim, confiamos que nossos esforços para conquistar através da moral, da vocação e relações. Mas, Paulo está dizendo que acreditar no evangelho (o que vocês ouviram) é abandonar esta forma de se abordar a vida, para nós mesmos e para com Deus. Acreditamos ao invés de observarmos a lei ou tentamos conquistar a conclusão. Então, antes de nós tornarmos cristãos, confiamos em vários projetos de esforço pessoal para nos fazer sentirmos completos. Mas, acreditar em Cristo é começar uma revolução no que acreditamos para o nosso senso de epi-teleo, conclusão ou perfeição.

 Este é um lembrete de um verso de um hino famoso:


LAY YOUR DEADLY “DOING” DOWN--
DOWN AT JESUS’ FEET.
STAND IN HIM, IN HIM ALONE--
GLORIOUSLY COMPLETE.

QUAL É O RESULTADO? 

Finalmente, vemos que o resultado de acreditar no retrato vívido do evangelho de Cristo foi que os gálatas receberam o Espírito (vs.2). O Espírito Santo entra na vida através da crença na salvação pela graça apenas através de Cristo unicamente. Paulo diz: "vocês receberam o Espírito por crer". Isto mostra que o novo nascimento que Paulo está descrevendo é diretamente e inextricavelmente conectado em crer no evangelho. Isto é por quê Jesus pode dizer que nos foi dado o novo nascimento através do Espírito (Jo 3:5), ainda Tiago (1:18) e Pedro (1Pe 1:23) pode dizer que nos é dado através da Palavra de Deus. Eles estão ligados de maneira indivisível. O Espírito não trabalha fora do evangelho. Em Romanos 1:16, Paulo diz que o evangelho não traz o poder de Deus, mas é o poder de Deus. Então, o evangelho é como o poder de Deus vem para nós. É o canal e a forma do poder do Espírito.

Em resumo: Quando o coração recebe a verdade, começamos a nossa nova vida espiritual. Não somos convertidos pela em Deus em geral ou por uma experiência de uma forma vaga ou subscrevendo para verdade doutrinária em geral. Somos convertidos, ou renascidos espiritualmente, quando:
a. ouvimos a palavra de Deus exposta para nós, então
b. transferimos a nossa confiança das nossas obras para as obras de Cristo,e 
c. recebemos o Espírito Santo e somos regenerados de dentro para fora.

2. O QUE PODEMOS APRENDER Gl 3:3-5 SOBRE COMO OS GÁLATAS CRESCEM ESPIRITUALMENTE, E AGORA QUE SÃO CRISTÃOS? COMO OS GÁLATAS CRESCEM?

Nos versículos 1 e 2, Paulo lembra-lhes que o Espírito entrou em suas vidas através da vívida representação da obra de Cristo e pelo abandono da auto-confiança dos esforços para completar a si mesmos e se fazerem aceitáveis. Então, no versículo 3, ele chega a sua questão com eles e os falsos ensinadores. Ele diz que o modo como o Espírito entra em sua vida deve ser o mesmo modo como o Espírito avança em sua vida. Ele diz isto duas vezes, fortemente.

Primeiro, no verso 3, ele pergunta: "Será que vocês são tão insensatos que, tendo começado pelo Espírito, querem agora se aperfeiçoar pelo esforço próprio?". A palavra grega usada no versículo 3 é sarki ou carne. Já que este termo é paralelo para observar a lei no versículo 2, o tradutores da NVI corretamente conluíram isto pela carne significa falhar em lembrar/acreditar (tempo presente) no evangelho com a confiança do Espírito, agora vocês estão tentando crescer através de alguma outra dinâmica? Isto não pode. Como Dick Kaufmann gosta de dizer: "cristãos acreditam que são salvos pelo evangelho, mas então crescem pela aplicação de princípios bíblicos para cada área da vida. Mas, não somos apenas salvos pelo evangelho, crescemos em aplicar o evangelho a cada área da vida".

Então no versículo 5, Paulo é ainda mais forte. Ele move para o tempo presente e diz que agora, as obras do Espírito, mesmo os milagres, acontecem por que acreditam (não, porque acreditavam) e porque não mais observam a lei. Isto não significa, é claro, que cristãos não obedecem a lei (Gl 2:1-18). Isto deve significar que as obras do Espírito apenas se/porque os cristãos não estão confiando nas obras/perfomance, e estão conscientemente e continuamente descansando somente em Cristo para sua aceitação e completude. Paulo liga o Espírito e o evangelho num modo inseparável. Quando ele diz que o evangelho é o poder de Deus - Rm 1:17- e aqui diz que o Espírito trabalha apenas se você acredita no evangelho, ele está dizendo que poder de Deus operar em e através de nós apenas quando o evangelho é aplicado e usado.

Veremos que como nós progredimos através de Gálatas, que a nossa falha em obedecer e nos moldar ao caráter de Cristo não é apenas uma questão de simples obstinação e que não podemos tratar nossas falhar simplesmente tentando mais forte. Na raiz de toda a nossa desobediência são modos particulares pelos quais continuamos a procurar controle de nossas vidas através de sistemas de justiça pelas obras. O caminho para progredir como cristão é o arrependimento continuo e arrancar estes sistemas do mesmo modo como nos tornamos cristãos, ou seja, pela representação vívida (e re-representação) da obra salvadora de Cristo por nós, e o abandono dos esforços de auto-confiança para completar a nós mesmos. Devemos voltar atrás de novo e de novo para o evangelho do Cristo crucificado, para que os nossos corações   estejam mais profundamente dominados pela realidade do que ele fez por nós e do que somos nele.

Paulo está alertando os cristãos gálatas que é fácil cair de volta na justiça pelas obras como tentamos vencer o pecado e viver  vida cristã. Como devemos lidar com pecado através da crença no evangelho ao invés de apenas achar que é uma realização humana.
Por exemplo, não deveríamos simplesmente dizer: Senhor, eu tenho um problema com raiva. Por favor, remova isto pelo seu poder. Dê me poder para perdoar. Ao invés disso, devemos aplicar o evangelho para nós mesmo neste ponto. Usando o paradigma de Paulo, a amargura descontrolada - e falta de poder espiritual- deve estar vindo da carne. Isto significa que começamos com Jesus como Salvador, mas algo agora está se tornando o nosso salvador funcional ao invés de Jesus. Em vez de acreditar que Cristo é nossa esperança e bondade, estamos olhando para outra coisa como a nossa esperança, outro meio para nos sentirmos bem e completo.

Então, ao invés de apenas esperar que a vontade de Deus remova a nossa raiva ou simplesmente tentar exercer o poder da vontade contra isto, devemos perguntar: "se eu estou tão raivoso e incompassivo, o que eu acho que preciso tanto?  O que está sendo retido que eu eu sinto que preciso pra me sentir completo, para ter esperança, para me sentir como uma pessoa de valor?".  Normalmente,a raiva profunda é por causa de algo assim.  Observe como uma pessoa de conforto ou de aprovação deve ter coisas diferentes que sente que precisa para ter significado.  Isto são salvadores funcionais. Quando eles são bloqueados, ficamos amargos. Mas, a resposta para a amargura não é simplesmente tentar mais forte para controlar a raiva. Ao invés, precisamos arrepender de nossa justiça própria e da falta de alegria na obra consumada de Cristo que está na raiz da raiva. Lembrando que o evangelho é o poder de Deus, os milagres do Espírito são função de regozijo e repouso e o trabalhar do evangelho.


Assim como Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça.
Sabei, pois, que os que são da fé são filhos de Abraão.
Ora, tendo a Escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Todas as nações serão benditas em ti.
De sorte que os que são da fé são benditos com o crente Abraão.
Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las.
E é evidente que pela lei ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá pela fé.
Ora, a lei não é da fé; mas o homem, que fizer estas coisas, por elas viverá.
Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro;
Para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios por Jesus Cristo, e para que pela fé nós recebamos a promessa do Espírito.
Gálatas 3:6-14
O que significa que a fé de Abraão foi creditada? Em qual base Deus credita retidão para Abraão?
 A palavra grega que Paulo usa é elogisthan, da palavra logos, falar. Isto significa ser declarado reto ou tido como reto. É normalmente um termo contábil que significa que o dinheiro foi recebido ou creditado o pagamento para algum fim. Em geral, o termo creditado significa a mesma coisa- dar um status em algo que não tinha antes. 
O que significa que a fé de Abraão foi creditada a ele como justiça? É senso comum pensar que a fé na palavra de Deus e na promessa resulta em retidão. Se acreditamos que Deus existe, e louvamos a Ele com obediência e a nossa vida, e que ele é digno de louvor, etc, então fluirá um viver reto. Mas aqui temos algo único , surpreendente e contra-intuitivo. Aqui nós vemos a fé contada como retidão. Quando a Biblia fala que Deus credita a fé de Abraão como retidão, ele está dizendo que Deus está tratando Abraão como se ele vivesse uma vida reta.


Para ter certeza, a fé quando questões genuínas em ações justas, mas isso não é o que o texto diz: fé conta para (em vez de) justiça. Portanto, é natural e correto que os escritores do NT se refiram a este texto ao descrever como a salvação está disponível em Cristo. "(G.Wenham Gênesis 1-15, p.335)

Através dos anos, muitos comentaristas tem resistido as implicações significativas de Genesis 15:6.  Muitos tem dito que que a fé de Abraão é em si mesma uma forma de retidão que agrada a Deus. Nesta interpretação, a fé dele é um ato de obediência que garante o favor de Deus. É um tipo de retidão. Mas o texto não diz que sua fé era reta, ao invés disso, diz que ela foi contada como se fosse reta.




"Se nós  comparamos com outros versículos em que a mesma construção gramática é usada como em Gn 15:6, chegamos a conclusão que o (creditar) da fé de Abraão como retidão significa que se credita a ele uma retidão que não pertence inerentemente a Ele (D. Moo, The Epistle to the Romans, p. 262)


Paulo deixa explícito que quando Deus credita retidão, ele está conferindo uma posição legal ou um status. Ter retidão creditada para as pessoas significa que somos tratados legalmente como se fossemos de verdade retos e livres de condenação mesmo se na verdade nós ainda somos impuros em nosso coração e comportamento. Isto vai contra a religião tradicional, que diz que devemos viver de maneira reta e assim agradável e aceitável a Deus ou estamos vivendo de maneira impura e alienada de Deus.  Mas aqui diz que é possível nós sermos amados e aceitos por Deus mesmo que somos pecadores e imperfeitos. A famosa frase de Lutero que os cristãos são simul justus et peccator - simultaneamente retos e pecadores.

Paulo faz um declaração poderosa em Romanos 4:5, quando ele diz que Deus quem justifica o ímpio.  A palavra traduzida por ímpio na NVI é a palavra asebas que significa literalmente aquele que recusa adorar. Aqui é a declaração mais robusta possível que o momento que a pessoa recebe a retidão creditada (justifica) ela ou ele é ainda ímpio! O status justificado não é dado para eles por causa que eles colocaram seus corações num certo nível de submissão e adoração. Você não pode limpar sua vida para merecer a retidão creditada. Então, isto não seria creditado. Ao invés, você recebe isto mesmo enquanto você é um pecador.


5. COMO A FÉ SALVADORA DE ABRAÃO É UM MODELO PARA NÓS?

Primeiro, ele mostra para nós que a fé salvadora é acredita na promessa do evangelho. Ele acreditou em Deus, e isto foi creditado para ele como justiça (vs.6). Atente que isto não diz que Abraão acreditou em Deus somente. Crer em Deus não é fé salvadora (Tg 2:19- diz que os demônios acreditam). Ao invés, ele teve que acreditar no que Deus disse em sua promessa de salvação. A fé salvadora é diferente que a fé geral na existência de Deus ou mesmos nas doutrinas ou nos ensinos da Bíblia em geral.

Segundo, ele mostra que a fé salvadora é fé na promessa de Deus, não em nosso comportamento. Abraão não sabia muito sobre como Deus iria providenciar a salvação par ao mundo. Mas, de duas formas bem claras, Deus mostrou que esta salvação não teria nada a ver com a capacidade de Abraão, mas com a ação de Deus mesmo. Primeiro, Deus mostrou que o nascimento do filho de Abraão seria um milagre, Deus iriam entrar na história e fazer um ato poderoso que não dependeria de qualquer habilidade humana.  Segundo, pelo misterioso juramento por entre os animais. Deus mostra que ele vai conquistar a salvação mesmo se isso significar sua própria morte! Ele não faz Abraão tomar o juramento ou passar por entre os pedaços que seria o costumeiro. Esta é a mais forte declaração possível que a promessa de salvação é totalmente dependente de Deus, não de Abraão. Abraão sabia que ele nunca poderia conquistar isto: ele não tinha habilidade física para produzir uma criança. Ele não tinha a capacidade moral para produzir fidelidade em sua vida. Ele teve que acreditar na promessa completamente. E ele creu.

6. COMO A EXPERIÊNCIA DA FÉ NO EVANGELHO CONSTRASTA COM A PESSOA QUE BUSCA MERECER  A ACEITAÇÃO DE DEUS ? (vs. 10-12)

Paulo fala sobre dois tipos de pessoas nestes versículos. Primeiro, primeiro aqueles que estão vivendo pela fé. Segundo, aqui há aqueles que se fixam na observância da lei (vs.10). Eles vivem por ela (vs.12). Viver por algo significa confiar nele para a nossa felicidade e plenitude. Tudo que vivemos é essencialmente a linha base da nossas vidas, o que nos dá significado, confiança e definição. É muito esclarecedor perguntar: Pelo que eu vivo? Em que minha vida está baseada? O que, se eu perder, eu me sentiria como se não restasse mais vida? Estas questões estão na base da fundação de nossa vida.

O resultado deste tipo de vida é a vida debaixo da maldição (vs.10). Este é um argumento profundamente teológico e psicológico. Teologicamente, qualquer um que diz, que pode ser salvo pela obediência da lei deve estar preparado para olhar para o que a lei comanda. Para amar a Deus por completo, você deve cumprir toda a lei e isto não pode ser feito. Então, Paulo está dizendo que aos que tentam se auto-justificar: vocês realmente olharam para toda a lei? Você viram realmente o que ela requer? Como você vai satisfazer isto se você usa isto como um meio de salvação? Este é um insight profundamente psicológico para dizer que todo mundo que  está tentando ser salvo pela performance estará debaixo de uma maldição (vs.10, um senso de condenação.  No últimpo onto, salvação através das obras leva a uma profunda ansiedade e insegurança, por que você nunca pode estar seguro que você está vivendo de acordo com seus padrões suficientemente, seja o que for. Isto faz você sensível às críticas, invejoso e intimidado por outros que sobrepõem a você. Isto o faz nervoso e tímido (por causa que você não está certo de onde você está)

7. SE O VS. 10 É VERDADEIRO, COMO DEUS PODE CREDITAR A NÓS UMA JUSTIÇA E NÃO SER INJUSTO (VS.13-14)? O QUE SIGNIFCA QUE JESUS NÃO APENAS TOMOU A NOSSA MALDIÇÃO MAS SE TORNOU MALDIÇÃO POR NÓS?

Paulo cita Dt 27:26 em Gl 3:10, que ensina que a todos é requerido guardar toda a lei se quisermos evitar a condenação. Como, então, podemos escapar da maldição dos versos 10 e 13 e desfrutar das bênçãos do verso 3:14? Claro, isto tudo é por causa do que Jesus fez. Mas o que exatamente Jesus fez por nós? Paulo coloca isto aqui, com clareza cristalina ainda assim profundo mistério: Jesus se tornou maldição por nós. Paulo cita Dt 21:23 que diz, maldição é todo que for pendurado num madeiro. Quando uma pessoa era executada no Antigo Testamento, geralmente era por apedrejamento. Então o corpo era pendurado numa arvore como um símbolo da rejeição divina.  Não era que o homem era considerado amaldiçoado porque ele foi pendurado, mas, que ele foi pendurado como sinal de sua maldição. Paulo faz uma conexão com Cristo, cuja execução foi numa cruz de madeira para mostrar que ele experimentou a maldição da rejeição divina. Aqui ele nos redime da maldição tomando ela sobre si para nós. A palavra para significa em nosso lugar. Em outra palavra, ele é o nosso substituto. Ele recebeu a maldição que nós merecíamos (3:13) e assim podemos ser abençoados como ele merece (3:14). Esta é dupla imputação. Nossos pecados e maldição são imputados nele, e sua retidão e benção são imputadas para nós.

A ideia de imputação é ressaltada pelo termo curioso "se tornou maldição". Devemos enxergar que ele se tornou maldição, que é mesma linguagem forte de tomando a maldição. E como ele se tornou maldição?

Este versículo é paralelo a 2Co 5:21.  Significa que Jesus foi tratado legalmente como se ele fosse um pecador, ele foi tratado como um ímpio.




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