segunda-feira, julho 11, 2022

1João 2:18-28

Nesta passagem como estão caracterizados o anticristo e os anticristos?

Qual é a ação maligna central na qual eles estão engajados?

 

As características principais de um anticristo é aquele que se desviou e procura também desviar os outros através de falsos ensinos.

 

O anticristo não é alguém abertamente desprezível que se logo se identifica como sendo um anticristo, mas faz isto dissimuladamente através da distorção da verdade e da propagação de mentiras.

 

Há muita coisa que se pode ser dita sobre o assunto e muitas divagações, mas o ponto essencial de João aqui é alertar sobre influências sutis que podem nos afastar de Deus.

 

Quanto a realidade da pessoa do anticristo, João crê que haverá tal pessoa, mas ele não nos da muitos detalhes aqui.

 

O que ele diz e que representa um grande perigo é que há muitos precursores do anticristo, os anticristos, que são uma ameaça para aqueles que andam com Deus.

 

Qual é a heresia que esses anticristos estão espalhando? Por que a propagação da heresia, e esta em particular, é considerada uma coisa tão diabólica? Por que João se importa tanto com a heresia e nós tão pouco? Que efeito isso tem na vida das pessoas?

Esses falsos mestres heréticos estão dizendo que Jesus não era o Cristo, que Jesus não era Deus em carne. Essencialmente, as heresias dominantes da época ensinavam que o mundo material era mau. De acordo essa ideia, Deus não poderia estar associado a um corpo humano físico e, portanto, Jesus não poderia ser Deus-homem.

Entretanto, João sabia que não apenas Jesus era Deus feito homem, mas também que, somente por isto poderia haver salvação. Ele tinha que ser humano para que pudesse servir como um substituto para os seres humanos. Ao mesmo tempo, ele tinha que ser Deus porque somente Deus poderia pagar por um número infinito de pecados. Se Ele não fosse homem-Deus, então não haveria salvação, aceitação, acolhimento diante de Deus e paz para a consciência culpada. Nós ficaríamos numa posição de desespero e futilidade.

Enquanto, muitos em nossa cultura ririam da ideia de um julgamento por heresia, para João e também para nós, isso não pode ser motivo de riso. Muitos acreditam que não existe uma verdade objetiva, acham intolerante acreditar em qualquer posição de fé em particular, só existe a verdade para você. Verdade é verdade, seja ela cientifica, filosófica ou religiosa. Divulgar falsas doutrinas é um grande mal. “Por que ser tão intolerante a ponto de chamar as pessoas de hereges que se engajam em algumas pequenas mentiras sobre Deus? Que diferença faz o que alguém diz sobre Deus? Não é a maneira como vivemos que conta?”

 

Eugene Peterson responde estas questões de forma excelente: “Nossa época desenvolveu uma genialidade frouxa sobre o que as pessoas dizem acreditar. Somos especialmente tolerantes sobre questões de religião. Mas, grande parte da tão alardeada tolerância é apenas indiferença. Não nos importamos muito porque achamos que isso não é tão importante. Minha tolerância desaparece rapidamente se a crença de uma pessoa interfere em minha vida. Não sou tolerante com pessoas que acreditam ter tanto direito às minhas coisas quanto eu tenho. Não sou tolerante com empresas que acreditam que sua única obrigação é lucrar e que poluem nosso meio ambiente e entregam produtos mal feitos no processo.  E João não é tolerante quando as pessoas que ele ama são enganadas sobre Deus, porque ele sabe que tais mentiras vao reduzir suas vidas, prejudicar a vitalidade dos seus espíritos, aprisiona-los em velhas culpas e paralisa-los com ansiedades e medos. Essa é posição de João: uma mentira sobre Deus é uma mentira sobre a vida, e ele não aceitará. Nada conta mais na maneira como vivemos do que aquilo que acreditamos sobre Deus. Uma falha em acertar nossas mentes torna-se uma falha em acertar em nossas vidas. Uma ideia errada de Deus se traduz em desleixo e covardia, mentes medrosas e emoções doentias. Uma das coisas mais perversas que podemos fazer é dizer para as pessoas que Deus é um tirano irado, porque a pessoa que acreditar nisso irá evita-lo defensivamente se puder. É igualmente perverso dizer aos outros que Deus é um avo senil.  A pessoa que crê nisso, viverá de maneira descuidada e trivial, sem nenhum proposito transcendente. É perverso contar uma mentira a uma pessoa sobre Deus porque, se passarmos a acreditar nas coisas erradas sobre nós mesmos, viveremos mesquinhamente ou mal. Contar uma mentira sobre Deus a uma pessoa distorce a realidade, perverte a vida e danifica todos os processos de vida”.
Saíram de nós, mas não eram de nós; porque, se fossem de nós, ficariam conosco; mas isto é para que se manifestasse que não são todos de nós  1 João 2:19 

 

João está confirmando a verdade de que “uma vez salvo, sempre salvo”, e que é impossível perder sua salvação. Praticamente falando, vemos pessoas que parecem perder sua salvação o tempo todo, mas João nos diz que se elas forem embora, você pode ter certeza de que elas nunca foram realmente salvas em primeiro lugar, não importa quais possam ter sido as aparências. A presença de alguém na igreja não garante sua perseverança na fé, mas aqueles que verdadeiramente são salvos perseverarão até o fim. Este ensinamento deve nos impedir de ter falsas presunções, e deve levar a nos examinarmos de tempos em tempos para testar e ver se estamos realmente na fé. No entanto, isso não deve nos levar à ansiedade sobre nossa salvação, mas deve nos dar confiança de que, se Deus nos fez confiar em Cristo, e nos examinamos e descobrimos que estamos confiando nele, Deus nos guardará. Não precisamos viver com medo. Deus é fiel mesmo em meio à nossa fidelidade flutuante. (Timothy Keller)

Quais são os dois recursos que temos para nos impedir de sermos desviados? A que cada uma dessas coisas se refere, e como as mantemos em nossas vidas?

Em nossa luta para permanecer em comunhão com Deus, recebemos as Escrituras e o Espírito Santo.

Se permanecermos na Palavra, lendo regularmente as Escrituras e mantendo nossa proximidade com Deus em oração e obediência, então esses dois recursos serão suficientes para garantir que não nos desviemos. Servem como remédio preventivo contra a sedução do mundo e os falsos ensinamentos dos anticristos. 

No entanto, se ignorarmos essas coisas e perdermos a influência e o efeito tanto das Escrituras quanto do poder do Espírito, nossa vida ficará tumultuada. Isso não quer dizer que podemos perder a unção do Espírito se formos verdadeiramente cristãos, apenas que a influência do Espírito pode ser grandemente diminuída. 

Muitos cristãos procuram algum segredo para facilitar sua vida livre de lutas, mas tal segredo não existe.

A vida cristã é sempre uma batalha. Se as pessoas não perceberem isso e esperarem inutilmente que a luta diminua, elas pensarão que Deus não é fiel (já que ele não está dando um fim à guerra) ou que estão fazendo algo errado. De qualquer forma, uma pessoa ficará continuamente frustrada. Isso pode levá-los a jogar a toalha todos juntos e descartar a fé cristã como incapaz de cumprir o que promete, ou podem se apegar às suas crenças, mas parar de lutar e ceder ao desespero. Somente as pessoas que olham a realidade bem de frente e percebem que estão engajadas em uma longa guerra contra seu pecado, o mundo e o diabo viverão a vida cristã com entusiasmo.

É nesta realidade que aplicamos o Evangelho, descansando e saboreando o sacrifício de Cristo. Devemos perceber uma série de coisas sobre os conflitos que enfrentamos.

 Em primeiro lugar, Deus os usa para nos mudar e nos transformar. Deus está mais preocupado com nossa santidade do que com nossa felicidade, porque ele sabe que, em última análise, a santidade é o caminho para a felicidade. A luta nos transforma e serve para nos preparar para viver com Deus e habitar com ele.

Em segundo lugar, em meio ao conflito, devemos perceber que a batalha pertence ao Senhor. Ele completará o trabalho que começou em nós. Ele prometeu nos dar a força necessária para resistir à tentação de dar se viermos a ele em dependência, que é expressa em oração, onde reconhecemos que sem ele nada podemos fazer, mas que podemos fazer todas as coisas em Cristo Jesus quem nos fortalece.

Muitos cristãos procuram algum segredo para facilitar sua vida livre de lutas, mas tal segredo não existe.

A vida cristã é sempre uma batalha. Se as pessoas não perceberem isso e esperarem inutilmente que a luta diminua, elas pensarão que Deus não é fiel (já que ele não está dando um fim à guerra) ou que estão fazendo algo errado. De qualquer forma, uma pessoa ficará continuamente frustrada. Isso pode levá-los a jogar a toalha todos juntos e descartar a fé cristã como incapaz de cumprir o que promete, ou podem se apegar às suas crenças, mas parar de lutar e ceder ao desespero. Somente as pessoas que olham a realidade bem de frente e percebem que estão engajadas em uma longa guerra contra seu pecado, o mundo e o diabo viverão a vida cristã com entusiasmo.

É nesta realidade que aplicamos o Evangelho, descansando e saboreando o sacrifício de Cristo. Devemos perceber uma série de coisas sobre os conflitos que enfrentamos.

 Em primeiro lugar, Deus os usa para nos mudar e nos transformar. Deus está mais preocupado com nossa santidade do que com nossa felicidade, porque ele sabe que, em última análise, a santidade é o caminho para a felicidade. A luta nos transforma e serve para nos preparar para viver com Deus e habitar com ele.

Em segundo lugar, em meio ao conflito, devemos perceber que a batalha pertence ao Senhor. Ele completará o trabalho que começou em nós. Ele prometeu nos dar a força necessária para resistir à tentação de dar se viermos a ele em dependência, que é expressa em oração, onde reconhecemos que sem ele nada podemos fazer, mas que podemos fazer todas as coisas em Cristo Jesus quem nos fortalece.

 

fonte

KELLER, TIMOTHY 1John Study Guide Leader

terça-feira, julho 05, 2022

1 João 2:12-17

 Filhinhos, escrevo-vos, porque pelo seu nome vos são perdoados os pecados.

Pais, escrevo-vos, porque conhecestes aquele que é desde o princípio. Jovens, escrevo-vos, porque vencestes o maligno. Eu vos escrevo, filhos, porque conhecestes o Pai.
Eu vos escrevi, pais, porque já conhecestes aquele que é desde o princípio. Eu vos escrevi, jovens, porque sois fortes, e a palavra de Deus está em vós, e já vencestes o maligno.
Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele.
Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo.
E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.


2:12-14

 Filhinhos, escrevo-vos, porque pelo seu nome vos são perdoados os pecados.

Eu vos escrevo, filhos, porque conhecestes o Pai.


Para aqueles que são novos na fé, João nos lembra o que esquecemos tão facilmente- que nossos pecados estão perdoados, que não temos que merecer a nossa aceitação com Deus, e devemos parar de nos esforçar para fazê-lo.  

Isso é importante para alguém que está começando na fé, porque certos padrões de pecado podem estar tão profundamente arraigados que a pessoa pode vir a falhar por várias vezes, até que experimente uma vitória sobre aquilo.

Eles conheceram a Deus como Pai, portanto, não precisam lutar para que Deus seja seu pai, mas sua obediência vem da gratidão por ele ter nos feito seus filhos.

O cristão não é uma pessoa que está procurando perdão, ou quem espera ser perdoado. O cristão não é uma pessoa quem está incerto sobre o perdão ou que ora por ele ou tenta merecê-lo. Não, os cristãos são pessoas que sabem que estão perdoadas. D. Martyn Lloyd-Jones, Walking with God, p.58


 Os cristãos sabem que seus pecados são perdoados, não porque eles confiam vaga e vagamente no amor de Deus, ainda menos porque repousam na esperança de suas próprias boas vidas e méritos ou suas próprias boas obras.   D. Martyn Lloyd-Jones, Walking with God, p.59


Pais, escrevo-vos, porque conhecestes aquele que é desde o princípio
Eu vos escrevi, pais, porque já conhecestes aquele que é desde o princípio

Aos pais- aqueles que com alguma maturidade na fé-, suas palavras nos ajuda lembrar o seu papel como conselheiro, eles podem ter confiança porque conhecem a Deus, que criou todas as coisas. Eles podem ter confiança porque conhecem a Deus, que fez tudo com sabedoria e dá sabedoria a eles quando precisam.

Jovens, escrevo-vos, porque vencestes o maligno
Eu vos escrevi, jovens, porque sois fortes, e a palavra de Deus está em vós, e já vencestes o maligno.

Aos jovens, aqueles que lutam com suas paixões. Já que Cristo venceu o maligno, eles não precisam ceder à tentação. Por mais fortes que seus desejos parecem ser, devemos ter a confiança que "maior é Aquele que está em vocês do que aquele que está no mundo". Deus lhe deu os recursos para resistir ao maligno e vocês podem se valer destes recursos.

Não ameis o mundo, nem o que no mundo há.Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo.

Muitas pessoas acreditam que o entendimento bíblico de “o mundo” se refere à terra material. Não é assim que a Bíblia mede o mundo. As Escrituras são claras que a terra é do Senhor e que é boa. Foi-nos dado para desfrutar. Bons relacionamentos, risadas, beleza, música, trabalho, boa comida e bebida são todos presentes de Deus destinados ao nosso prazer, sustento e prazer. Nesse sentido, o cristianismo é uma afirmação do mundo. 

Quando os escritores bíblicos falam do mundo negativamente, eles querem dizer o mundo como ele foi pervertido e serve como oposição ao crente. Essa perspectiva pejorativa refere-se ao mundo do desejo indomado e da arrogância, incluindo todas as estruturas, métodos, objetivos e ideologias anticristãs.

 As pessoas são “mundanas” quando operam segundo padrões solidamente opostos aos de Deus.

 O “mundanismo” é aparente sempre que tomamos as coisas boas de Deus e as usamos de maneiras que ele nunca pretendia que fossem usadas.

 É esse mau uso que João tem em mente quando fala dos desejos do homem pecador, da concupiscência de seus olhos e da jactância do que ele tem e faz. O problema do mundanismo ocorre quando não recebemos os dons de Deus com ação de graças e os desfrutamos no contexto que ele pretendia.

A dádiva de objetos materiais se torna extravagância, a dádiva da sexualidade usada para adultério, a dádiva do trabalho usada para ganhar poder, então usamos mal as coisas boas para fins pecaminosos.

O mundanismo não acontece apenas lá fora, mas em nossos corações. 

Não ameis o mundo, nem o que no mundo há.

“Não amar o mundo” é abominar todos os propósitos, valores e atitudes que  Deus valoriza.

 Assim que atribuímos um nível de valor a coisas que Deus não atribuiu, assim que assumimos propósitos para nossas vidas que não estão de acordo com os propósitos que Deus quer que busquemos, sempre que desfrutamos de coisas fora do contexto de entendê-las como Os presentes de Deus para nós e recebendo-os com ação de graças, estamos amando o mundo. 

“Não amar o mundo” é odiar as coisas que Deus odeia e amar as coisas que Deus ama. Deus ama o mundo no sentido de que sua compaixão abraça as pobres criaturas que Satanás encantou, mas ele não tolera seu materialismo ou pecado. Ele também a ama no sentido de que se deleita em sua criação e sua bondade, e anseia vê-la restaurada em sua plena glória. Devemos amar o mundo da mesma maneira. Quando olhamos para Jesus, vemos que para ele não amar o mundo não significava que ele evitasse ‘pecadores’ na comunidade. Em vez disso, ele passou tanto tempo com eles em seu território que se disse dele: “Aqui está um comilão e bêbado, amigo de cobradores de impostos e 'pecadores'”. mundo, ele permaneceu imaculado pelo pecado e os caminhos do mundo.

Se deixarmos de ter vidas marcadas com o equilíbrio que Jesus tinha em relação a estar no mundo, mas não ser dele, viveremos distorcidos. Por um lado, se não estivermos no mundo adequadamente, evitaremos ter relacionamentos agradáveis e robustos com os não crentes, através dos quais podemos ser usados para trazer a reconciliação entre eles e Deus. Por outro lado, se nossas tentativas de estar no mundo falharem em evitar ser “do mundo” e começarem a assumir seus valores e propósitos, estaremos vivendo em sintonia com a maneira como Deus nos fez. Assim, nossa comunhão com ele será quebrada, nossas vidas serão tristes e seremos de pouca utilidade para alcançar pessoas sem Cristo e transformar nossa cultura

E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.

Duas motivações são dadas para nos impedir de amar o mundo. 

Se adotarmos os valores, propósitos e atitudes do mundo, não teremos espaço para amar a Deus, nem experimentaremos a única coisa para a qual fomos feitos: o amor de Deus. 

A segunda motivação que recebemos é o lembrete de que todos os prazeres que o mundo nos oferece terão vida curta. “O mundo e seus desejos passam.” 

Juntas, essas verdades nos lembram que é tolice aceitar o que é um prazer imediato de curto prazo que só pode trazer amargura e decepção no final, em vez de trabalhar para aquilo que nos satisfará. 

Precisamos nos lembrar de que cada tentação vem com a mentira de que precisamos daquela coisa para nos fazer felizes, mas uma vez que a pegamos, sempre descobriremos que não queríamos aquela coisa. , perceberemos que nossa alegria se foi, nossa comunhão com Deus está quebrada e apenas a culpa e a decepção permanecem. A maneira como mantemos essas motivações à frente e no centro de nossas vidas é pedir regularmente a Deus que nos dê uma perspectiva de quão grande é o seu amor e quão vazias são as promessas do mundo. Esse processo diário de meditação e reflexão sobre essas coisas ajudará bastante a nos manter livres do amor ao mundo.


Fonte:

TIMOTHY KELLER - 1John Study Guide