domingo, junho 27, 2010

Erwin McManus: Segundo Movimento

 

A próxima seção do livro de Erwin McManus, Uma Força em Movimento, vai tratar do segundo movimento, ou seja, o movimento coletivo, sendo o primeiro estudado – o individual. A seção tem dois capítulos, num fala-se sobre a E-Moção e noutro, sobre a  Arquitetura Cultural.

“As pessoas estão reunidas em função de um éthos que molda não apenas as ações, como também a mente e o coração. Deus enviou seu Filho para atrair os indivíduos para si, mas também o fez para transformar a cultura. E Jesus intercede para que sejamos um, assim como ele e o Pai são um”.

 

Capítulo  4.

E-MOÇÃO

O autor começa a detalhar  o conceito de ethos a partir da emoção, como um sentimento coletivo moldurado de forma cultural dentro de uma comunidade. Como um estado mental corporativo intenso que se apresenta de modo subjetivo, um sentimento comum.

O poder do éthos é que os seres humanos, se tornam, no dizer do autor, como esponjas que absorvem tudo quanto está ao seu redor.(p. 115)

Sendo assim, o autor expõe que o objetivo final do cristianismo não deveria fazer dos cristãos apenas bons cidadãos, mas revolucionários pela causa de Jesus Cristo. No sentido, da propositura de uma ordem nova de relacionamento social pautado no evangelho e não um amoldamento moralista ao mundo atual.

Erwin McManus cita um exemplo ruim e confuso dessa revolução Thomas Jefferson. sobre ele há um parágrafo, no mínimo, problemático:

“É absurdo o argumento segundo o qual Jefferson era um deísta e, portanto, não teria uma cosmovisão cristã. Ele era um bom deísta cristão. Suas conclusões eram resultado de uma mente formada a partir de valores cristãos, de crenças cristãs e de uma cosmovisão cristã. Mesmo sua convicção de que todos têm o direito de optar pelo culto que melhor lhes aprouver segue o princípio de que o Deus Todo-poderoso criou as pessoas com uma mente livre” (p. 121)

Ao meu ver, o exemplo de Jefferson é mais de como o ethos cristão pode funcionar mesmo com aqueles que negam seu fundamento, do que o exemplo de um catalisador cultural cristão.  Jefferson é mais uma esponja, do que uma torneira aqui.  Neste aspecto, o próprio autor volta dizendo que, “Jefferson apelou para o poder do éthos como algo maior que a mais alta forma de autoridade institucional ou governamental” (p. 122)

O éthos, como padrão cultural emergente tem, então, o poder de formentar o momentum, que pode gerar e definir uma cultura, pensando nas igrejas, o problema é que muitas congregações há apenas a reprodução em menor escala do éthos corrompido da sociedade, não se busca qualquer estratégia ou mesmo algo que seja irrelevante, há apenas uma reprodução do imaginário social e cultural.

“Em toda disciplinma, seja nas intelectuais ou artisticas, a igreja deveria despertar a inveja das nações, algo como a maneira pela qual a cultura judaica conseguiu manter um éthos que nutriu o intelecto de alguns dos mais renomados cientistas do mundo e a capacidade artística de vários cineastas mais talentosos. O direito de nascença da igreja é o de ser a principal fonte de criatividade e potencial humano”.

Não há um dualismo dialético entre a ação humana e a glória de Deus, o éthos apostólico funde as duas correntes num fluxo redentório da humanidade, por meio da sua morte e ressureição, Jesus acionou um éthos capaz de ser aplicado em todas as expressões culturais deste planeta.

O autor termina o capítulo, lembrando…

“Não basta receber a luz: é preciso ser inflamado. Por muito tempo nos concentramos em assegurar que as pessoas acreditassem nas coisas certas, mas não ligamos para suas preocupações. Sei que isso pode parecer heresia, porém é mais importante mudar o alvo dos cuidados das pessoas do que as coisas que elas acreditam! Você pode crer sem se importar, mas não dá para se importar sem crer. Não podemos encher nossas igrejas com gente que mantém crenças bíblicas e preocupações mundanas. Quando despertamos o éthos apostólico, o coração de Deus começa a pulsar na igreja de Jesus Cristo. A fé cristã é uma experiência mobilizadora!” p. 125

 

 

capítulo CINCO

ARQUITETURA CULTURAL

O autor coloca que cada cultura tem uma formação própria que é tão espiritual quanto natural. A tarefa da liderança é auxiliar a igreja na formação, construção desta obra cultural revolucionária que é o éthos apostólico.

“Se as igrejas locais são, em essência, subculturas espirituais esperando para se transformar em revoluções culturais, então nós, como líderes espirituais, precisamos nos envolver em nosso ambiente como arquitetos culturais”. (p. 132)

Neste sentido, o autor busca as metáforas que simbolizam um certo padrão cultural ou uma cultura, tais como bandeiras nacionais, times de futebol, etc.

Neste sentido, a metáfora da igreja, da fé cristã é a cruz, ela vai além do memorial do sacríficio de Jesus e se torna um convite a cada cristão a negar-se a si mesmo e seguir a Cristo carregando a sua própria cruz. É uma metáfora, que brilhantemente resuma o autor, implica em sacrifício e serviço. Sendo esta metáfora reforçada no batismo

“O batismo é uma sepultura aquática. É outro memorial da morte, do sepultamento e da ressureição de Jesus Cristo.  Toda pessoa que passa a fazer parte da comunidade cristã precisa declarar pessoalmente sua morte, seu sepultamento e sua ressureição de um modo peculiar e extraordinário. Todo seguidor de Jesus Cristo entra em sua sepultura para depois viver” p. 133

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