CHRIST OF THE MOUNT de
E. STANLEY JONES
CAPÍTULO 1:
O HOMEM NO MONTE.
Chamamos
isto de o Sermão do Monte. Ao chamá-lo assim acabamos cometendo uma injustiça e
diminuímos seu tom. Num sermão, tomamos um texto e expomos ele. Não há nada
disso aqui. Este não é um sermão apenas, é um retrato, um retrato de Jesus em
si mesmo e do Pai e de como homem-deve-ser. Verdade, que ele não coloca como um
retrato de si mesmo, mas enquanto desenha as linhas na figura do Pai e do como
homem deve ser descobrimos que ele mergulha seu pincel nas profundezas de sua
própria vida e experiência e, assim, gradualmente vemos sua face adorada, a
interpretação tanto de Deus como do homem. Não temos aqui linhas de algum
código, mas traços de Um Personagem.
Jesus é a
simplificação de Deus. Todas as grandes descobertas são simplificações. O
pensar move-se do complicado para o simples. "O fato curioso
permanece" diz o Professor Vaughan"que na ciência e na filosofia a
hipótese mais interminável e pesada vem primeiro, especialmente para uma mente
ensinada e a hipótese simples e adequada aparece por último". Todos
os sistemas religiosos e filosóficos da Grécia, Índia e China se completaram e
alcançaram seu topo antes do tempo da vinda de Cristo. Um é
profundamente impressionado com a perspicácia do homem que escreveu as
Upanishads, mas ele também profundamente influenciado pelas complicações,
meandros e labirintos do seu pensamento sobre Deus. Eles sofrem de uma
sobrecarga mental. Os homens, provavelmente, nunca irão de novo tão longe
atrás de um complicado uso de palavras na busca do divino como aquelas colocadas
em sânscrito. Eles foram os melhores em palavras. O que era necessário era a
Palavra Melhor. Então, a Grande Simplificação tomou lugar. A Palavra se fez
carne.
Jesus é
chamado de a Palavra porque a palavra é a expressão do pensamento oculto. A menos,
que coloque meu pensamento em palavras, ninguém entender nada. Aqui é Deus, nós
sentimos sua presença, mas seu Espírito permanece oculto. Queremos conhecer
como ele é sem onipotência, nem em onisciência e nem em onipresença; a
revelação disto poderia fazer pouco ou nenhum bem, mas devemos saber seu
caráter, por aquilo que ele é em seu caráte, nós, suas crianças, devemos.
Então, o Pensamento Oculto- Deus- se torna a Palavra Revelada: Cristo.
Minhas
palavras são da encarnação, da prole, do filho, do meu pensamento. Então, a
Palavra, Jesus, é o Filho do Pensamento, Deus. Como vemos acima através das
palavras de um homem entendemos seu pensamento, então vemos através de Jesus
para conhecer a Deus como ele é. Deus é como aquilo que vemos em Jesus. E
se ele é, então ele é um bom Deus e confiável. Não pedir nada melhor. Streeter
coloca desta forma: "Suponha que seu filho venha até você e pergunte: É
Deus sábio como Einstein? Você provavelmente riria. Mas, a criança deveria
dizer: É Deus tão bom como Jesus? Você deveria estar hábil para dizer que Deus
é melhor que qualquer homem, mas no seu coração do corações você provavelmente
dirá ( para si e não para a criança) que a questão real é, É Deus tão bom como
Jesus?". Isto não é um exagero, a dúvida moderna não é concernente a
Jesus, mas sim a Deus. "Eu não entendo Deus, mas a personagem de Jesus é
uma das coisas que mantém meu mundo em pé, diz um homem brilhante em nossas
Conferências de Mesa Redonda. Um doutor da Europa protestou quando eu
escrevi esta sentença: "se o Coração que está por trás do Universo é como
este gentil coração que se quebra na cruz, ele pode ter meu coração sem
qualificação" dizendo,"eu concordo com você quando você diz que esta
vida vivida de acordo com Jesus é a melhor e mais fina que podemos conhecer,
mas porquê você escreveu coração com C maiúsculo, como se o ser horrível por
trás do universo tivesse um coração?" Esta dúvida do doutor não era em
relação a Jesus mas a respeito de Deus. Mas Jesus disse e mostrou que eles eram
um - "Eu e o Pai somos um".Assim como a palavra e o pensamento são
um, então Jesus e o Pai são um.
Em outro
lugar, Jesus disse: "O Pai é maior do que eu". Estas declarações não
são contraditórias? Não, não necessariamente, pois enquanto o pensamento e a
palavra são um, não obstante o pensamento é maior que a palavra. Toda expressão
do pensamento por palavras significa uma limitação do pensamento. Você deve
olhar ao redor para ver se pode encontrar uma palavra que vai adequadamente
expressar um pensamento. Então Deus, expressado na Palavra, é limitado
pela própria natureza do caso. O Pai - o Deus inexpressado, é maior que o
Filho- o expressado Deus. E ainda assim são um.
As palavras
do homem são, para aqueles de fora dele, o caminho para seu pensamento. Então,
Jesus, a Palavra, é o caminho para o Pensamento, Deus. Mas, minhas
palavras não são uma terceira coisa que fica entre você e meu pensamento, elas
são meus pensamentos projetados para você, meu pensamento se tornando
disponível. Se você tomar minhas palavras, você toma meu próprio pensamento,
Jesus não é uma terceira pessoa que fica entre eu e Deus. Ao invés disso, ele é
Deus projetado para mim, Deus se tornando disponível. Ele é um mediador no
sentido que ele medeia Deus para mim, então, quando tomo posse dele eu tomo
posso do próprio ser de Deus.
Esta Palavra
não é uma Palavra soletrada, esta é uma Palavra vivida para fora. Ele é, de
fato, o discurso da eternidade traduzido na linguagem do tempo, mas a linguagem
é a Vida. O método de Deus é um Homem. Jesus é Deus falando para o homem na
rua. Ele é Deus encontrando a mim em meu ambiente, o ambiente humano. Ele é
Deus mostrando o seu caráter no lugar onde os caracteres são formados. Ele é a
vida humana de Deus. Ele é aquela parte de Deus que podemos enxergar. E se o
resto de Deus é como isto que podemos ver, então está tudo bem, Deus significa
o bem e ele deseja que nos também nos encontremos bem.
Contudo, a Vida era verdadeiramente humano. Ele encontrou a vida como um ser
humano. Ele não pediu nenhum poder para sua batalha moral que não esteja
disponível para nós. Ele fez milagres, mas apenas para os outros e em
resposta a uma necessidade humana. Seu caráter foi uma conquista. Tudo
que ele deixou diante dos homens em palavras ditas no Monte aconteceram em sua
própria alma. Elas eram possíveis de serem vividas, pois ele as viveu.
"Ficamos felizes em ler sobre o Homem que praticou tudo que pregou"
escreveram alguns estudantes hindus que receberam bíblias de presente em sua
graduação. Ele fez.
O Sermão do Monte é possível, por causa do Homem que primeiro falou estas
palavras as praticou, então, a prática delas produzem um caráter tão belo, tão
simétrico, tão atraente, apenas como a vida deveria ser, ele é tão inescapável
no campo moral como a gravidade é para a física.
As palavras do Sermão deve ser interpretadas na luz desta Face. Ele coloca um
novo conteúdo em palavras antigas pela ilustração de sua própria vida. Ao
interpretar o Sermão do Monte, geralmente, aplicamos métodos de criticismo
histórico e isto nos dá as palavras com o seu significado como do Antigo
Testamento ou num panorama contemporâneo. Talvez nós ganharíamos muito mais
deste método, mas talvez nós também estamos perdendo o ponto central e
reduzindo o todo a um eco de um ditado disperso vindo do passado. Seus ouvintes
não se sentiram assim sobre isto, eles foram atingidos com novidade que
foi posta, como Baying: "Eles estavam espantados com seu ensino: pois
colocaram que ele ensinava com autoridade e não como seus escribas".
Você pode apontar dizeres paralelos no passado, e ainda quando você faz isso,
você perde a coisa central que era o aroma que estava sob estas palavras, o
contágio de sua Pessoa moral, o senso de profundidade que vinha do fato que ele
falava e ilustrava as palavras. Ele não estava apresentando um novo conjunto de
leis, mas demandando uma nova lealdade para sua pessoa. A lealdade para sua
pessoa era para ser expressada em cuidar das coisas que ele incorporava. Ele
era a encarnação do Sermão do Monte, e para ser leal a ele significa ser leal
ao seu caminho de vida. "Para o bem da justiça era uma palavra do
passado, para o meu bem era a nova palavra; "Para o bem da justiça era o
cumprimento da lei, para o meu bem, era o cumprimento da Vida. A coisa
surpreendente é que ele usa ambos e os faz sinônimos (Mt 5:10,11), e assim,
alega, incidentalmente, que ele era a encarnação da justiça do universo. A nova
lei era a Vida. Isto levanta a bondade do legalismo e a baseia no amor.
A diferença essencial entre o Farisaísmo e o ensinamento de Jesus está aqui:
"Um era sobre devoção para uma ideia da Lei, o outro era devoção para a
Pessoa - o Evangelho". No primeiro, um poderia sentir que ele estava
completo e poderia ficar no templo dando graças a Deus porque ele não era outra
pessoa; mas o outro nunca poderia sentir que alcançou, porque o amor sempre
abre outras portas novas. Um produzia o perfeito fariseu e o outro produz o
perfeito amante. "Se religião é a respeito de amar uma pessoa não pode
haver limite para o dever e não pode haver nenhuma questão de mérito" diz
Findlay, e ele aponta seu dedo para esta verdade essencial. Existe um exagero
no Sermão do Monte que assusta e choca a mente legalista. Não vê limite do
serviço, a primeira milha não é o bastante, ele vai duas; o casaco não é suficiente,
ele vai dar a capa também; amar os amigos não é suficiente, ele vai amar os
inimigos também. Venha com isto para a mente legalista e isto será impossível
ou um absurdo, venha com isto para a mente do amante e nada diferente disto é
possível. A atitude do que ama não é uma nascida do dever, mas do privilégio.
Aqui está a chave para o Sermão do Monte. Erramos ele completamente se olhamos
para ele como um gráfico do dever cristão, ao invés disso, aqui está um gráfico
da liberdade cristã que nos leva além, fazer aquilo que o amor impele e não
meramente aquilo que o dever compele. O fato é que isto não é lei sobretudo,
mas uma lira que tocamos com os dedos do amor em devoção feliz. Esta
felicidade, essa piedade alegre é a expressão de um amor e não uma compressão
de um dever advindo da lei.
Coloque o
Homem, que fala essas palavras num contexto e olhe apenas para seus dizeres e
elas se tornam elevadas como as montanhas do Himalaia e também impossíveis.
Mas, coloque um toque caloroso da sua revigorante amizade dentro
disso, e qualquer coisa, tudo se torna possível, porque estas coisas não
podem ser realizadas vindas de um princípio unitário, mas de um plano
cooperativo.
Eu disse
acima que Jesus era a grande simplificação de Deus. Ele também é a
simplificação do dever. "Ame e faça o que gosta", ele diz em
essência. E as coisas que você vai gostar são justamente estas coisas
"impossíveis" que ele deixou aqui no Sermão.
Mas, ele não
é apenas a simplificação de Deus e do dever, Ele também é a simplificação das
palavras. As palavras nunca foram reduzidas ao máximo de sua essência como
aqui. Elas também são tão reduzidas que parecem que cessam sua função como
palavras e se tornam fatos. De alguém, é dito que suas palavras eram
meia-batalhas. Segure firme estas palavras e você vai encontrar o segura da
Palavra. O Sermão do Monte é o Homem no Monte.
Contudo,
esta Palavra é uma Palavra que se desdobra. "Eu tenho ainda muitas coisas
para dizer para você, mas você ainda não pode aguentar elas agora". Ele
está dizendo coisas para cada geração como se elas estivessem prontas para
ouvir e responder. Não temos ainda interpretado completamente o Interprete. Nos
dias do Novo Testamento era dito que quando as pessoas o ouviam, "elas
estavam além da medida surpreendidas, dizendo, Ele tem feito as coisas todas
bem, ele faz o surdo ouvir, o mudo falar". Sim, graças a Deus, ele fez as
coisas bem , mas esta interpretação também é muito limitada. "Todas as
coisas bem" significa mais do que fazer o surdo ouvir e mudo falar. Agora
podemos ver que Ele colocou diante de nós, um ideal perfeito do viver humano,
dando-nos uma filosofia de vida, encontrou o pecado, sofrendo e morrendo na cruz,
ressuscitou, redimiu e leva as eras e deixa aberto os portões da plena vida
para todos os homens. Talvez, as era por vir vão dizer que tentamos interpretar
a Ele de um modo muito limitado e pequeno.
Este livro
não vem com nenhum ar de finalidade na interpretação destas palavras de Jesus.
Seu propósito só pode ser conquistado se isto amplia nossa visão de Cristo.
Porque Ele é a Palavra final de Deus e está revelada a nós.
Capítulo 2 O ALVO DA VIDA HUMANA.
A maioria de
nós olha para o Sermão do Monte como uma série de exortações éticas desconectas
ou, no melhor dos casos, pobremente conectadas. Isto, parece para mim, perder
seu ponto e seu propósito. Ele tem um centro, e o Sermão todo gira em torno
deste centro, então, ele é todo coordenado. O centro é a afirmação
surpreendente: “Sede perfeitos, como o vosso Pai Celestial é perfeito”. Em
torno disto como ideia central, o Sermão gira como um pivô.
O Sermão
naturalmente desagua em seis grandes divisões:
1. O ALVO DA VIDA: Ser perfeito
ou completo como o Pai nos Céus é perfeito e completo ( 5:48)
a. As
vinte e sete marcas desta vida perfeita (5:1-47)
2. Um diagnostico da razão pela
qual o homem não alcança ou não se move em direção a este objetivo:
Personalidade Dividida (6:1-6)
3. A oferta divina de uma moral
adequada e reforço espiritual para que os homens prossigam neste objetivo: o
Espírito Santo para eles quando o pedem (7:7-11)
4. Depois fazer a oferta
divina, ele reúne e enfatiza em duas sentenças nossa parte para alcançarmos
este alvo. Para os outros, devemos fazer como gostaríamos que
fizessem para nós (7:12); para nós mesmos, devemos perder a nós mesmos quando
entramos pela porta estreita (7:13).
5. O teste para saber se
estamos nos movendo em direção ao alvo? Ou, se esta Vida Divina está operando
em nós: pelos seus frutos (7:15-23).
6. O valor de sobrevivência
desta nova vida e falta de valor de sobrevivência de uma vida vivida de
qualquer outra forma: a casa fundada na rocha e a casa fundada na areia
(7:24-27).
Precisamos,
e precisamos desesperadamente, de uma redefinição do que é o objetivo da vida.
Se estivermos aptos par ter uma adequada filosofia de vida, devemos estar
certos sobre o que desejamos acima de tudo. Devemos ver o alvo se quisermos
trilhar o caminho para ele com algum grau de confiança. Mas, o alvo da vida na
Cristandade é muito nebuloso e incerto. É geralmente é dado como certo que o
alvo é chegar no céu. Nossos hinos expressam nossos anseios mais
profundos. Dirija através deles e note a proporção deles que
terminam no ultimo verso com alguma menção sobre o céu. Um hindu, funcionário
do governo de alta reputação, certa vez, observou diante de um público muito
inteligente: “Agora, os hindus depois de elaborar seu destino através de muitos
renascimentos tem como seu primeiro alvo a união com o Divino. Vocês, cristãos,
depois desta vida tem o céu concedido a você como recompensa por seguir a
Cristo. Por favor, amplie suas medidas”. Eu me achei contorcendo
internamente sobre sua declaração do que se toma por certo como o alvo cristão.
Isto me parece barato e moralmente mau colocar como nosso alvo de vida, o céu
dado em recompensa por um serviço fiel, juntamente com o majestoso sistema de
karma em que o homem trabalha seu destino através de incontáveis renascimentos
como resultado do que ele fez e é.
Contudo,
contorcidos como podemos, explicado como podemos, não deixa de ser verdade que
o céu concedido e o inferno imposto estão no campo da mente da Cristandade como
o objetivo final. Eu não quero pretender afirmar que toda a Cristandade afirma
esta visão, mas eu acredito que nas mentes da maioria, esta visão tem lugar. Eu
digo “na mente da Cristandade”, para quando eu volto para o Novo Testamento
para encontrar o que é seu objetivo, e vejo algo distinto. Seu objetivo é que o
homem seja perfeito como o Pai nos céus é perfeito. Esta não é uma declaração
isolada contida no Sermão do Monte. Ela é o tema do Novo Testamento.
A não ser
pelo livro das Revelações, que deixamos de lado por um instante, o Novo
Testamento fala trinta e três vezes sobre a perfeição como alvo. Ele menciona o
céu, doze vezes como um lugar que o homem vai depois daqui. Não estou incluindo
nesta conta, o reino dos céus, que, claramente, não deve ser identificado com
céu como um lugar, já que em uma de suas frases, ao menos, se diz que o reino
dos céus está entre vós. Mas, em nenhuma das doze vezes é dita que o paraíso é
o alvo da vida. O céu é estabelecido como a estrutura para algo mais importante
em seu centro, que a coisa central é a perfeição de caráter como o Pai dos céus
é perfeito. O céu é um subproduto do ser aperfeiçoado. Volte aos trinta e três
lugares onde a perfeição é mencionada e encontrará que isto não é marginal e
incidental, mas central e enfático. Veja alguns exemplos: “E ele designou
alguns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros
para pastores e mestres, com o fim de preparar os santos para a obra do
ministério, para que o corpo de Cristo seja edificado, até que todos alcancemos
a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade,
atingindo a medida da plenitude de Cristo”.(Ef. 4:11-13). Aqui, o fim do
trabalho do apostolo, do profeta, do evangelista, do pastor e do
ensinador é produzir um homem perfeito- perfeito, não sem qualquer
padrão, mas na medida da estatura da plenitude de Cristo. No Sermão
do Monte, sermos perfeitos como o Pai é perfeito e aqui sermos perfeitos
de acordo com a estatura de Cristo, mas como são um, o alvo é o mesmo. Jesus em
outro lugar colocou o alvo nestas palavras: “O discípulo não é superior a seu
mestre, mas todo o que for perfeito será como o seu mestre”. (Lucas 6:40)
Paulo diz
novamente: “Não que eu já tenha obtido tudo isso ou tenha sido aperfeiçoado,
mas prossigo para alcançá-lo, pois para isso também fui alcançado por Cristo
Jesus. Irmãos, não penso que eu mesmo já o tenha alcançado, mas uma coisa faço:
esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão
adiante, prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de
Deus em Cristo Jesus”. (Fp 3:12-14). Qual seria este prêmio? O prêmio
evidentemente era que ele seja perfeito e por nada menos que sito que ele
estava correndo ou confiando em Cristo. De novo: “A quem anunciamos,
admoestando a todo o homem, e ensinando a todo o homem em toda a sabedoria;
para que apresentemos todo o homem perfeito em Jesus Cristo; E para isto também
trabalho, combatendo segundo a sua eficácia, que opera em mim
poderosamente”(Colossenses 1:28,29). O fim do trabalho de Paulo não
era que seus convertidos obtivessem o céu, mas que cada homem pudesse ser
perfeito. Quando Jesus diz para o jovem rico, Jesus respondeu: "Se você
quer ser perfeito, vá, venda os seus bens e dê o dinheiro aos pobres, e você
terá um tesouro no céu. Depois, venha e siga-me". (Mateus
19:21) Ele não quis dizer que a venda de tudo o faria perfeito,
mas que isso eliminaria os obstáculos e o colocaria seus
pés no caminho da perfeição.
O ideal da
perfeição da personalidade humana disposto no Novo Testamento até o livro de
Apocalipse foi escrito. Ele foi descrito num período de perseguição e cristãos
viam o céu como uma libertação. Desde então, a ênfase tem sido
mudada e céu e inferno agora tomam conta do campo. É mais barato e mais fácil.
Não quero dizer que no Livro do Apocalipse não há uma nota de redenção de um
caráter moral. Existe sim. Mas, os homens acharam mais fácil tomar a estrutura
de um céu lá fora que é retratado do que o fato de uma perfeição interna de
caráter que é o centro deste céu. A ênfase do Novo Testamento deve ser
restaurada. Porque se o alvo do cristão é nada menos que a perfeição
moral e espiritual individual do caráter então eu posso endireitar meus
ombros e olhar para o mundo cheio de pessoas pensativas diretamente
nos ohos, pois meu objetivo não é moralmente barato e nem ruim. Ele é um alvo
que posso moralmente respeitar com todo o meu coração. Não
sei nada melhor.
Além
disso, este objetivo na vida esta alinhado com o desenvolvimento que
acontece na natureza, que parece, nas palavras de Tagore,
"levanta as mãos fortemente rumo
à perfeição”.
Entretanto,
a palavra perfeição nos deixa um pouco envergonhados. Parecendo ser
algo muito fechado e terminado. Talvez a concepção de uma vida
completa deveria nos fazer menos hesitante que a vida perfeita. Mas,
para ter a concepção do Novo Testamento devemos saber o que é a vida
completa.
O
objetivo final de cada sistemas poderia ser os colocados aqui:
JUDAÍSMO :
permanecer na Casa do Senhor para sempre, assim Jeová o
recompensara.
HINDUÍSMO:
deve se emergir no Impessoal, mesmo em Brahma, o impessoal.
BUDISMO: deve
estar na fronteira entre o Ser e o Nao-Ser mesmo o
Nirvana é um Ser e Não-Ser.
ISLÃ : deve
ter o paraíso de prazer que o próprio Allah, o todo
poderoso deseja.
GREGOS: deve
estar entre os deuses e ser feliz, mesmo porque os deuses são brilhantes e
sensualmente felizes.
HUMANISMO:
deve deixar de existir, mesmo porque todas as coisas devem findar em
dissolução.
CRISTO: deve
ser perfeita como o pai no Deus é perfeito.
Este
alvo, que Cristo coloca diante de
nós, é o único que não
precisamos nossa desculpar. Ele diz para o humanista que
ele deve ir além do humanismo em sua afirmação dos valores
humanos. Ele afirma que o homem busca perfeição. Isso faz do
humanismo com sua pequena visão do destino final do homem parecer
não-humanismo. Isso coloca valor e dignidade e sentido dentro da
personalidade humana. Um Deus completo e um homem
completo devem estar no mesmo universo. Seu alvo não é uma negação
mas uma poderosa afirmação. O essencial deve ser perfeito.
O Oriente não é apenas um cinismo do mundo,
é uma personalidade cínica. Seu comportamento
não é apenas ficar livre do mundo mas também ficar livre da
personalidade seja no Nirvana ou seja no Brahma. Assim, o mundo
é nada e os valores morais não tem um significado final para qual
eles possam pertencer e isso será descartado na versão final. Por
outro lado, o evangelho afirma o mundo e afirma a moralidade porque ele afirma
a personalidade. Jesus disse: "quem quiser salvar sua própria
vida perder-la-à mas quem perder por amor do meu nome,
salva-la-à". A personalidade é finalmente afirmada,
ela salva viva. Budismo salva se estiver morta. Hinduismo salva ela
na perda de sua identidade em Deus. Somente o evangelho a salva
quando viva.
Mais do que
isso, se somos para sermos perfeitos como o Pai nos céus é perfeito,
então as mesmas leis morais que governam o agir de Deus deve governar o nosso.
Em outras palavras, as leis morais não estão enraizadas na mudança de costumes
dos homens, mas elas estão fincadas na própria natureza do
Divino. Isto nos dá um universo moral estável e isto significa que
as distinções morais tem um significado último. Elas não são
lunáticas, para Deus não são lunáticas. Elas são confiáveis e ordenadas. Eu
posso ter um respeito moral por um Deus que vai agir em tudo que ele requer do
homem. O universo é, então, todo uma peça disto é um universo e não um
multiverso.
"Tudo
que Deus requer de mim,
Eu sei que
Ele em si mesmo é"
Aqui está a
diferença essencial entre o evangelho e os outros modos de vida; Hinduísmo e
Budismo baseiam suas éticas na lei do karma, que é independente de Deus; o Islã
baseia sua moralidade na vontade de Deus, Cristo baseia isto na natureza e
essência de Deus. Estas leis morais são a própria expressão de seu ser e pede
ao homem nada que ele mesmo não praticou. Emerson coloca nestas palavras:
"Não
seja meu olhar onde os querubins e os serafins não podem ver,
Mas, nada
pode ser bom nele que seja mal em mim"
Um pensativo
editor hindu resumiu isto para mim desta maneira: "Hinduismo é
Deus sem moralidade. Budismo é moralidade sem Deus. Cristianismo é Deus com
moralidade".
Isto tem
sido sugerido que o Sermão do Monte veio de fontes budistas, mas isto
negligencia a essencial diferença entre dois conceitos de moralidade, um que
está baseado numa lei impessoal do karma, que não tem qualquer conhecimento de
qualquer Deus, e outro que baseia na natureza e essência própria de
Deus. Além disso, em um, a personalidade é finalmente perdida e noutro, a
personalidade é afirmada e aperfeiçoada como Deus é perfeito. As
diferenças são muito maiores que as concordâncias.
Muitos que
pensaram sobre a perfeição cristã como Wesley, em busca de trazer a perfeição
para dentro das fronteiras desta vida, ensinaram que a perfeição falada no
Sermão do Monte diz respeito a perfeição em amor e não no caráter ou na
conduta. Certamente, a perfeição falada aqui inclui perfeição no amor como seu
começo e base e isto pode ser encontrado com as fronteiras desta vida, mas se
isto é tudo, então a perfeição não é perfeita o suficiente. Para haver a
perfeição no amor, por vezes, é reivindicado junto uma grande imperfeição no
caráter e na conduta. Não, a perfeição mencionada mencionada aqui é muito mais
abrangente pois devemos ser perfeitos como o Pai nos céus é perfeito, não,
claro, na infinitude e quantidade, mas certamente na qualidade. Isto visualiza
algo que, enquanto isto começa nesta vida, não pode ser confinada ou pode ser
completada com as fronteiras desta vida, mas deixa aberto a possibilidade de
eras de crescimento e desenvolvimento. Um céu em que de
eras de crescimento em perfeição deve ser um céu que vale a pena.
Se a
perfeição e não o prazer é objetivo, então este universo tem de ser um universo
de disciplina, de dor, mesmo de dureza. Eu preciso deste tipo de escola se
minha graduação signifca que "Genius é desenvolvido na solitude, mas o
caráter é feito na corrente da vida" em meio a bufês e bençãos. Eu aceito
o curriculum desta escola, porque acredito que sairá um caráter. Uma das grandes
necessidades da vida religiosa moderna na Cristandade é
disciplina. Ela tem sido, de todo, muito barata e fácil. O alvo da
perfeição deveria ser colocar esta muito necessária disciplina dentro da vida
cristã.
Seja vós,
então, perfeitos como o Pai nos céus é perfeito, que alvo para a vida humana!
que profundidade e dignidade e sentido que isto coloca dentro da vida! "Eu
sou um girino de um arcanjo" clamou alguém. Mas, eu sou mais:
eu sou o embrião do homem que é para ser perfeito como o Pai é perfeito.
Logo, nada vai me parar. Não posso demorar pelo esquecimento. Ó, pequenez, não
ponha cãibra, as mãos em mim, porque fui feito para a grandeza; carne, não me
prenda, pois estou indo para um alto destino. Ó mundo, me ensina, mas não me
enreda, pois o perfeito me chama. E eu devo ir.
PARTE DOIS
O NOVO TIPO DE HUMANIDADE.
CAPÍTULO 3 - O QUE ELES SÃO EM SI MESMOS
Num primeiro
pensamento, perfeição como o alvo da vida parece muito individualista e coisa
de outro mundo- os dois pecados teológicos mortais, de acordo com o homem
moderno. Tomado fora de contexto, isto é verdade, mas em seu contexto, isto não
é verdadeiro.
Jesus estava
se dirigindo a um grupo. Enquanto, o "vós" no "seja vós
perfeitos" refere-se a eles como indivíduos mas também se refere a eles
como um grupo - um grupo que representava a nova humanidade. Tanto o novo homem
como a nova sociedade deviam ser perfeitos. Se Jesus tinha apresentado este
ideal de perfeição nos versos iniciais do Sermão, isto teria surgido diante dos
homens de modo abrupto, como elevado, tão grande como o Monte Evereste- e seria
pouco convincente. Ao invés disto, ele gradualmente abriu um tipo de vida tão
belo e tão atraente que quando ele chegou no clímax, não haveria nada mais a
dizer que: "Seja vós perfeitos, como o Pai nos céus é perfeito".
Qualquer coisa a menos seria um anti-clímax.
Nos quarenta
e cinco versos vivos (Mt 5:3-47), ele despeja dentro do alvo da perfeição tal
cuidado, humanidade, e este conteúdo terreno que o alvo, quando colocado, não
está além dos limites desta vida, mas sim, firmemente fundado nesta vida e era
aquilo que devemos lavrar nas relações humanas. A chave para este verso,
"Então, seja vós perfeitos" é a palavra "então". Ela aponta
para trás, não meramente para o versículos precedentes como alguns pensam, mas
para o todo daquilo que Ele estava dizendo. Isto reúne e coloca no versículo
quarenta e oito, todo o conteúdo dos quarenta e cinco versículos
anteriores e faz destes o conteúdo da perfeição. Destes versos, encontramos
aqui vinte e sete marcas da vida perfeita, e estas marcas mostram quão
profundamente social e, ainda assim, quão profundamente individual é este
ideal.
A vida
perfeita consiste em ser pobre de espírito, em chorar, em ser manso, em ter
forme e sede pela justiça, em ser misericordioso, puro de coração, em ser
pacificador, perseguido pelo bem da justiça e ainda se alegrar e ser excessivamente
feliz, em ser sal da terra e luz do mundo, ter uma justiça que excede, em ser
desprovido de raiva com o irmão, usar nenhuma palavra insolente, permitindo que
ninguém tenha algo contra alguém, ter um espírito para a concórdia rápida, sem
armazenar pensamentos luxuriosos, ser incansável contra aquilo que ofenda o
maior, ter relações corretas na vida do lar, ser verdadeiro em palavra e
atitude, virar a outra face , dar o capa também, andar a segunda milha, dar a
quem pede e não desviar daqueles que te emprestam,amar mesmo seus inimigos,
orar por aqueles que perseguem - então vocês serão filhos do seu Pai e você
será perfeito como o Pai no céu é perfeito.
Não há
nenhuma destas vinte e sete marcas da vida perfeita que é irrelevante ou
insignificante e nenhuma que não seja completamente essencial para a
vida perfeita. Jesus não é apenas maravilhoso no que coloca aqui, mas também
naquilo que deixou de fora. Alguém tem sugerido que praticamente tudo que que
Jesus ensinou poderia ser encontrado no Talmude. "Sim", é a resposta,
"e muito mais além disso". O Talmude contém tesouros em meio a
desperdícios. Mas, Jesus acerta o essencial e sempre o essencial. A mente dele
era um filtro. Nunca se perdia para um assunto acessório, nem tomou atalhos ou
perdeu o ponto. Isto vai vir a luz, eu acredito, quando olhamos mais
especificamente para estas vinte e sete marcas.
A
apresentação da vida perfeita por Jesus se divide em cinco porções maiores:
1. O QUE OS
CRENTES SÃO EM SI MESMOS (AS BEM-AVENTURANÇAS) (vs 2-12)
2. O QUE
ELES SÃO PARA O MUNDO (SAL, LUZ) (vs. 13-16)
3. O QUE
ELES SÃO PARA O PASSADO( AO INVÉS DE DESTRUIR, ELES CUMPREM) (vs. 17-20)
4. O QUE
ELES SÃO EM SEUS RELACIONAMENTOS ÍNTIMOS COM OS OUTROS (vs. 21-47)
5. QUE ELES
DEVEM SER PERFEITOS COMO PAI É PERFEITO (vs. 48)
Jesus começa
com aquilo que eles devem ser neles mesmos. Ele começa no centro. Ele insiste
que o homem não pode viver na circunferência a menos que eles estejam vivos no
centro. A tentativa moderna é ter quantidade de vida na circunferência apesar
da qualidade de vida no centro. Jesus sabia que isto terminaria em futilidade,
cinismo e total futilidade. Quando ele faz novas todas as coisas,
antes de tudo, ele coloca suas mãos sob o coração humano. Ele sabia que
"vocês não podem criar a idade de ouro a partir dos instintos de
chumbo" . Ele falou sobre o que eles deveriam ser (vs 2-13), antes dele
falar sobre o que eles fazem ou não fazem (resto do Sermão). Ele começa
dizendo: "Bem-aventurados" são vocês que em si mesmos determinam a
vida para vocês. Vocês são seu próprio paraíso e vocês são seu próprio
inferno. Ele sabia que o " inferno, por vezes, irrompe no homem
como se fosse uma combustão espontânea" e que o céu é um estado da mente
antes que isso pode ser um lugar. Ele veio, então, não para colocar o homem no
céu, mas, para colocar o céu dentro do homem; não para tirar o homem do
inferno, mas, para colocar o inferno fora do homem. Se "conduta são três
quartos de uma vida", então o caráter é o todo, pois o "caráter é
destino".
Para
descrever o estado daqueles que estão bem alinhados por dentro, ele usa uma
palavra que está cheia de significado "bem-aventurado". Esta palavra
é "makarios", uma palavra que Aristóteles usou para bênção divina em
contraste com a felicidade humana. A palavra ordinária para a felicidade humana
era eudamoni, mas, ela passou a ter um significado como de fraco. Já
que nós participantes da perfeição que Deus tem, então somos partícipes da
alegria que é divina. A primeira nota do ensino de Buda é Sofrimento, a
primeira nota que Jesus coloca é Alegria. Mas, esta alegria não é dependente
dos acontecimentos. Suas fontes estão dentro. "Bem-aventurados são".
Então, esta nota de alegria não é uma nota barata de jazz, fácil e
superficial. Ela soa as profundezas antes de atingir as alturas. Mas, a palavra
bem aventurado é mais do que feliz, ela literalmente significad, não sujeito
aos fatos, imortal. Ela apresenta um tipo de vida que se levanta acima do
mecanismo fatídico da vida terrena para uma liberdade moral e espiritual.
Então, os dois significados são tomados juntos que poderiam dar o significado
de abençoado, que é, "ser imortal e feliz".
As
Beatitudes são nove em número e elas estão separadas em três grupos de três
cada um. O primeiro grupo começa com "Bem-aventurados são os pobres de
espírito pois deles é o reino dos céus". Muitos acham que o significado de
pobre de espírito foi tirada do Antigo Testametno como o
pobre remanescente em busca da redenção de Israel, alguns tomam a frase como
sinônima de humildade e alguns, como Tertuliano, criam o termo como
"pedintes em espírito". Nenhum destes, me parece, soar sua
profundidade. Eles me parecem superficiais. Esperaríamos Jesus soar uma nota
mais radical desde o começo. Ele faz. Uma palavra que Lucas usa para pobre é
"ani"- um pobre por circunstâncias, mas a palavra usada aqui é, na
verdade, um pobre por escolha. A palavra, então, mais próxima de seu sentido
original seria um "renunciante em espírito".
Há apenas
duas grandes filosofias de vida. Nietzsche resumiu uma delas quando
disse:" Afirme-se a si mesmo. Cuide de nada exceto a si mesmo. O único
vício é a fraqueza, e a única virtude é a força. Seja forte, seja um
super-homem. O mundo vai te pertencer se você puder ter ele". Aqui é o
culto da auto-expressão. Aqui é o Darwinismo como uma filosofia de vida. O
método de sobrevivência em uma natureza inferior é transformado no método da
sobrevivência entre os homens. Em Nietzsche, este culto da auto-expressão é
cruel. Em outros, ele é refinado, mas eles sempre apontam para um sentido final
que o que importar é buscar os próprios interesses, seja isso uma
auto-afirmação insensível ou uma auto-cultura refinada. Jesus permanece como
extremo oposto a isto, e diz que o caminho para encontrar a vida é perder a
vida, que o caminho da auto-realização é pelo caminho da
auto-renúncia. Ele diz: se qualquer um quiser vir após mim, deve
negar a si mesmo (literalmente, se rejeitar a si mesmo) e tomar sua cruz e o
seguir. Não há dois caminhos que poderiam ser mais opostos. Nietzsche morreu
num hospício e o mundo o seguiu até a beira do inferno na última guerra como
uma consequência natural desta atitude de auto-afirmação. Sua gênese é o
egoísmo, seu êxodo é o suicídio.
Jesus dá um
golpe na atitude de auto-afirmação desde o começo. Ele diz que este
"self" deve ser renunciado. Em Marcos 9:43, ele diz" que melhor
entrar na vida eterna, mutilado e no versículo 47 " que é melhor para nós
entrar no reino de Deus com apenas um olho". Aqui a vida e o
reino de Deus são usados de maneira sinônimas. Esta primeira beatitude poderia,
então, ser lida da seguinte maneira: "Imortais e felizes são aqueles que
renunciaram em espírito para eles é vida". Eles encontraram vida em
deixando isso seguir. Esta é outra forma de colocar este verso que,
para mim, é central no ensino de Cristo. Aquele que buscar salvar sua vida a
perderá, mas aquele que perder sua vida a encontrará.
É muito
interessante notar que Walter Lippmann, em seu "Preface to Morals",
depois de deixar Deus ir, com uma pontada, girando melacolicamente para um
humanismo, nos dá o que ele chama de alta religião. Sua alta religião é esta:
aprender não a querer nada da vida que a vida não contém, mas
limitar o desejo de alguém até que ele se harmonize com a realidade; encarar a
vida num espírito de desinteresse". Nós buscamos por conforto, por
sucesso, por vida eterna. A alta religião é a regeneração destes
desejos". É muito notável que Hinduísmo e Budismo, Lippmann e Jesus todos
convergem para uma coisa, a dizer, a renúncia do desejo. Lippmann
diz: "limitar desejos", Hinduísmo diz: Abrir mão dos
desejos para separar a existência, Budismo diz: "Cortar na raiz do desejo
mesmo pela vida", Jesus diz: "abençoados os que renunciam em
espírito". Lippmann poderia limitar os desejos, então num mundo
que é claro desapontar-se, você não estaria desapontado se você não buscasse
por muito; hinduísmo poderia te livrar do desejo em separar a
personalidade ao adentrar para o sem desejo Brahma; o budismo
livraria os homens da tristeza cortando a raiz do sofrimento, a saber, o desejo
pela vida em si, alcançando o nirvana, que é um estado de apagar a vela. Jesus
libertaria do desejo no nível do self ao trocar isto por um desejo maior que o
amor a si mesmo, nos trazendo dentro de um reino de valores maiores.
Lippmann
termina numa desilusão para o mundo, o hinduísmo termina em uma perda do mundo
e da personalidade num impessoal Brahma, budismo acaba em na extinção do mundo
e da personalidade, Jesus termina num reino de valores positivos que encontra a
vida de um e de um novo mundo, o reino de Deus na terra. Com a exceção de
Jesus, que termina numa completude final, cada um desses termina num vazio
final.
Jesus pede a
única possessão que temos: nós mesmos. Auto-renúncia é mais profunda que uma
renúncia do mundo, porque um poderia abrir mão do mundo mas não de si mesmo. Eu
tenho visto muitos sadhu que são pobres em coisas materiais,
mas não pobres em espírito, pois se você cruzar com eles, eles poderia voltar
até você em raiva. Nenhum homem é livre até ele ser livre no centro.
Quando ele anda aqui, ele é livre de vez. Quando o self é renunciado, então
alguém permanece totalmente desiludido, à parte, procurando por nada. Ele
antecipa os sofrimentos, as bofetadas, as rasteiras, as separações, os
desapontamentos da vida por sua aceitação nesta grande renúncia. Esta é a
estratégia suprema do retiro. Você pode então dizer para a vida:
"O que você pode fazer comigo? Eu não quero nada!" Você pode dizer
para a morte: "O que você pode fazer para mim? Eu já estou morto".
Então é um homem verdadeiramente livre. No banho da renúncia , ele lavou sua
alma de diversos clamores, desejos conflituosos. Pedindo por
nada, se nada vier até ele, é tudo puro ganho. Então a vida se torna
uma constante surpresa.
A filosofia
grega tenetou fazer um homem invulnerável, mas aqui sempre havia um tendão de
Aquiles exposo quando a vida se machucava. O evangelho começa na cruz, então um
homem escolhe ser completamente vulnerável, ele fere a si mesmo até a morte.
Então, ele é imune às feridas. Não se pode derrotar um homem que já aceitou a
derrota; não se pode quebrar o quebrantado, não pode matar um homem que escolheu
morrer, ele agora é imortal. Buda viu que o fim da vida era morte e isto
pararia ali, Jesus viu que o começo da vida era morte, e não parou mas foi para
uma manhã de páscoa.
Eu vi um
muito infeliz e raivoso pássaro batendo por horas contra uma janela, lutando
com o seu reflexo. Então, ele, de repente, parou, ouviu e pareceu ouvir um
chamado das portasm deixando de lutar com si mesmo e voou longe. Depois de um
tempo, eu o ouvi cantando num jardim. Jesus vem ao homem que está lutando
consigo e com os outros, cheio de choques e confusão, e em palavras,
"Imortal e feliz é o homem que renunciou em espírito" dá a eles o
chamado para a vida completa. Eles ouvem, deixam a si mesmos para entrar numa
vida mais ampla e então, no jardim do paraíso restaurado, eu escuto eles
cantarem.
Deissmann
diz do costume em voga que no tempo de São Paulo, a manumissão de um escravo
através do rito solene de sua compra por um e depois contra todo o
mundo para sair...templo livre, vender ele para o deus, e recebido do templo, o
dinheiro da compra que o escravo tinha depositado previamente ali a partir de
suas economias. O escravo então se tornava propriedade do deus, mas contra o
mundo ele era um homem livre ( Saint Paul, p. 141). Isto é algo que Jesus quis
dizer quando perguntou aos homens, que escravizaram a si mesmos, para
venderem-se a Deus, então contra todo o mundo, ficarem como homens livres.
O
empreendimento do homem moderno é encontrar um ajuste. Mas, normalmente ajustam
a si mesmo completamente para o universo material que se tornam mais
uma peça, e no fim se tornam um pedaço de um mero mecanismo. As primeiras
palavras de Jesus, foi para sairmos deste ajuste num nível,
encontrar um ajuste maior num nível maior. Ali encontrará a vida real. O fim da
renúncia em espírito não é renúncia, mas receptividade: Deles é o reino dos
céus ou deles é a vida. A auto-renúncia termina na auto-realização.
Tudo
pertence ao homem que busca nada. Tendo nada, ele possui todas as
coisas na vida, incluindo a vida em si. Nada vai ser negado para o homem que
nega a si mesmo. Tenho escolher ser totalmente sollitário, ele agora toma posse
do fato social do universo, o reino de Deus. Religião é o que o homem faz em
sua solidão, diz Whitehead. Eu poderia dizer, ao invés, que a real religião começa
quando um homem decide ser mais solitário, decide se retirar completamente, não
quer nada do mundo do homem ou da matéria. Ele tem Deus. Isto é
suficiente. Agora, ele está pronto para voltar para o mundo. Ele é limpo dos
desejos, e com um novo motivo. Este desapego é necessário para um novo anexo.
Asceticismo é aqui afim de um asceticismo e ambos em busca de uma nova
aceitação do mundo. A vida mais completa e plena vem de uma vida completamente
vazia, uma manhã de páscoa vem do Calvário.
“Saído do
profundo, uma sombra
Então, uma
fagulha;
Saído de
nuvem, um silêncio,
Então, uma
cotovia;
Saído do
coração, uma ruptura,
Então, uma
dor;
Saído do
morto, cinzas geladas,
Vida de
novo!”
Mas, esta
atitude de renúncia precisa de correção. O fato é que toda virtude
precisa da correção de sua virtude oposta. Nas florestas tropicais das Índias
Orientais, há uma flor que tomada em si mesma, cheira de maneira
pútrida, mas quando misturada com outros perfumes da floresta cheira
de maneira prazerosa. Muitas virtudes consideradas isoladamente cheiram
mal! Nós vimos que pessoas boas são qualquer coisa menos atraentes,
porque suas virtudes não foram corrigidas por virtudes opostas. Enunciação
no espírito termina num ascetismo estéril a menos que seja corrigido e
suplementado por uma participação no mundo. Jesus, em seu equilíbrio
maravilhoso, provisionou que cada uma das virtudes colocadas nas Beatitudes
fosse corrigida com uma virtude oposta. Mas, foi além disso, pois as virtudes
poderiam cancelar a si mesmas ao invés de se combinarem num terceiro superior.
Ele viu que elas combinavam para uma virtude superior em que resumiu o melhor
de cada. Por isto, as Beatitudes caminham juntas, não em pares, mas em grupos
de três. Isto nos lembra o dito de Hegel em que o pensamento se movimenta em
três estágios: tese, antítese e síntese. Descobrimos estes três estágios no
primeiro grupo: tese é pobreza no espírito, os separados; antítese são aqueles
que choram pelo bem dos outros, aqueles que sentem os sofrimentos e dores do
mundo e tomam isto sobre si mesmos; síntese, o manso que vai herdar a terra. Os
pobres e servos estão combinados e se tornam em mansos que irão, finalmente,
herdar e governar a terra.
“Abençoados
aqueles que choram” é normalmente tomado como se referindo para aqueles, como
no Antigo Testametno, estão chorando pela restauração de Israel, ou, num
sentido mais pessoal, aqueles que estão de luto por seus pecados e erros, em
cada caso, há um anti-climax. Mas, se isto significa um compartilhar e um
carregar ativo das dores e pecados do mundo para buscar uma cura para isto; se
isto significa um tipo de luto que Jesus manifesta quando ele chora sob a
cidade de Jerusalém, se há a paixão do sofrimento da cruz nisto, então, não é
um anti-climax, mas uma necessária contraparte e correção. A primeira beatitude
sem a segunda termina numa estéril indiferença, mas com isto, ela termina num
apego frutífero. Este versículo atinge a todos que dizem que a
religião é uma “mentalidade de escapismo”, que significa uma fuga da dor e do
sofrimento. Aqui é uma religião que busca deliberadamente escolher a dor por si
mesmo para buscar curar os outros.
Abençoados
são aqueles que sentem as dores e os pecados do mundo está em completa oposição
ao ideal do Budismo e o Hinduísmo de não ser afetado ou estar indiferente no
espírito. Nem calor nem frio, nem alegria nem sofrimento, nem o mundo nem a
morte afetam a eles, les tem que alcançar um estado de não
afetividade. Não é assim nos ensinos de Jesus. Os pobres de espírito
são afetados e afetados profundamente. Tem sido limpos pela
renúncia, eles são agora mais sensíveis que nunca para a dor do mundo- Glover nos
diz que nos primeiros dias do Cristianismo, foi feita uma tentativa de
cristianizar o termo e a atitude “apatia”, imperturbável, não suscetível ao
sofrimento; mas, isto não poderia ser realizado com a cruz no centro do
evangelho.
Estas duas
beatitudes são as duas direções de um coração ritmado. Se um coração bate
apenas numa direção, irá bater em si mesmo até a morte; se ele bate nas duas
direções, ele colocará a vida em todo o corpo. Se ali há apenas a renúncia, há
o suicídio espiritual. Por outro lado, se há a participação no mundo, o
sofrimento pelos outros e apenas isso, sem um afastamento do mundo em espírito,
então há superficialidade. A Índia sofre com o primeiro, e o Oeste com o
segundo.
Eu vi um
juiz de uma Alta Corte que renunciou ao seu cargo, sua casa, seus companheiros,
tudo e se sentou nu nas margens do sagrado Ganges perto de sua pequena cabana
para uma meditação perpetua. Ele não quis falar comigo para não
atrapalhar em sua busca para a realização divina. Ele era o coração da Índia
batendo apenas na direção da indiferença e, ainda assim, ele representa um
coração, e, então, deve ser respeitado por isto, ele não derramou nenhum
calor curador dentro da alma da Índia; e por si mesmo,
apenas podia se ver a partir do vazio crescente em seu rosto que ele estava
lentamente cometendo um suicídio espiritual. Ele estava próximo de uma vida de
um vegetal. Ele sentiu que essa renúncia seria a liberação da vida,
mas qualquer um poderia ver que isso era apenas a redução da vida. Por outro lado,
há muitos cristãos que são extrovertidos, que pensam apenas em termos de servir
o mundo, e neste processo, suas almas ficam superficiais e vazias. O mundo é
muito para que eles o superem, são superados por ele.
Lutero,
sentido uma aversão ao mundo, gritou: “O mundo é um companheiro maldito; vamos
esperar que Deus logo vai termina com ele”, mas Lutero, sempre correto, se
perdeu aqui, porque os cristãos gritam: “O mundo é um companheiro mau, vou
renunciar em espírito” mas logo de depressa acrescentam: “vale a pena salvar o
mundo, vou suportar qualquer dor e pranto para redimi-lo”. Na
primeira beatitude há uma fuga solitária para o monte com Jesus, na
segunda há uma comunhão com Jesus no caminho do Calvário. Os dois Montes estão
nestes dois versos: Monte das Oliveiras, o monte do afastamento dos homens, e o
Monte do Calvário, o monte que atrai os todos os homens para o seu coração até
que se quebrante. No primeiro, há recusa de dar a si mesmo a todos os homens,
no segundo, você se volta e dá a si mesmo a cada homem.
É estanho
dizer que, no evangelho, o primeiro prepara para e traz no segundo, o coração
entregue que é um coração sensível. Quando alguém renuncia em espírito, então
ele tem “um coração em repouso de si mesmo que pode acalmar e
simpatizar”. A maioria das pessoas estão tão tomadas consigo mesmas e com seus
próprios problemas que a dor e o sofrimento do mundo não chegam
nelas. Mas, quando um homem cresce grandemente através duma renúncia
interior, então esta expansão da alma traz sua cruz, ele é ferido mais
amplamente e profundamente. Jesus morrendo na cruz de um coração partido é a
direção que vem do afastamento de Jesus para as montanhas e sua recusa de ser
rei. Recuse a multidão, e você será coroado com espinhos.
Estes dois
versículos explicam um aparente dito difícil de Jesus, uma palavra que ofendeu
muitas pessoas: “"Se alguém vem a mim e ama o seu pai, sua mãe, sua
mulher, seus filhos, seus irmãos e irmãs, e até sua própria vida mais do que a
mim, não pode ser meu discípulo. E aquele que não carrega sua cruz e não me
segue não pode ser meu discípulo.” (Lucas 14:26,27). A ordem parece
ter sido para odiar e renunciar a todo relacionamento ou não
poderemos ser discípulos. Isto tomado sozinho parece um ascetismo
duro, sem sentimento, sem socialização do tipo Hindu. Mas, a segunda parte
desta declaração salva isto: “E aquele que não carrega sua cruz e não me segue
não pode ser meu discípulo.”. Carregar a cruz é estar disponível para os
outros- o ato mais completamente oscial que pode ser imaginado, na cruz Jesus
tomou em si mesmo tudo que ele não era. Nestes dois versículos, ele coloca
juntos, o ato totalmente anti-social de odiar pai e mãe e o ato completamente
social de carregar uma cruz por eles. Ele coloca os dois juntos, porque eles se
pertencem juntos. Renunciamos no espirito nossas relações mais tenras, e então,
damos a volta, e tomamos o fardo para o bem deles, a chamada cruz. Sem esta
segunda injunção, a primeira seria dura, insensível, anti-social, mas com esta,
o todo se mostra aindamais tenro, mais sentimental, o ato social maior que um
ser humano é capaz, ele está buscando ser crucificado para que outros possam
viver e viver abundantemente. Ele renunciou a família no espirito,
então retornou para eles com a cruz em seus ombros para redimir eles a qualquer
custo. A renúncia em espírito e o retorno com a cruz são irmãos siameses: corte
separando-os e irão sangrar até a morte; mantenham juntos e eles vão viver.
Mas, o
clímax da dificuldade não está na parte que se relaciona com odiar pai e mãe. O
clímax é onde Jesus coloca: “e ainda, a sua própria vida mais do que a mim”. Em
relação a isto, é fácil abrir mão do pai e da mãe, de casas e terras; a
dificuldade chegou, sim,” a si mesmo também”. A ultima coisa que queremos abrir
mão somos nós mesmos. No tempo presente, um patriota grita: “Pelo bem da
pátria, estou disposto a sacrificar minha velha mãe, e ainda, meus filhos
também, e, se necessário, até mesmo sacrifico a mim mesmo”. Ele veio por
ultimo! Muitos como um missionário que vem para outras e abre mão de tudo, pai
e mãe, casas e terras, tudo, exceto a mim mesmo. Toque nele e ele ainda estará
sensível! O eu ainda está lá, vigilante de seu próprio lugar e poder e se torna
o centro mórbido dos problemas espirituais. Na primeira beatitude, Jesus enfrenta
de novo este problema central, o eu, e exige que nós renunciamos aqui antes de
prosseguir. O fim da vida humana será ou, um egoísta acabado ou um
amante perfeito. A primeira beatitude é o fim do egoísmo, a segunda
é começo do amante. É da natureza do amor insinuar-se nas tristezas e pecados
dos outros. Está sempre ligado ao lamento. Tem consigo a
condenação de sangrar assim. E com razão, pois “quando paramos de sangrar
deixamos de abençoar”.
Agora,
aqueles que choram serão consolados. A coisa estranha que acontece com aqueles
que deliberadamente tomam sobre si mesmos os problemas e as dores em prol dos
outros é que encontram felicidade, eles são consolados. As pessoas mais
absolutamente felizes neste mundo são aqueles que escolheram cuidar até doer. As
pessoas mais miseráveis neste mundo são aqueles cujo centro são eles mesmos e
deliberadamente evitam o cuidado dos outros em prol de sua própria
felicidade. Isso os ilude. Eles salvam suas vidas e as perdem.
Conforto
é formado por duas palavras, CON, ‘com” e FORTO, “força”
literalmente, fortalecido por estar com. Na escolha do caminho da cruz,
descobrimos a nós mesmos numa intimidade de companheirismo com Cristo, que
trava o mesmo caminho, e assim ouvimos as palavras que fazem o
coração cantar mesmo em meio ao sacrifício. Assim, a alma pode dizer: “pode ser
que uma pequena gota do que eu sinto caia no inferno, o inferno seria
transformado no paraiso”. O conforto não é uma coisa doentia, não é o
enxugamento de olhos cheios de lagrimas, mas um re-forço do
coração. As beatitudes não valorizam o mero luto. O sofrimento sem
sentido não é reconfortante, é entorpecente e desintegrador. Este, então, deve
ser um sofrimento de uma qualidade particular, uma dor escolhida de
bom grado. Isto traz conforto. Não há nada tão abençoado quanto ser capaz de
sofrer bem. O sofrimento do mundo traz morte, mas este sofrer traz vida.
As duas
primeiras beatitudes, corrigem e suplementam uma a outra, resultando numa
síntese das duas e se tornando numa terceira, os mansos herdarão a terra. A
mansidão é normalmente pensada como fraqueza. Não aqui. Ela é uma combinação de
dois elementos: o poder e a determinação de quem se atreve a viver em pobreza
de espirito e a paixão tão profunda que sente as dores e os sofrimentos dos
homens que dá a si mesmo em serviço. Aqueles que não querem nada do mundo dos
homens e das coisas e assim desejam compartilhar tudo, porque eles se sentem
tão profundamente, eles são mansos. Como o hidrogênio e o oxigênio, dois
elementos distintos, que unidos produzem um produto completamente novo, agua,
então, o espirito de renúncia e o espirito de serviço se unem num homem criando
um novo ser, o mais formidável dos seres na terra, o terrível manso. Eles são
terríveis porque eles não querem nada, então, nada pode tenta-los ou
compra-los, e também no sentido, que estão dispostos a fazer
qualquer coisa pelo próximo porque eles sentem profundamente. Cristo
diante de Pilatos é um retrato do Terrível Manso, aquele que não
pode ser comprado ou intimado, poque não queria nada exceto dar a sua
vida para todos os homens que o estavam
crucificando. Aqui está a força suprema que possui em si mesmo,
então possui a terra. É tão forte, tão paciente, tão apto para sobreviver que
herda a terra. Ninguém dá a terra para quem tem esta terrível
mansidão; eles chegam a esta posição como se fosse um direito natural, eles a
herdam porque o sangue de Deus corre em suas veias. O tipo de
caráter que vai sobreviver e governar a terra é um renunciante e servidor
manso. Todos os outros são usurpadores. O futuro do
mundo estará nas mãos daqueles que servem e salvam o
mundo. Haverá uma sobrevivência para o apto espiritualmente, e Jesus disse que
este tipo é o espiritualmente adequado para sobreviver e governar a
Terra. No choque dos ideais de caráter, este tipo surge como apto finalmente.
“Aquele que é o maior dentre vocês deve ser o seu servo. E,
vice-versa, o servo de todos será o maior de todos. Ele não é maior porque o
maior numero de servos, mas ele é o maior porque serve o maior número.
Num
monumento em Lahore é uma estatua de um dos governadores britânicos da Índia,
segurando numa mão, uma caneta e, na outra, uma espada, com uma inscrição
abaixo que diz: “Você será governado pela caneta ou pela espada?” Índia,
despertou para uma consciência nacional e ficou furiosa com isto, a policia
teve que vigiar a estatua para que não fosse destruída. A estátua agora pode
ficar desprotegida porque a inscrição foi alterada para “pela caneta e pela
espada nós servimos vocês”. Índia e o mundo permitirão apenas que aqueles que
servem governem.
Nietzsche
delirou contra isto como uma moralidade de escravo, mas Nietzsche
com sua chamada moralidade-mestre quebrou a si mesmo e seu mundo em pedaços,
enquanto que Jesus praticando esta chamada moralidade de escravo vai a caminho
do trono do nosso universo moral. Eles me dizem que todos os
cachorros já foram lobos. Um dia, um lobo veio atrás do homem e
disse que desistiria de seu egoísmo selvagem e seria manso e
servo. Ele se tornou um cachorro. Os lobos selvagens? Ele estão
lenta mas seguramente sendo exterminados, enquanto os cães mansos são mais e
mais herdeiros da terra. Entre os homens, o mesmo está acontecendo com os
militantes, os exploradores e os egoístas, que estão sendo lentamente mas
seguramente sendo exterminados como inaptos para sobreviver e os mansos
servidores estão herdando a terra.
Jesus disse
uma coisa muito enigmática quando declarou que a menos que nos tornemos como
crianças não poderemos herdar o reino de Deus, não podemos entrar no Reino de
Deus é confuso até a ciência venha e nos mostre quão amplo foi aplicação do
principio. Huxley uma vez escreveu para Kingsley: ”Parece-me que a ciência
ensina em termos mais inconfundíveis a conceito cristão de completa sujeição à
vontade de Deus. Ciência diz, Sente-se aqui diante dos fatos como uma pequena
criança, esteja preparado para abandonar toda a noção
preconcebida, esteja desejoso para ir aonde quer que a Natureza o
leve, ou não saberá nada”. Se você deve reinar como um reino de fato, você deve
estar preparado para ser uma criança e ser conduzido onde quer que os fatos o
levem. Aqui a ciência e a religião se unem para exigir o mesmo
espirito. Tanto na ciência como na religião, o manso herda a terra.
A terra é
maya, ilusão diz o hinduísmo. É seu, diz Jesus. Quando sai para o
mundo na manhã seguinte que me rendi, pensei que nunca tinha visto o mundo; as
arvores bateram palmas, e toda a natureza fervilhava de alegria e beleza. Pela
primeira vez, sabia que a terra era minha. Eu tinha herdado ela. O
evangelho começa com uma demanda de auto renúncia e
termina numa auto afirmação e uma afirmação do mundo.
As três
primeiras beatitudes atingem as atitudes agressivas da vida. Elas mostram a
invasão de Deus em nós, lançando fora a nossa auto suficiência, nossa própria
vida, preparando-nos para a maior ofensiva de amor que o mundo já viu. Ele nos
desarma afim de colocar armas inteiramente novas em nossas mãos. A
menos que que estes três primeiros versos sejam verdadeiros, o resto do Sermão
no Monte se torna impossível. O problema não é o lugar de virar a outra face, o
atrito está no lugar de deixar partir o eu essencial. Faça isto, e virar a
outra face se torna um resultado natural e necessário.
Resumindo: o
pobre- renunciado- em espirito ganha o reino dos céus, os enlutados ganham o
reino do conforto interior e os mansos ganham a terra. Então, o
mundo de cima, o mundo interno e o mundo ao redor pertencem a este homem.
Querendo nada, ele herda todos os mundos.
CAPÍTULO 4 -
O QUE ELES SÃO EM SI MESMOS. (CONTINUAÇÃO).
Vamos agora
para a proxima trinca de beatitudes. Começando com: "Bem aventurados os
que têm fome e sede de justiça; pois eles serão saciados". Jesus usa os
anseios mais fortes de fome e sede para caracterizar a paixão pelo bem que é encontrada
no homem que está inclinado à perfeição. Este desejo por justiça se torna uma
fome que devora as fomes menores da vida de alguém, até que o homem em si mesmo
é devorado com esta fome que inclui tudo. Enquanto, as três primeiras
beatitudes atacam as atitudes agressivas que temos na vida, elas não ficam só
nisso. Elas terminam não num quietismo, mas numa jornada. E a jornada pela
retidão pode agora seguramente tomar lugar, após a renúncia em espírito, a
retidão produzida não vem de uma auto-justiça, para de um eu que foi
renunciado. nada é mais belo que a retidão; nada é mais hediondo que a justiça
própria.
Mas, mesmo
justiça que foi purificada com a auto renúncia precisa da correção da próxima
beatitude: "Bem aventurados os misericordiosos". As pessoas mais
justas não são misericordiosas com as falhas e erros dos outros. Sua própria
paixão pela justiça os torna duros. Eles são geralmente os Sinais, onde a lei
troveja forte, e se você tocar esta montanha, você experimentará os dardos dos
preceitos da retidão. A justiça sem a modificação da misericórdia é dura,
desamorosa, farisaica, uma coisa azeda. Um comitê foi até a estação para
encontrar um novo ministro que eles não conheciam de vista. Eles caminharam até
um homem que desceu e perguntaram se ele era o novo titular. "Não",
ele respondeu, "eu não sou. É a indigestão que me faz parecer dessa
maneira". A justiça sem a misericórdia produz um semblante de indigestão.
Mas, nada é mais belo que o semblante da justiça quando brilha sob ele, a
lágrima da misericórdia. A voz do Sinai que diz "Tu não
deverás" deve ser temperada com a voz do Calvário que diz "Pai,
perdoa-lhes". Os estudantes e um certo colégio estavam suspense, porque
outros alunos de outros colégios foram dispensados por fazer a mesma coisa que
eles haviam feito. Nenhuma palavra do diretor escocês por duas semanas.
Então, ele se levantou na capela e disse: "Eu quero dispensar vocês, mas a
voz do meu Senhor me disse que devo perdoar vocês. Eu não quero fazer isto, mas
já que Ele mandou, vou fazer". Todos estudantes ficaram em lágrimas. Sinai
e Calvário falaram na voz do diretor e venceram! Justiça que se erguia em
linha reta aprendeu a inclinar-se e conquistar em misericórdia.
Mas se
a sede por justiça precisa da correção da misericórdia, então, vice-versa, a
misericórdia precisa da correção da justiça. A misericórdia sem retidão é
pieguice. Ser misericordioso através das falhas e pecados dos outros sem um
questionamento moral no coração da misericórdia termina em frouxidão e
libertinagem. Qualquer retidão ou misericórdia tomadas sozinhas cheiram
mal, mas tomando as duas juntas é o hálito dos céus sobre eles.
As duas
colocadas juntas se tornam uma terceira: os puros de coração. A fome pela
justiça é a tese, a misericórdia para com os outros e suas falhas é a
antítesem, o puro de coração é a síntese. A melhor definição que conheço de
pureza de coração é essa: a uma paixão pela retidão e uma compaixão pelos
homens, esta é a pureza de coração. Ser puro de coração é literalmente não ter
divisão no coração, não apenas não estar dividido entre o bem e o mal, mas
também entre virtude e virtude. Este coração é puro que não se divide em
nenhuma porção com qualquer mal, mas, mais, ele também não se divide com as
virtudes da retidão e da misericórdia, não dando a si mesmo para elas
alternadamente, mas as misturando numa mistura da pureza. Ele é
controlado por ambas a cada vez, de tal forma que coração puro é justo
misericordioso e misericordioso justo. Este tipo de homem vê Deus. O homem que
busca a lei e mostra amor, vê Deus. É bom que a visão de Deus seja colocada
neste estágio. O hinduísmo diz que "abençoados são os que renunciam em
espírito, que eles verão a Deus". O evangelho diz "abençoados os que
renunciam em espirito e sofre pelos outros e se tornam mansos porque eles
herdarão a terra; quem tem fome e sede de justiça e misericórdia dos outros, e
se tornam puros de coração, eles verão a Deus". Enxergar a Deus não é
alcançado através de um auto esvaziamento sozinho, mas um auto esvaziar-se que
caminha para ser preenchido com qualidades positivas de um sofrimento
vicário, de mansidão, de fome e sede pela justiça, de uma misericórdia
terna e pureza no coração. Todas estas qualidades se encaixam numa pessoa para
melhores relacionamentos, de modo que Deus é visto, não fora da sua vida, mas
no meio de seus relacionamentos humanos. Ver Deus significa plenitude e
não o vazio.
Enxergar a
Deus no meio do ordinário, do comum! Então o sórdido se torna sagrado, então a
penúria não precisa extinguir a poesia, então toda a sarça é inflamada
por Deus e toda a vida tem sentido.
Mas a visão
de Deus e sua glória não é a ultima bem-aventurança, nem o último conjunto de
beatitudes que nos dá uma visão do homem e suas necessidades:
"Bem-aventurados são os pacificadores porque eles serão chamados de filhos
de Deus". As bem-aventuranças não nos deixam olhando para os céus, elas acabam
olhando para uma terra cicatrizada e em guerra. A pureza se tornar em
pacificador. Esta pureza, então, não é uma pureza que constrói murros de
separação através de tabus e exclusões, não é uma pureza protegida, é uma força
de pureza. Não é como a água que se lança sobre si mesma nos bancos de exclusão
e termina num lago estagnado e infértil, antes, ela é como um riacho que
correndo se mantém puro e se purifica. Nenhuma pureza é pura que não seja
sempre purificada, nenhuma virtude é virtude que não tenha o vitorioso
nele. O que renuncia em espírito e o puro de coração não são chamados de filhos
de Deus até que se tornem amorosamente agressivos e pacificadores.
Este tipo de
caráter retratado nas primeiras beatitudes, é agora solto no mundo em
reconciliação. Tendo renunciados a si mesmos, eles estão agora em posição para
falar com a palavra com autoridade e respirar o espírito de autoridade
numa auto-afirmação, e portanto, conflitando situações humanas. Nenhum pode ser
um pacificador a menos que permaneça num espírito de desinteresse.
E eles não
são apenas meramente pacificadores entre homens e homens, mas entre Deus e os
homens. O homem está em inimizade com Deus e tem medo Dele. Estes respiram
tamanha vitória, que os homens se apaixonam por Deus por meio deles. Esta
agressão amorosa e purificada é frequentemente vista pelos não cristãos como
imperialismo religioso, um convite ao proselitismo e um desejo de gerenciar as
almas dos outros em seus supostos interesses. Consequentemente, dizem eles, que
não deve haver conversões nas religiões. Vamos admitir que este lindo espírito
de reconciliação e pacificação foi por vezes corrompido em imperalismo
religioso, em intrusões complicadas, em proselitismo que abrangeria a terra e o
mar para criar mais um prosélito. Mas, enquanto repudiamos estas coisas, não
devemos abandonar essa paixão por compartilhar o que está no cerne do
evangelho. Não está apenas escrito nas ordenanças de Jesus para ir e
compartilhar. Isto está escrito na própria constituição e criação de uma alma cristã.
Ele nao pode ajudar se ele nao for cristão, porque nenhuma vida é cristã que
não pode ser cristianizada.
Mas, esta
amorosa agressão paga as penalidades do amor e descobre a si mesma perseguida
por esta busca da retidão amorosa. Num mundo onde os homens amam suas correntes
e seus confrontos e pensam que eles são parte deles mesmos, já que eles os têm
há tanto tempo, qualquer um que perturbe isto pela agressão amorosa vai
encontrar um mundo chutando de volta em perseguição. O homem odeia ser
perturbado ainda que para seu próprio bem. Os pacificadores devem se acostumar
a ver seu próprio sangue. Ai de vós, quando todos os homens falam bem de vocês,
disse Jesus, pois se assim o fazem, isto prova que não tem os perturbado nem
minimamente. Os pacificadores se tornam os perseguidos. Os Quakers, o mais
cristão de qualquer grupo cristão, são perseguidos por uma sociedade que odeia
ser perturbada da guerra para paz. Gandhi foi para a cadeia e Cristo vai para
sua cruz. Mas a beatitude diz: Bem-aventurados os que são perseguidos e
adiciona algo aos bem-aventurados são os pacificadores, que realmente é
necessário para completar o seu caráter. É uma coisa é ser um pacificador,
outra coisa é continuar a ser um pacificador em meio à perseguição. É bom que o
pacificador deva conhecer algo da paz por si mesmo. Pois se conseguir ter essa
paz mesmo em meio às perseguições, realmente ele é um pacificador. Sua
pacificação precisa de perseguição para continuar fazendo a paz com autoridade
e eficácia, pois nenhum homem pode falar sobre paz com autoridade moral a menos
que ele conte da experiência de paz em meio às perseguições. Jesus é o
Príncipe da Paz, por um lado porque ele era um príncipe quando estava no meio
das perseguições. Como Jesus fala de paz através do sangue da sua cruz, por
isso não podemos falar de paz salvar a não ser através do sangue de sua cruz.
Judson, depois de passar por sofrimentos indescritíveis enquanto estava na
prisão por meses, ganhou sua liberdade e pediu ao rei da Birmânia, permissão
para ir a uma certa cidade e pregar o evangelho. "Estou disposto a deixar
dúzias de pregadores mas não você" respondeu o Rei. Não com essas mãos.
Meu povo não é tolo o suficiente para ouvir e seguir suas palavras, mas eles
não serão capazes de resistir àquelas mãos com cicatrizes". Aquelas mãos
cicatrizadas tinham autoridade.
Jesus disse
que os pobres de espírito tinham o reino dos céus e os pacificadores
perseguidos tinham o reino dos céus. Por que ele repete isto? Bem, o reino dos
céus apenas realmente pertence aos que renunciaram em espírito como também
àqueles que se tornam pacificadores perseguidos. O reino dos céus não é apenas
renúncia, mas renúncia em busca de reconciliação.
A última
beatitude, “Bem-aventurados
serão vocês quando, por minha causa, os insultarem, os perseguirem e levantarem
todo tipo de calúnia contra vocês. Alegrem-se e regozijem-se, porque grande é a
sua recompensa nos céus, pois da mesma forma perseguiram os profetas que
viveram antes de vocês". Adiciona algo para as outra duas da última trinca
de beatitudes e completa elas. Não é suficiente para alguém ser um pacificador
e alguém perseguido por suas dores. Devemos saber algo do significado do
terceiro, nomeado para alegrar-se e regozijar-se em meio pacificação
perseguida. A tese é um pacificador, a antítese é a perseguição do pacificador
e a síntese é a alegria, pacificador perseguidor que se torna o Guerreiro
Feliz.
Nas Bem-aventuranças, nos é dito que possuímos o reino dos céus, o reino
que junto com os reinos da terra. Esta vida parece capaz conquistar todos os
reinos, mas um fica fora: o reino da dor. Na última beatitude, Jesus diz que o
reino da dor também pertence a você. Para aqueles que seguem neste caminho, não
meramente carregando a dor, ou fugindo dela, ou se submetendo a ela, mas usando-a!
Eles se alegram e se regozijam apesar disto. A vida é sofrer - fuja disso, diz
o Budismo. A vida traz sofrimento, use isto, diz Jesus. O menestrel de Ascalon
foi para a batalha carregando sua harpa. Nós também!
Eu vi uma águia nos himalaias quando a tempestade caiu sobre ele. Eu
esperei que ela fosse jogada no chão pela fúria da tempestade. Ao invés disso,
a águia ajeitou suas asas de tal forma que, quando a tempestade ficou
pior, ela subia acima da tempestade. Ela não tentou suportar a tempestade,
ou tentou escapar dela, ela foi acima dela. Seu par de asas fez isso. Aqui nas
Bem-aventuranças, Jesus está dizendo para nós, como ele dá um par de asas para
a alma, para que quando o problema e dor nos atacar, simplesmente nos ergamos
acima da fúria destas ocasiões. A dor pode entorpecer alguém, ela também
pode nos levar para alturas maiores. Eu conhecia que um velho santo que estava
tão cheio de alegria que quando ele estava saindo de um trem, e o solavanco o
jogou para os lados, arrancou aleluias dele! Ele os tinha dentro de si,
de modo que os solavancos simplesmente os trouxeram para fora!
Havia um antigo costume de esticar fios entre as torres de um castelo
para fazer uma harpa eólica. Quando estava tudo calmo, não havia música, mas
quando a tempestade rugia, então da harpa vinha uma requintada melodia. A harpa
aproveitava a tempestade para transformar sua fúria em música. Jesus abre
esta possibilidade para o homem. Aquele que aprendeu o segredo de
aproveitar a dor, agora está seguro, porque ele pode suportar tudo o que lhe
pode acontecer . Ele arranca o clube das mãos das circunstâncias que
iriam quebrar sua cabeça e transforma numa batuta que, lidera uma musica
adiante, a partir de seu interior. Como o lírio que transforma em beleza, a
sujeira e o limo em que cresce, ele transforma o ódio em aleluias e a miséria
em melodia. Essa possiblidade abre para o homem um caminho totalmente vitorioso
de vida. "O estóico suporta, o epicurista se submete, o cristão sozinho
exulta". Esta dor pode ser criativa, contributiva, é o ensino de Jesus.
Diz um sábio cristão para outro, "Meu filho, não importa o que você perca,
conquanto você ofereça isto junto do sacrifício de Cristo". Outro coloca
desta forma: "O caminho da vida das prímulas é rapidamente invadido por sarças,
e se devemos ser perfurados com espinhos, é mais real usá-los como uma
coroa".
O segredo desta última beatitude está na primeira beatitude. Você
supera as dores da vida ao antecipá-las de antemão. Você inflige a si
mesmo a dor suprema da renúncia de si mesmo, o que a dor pode fazer depois
disso? Lucas adiciona a isto as palavras: "Abençoados sois - quando os
homens separarem vocês", você pode encontra isto, para você que se separou
de si mesmo pela auto entrega. Esta separação menor não é nada já que você já
fez a separação suprema. Você tirou o ferrão das mortes menores ao consentir em
morrer internamente. "Você sempre está falando sobre a vida: você não
pensa sobre quando morrer? Você não sabe que vai morrer?" me diz que um
budista muito hábil num tom meio irritado.
Não, eu
respondi, "eu não penso sobre morrer. Por que deveria? Quando alguém já há
muito tempo consentiu em morrer internamente, ele pode esquecer tudo sobre
morrer e pensar sobre viver. Mas mesmo se a morte vier, eu sou como um pássaro
num galho de uma árvore quando a tempestade tenta balança-lo. Ah! Sim, diz o
pássaro para si mesmo, me balance. Eu ainda tenho asas".
Deixe a
morte me balançar do meu galho terreno, eu ainda tenho outra alternativa, eu
ainda tenho asas, então seja na vida ou na morte, alguém pode permanecer acima
das circunstâncias.
O
caminho de vida de Jesus é o caminho da morte - a cruz. Os suíços contam
uma história de um homem nos tempos antigos que, quando não havia meios de
atravessar uma linha inimiga, reuniu em seu peito todas as lanças hostis que
poderia carregar, e caindo no chão, as segurou para permitir para seus
camaradas um caminho sobre seu corpo prostrado para a vitória através dessa
brecha que ele abriu. Quando alguém consente ao caminho da cruz, ele junta em
seu coração todas as pontas agudas dos problemas e sofrimentos que a vida pode
jogar nele e os segura, tudo dentro dele, e agora pode marchar para a vitória
sobre a forma prostrada do seu ser na morte consentida.
"Não
queremos uma cruz, queremos alegria". Krishna com o alaúde é um símbolo de
religião melhor que Cristo com uma cruz, disse um teosofista europeu para mim
um dia. Sim, nós queremos alegria, mas não uma alegria barata, nós queremos uma
alegria através da cruz.
As
Bem-Aventuranças, que começam com a exigência da renúncia do espírito, e
terminam num salto de alegria (Lucas 6:23). A beatitude do homem moderno
começa com autossuficiência do espírito e termina numa desilusão maçante
e cinismo. Um termina na exaustão do espírito, e outro acaba numa euforia do
espírito.
O segredo de
tudo isto é uma frase na última bem-aventurança "por amor de mim".
Tudo isto funciona advindo de uma viva comunhão com sua Pessoa. Estes, então,
não são preceitos mortos para ser trabalhados pelo bem do dever, mas numa
comunhão viva é operado pelo bem do amor. Amor por uma Pessoa é a vida destes
preceitos, isso infunde nova vida dentro do corpo morto da doutrina. Tudo no
Sermão do Monte é operado vindo deste lugar de amor pela Sagrada Pessoa. Sem
isto, o Sermão do Monte é impossível. Os pés cansados do dever não podem
escalar tais alturas mas os pés alados do amor podem pisar estas alturas e
ainda mais alto!
A primeira
bem-aventurança começa com uma suprema perda de si mesmo; a última beatitude
termina com o supremo encontro Dele mesmo. Nada agora pode ser perda com este
ganho. Um homem trabalha duro por anos para ter dinheiro para comprar uma casa
e mobiliar ela para que possa casar com a mulher de sua escolha, O grande dia chega
e ele começa sua lua de mel sentindo o sol de sua felicidade se levantou sobre
os céus para ficar lá para sempre. Mas, em certa estação, um telegrama chega
até ele e diz:" sua casa queimou, perda total". Ele fica pálido e
seus lábios tremem. Todo o trabalho daqueles anos se foram num momento! Sua
esposa olha sobre seu ombro e lê o telegrama, pensa por um momento e diz: Bem,
não importa, meu querido, nós ainda temos um ao outro". Quando a
perseguição chega, quando somos separados da companhia dos homens, quando a
morte nos rouba uma face querida, quando a vida desmorona ao nosso redor,
então, apesar de tudo isso, nós podemos dizer: "Bem, Jesus, nós ainda
temos um ao outro". "Por amor de mim" transforma tudo.
Mas, não
apenas transforma perda em ganho, ela transforma problemas em possíblidades.
podemos fazer qualquer coisa através desta comunhão interna com Cristo. O
Sermão do Monte é possível porque a Companhia do Vale é com você e em você.
Esta Companhia, contudo, não é meramente um conforto, mas é um desafio.
"Você é tão livre" me disse um advogado mulçumano um dia,
"agora, eu tenho minhas regras regulares religiosas para fazer todos os
dias, mas você não tantas regras. Você é livre- muito livre". Eu reconheci
isto, que como cristão, não estava sob um conjunto de regras, mas por
outro lado, eu estava sob um laço muito mais profundo que ele podia imaginar.
Eu não estava livre do impulso interno, o dever nunca cumprido, porque o amor
não tem limites, e a realização nunca foi alcançada, pois o amor estava sempre
abrindo novas portas. Num código legal, você fazer o dever e isto é suficiente.
Nisto, o feito nunca é suficiente, cada pensamento, cada impulso é segurando
por este aperto interno de amor.
Mas, este
amor é liberdade. " A água que eu der vai se torna nele, uma fonte de água
jorrando" disse Jesus. É difícil dar sem enfraquecer os outros, sem
tomar a espontaneidade deles, sua autossuficiência, suas realizações, suas
próprias almas. Já que muitos pensam que uma religião da graça está enfraquecendo.
Mas, em tanto em Jesus. Ele conquista o quase impossível. "A água que eu
te dar", a coisa que eu impor a ele, se tornará nele uma fonte, alguma
coisa que brota dentro dele. A imposição de fora se torna um impulso
dele. Ele nos dando água de fora parece artificial, é realmente artesiano.
Apenas , o Divino poderia pensar num modo em que eu por um só golpe poderia
encontrar auto-submissão e auto-expressão. Mas Jesus é desta forma. "Por
amor de mim". Eu encontro no fim, pelo meu bem. Suas injunções e meus interesses
são um.
Foi dito de
Jesus: " Ele se comportava no dever como se tivesse num feriado".
Então, nós também!
CAPÍTULO V -
O QUE ELES SÃO NO MUNDO.
Depois, de
ter colocado sua ênfase no que este novo tipo é, Jesus prossegue para descrever
o efeito de tal viver se que se torna " o sal da terra" e "a luz
do mundo" (veja Mateus 5:13-16).
Em que
termos abrangentes, ele fala agora! Isto soa como a marcha majestosa de uma
música cósmica. Se homem é muito pequeno para captar esta maravilha e marchar
nestas batidas ritmadas, ele sabe que este homem deve viver para sempre em seus
próprios desacordos e ser condenado à pequenez e a rapidez de seus próprios desejos.
Ele tem nada menor para oferecer. É isto ou nada. A pura ousadia de dizer a um
grupo de ex-pescadores numa colina num canto remoto do mundo que eles se
tornaram a única esperança do mundo! Que eles o salvariam da putrefação moral e
da escuridão moral! É de perder o fôlego. Estas declarações sobre ser sal da
terra e a luz do mundo são tanto cósmicas ou cômicas. Dois mil anos de história
demonstram que o caráter cristão real tem sido de fato o sal da terra e a luz
do mundo.
A primeira
bem-aventurança insiste na auto renúncia, agora oferece a auto expressão em
termos bem abrangentes. Ele pode fazer esta oferta agora, pois o tipo de
auto-expressão que tem uma renúncia no centro é seguro - para o homem e
para o mundo.
A ação do
sal é dupla: ele salva da putrefação e salva da insipidez. Isto salva da
putrefação. Um dos anciãos me disse que "o que a alma é para o corpo, o
cristão é para o mundo" - tirando o corpo e a alma o que sobra é uma
carcaça em decomposição; juntos com alma e corpo é um belo organismo.
"Se o Deus todo poderoso deixar o Império Britânico viver é por causa de
homens como o Coronel W" disse um nacionalista hindu para mim em
referência ao caráter cristão de um engenheiro britânico. Seu caráter era sal.
"Se o suborno e a corrupção foram abolidos da vida pública deste estado, é
por causa do caráter e exemplo de dois cristãos indianos" me disse um
muçulmano ministro de um importante estado indiano, falando de dois cristãos
indianos que ocupavam altos cargos sob seu comando. Quando houve os motins
hindus-mulçumanos neste estado, o Marajá hindu foi enviado para o Primeiro
Ministro e disse a ele: "Nesta crise, você ouça tudo que M lhe disser para
fazer, tenho confiança absoluta em seu caráter e integridade. "Aqui, um
cristão indiano que pela simples força de seu caráter era o governante virtual
do estado nesta crise. "Nós tivemos que parar de usar linguagem
imprópria" me disse um proprietário de terras de alta casta, pois se não
fizermos isto, então nenhum destes cristãos de outras castas iria trabalhar
para nós". O maior trunfo para a estabilidade que os britânicos
tinham na India durante este últimos anos turbulentos não foi o exército
permanente, mas o caráter cristão do Lorde Irwin, o último vice-rei. Um ardente
congressista que lutava contra o governo britânico me disse sobre o Lorde
Irwin: " Ele é um cristão até a ponta dos dedos". É a confiança
em um tipo de cristianismo que chega até a ponta dos dedos do Lorde Irwin que
sustentou a situação estável. "Não é Gandhi, o perfeito cristão?" Eu
tenho que vez por outra responder esta questão. Concorde com a questão ou não,
mas de uma coisa podemos ter certeza, que existem elementos cristãos no caráter
de Mahatma Gandhi que tem segurado a India na não-violência. Pelo lado do
indiano Gandhi ele era o sal da situação que guardava ela da putrefação na
violência, pelo lado britâncio, Lorde Irwin, era o sal que preservava a
confiança viva do indiano no caráter britânico. "Meu pai, meu
pai, as carruagens de Israel e seus cavaleiros", gritou o discípulo de
Elias assim que seu mestre foi tomado. Ele viu que Elias por seu próprio
caráter tinha sido o exército permanente de Israel, as carruagens de Israel e
os seus cavaleiros. Ele era a segurança da nação.
O cristão
deve ser sal não apenas para salvar a vida da putrefação moral. Ele deve salvar
a vida, perdendo o sabor, se torna insípido. O evangelho é a maior aventura na
fé dentro da vida e seu modo valorar as coisas também não tem equivalente no
mundo. "Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância" é a
sua nota central e doadora de nervos. É este senso de uma vitalidade vitoriosa
que coloca nervos e coragem dentro da vida que sem isto cresceria cinza em
nossas mãos. No Oriente e no Oeste, os homens estão sofrendo de uma falha
dos nervos. De modo geral, a religião no Oriente está sofrendo de um vasto
fracasso dos nervos, do cansaço do mundo, do cansaço da personalidade e
do cansaço da vida. Tudo é Maia, tudo é ilusão. A vida se tornou sem sabor e
insípida. Fuja disso. É isso que está por trás da falta de progresso no
Oriente. Se o Oriente é agora vivo e anseia por uma vida mais plena e livre é
por que o sal das ideias cristãs tocou a situação e deu esperança e gosto de
novo para a vida. Pois no coração do evangelho está uma dinâmica cheia de coragem
e desejo. É irreprimivelmente esperançoso e cheio de fé em Deus, nas pessoas e
na vida em si mesma.
Mas, não é
só no Oriente que o "futilitarismo" tem espalhado a sombra de suas
asas sobre as almas dos homens. No ocidente, "alguns fugiram para o inferno",
onde eles foram:
"Gratificados
por ganhar,
esta
eternidade positiva da dor
em vez desse
insuportável insano".
A vida corre
através dos seus recursos e não resta mais nada além de "latas
insuportáveis". Eles vivem no que tem sido chamado de "um mundo
desvalorizado/ então não há nada mais para viver por".
Lippmann cita Canby dizendo que "a juventude moderna aos 7 anos de
idade viu através dos seus pais e caracterizou eles numa frase; aos 14
eles viram através da educação e se esquivaram; aos 18 anos eles viram através
da moralidade e pisaram acima dele; aos 20 anos, eles perderam o respeito
pela suas cidades natais, e aos 21, eles descobriram que o nosso sistema
social é ridículo. Aos 23 anos, a autobiografia termian porque o autor
percorreu a sociedade até hoje e não sabe o que fazer depois".
Hegasias escreveu depois do hedonismo, ou da busca pelo prazer, que estava em
voga na Grécia, ele foi chamado de significativamente de "o persuasor para
morrer". Era a única coisa que restava pois a vida depois de
perseguir o prazer se tornou insípido.
Anatole
France, que adorava no santuário do culto da Beleza e disse: "Tudo que eu
desejo é que no final, uma linda mulher irá fechar meus olhos na morte".
Sua adoração da beleza colocou algum sabor em sua vida? Ouça o que ele disse:
" eu não posso me lembrar que eu tive um único dia feliz em minha vida,
exceto talvez quando eu era uma pequena criança". Sua beleza se tornou
cinzas. "Oh! Inferno!" grita muito a juventude moderna e ele pensa
que está praguejando, quando tudo que ele está fazendo é revelar o fato
inconscientemente que ele não tem nada a não os recursos gastos com ele, e essa
mentira é viver no inferno do fútil insuportável. Ao dar rédea para a
paixão que ele agarra no por do sol lúgubre, descobre que se agarrou na
escuridão! Ele tem conquistado o reino da podridão. No Novo Testamento, o homem
com um talento foi e cavou um buraco no chão. O fim do trabalho de uma vida foi
um buraco vazio. Muitos hoje, estão indo e fazendo nada mais que cavar buracos
no chão. O fim é o vazio, o insípido e o fútil.
Jesus coloca
sabor dentro da vida. "Abaixe a cortina, a farsa acabou" gritou um
ator quando a morte se aproximava. "Levante a cortina para cenas mais
completas, a vida está apenas começando" grita o cristão seja na vida ou
na morte. Em ambos os casos, ele vive, ele vive! Jesus nos salva do cinismo
como também do pecado, de perder a coragem como tambem de perder a alma.
Jesus agora
muda a figura para descrever a incrível influência de seu tipo de caráter:
"Vocês são luz do mundo". Ele tem mudar a figura pra descrever o
impacto completo do cristão sob a vida. A ação do sal é silenciosa, penetrante,
escondida, invisível; a ação da luz é aberta e manifesta, da maneira mais
abertamente expressa que se pode imaginar. A influência do caráter cristão é de
duas vias, uma coisa silenciosa, escondida e penetrante que alcança a fibra dos
pensamentos dos homens e sua perspectiva; e uma coisa aberta, que ilumina
a vida exterior dos homens e seus afazeres. Mas é para ser interna e penetrante
antes de ser externa, devemos ser sal antes para que possamos ser luz. Nenhum
homem pode brilhar em obviedade a menos que esteja disposto a permear em
obscuridade. Muitos de nós gostaríamos de ser luz, mas não queremos trabalhar
como o sal, sem sermos visto, ou notados ou aplaudidos. Nós temos, o que o
Bispo Quayle chamou num latim pitoresco e questionável de : "Ichus
publendi", uma coceira por publicidade. Não temos uma paixão real por
mudar as coisas onde as mudanças realmente precisam ocorrer, ou seja, dentro. O
cristianismo do dia presente esta machucado pelo desejo de ser luz sem o desejo
de ser sal. Esta sofrendo de exibicionismo, que está mais interessado em
estatísticas do que em estados do coração e da mente. Uma das grandes
dificuldades que tenho em meu trabalho é a demanda do raso que meu trabalho
entre as classes educadas da India devem ser luz, como temos visto nas
estatísticas dos concílios da igreja. Eles estão impacientes com a ideia de o
nosso evangelho ser sal, silencioso e mudar o espírito interior as atitudes da
nação. Algum dia, espero que eu seja luz, neste meio tempo, eu estou contente
em ser sal.
Como Jesus
falou para nós em seus termos de tirar o fôlego, sobre o que devemos significar
para o mundo, ele combina isso com um aviso que podemos talvez significar nada,
ser pior que nada, pois o sal pode perder seu sabor e a luz pode ser abafada
sob alqueires. Ele diz "vocês são o sal da terra, mas se o sal perder seu
sabor, com que ( o mundo) será salgado? Ele coloca de forma mais
incisiva em Lucas: Bom é o sal, mas, se o sal degenerar, com que se há de
salgar?". Isto pressupõe que o mundo exterior perdeu o seu sabor, que é
uma conclusão precipitada; mas algumas vezes, mesmo o sal perde seu sabor.
Onde, então, há tempero para a vida sem gosto do mundo? O fato é que a vida no
mundo tem perdido o sabor. Homens vão em busca das coisas pelas coisas e em emoção
a emoção para colocar algum sabor de volta navida monótona e insonsa.
Jesus desafia aqueles que em vão buscam encontrar tempero para vida em outro
caminho que não seja o seu caminho com o qual deve ser temperada? Isto é bem
verdade, diz Jesus, que o mundo não tem isto. Mas, isto também é verdadeiro
para você, então você não serve para nada. Ele sabia que a religião que poderia
salvar o mundo da futilidade poderia em si mesma se tornar uma coisa fútil no
mundo, como um sal sem sabor. Neste caso, os homens o expulsam e pisam sob seus
pés. Por vezes, a rejeição da religião não é por causa da maldade dos
homens, mas por causa da inutilidade da religião. No Sul da Índia, há um
"movimento do auto-respeito" entre as classes baixas. Ele é contra as
castas, e de uma certa forma, anti-religioso. Eles dizem que seus aderentes
estão chegando em milhões. Possuem um órgão impresso em inglês e tâmil
intitulado de Revolta. Este título é impresso em letras vermelhas
começando com uma pequena letra "r" minúscula e vai crescendo até um
"t" bem grande.
"Isto
parece com uma conflagração", eu disse a um deles, "vocês começam com
uma faísca pequena e terminam com uma grande chama".
Ele
respondeu que este era o significado. Os homens perderam o respeito pela religião
que deu a eles, então, nenhum respeito próprio. A deserção das igrejas não é
tanto por conta das pessoas serem irreligiosas mas porque as igrejas são insipidas
e fúteis. Um homem de letras inglês público observou a respeito de uma igreja
em Assam, “esta igreja foi dedicada ao
cristianismo oficial e ao vazio”. Um seguiu o outro.
Quando a
religião representa as coisas como elas são, então, os homens os ficarão como
estão, vazios. Se não houver a sensibilidade de lidar com os problemas reais
deles, então, os homens serão deixados sozinhos, isso não será algo importante para eles. Gado
e búfalo viajarão longas distantes para lamber pedaços de cristal de sal, mas
elas não darão dois passos para um cristal sem sal. O problema não é levar as
pessoas para a igreja, mas sal para a igreja. Coloque sal lá e as pessoas virão.
A Conferência
de Jerusalém fez muitos grandes avanços, mas acredito que de um passo em
falso quando exortou os cristãos a se unirem
a outras religiões contra o ceticismo
e o secularismo. Certamente, nós, cristãos não podemos voltar às velhas atitudes do distanciamento de outras religiões. Devemos cooperar com eles de todas as maneiras possíveis para manter uma
interpretação espiritual da vida contra
o secularismo. Mas, se essa exortação para que cooperemos com outras religiões contra
o crescimento do ceticismo reforça a suposição de que qualquer religião é melhor do que nenhuma
religião, então eu discordo. A religião em si não é necessariamente uma coisa
boa, pode ser uma maldição ou uma benção para os homens. Em nome do sagrado da religião,
os homens lutaram, exploraram, odiaram e cobiçaram. Algumas das piores paginas da historia humana
foram escritas pela religião seja no Ocidente
ou no Oriente. Eu me recuso a proteger a
religião que não irá proteger o homem. A religião poder e, muitas vezes, tem
sido uma barreira para o progresso humano. Voltaire despejando suas injurias
sobre as superstições realmente prestou um serviço à religião no Ocidente,
ajudando a purga-la. A India precisa de um Voltaire indiano. Devemos proteger
os sistemas religiosos contra o ceticismo quando esses sistemas mentem como um
pesadelo na alma e no corpo dos homens? Especialmente, quando esse ceticismo é um
protesto a favor dos homens contra um sistema? Veja a origem dos males econômicos e sociais
do Leste, e você encontrará eles enraizados no costume religioso.
“Nós não faremos
nenhum progresso até todos os eruditos sejam jogados no Ganges”, disse um
estudante hindu para mim um dia.
“Se os
especialistas e os padres bloquearão a reforma, vamos enfiá-los num quarto e
trancá-los lá” me disse um líder nacionalista hindu.
Os ortodoxos
realizaram uma reunião de protesto e os congressistas cercaram a reunião e gritaram: "Inquilab Zindabad ! Vida
longa para a Revolução! Um grito que até então havia sido gritado contra o governo
britânico, mas agora estava clamando
contra a religião que apioava os erros sociais. Havia mais religião real
no grito dos nacionalistas que defendiam o povo contra o sistema do que no protesto
dos ortodoxos que defendiam o sistema contra o povo. Se eu devo escolher,
graças a Deus que não preciso, mas eu precisasse, prefiro escolher o irreligioso
humanismo do que a religião deshumana. “Lírios fedem pior do que ervas daninhas”,
a religião corrompida é mais fedida.
Jesus anunciou com tristeza que o Templo, o antigo deposito da religião,
deve ser destruído para a verdadeira religião poder viver. Não, a Conferencia
de Jerusalém foi mais sentimental do que sensata, se o seu pedido significa que
podemos ficar com todas as outras religiões contra o ceticismo que buscava
esses sistemas em nome dos direitos humanos
e progresso. Muitas vezes, é um instinto certo para os homens, jogue o
fora o sal insipido e pise-o sob seus pés. Eu encontrei mais ceticismo neste
ultimo ano dos que nos vinte e quatro anos anteriores em que estive aqui. E é saudável
esse ceticismo, limpando as mentes dos homens das superstições. Nem peço
tratamento especial para a religião. Eu peço.
Também deve ser exposto a esta exigência de realidade, e se os homens honestamente
achar de mau gosto, eles vão e devem
lança-lo fora. Não tenho medos finais pois embora o cristianismo tenha sido muitas
vezes, o inimigo de Cristo, ainda assim acredito que há sal suficiente em
Cristo para ressaltar o cristianismo insipido. “Eu não tive encorajamento em meus
esforços de reformas para o trabalhador
de qualquer uma das religiões da India, exceto o cristianismo. Se eu
fosse religioso, eu só poderia ser religioso como cristão” disse o líder trabalhista
hindu da India. Tal declaração e muitos gostam me dão esperança, mas não uma
falsa esperança, pois o aviso do Mestre soa
em nossos ouvidos essa religião de mau gosto, mesmo que seja entre seus próprios
seguidores, será expulso e pisado sob os pés do homens.
Havia uma advertência
adicional sobre esconder a luz debaixo do alqueire (Mt. 5:15). O alqueire é símbolo
do comercio, dos negócios, a vida iluminada
é colocada debaixo do negocio como consequência a mentalidade empresarial e seus métodos e preocupações apagam a luz da
vida. Aquilo que deveria ter sido a luz
do mundo é apagado pelo mundanismo. O alqueire também é um instrumento de medição,
e Jesus nos uma imagem semi-humorística do homem tentando medir a luz da vela por um alqueire e apagando a luz no processo. Nosso desejo de estatísticas, de tabulação de
resultado resultados espirituais, é como
o homem colocando o alqueire sobre a vela
para medir sua luz. Dentro o processo que para muitos movimentos espirituais são
apagados. Somos imundados com questionários que são realmente refinados e bem graduados. Os alqueires para medir a
luz do evangelho como ele brilha como castiçais muito humanos. Essas velas
muitas vezes tem que ser reacendidas pela oração e rededicação após o embaraçoso e impossível processo de ter sua luz reduzida a tabelas
e estatísticas. “O Reino de Deus não vem com observação,...o Reino de
Deus está dentro de vocês”, disse Jesus, mas nós, como somos, digamos que o
reino de Deus vem por observações e indagações, e que se encontra dentro das
mesas de estatísticas! E a luz, tão bem medida, some!
É possível colocar
sua luz no topo do alqueire, não debaixo dele, para fazer um negócio. Um candelabro,
um meio pelo qual a sua vida cristã brilha. Você pode abrir as portas do seu negócio
como alguém que abre as portas da oportunidade para o serviço de Deus e do
homem; e você pode lidar com seus livros com tanto senso de missão sagrada
quanto o ministro que lida com a Bíblia no púlpito. Quando Lorde Irwin, o
grande cristão vice-rei, disse no final de uma entrevista: “Eu posso não vê-lo
aqui novamente, mas eu gostaria que você saiba que você e eu estamos trabalhando
para os mesmos propósitos”, ele quis dizer que ele tinha o mesmo senso de comissão
como eu, um missionário tinha, e ele estava usando o oficio do vice-rei, com todas
suas perplexidades e responsabilidades, isto significa deixar sua vida cristã brilhar.
Ele fez isso.
"Uma
cidade situada em uma colina" uma vida elevada acima seus arredores não
podem deixar de ser elevados. Alguns de nós vivendo em depressão espiritual,
tente para dar expressão espiritual. O resultado é antinatural e tenso. "Vida
levantada, naturalmente levanta sua luz. Uma vida mais elevada do que o seu
entorno não pode ser escondida. A vida é a luz. Isso é a natureza da luz para
brilhar, do sal para permear, do cristão para compartilhar. Quando o cristão
não compartilha sua vida espiritual com os outros, mentira não só nega seu
Senhor, ele nega a própria vida.
"Ela
brilha para todos os que estão na casa." A religião deve ser tão livre
quanto a luz. Quando a Sra. Besant, a cabeça dos teosofistas, tentou aprender a
provar que havia um "cristianismo esotérico", ela citou textos, mas
esqueceu a textura da alma cristã. É aberto, franco e brilha para todos os que
estão na casa. "Os Evangelhos excluem ninguém, exceto aqueles que se
excluem." Não há esnobismo no evangelho, nem mesmo esnobismos espirituais.
CAPÍTULO VI
O QUE ELES SÃO PARA O PASSADO.
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