quarta-feira, agosto 12, 2009

EUGENE PETERSON: Trovão Inverso


"È compreensível que muitos se ressintam de ter que se relacionar com a igreja,quando se interessam apenas em Cristo. Ela está repleta de ambiguidades, desfigurada por crueldade e covardia, maculada por hipocrisia e sofismas, a tal ponto que muitos se enchem de aversão por ela. A religião cristã é tão suscetível ao ataque da superstição e da fraude que não é de admirar que muitos se recusem a se associar a ela e busquem Cristo por outros caminhos e em outros lugares- em sistemas gnósticos e êxtases místicos, por exemplo" p. 61
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"O sacerdote apresenta Deus para nós e vice-versa. Liga o divino e o humano. Sua função não é proteger a santidade de Deus com a criação de barreiras que impeçam o acesso de humanos pecadores. Também não é proteger as fraquezas humanas do julgamento divino estabelecendo rituais como sistemas de defesa. Ele abre as passagens fechadas por medo, culpa, ignorância ou superstição para que o acesso seja livre. O sacerdote faz intermediação. Coloca-se ao nosso lado e ao lado de Deus" p. 62
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NÃO podemos deixar de reconhecer o contraste entre a visão de João e da grande estatua do sonho de Nabucodonosor, que Daniel interpretou (Dn 2:31-45). Ela tinha cabeça de ouro, torso de prata, ventre e quadris de bronze, pernas de ferro, mas pés de uma mistura de ferro e barro, que não fazem boa liga. A imagem era magnifica, construída com metais fortes e preciosos, mas sua base era defeituosa. Atingida por uma pedra , ela se desfez. (...)Aquele que sobrevive e triunfa interpreta a sucessão histórica de reinos condenados ao julgamento - a imagem do sonho de Nabucodonosor-. O contexto da interpretação vai além do texto que interpreta.
O Filho de Homem, Cristo, se coloca, na visão de João, em contraste com a estátua de pés defeituosos do sonho de Nabucodonosor e em continuação ao anjo de pernas de bronze- um ser que parecia homem, que fortaleceu a Daniel - Dn10.16-. Por mais impressionante e magnifica que seja, a sucessão de reinos deste mundo assenta-se sobre uma base imperfeita. Já o de Cristo repousa sobre um fundamento tão forte quanto sua superestrutura magnifica. A base de bronze é sólida. O bronze combina o ferro, que é forte mas enferruja, com o cobre que não enferruja, mas é maleável. Na ligação, a melhor qualidade de cada um fica preservada- a força do ferro e a durabilidade do cobre. Sobre essa base repousa o governo de Cristo: o fundamento de seu poder foi testado pelo fogo. p. 63-64
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"João destaca sete características para descrever o Filho do Homem, em arranjo simétrico. O primeiro e o último elementos: a cabeça branca e a face brilhante, são os mais importantes: perdão e bênção são a primeira e a ultima impressões. O segundo e o sexto, olhos e boca, são os órgãos do relacionamento, visão e audição são os meios principais de comunicação: Cristo mostra que Deus se relaciona conosco. O terceiro e quinto itens, pés e mão direita, os membros em par do corpo representam a capacidade - os pés concedem base sólida e mobilidade, a mão dirieta é instrumento para execução da vontade: Deus é capaz, e age em nosso favor. O quarto item, dessa série de sete, é a voz. A Voz está no centro. Todas as palavras proféticas e apóstolicas convergem para esta voz que troveja sons de amor apaixonado e de misericórdia urgente." p. 67
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"O treinamento acontece em sete áreas: somos ensinados a amar (Éfeso), sofrer (Esmirna), falar a verdade ( Pérgamo), ser santos (Tiatira), ser autênticos (Sardes), cumprir a missão ( Filadélfia) e adorar, usando tudo para louvar a Deus e recebendo dons para servi-lo (Laodicéia)" p. 84
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"Uma porta, apenas isso, separa o povo miserável, digno de compaixão da fartura da mesa da Comunhão. O próprio Cristo bate à porta. Com persistência e paciência, semana após semana, o convite ressoa. Vamos adorar a Deus? Abra a porta. Venha para a festa. Aceitarão eles o convite?
(...) através da porta, ele vê os membros de sua igreja reunidos na adoração no Dia do Senhor, como tinha sido costume desde o começo. A visão agora mostra a eles o significado glorioso do que fazem nos cultos dominicais" p. 91
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"Fracasso na adoração nos relega a inclinações instáveis, ficamos à mercê de toda propaganda, sedução, engodo. Sem o culto, passamos a manipular e ser manipulados. Avançamos em pânico aterrador ou letargia enganosa e, então, ficamos alarmados por espectros e nos acalmamos com placebos" p. 92
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"As colinas são um engano, assim como todo lugar casual ou pomposo em que as pessoas procuram um centro fácil e instantãneo. Gente que não adora vive em um enorme shopping center e avança de uma loja a outra, desperdiçando imensas quantidades de energia e fazendo infinitas incursões para atender primeiro às suas necessidades e depois a seus apetites, inclinações e fantasias. A vida se volta de repente de uma satisfação parcial para outra, interrompida apenas por fossos de decepção. o movimento se alimenta de ilusões sucessivas de que, comprando tal armário, tendo certo carro, comendo determinado alimento, ou bebendo certa bebid, a vida terá um centro e uma coerência" p. 93
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"A adoração é como uma pedra preciosa que revela todas as cores da luz que está em nosso interior e à nossa vida e nos deixa ofuscados" p. 96

Um comentário:

T. Zambelli disse...

Sugiro a leitura de Apocalyptic, por Leon Morris. O assunto é tratado, a meu ver, de uma forma bastante bíblica.