quarta-feira, fevereiro 04, 2009

The post-american world.



O livro de Fareed Zakaria que estou ouvindo atualmente.





O mundo pós-americano, é um mundo além da unipolaridade norte-americana, que conta mais com a crescente dos outros países do que própriamente uma decadencia do império norte americano.

Um dos pontos mais interessantes do livro, é que o mundo esta caminhando de um anti-americanismo para uma indiferença em relação aos EUA, principalmente com avanço economico dos países em desenvolvimento: China, India, por que não, Brasil.

Logo antes de observar que "a proporção de pessoas que vivem com 1 dólar ou menos por dia despencou de 40% em 1981 para 18% em 2004", que "só o crescimento da China tirou mais de 400 milhões de pessoas da pobreza", Zakaria ilustra essa mescla de emulação e competição com o modelo americano através dos seguintes exemplos: "O edifício mais alto do mundo está agora em Taipei e será superado, em breve, por um em construção em Dubai. A maior empresa de capital aberto do mundo é chinesa. O maior avião do mundo está sendo fabricado na Rússia e na Ucrânia, e as maiores fábricas estão todas na China. Londres está se tornando o principal centro financeiro e os Emirados Árabes Unidos abrigam o fundo de investimentos mais bem-dotado. Ícones outrora essencialmente americanos", ele arremata, "foram apropriados por estrangeiros". Embora o autor abrace perspectivas até certo ponto otimistas, seu enfoque não deixa de ser nuançado e realista. Convém, no entanto, lembrar que, se o livro de Zakaria se beneficia dos conhecimentos de alguém que vem de fora dos Estados Unidos, seu público-alvo, o leitor que ele tem sobretudo em mente é, ainda assim, o americano. Mais para o bem que para o mal, a obra é menos um estudo desinteressadamente acadêmico do que uma intervenção que ambiciona pesar na política exterior dos Estados Unidos. Vale a pena, assim, situar o autor no amplo espectro do debate de lá. Crítico da administração prestes a deixar o poder, em particular do que, subjazendo à Guerra do Iraque, se convencionou chamar de sua arrogância e unilateralismo, Zakaria tampouco se associa a seus críticos mais radicais. Nem isolacionista nem aliada aos que culpam o país por todos os achaques do planeta, a dele pode ser ouvida como uma voz que, moderada, prega menos a alteração completa de curso do que sua sintonização mais fina e sutil.

Nelson Acher, Veja 26.11.2008



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