Nesta passagem como estão caracterizados o anticristo
e os anticristos?
Qual é a ação maligna central na qual eles estão
engajados?
As características principais de um anticristo é
aquele que se desviou e procura também desviar os outros através de falsos ensinos.
O anticristo não é alguém abertamente desprezível
que se logo se identifica como sendo um anticristo, mas faz isto dissimuladamente
através da distorção da verdade e da propagação de mentiras.
Há muita coisa que se pode ser dita sobre o assunto
e muitas divagações, mas o ponto essencial de João aqui é alertar sobre influências
sutis que podem nos afastar de Deus.
Quanto a realidade da pessoa do anticristo, João
crê que haverá tal pessoa, mas ele não nos da muitos detalhes aqui.
O que ele diz e que representa um grande perigo é
que há muitos precursores do anticristo, os anticristos, que são uma ameaça para
aqueles que andam com Deus.
Qual
é a heresia que esses anticristos estão espalhando? Por que a propagação da heresia, e esta em
particular, é considerada uma coisa tão diabólica? Por que João se importa tanto com a heresia e nós
tão pouco? Que efeito isso tem na vida das pessoas?
Esses
falsos mestres heréticos estão dizendo que Jesus não era o Cristo, que Jesus
não era Deus em carne. Essencialmente, as heresias dominantes da época ensinavam
que o mundo material era mau. De acordo essa ideia, Deus não poderia estar
associado a um corpo humano físico e, portanto, Jesus não poderia ser
Deus-homem.
Entretanto,
João sabia que não apenas Jesus era Deus feito homem, mas também que, somente
por isto poderia haver salvação. Ele tinha que ser humano para que pudesse servir
como um substituto para os seres humanos. Ao mesmo tempo, ele tinha que ser
Deus porque somente Deus poderia pagar por um número infinito de pecados. Se Ele
não fosse homem-Deus, então não haveria salvação, aceitação, acolhimento diante
de Deus e paz para a consciência culpada. Nós ficaríamos numa posição de desespero
e futilidade.
Enquanto,
muitos em nossa cultura ririam da ideia de um julgamento por heresia, para João
e também para nós, isso não pode ser motivo de riso. Muitos acreditam que não existe
uma verdade objetiva, acham intolerante acreditar em qualquer posição de fé em particular,
só existe a verdade para você. Verdade é verdade, seja ela cientifica, filosófica
ou religiosa. Divulgar falsas doutrinas é um grande mal. “Por que ser tão
intolerante a ponto de chamar as pessoas de hereges que se engajam em algumas
pequenas mentiras sobre Deus? Que diferença faz o que alguém diz sobre Deus?
Não é a maneira como vivemos que conta?”
Eugene Peterson responde estas questões de forma excelente: “Nossa época desenvolveu uma genialidade frouxa sobre o que as pessoas dizem acreditar. Somos especialmente tolerantes sobre questões de religião. Mas, grande parte da tão alardeada tolerância é apenas indiferença. Não nos importamos muito porque achamos que isso não é tão importante. Minha tolerância desaparece rapidamente se a crença de uma pessoa interfere em minha vida. Não sou tolerante com pessoas que acreditam ter tanto direito às minhas coisas quanto eu tenho. Não sou tolerante com empresas que acreditam que sua única obrigação é lucrar e que poluem nosso meio ambiente e entregam produtos mal feitos no processo. E João não é tolerante quando as pessoas que ele ama são enganadas sobre Deus, porque ele sabe que tais mentiras vao reduzir suas vidas, prejudicar a vitalidade dos seus espíritos, aprisiona-los em velhas culpas e paralisa-los com ansiedades e medos. Essa é posição de João: uma mentira sobre Deus é uma mentira sobre a vida, e ele não aceitará. Nada conta mais na maneira como vivemos do que aquilo que acreditamos sobre Deus. Uma falha em acertar nossas mentes torna-se uma falha em acertar em nossas vidas. Uma ideia errada de Deus se traduz em desleixo e covardia, mentes medrosas e emoções doentias. Uma das coisas mais perversas que podemos fazer é dizer para as pessoas que Deus é um tirano irado, porque a pessoa que acreditar nisso irá evita-lo defensivamente se puder. É igualmente perverso dizer aos outros que Deus é um avo senil. A pessoa que crê nisso, viverá de maneira descuidada e trivial, sem nenhum proposito transcendente. É perverso contar uma mentira a uma pessoa sobre Deus porque, se passarmos a acreditar nas coisas erradas sobre nós mesmos, viveremos mesquinhamente ou mal. Contar uma mentira sobre Deus a uma pessoa distorce a realidade, perverte a vida e danifica todos os processos de vida”.Saíram de nós, mas não eram de nós; porque, se fossem de nós, ficariam conosco; mas isto é para que se manifestasse que não são todos de nós
João está confirmando a verdade
de que “uma vez salvo, sempre salvo”, e que é impossível perder sua salvação.
Praticamente falando, vemos pessoas que parecem perder sua salvação o tempo
todo, mas João nos diz que se elas forem embora, você pode ter certeza de que
elas nunca foram realmente salvas em primeiro lugar, não importa quais possam
ter sido as aparências. A presença de alguém na igreja não garante sua
perseverança na fé, mas aqueles que verdadeiramente são salvos perseverarão até
o fim. Este ensinamento deve nos impedir de ter falsas presunções, e deve levar
a nos examinarmos de tempos em tempos para testar e ver se estamos realmente na
fé. No entanto, isso não deve nos levar à ansiedade sobre nossa salvação, mas
deve nos dar confiança de que, se Deus nos fez confiar em Cristo, e nos
examinamos e descobrimos que estamos confiando nele, Deus nos guardará. Não
precisamos viver com medo. Deus é fiel mesmo em meio à nossa fidelidade
flutuante. (Timothy Keller)
Quais são os dois recursos que temos
para nos impedir de sermos desviados? A que cada uma dessas coisas se refere, e
como as mantemos em nossas vidas?
Em nossa luta para permanecer em comunhão com Deus, recebemos as Escrituras e o Espírito Santo.
Se permanecermos na Palavra, lendo regularmente as Escrituras e mantendo nossa proximidade com Deus em oração e obediência, então esses dois recursos serão suficientes para garantir que não nos desviemos. Servem como remédio preventivo contra a sedução do mundo e os falsos ensinamentos dos anticristos.
No entanto, se ignorarmos essas coisas e perdermos a influência e o efeito tanto das Escrituras quanto do poder do Espírito, nossa vida ficará tumultuada. Isso não quer dizer que podemos perder a unção do Espírito se formos verdadeiramente cristãos, apenas que a influência do Espírito pode ser grandemente diminuída.
Muitos cristãos procuram algum segredo
para facilitar sua vida livre de lutas, mas tal segredo não existe.
A vida cristã é sempre uma batalha. Se
as pessoas não perceberem isso e esperarem inutilmente que a luta diminua, elas
pensarão que Deus não é fiel (já que ele não está dando um fim à guerra) ou que
estão fazendo algo errado. De qualquer forma, uma pessoa ficará continuamente
frustrada. Isso pode levá-los a jogar a toalha todos juntos e descartar a fé
cristã como incapaz de cumprir o que promete, ou podem se apegar às suas
crenças, mas parar de lutar e ceder ao desespero. Somente as pessoas que olham
a realidade bem de frente e percebem que estão engajadas em uma longa guerra
contra seu pecado, o mundo e o diabo viverão a vida cristã com entusiasmo.
É nesta realidade que aplicamos o
Evangelho, descansando e saboreando o sacrifício de Cristo. Devemos perceber
uma série de coisas sobre os conflitos que enfrentamos.
Em primeiro lugar, Deus os usa para nos mudar
e nos transformar. Deus está mais preocupado com nossa santidade do que com
nossa felicidade, porque ele sabe que, em última análise, a santidade é o
caminho para a felicidade. A luta nos transforma e serve para nos preparar para
viver com Deus e habitar com ele.
Em segundo lugar, em meio ao conflito,
devemos perceber que a batalha pertence ao Senhor. Ele completará o trabalho
que começou em nós. Ele prometeu nos dar a força necessária para resistir à
tentação de dar se viermos a ele em dependência, que é expressa em oração, onde
reconhecemos que sem ele nada podemos fazer, mas que podemos fazer todas as
coisas em Cristo Jesus quem nos fortalece.
Muitos cristãos procuram algum segredo
para facilitar sua vida livre de lutas, mas tal segredo não existe.
A vida cristã é sempre uma batalha. Se
as pessoas não perceberem isso e esperarem inutilmente que a luta diminua, elas
pensarão que Deus não é fiel (já que ele não está dando um fim à guerra) ou que
estão fazendo algo errado. De qualquer forma, uma pessoa ficará continuamente
frustrada. Isso pode levá-los a jogar a toalha todos juntos e descartar a fé
cristã como incapaz de cumprir o que promete, ou podem se apegar às suas
crenças, mas parar de lutar e ceder ao desespero. Somente as pessoas que olham
a realidade bem de frente e percebem que estão engajadas em uma longa guerra
contra seu pecado, o mundo e o diabo viverão a vida cristã com entusiasmo.
É nesta realidade que aplicamos o
Evangelho, descansando e saboreando o sacrifício de Cristo. Devemos perceber
uma série de coisas sobre os conflitos que enfrentamos.
Em primeiro lugar, Deus os usa para nos mudar
e nos transformar. Deus está mais preocupado com nossa santidade do que com
nossa felicidade, porque ele sabe que, em última análise, a santidade é o
caminho para a felicidade. A luta nos transforma e serve para nos preparar para
viver com Deus e habitar com ele.
Em segundo lugar, em meio ao conflito,
devemos perceber que a batalha pertence ao Senhor. Ele completará o trabalho
que começou em nós. Ele prometeu nos dar a força necessária para resistir à
tentação de dar se viermos a ele em dependência, que é expressa em oração, onde
reconhecemos que sem ele nada podemos fazer, mas que podemos fazer todas as
coisas em Cristo Jesus quem nos fortalece.