O EVANGELHO É ÚNICO
Gálatas 1:1-9: Paulo, apóstolo
(não da parte dos homens, nem por homem algum, mas por Jesus Cristo, e por Deus
Pai, que o ressuscitou dentre os mortos), E todos os irmãos que estão comigo,
às igrejas da Galácia: Graça e paz da parte de Deus Pai e do nosso Senhor Jesus
Cristo, O qual se deu a si mesmo por nossos pecados, para nos livrar do
presente século mau, segundo a vontade de Deus nosso Pai, Ao qual seja dada
glória para todo o sempre. Amém. Maravilho-me de que tão depressa passásseis
daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho; O qual não é
outro, mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o evangelho de
Cristo. Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho
além do que já vos tenho anunciado, seja anátema. Assim, como já vo-lo
dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro
evangelho além do que já recebestes, seja anátema.
Paulo está espantado porque os novos cristãos da Galácia deixaram
o evangelho para viver um outro evangelho.
Qual seria este outro evangelho?
Existia lá alguns que estavam
pervertendo o evangelho, um grupo de ensinadores que estavam obrigando os cristãos
gentios a guardarem os costumes judaicos da lei mosaica- como leis de dieta, circuncisão
e outras leis cerimoniais.
1.
O
1. A AUTORIDADE DE PAULO.
Qual era a autoridade de Paulo?
Paulo se declara como um apostolo, um apostolo era um homem que foi enviado com
autoridade divina. Ele deixa bem claro
isto dizendo que não foi por homens. Ele está afirmando que foi chamado por
Deus, diretamente pelo Jesus ressuscitado como está em Atos 9:1-19.
Nos versículos 8 e 9, Paulo diz
que foi enviado com uma mensagem divina em particular, o evangelho. E este é o padrão, para dizer se uma doutrina
é falsa ou correta. “Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já
recebestes, seja anátema”. Mesmo um apostolo não pode revisar ou adicionar nada
a mensagem de Cristo. O que ele está dizendo é que não foi resultado do seu
estudo, pesquisa ou reflexão, mas é uma mensagem revelada por Deus.
A grande questão levantada em torno do Apostolado de Paulo era a necessidade de ter conhecido Jesus e sua ressurreição, como vimos em Atos 1:21-22 na ocasião da escolha de Matias para o lugar de Judas, o Iscariote, junto aos doze:
É necessário, pois, que, dos homens que conviveram conosco todo o tempo em que o Senhor Jesus entrou e saiu dentre nós, Começando desde o batismo de João até ao dia em que de entre nós foi recebido em cima, um deles se faça conosco testemunha da sua ressurreição.
Mas Paulo se encaixa perfeitamente nessa condição e pode ser concebido como o 13o. apóstolo, porque:
Não sou eu apóstolo? Não sou livre? Não vi eu a Jesus Cristo Senhor nosso? Não sois vós a minha obra no Senhor? 1 Coríntios 9:1
John Stott coloca os seguintes argumentos:
"Se Paulo não fosse um apóstolo de Jesus Cristo, então as pessoas poderiam rejeitar o seu evangelho- e sem dúvida o fariam. Mas já que o que ele transmitia era mensagem de Cristo, ele não podia suportar tal rejeição. Por isso ele defendia a sua autoridade apostólica, a fim de defender sua mensagem" (p. 16)
"a opinião bíblica assinala que os apóstolos derivaram sua autoridade de Deus através de Cristo. A autoridade apostólica é autoridade divina. Não é humana, nem eclesiástica. E, sendo divina, temos de nos submeter a ela" (p. 18)
2. O QUE É O EVANGELHO?
2.
O qual se deu a si mesmo por nossos pecados, para nos livrar do
presente século mau, segundo a vontade de Deus nosso Pai, Gálatas 1:4
Quem nós éramos: Sem ajuda e
perdidos. Isto é o que o versículo 4 quer nos dizer. Outras religiões ensinam,
mas não resgatam. As pessoas podem até
pensar que um cristão é alguém que segue o ensino e exemplo de Jesus. Mas Paulo
diz que isto é impossível, afinal, você não resgata pessoas a menos que elas
estejam em uma situação que não podem se ajudar.
Imagine uma pessoa se afogando, você
não pode ajudar ela jogando um manual de como nadar, você não joga um livro,
joga uma corda. Não existe nada em nós que pode nos ajudar a salvar-nos. Isto se
chama depravação total.
O que Jesus fez: Como Jesus nos resgatou? Ele deu a si mesmo por
nossos pecados. Ele se sacrificou em nosso lugar, nos substituiu. Isto é que faz
o evangelho tão diferente de tudo o mais, a morte de Cristo foi apenas um sacrifício,
foi um sacrifício substitutivo.
Ele não nos deu apenas uma
segunda chance, dando a nós a oportunidade de vivermos com Deus, Ele fez tudo
que nós precisávamos fazer, mas não poderíamos fazer.
Se a morte de Jesus realmente
pagou os nossos pecados em nosso fazer, nós nunca mais podemos cair em
condenação porque Deus não tomaria dois pagamentos pelo mesmo pecado, Jesus fez
tudo que nós deveríamos fazer em nosso lugar, então quando Ele se torna o nosso
salvador, nos estamos totalmente livres da penalidade ou da condenação.
O que o Pai fez: Deus aceitou a obra de Jesus em nosso favor,
levantando Ele da morte e nos dando graça e paz que Cristo conquistou para nós.
Por que Deus fez isto: tudo isto foi feito pela graça de Deus, segundo
sua vontade (vs.4). A gente não pediu
para ser salvo, mas Deus por sua graça
planejou e Cristo veio e conquistou o resgate que nunca poderíamos achar por
nós mesmos.
Tudo foi realizado pela vontade
de Deus, por pura graça. Esta é a razão de
que a gloria é somente para Deus como está no verso 5. Se nós contribuíssemos com o nosso resgate ou
se Deus tivesse visto algo que merecia ser resgatado, ou útil ao seu propósito divino,
ou mesmo se nós fossemos resgatados pelo nosso próprio entendimento, então haveria
alguma parcela nossa neste resgate.
Mas, o evangelho bíblico é claro,
a salvação, do começo ao fim, é Deus trabalhando. É o seu chamado, seu plano,
sua ação e sua obra. E é Deus que é digno de toda a glória.
"A obra de Cristo é uma obra acabada; e o evangelho de Cristo é o evangelho da graça livre. A salvação é só pela graça, só pela fé, sem mistura alguma de obras ou méritos humanos. Ela é totalmente devida à vocação graciosa de Deus, e não a qualquer obra de nossa parte" (John Stott, p. 23)
Esta humilhante verdade está no
centro do Evangelho. Nossos corações adoram fabricar glória para nós. Nós sempre encontramos mensagens de
auto-salvação que são muito atraentes ) guarde estas regras e você vai receber
as bênçãos espirituais).
Nós estávamos numa posição sem esperança
que a nossa necessidade por um resgate não tem nada a ver com a gente. Deus em
Jesus nos deu um resgate que nos leva mais além de qualquer falsa salvação que
o coração pode gostar de buscar.
3. O OUTRO EVANGELHO
3. Qualquer mudança na graça do
Evangelho gera um outro evangelho. Deus
nos chamou, não fomos nós que o chamamos. A ordem do Evangelho é que Deus nos
aceita, aí nos o seguimos. Os sistemas religiosos dizem que devemos dar algo a
Deus e, assim, Deus nos aceita. Qualquer
ensino que adiciona algo a Cristo como o que nos leva a sermos aceitos por Deus
é outro evangelho.
O evangelho está baseado em dois
fatos:
1. Nós
somos tão pecadores que não podemos contribuir com a nossa salvação.
2. Nós
somos salvos pela fé na obra de Jesus e nada mais.
Algumas formas erradas de
entender isto:
1. Quando
achamos que o tamanho da nossa crença nos faz aceitos por Deus.
2. Quando
achamos que sendo bons e vivendo uma boa vida somos aceitos por Deus.
3. Quando
achamos que certos comportamentos nos fazem aceitos por Deus.
"
4. CONSEQUÊNCIAS DO VERDADEIRO E DO FALSO EVANGELHO.
Mas, ainda que nós mesmos ou um
anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado,
seja anátema. Gálatas 1:8
Paulo está nos dizendo que a
autoridade apostólica é derivada da autoridade do evangelho, somos julgados
pelas Escrituras e não por nossas emoções ou pensamentos.
Quando modificamos o evangelho,
estamos:
Abandonando
aquele que nos chamou (vs. 6): um entendimento equivocado da doutrina do evangelho
leva a uma compreensão errada da pessoa de Jesus.
Num
Evangelho que não é mais evangelho ( vs. 7): a mensagem do evangelho é que somos salvos
pela graça de Deus e nada mais que isto.
Trazendo
condenação (vs.8-9): o senso de condenação e maldição sempre estará presente
quando nos afastamos do verdadeiro evangelho, quando buscamos outros meios para
a nossa salvação.
John Stott coloca dois fatores para sabermos que estamos lidando com um verdadeiro evangelho:
1. a substância do evangelho: é o evangelho da graça, do favor livre e imerecido de Deus.
2. a fonte do evangelho: o verdadeiro evangelho é o evangelho dos apóstolos de Jesus Cristo, é o do Novo Testamento.
O presente século mau ainda pode
influenciar os cristãos a se afastarem do evangelho verdadeiro.
FONTES:
GUTHRIE, Donald Gálatas: introdução e comentário Vida Nova, 1999
KELLER, Timothy Galatians
for You The Good Book Company, 2013.
STOTT, John A mensagem de Gálatas ABU, 1997.