terça-feira, junho 18, 2019

1Co 1:10-17: O CHAMADO PARA A UNIDADE

Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa, e que não haja entre vós dissensões; antes sejais unidos em um mesmo pensamento e em um mesmo parecer. Porque a respeito de vós, irmãos meus, me foi comunicado pelos da família de Cloé que há contendas entre vós. Quero dizer com isto, que cada um de vós diz: Eu sou de Paulo, e eu de Apolo, e eu de Cefas, e eu de Cristo. Está Cristo dividido? foi Paulo crucificado por vós? ou fostes vós batizados em nome de Paulo? Dou graças a Deus, porque a nenhum de vós batizei, senão a Crispo e a Gaio, Para que ninguém diga que fostes batizados em meu nome. E batizei também a família de Estéfanas; além destes, não sei se batizei algum outro. Porque Cristo enviou-me, não para batizar, mas para evangelizar; não em sabedoria de palavras, para que a cruz de Cristo se não faça vã.  1 Coríntios 1:10-17

1. TEMA DA CARTA ESTÁ 1:10

O tema fundamental desta carta está ecoado em :

Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa, e que não haja entre vós dissensões; antes sejais unidos em um mesmo pensamento e em um mesmo parecer. 1 Coríntios 1:10

Tudo que se segue, especialmente 1:11 a 4:21, deve ser entendido como uma elaboração deste apelo. Paulo está escrevendo para uma comunidade marcada por divisões, e apela por unidade. A palavra unidos aqui deve ser entendida como uma restauração para uma condição anterior, colocar em ordem algo que foi quebrado ou desmantelado. O mesmo verbo está em Mc 1:19, Mt 4:21.

Paulo realiza seu pedido como um membro da família para seus irmãos, como aquele que fala comissionado por Jesus Cristo para fazer tal pedido, portanto, através do nome de Jesus Cristo. 

A alusão ao nome de Jesus, vem exatamente do poder curador de Jesus, como remédio para as divisões - At 3:6,16;4:7,10. O nome também invoca o caráter e a reputação de Jesus Cristo como conhecidas publicamente .

UNIDADE 
A desunião da igreja e a declaração de fé - 2Co 13:5, 1Co 15:1 x 2Co 12:24-25



2. POVO DE CLOÉ (1:11)

A fonte da informação é o povo de Cloe. A precisão da identidade deles é desconhecida, mas presume-se que eram escravos ou funcionários de uma casa liderada por uma mulher chamada Cloé. Não sabemos se Cloé vive em Corínto ou Eféso, onde Paulo escreve esta carta. 

3. AS DIVISÕES DE CORINTO: 
APOLO (AT 18:24-19:7/1CO 1:17-2:5, 1Co 3:6, 1Co 16:12)
PEDRO (CEFAS) 1CO 15:5, GL 2:8-9
PAULO 
CRISTO

As pessoas de Corínto estariam se organizando ao redor de alguns pregadores e líderes, uns dizendo que pertenciam a Paulo, outros a Apolo, e outros a Pedro e uns de Cristo (1:12). Paulo desconhece a existência de uma facção paulina. e é muito difícil de acreditar que os lideres também sugeriam tal coisa aos liderados.

Apolo aparece em:

E chegou a Éfeso um certo judeu chamado Apolo, natural de Alexandria, homem eloqüente e poderoso nas Escrituras. Este era instruído no caminho do Senhor e, fervoroso de espírito, falava e ensinava diligentemente as coisas do Senhor, conhecendo somente o batismo de João. Ele começou a falar ousadamente na sinagoga; e, quando o ouviram Priscila e Aqüila, o levaram consigo e lhe declararam mais precisamente o caminho de Deus. Querendo ele passar à Acaia, o animaram os irmãos, e escreveram aos discípulos que o recebessem; o qual, tendo chegado, aproveitou muito aos que pela graça criam. Porque com grande veemência, convencia publicamente os judeus, mostrando pelas Escrituras que Jesus era o Cristo.  Atos 18:24-28

A ênfase de Lucas no conhecimento retorico de Apolo pode explicar o texto de 1Co 1:17-2:5, alguns de Corinto impressionados com a capacidade retorica de Apolo, poderiam ter supervalorizado isto, daí o texto paulino.

"Apolo era um poderoso mestre das Escrituras, originário de Alexandria, o qual estivera em Éfeso logo após a visita inicial de Paulo e, em seguida, dirigira-se a Corinto. Em Éfeso, ficou claro para o pequeno grupo de cristãos que, embora conhecesse os fatos básico sobre Jesus, Apolo pensava em Jesus como extensão e aplicação de João Batista, não em Jesus como o Messias, cuja morte e ressurreição realizaram o que João apenas podia prever. Nesse momento, Priscila e Aquila, amigos de Paulo, separaram Apolo e explicaram-lhe os fatos de modo mais detalhado, proporcionando um dos momentos mais incríveis que poderíamos ter presenciado. (Em Éfeso, ocorreu um tipo de pequena e estranha continuação: Paulo conheceu um grupo de seguidores de João Batista e explicou-lhes como as palavras de João se concretizaram em Jesus). Para fins desta biografia, a ideia é que Apolo estivera em Corinto depois da saída de Paulo e exerceu forte impressão sobre a igreja,. levando alguns membros a decidirem que ele, não o apostolo, era o tipo de mestre que realmente queriam" (N T Wright, Paulo: uma biografia, p. 273)

Contudo, não se pode falar de uma desavença entre Paulo e Apolo, já que Paulo gostaria que ele fosse visitar a igreja como está 1Co 16:12.


Cefas é o nome aramaico de Pedro (1Co 15:5. Gl 2:8-9). Não é claro se ele esteve em Corinto realmente ou se apenas é reconhecido como um dos lideres da igreja primitiva. 

A única pista de uma passagem dele por Corinto está em 9:5. 

Segundo Gordon Fee, não há uma clara corrente judaizante na igreja como havia em Gálatas.

O partido de Cristo  seriam aqueles que clamavam Jesus como seu líder exclusivo, como se fosse uma pretensão de um acesso direto a Cristo longe dos apóstolos...Cristo é reduzido ao status de mais um líder disputando adesões na comunidade local.




Paulo tem esta situação como escandalosa. Assim ele coloca uma serie de questões retóricas (1:13). A primeira é se Cristo está dividido? A dissensão na comunidade criou uma coisa absurda, Paulo  sugere que Cristo é tratado como uma mercadoria que pode ser manipulada por eles. O corpo de Cristo foi fragmentado nos grupos de interesse. 

4. BATISMO: MENSAGEM X MENSAGEIROS (11:26,15:1-3)

1. Paulo se opôs ao batismo ou tentou desencorajar os convertidos de serem batizados?  Rm 6:3, Cl 2:12, 

2.Por que Paulo não praticava batizar todos os seus novos convertidos?  Paulo buscava evitar a ostentação e o culto pessoal, algo que afastasse as pessoas da cruz de Jesus. (1Co 1:31)

3.Qual foi o objetivo da missão de Paulo? O evangelho é a boa notícia de que quem recebe a Cristo como Salvador e Senhor será salvo. O batismo é um apelo a Deus por essa salvação. Portanto, a pregação do evangelho é primária, e a obra de Cristo na cruz é muito mais importante do que a obra de qualquer homem no batismo. O que importa não é quem te batiza, mas em quem você é batizado. (John Piper, Christ Did Not Send Me to Baptize )

4. O que tudo isso implica sobre nossa visão do batismo? Mt 28:19-20, é um mandamento de Jesus, Deve expressar nosso desejo de confiar somente em Cristo para a salvação e se orgulhar somente dele.


As questões seguintes mostram que não foi Paulo que foi crucificado e nem foram batizados em nome de Paulo. A vida da comunidade depende inteiramente da morte de Jesus na cruz (11:26, 15:1-3). 

Talvez, a grande dificuldade seja entender o significado do batismo. Isto explicaria porque Paulo está contente por não ter batizado muitas pessoas em Corinto (1:14-16). O batismo não cria um vínculo especial entre o batizado e o oficial, Paulo diz que não se lembra de quem batizou exceto de alguns lideres daquela igreja. 

A crucificação de Jesus e o batismo do crente são ideias que fluem juntas naturalmente para Paulo ( Rm. 6:2-3; Cl. 2:12-15). 

O culto a personalidade era uma característica da sociedade greco-romana. 



 A missão fundamental de Paulo é pregar o evangelho e não batizar.A tendência daquela igreja era de priorizar os mensageiros e não a mensagem, Paulo diz que o mais importante é a mensagem e não os mensageiros.


Wisdom (sophia) usually means accumulated philosophic, scientific, and experiential learning that includes an ability to discern essential relationships of people and things. It connotes competence in and a profound understanding of domains of human endeavor (philosophy, literature, art, science). It was highly prized and an important characteristic of the Greco-Roman culture in Paul’s day, but he feels it necessary to pit himself as a preacher of the gospel over against the rhetorical eloquence of trained orators, whom he regards as merely human sages. His reason? “Lest the cross of Christ be emptied of its meaning,” i.e., be dissipated in a cloud of learned rhetoric and words. The cross has been introduced in v. 13, where Paul alludes to the crucifixion of Jesus, and in the following v. 18 he will speak of “the message of the cross” (ho logos ho tou staurou), which is the heart of his gospel and which stands over against sophia logou, which may even be a phrase bandied about in Roman Corinth. Needless to say, Paul is not an antiintellectual and is not inveighing against the use of philosophy or other polished modes of communication in his endeavor to preach the gospel, but he is concerned that such preaching modes not obscure the mystery of the cross. “The evidence of Paul’s own testimony strongly suggests that the apostle deliberately chose not to make use of ancient rhetoric in his preaching of the Gospel and his written correspondence with various churches” (Weima, “What Does Aristotle,” 467). I hesitate to go along with Goulder’s sense of “wisdom” in this letter, which he sees as a way of life in accord with the Torah and halakhic regulations (“Sophia”). JOSEPH A. FITZMYER, S.J., FIRST CORINTHIANS, p. 149


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