terça-feira, setembro 18, 2018

CRUCIFICAÇÃO: Páscoa e Exodo


A PASCOA E O ÊXODO
O VELHO E NOVO TESTAMENTO
Qual seria a relação entre a cruz e o Antigo Testamento? O Novo Testamento não irá funcionar sem o Antigo,  Jesus de Nazaré não conhecia outra Escritura senão a Lei e os Profetas nem tampouco os apóstolos.
O TEMA DA LIBERTAÇÃO
Para entendermos a ligação entre a cruz  e os motivos bíblicos, dois temas foram propostos por Rutledge:
1.       Existe o pecado e a culpa pelos quais uma reparação é realizada.
2.       Existe a escravidão, prisão e a opressão das quais a humanidade precisa ser libertada.
Ambas as categorias irão funcionar com relações mutuas, a narrativa original de libertação é a respeito do êxodo do Egito.

Então testificarás perante o Senhor teu Deus, e dirás: Arameu, prestes a perecer, foi meu pai, e desceu ao Egito, e ali peregrinou com pouca gente, porém ali cresceu até vir a ser nação grande, poderosa, e numerosa. Mas os egípcios nos maltrataram e nos afligiram, e sobre nós impuseram uma dura servidão.  Então clamamos ao Senhor Deus de nossos pais; e o Senhor ouviu a nossa voz, e atentou para a nossa miséria, e para o nosso trabalho, e para a nossa opressão.  E o Senhor nos tirou do Egito com mão forte, e com braço estendido, e com grande espanto, e com sinais, e com milagres;  E nos trouxe a este lugar, e nos deu esta terra, terra que mana leite e mel.  E eis que agora eu trouxe as primícias dos frutos da terra que tu, ó Senhor, me deste. Então as porás perante o Senhor teu Deus, e te inclinarás perante o Senhor teu Deus, (Dt. 26:5-10)
O grande credo é o paradigma do caminho de Deus com seu povo, um caminho que é atestado desde do grito da dor humana quando o sangue de Abel clamou da terra, através dos clamores das vitimas de Sodoma e Gomorra, o povo debaixo da opressão nos tempos dos juízes, um povo exilado na Babilonia, e os que sofreram cujas vozes é ouvida nos salmos de lamento, para o choro de abandono do justo de Deus sofrendo na cruz.

PASCOA E A CEIA DO SENHOR
Até hoje, os judeus continuam dizendo nós ao invés deles quando eles contam a historia do êxodo durante a ceia da pascoa. Isto é de grande significância, já que é um entendimento que a bíblia entende o êxodo como um evento vivo. Como diz Amós,  centenas de anos após:
Assim diz o Senhor: Por três transgressões de Israel, e por quatro, não retirarei o castigo, porque vendem o justo por dinheiro, e o necessitado por um par de sapatos,  Amós 2:6
Também vos fiz subir da terra do Egito, e quarenta anos vos guiei no deserto, para que possuísseis a terra do amorreu. Amós 2:10

A velha historia sobre os pais e mães se torna uma nova para as gerações emergentes.
A ceia da pascoa é uma ordenança na Torá:
"Este dia será um memorial que vocês e todos os seus descendentes o comemorarão como festa ao Senhor. Comemorem-no como decreto perpétuo. Durante sete dias comam pão sem fermento. No primeiro dia tirem de casa o fermento, porque quem comer qualquer coisa fermentada, do primeiro ao sétimo dia, será eliminado de Israel. Convoquem uma reunião santa no primeiro dia e outra no sétimo. Não façam nenhum trabalho nesses dias, exceto o da preparação da comida para todos. É só o que poderão fazer. "Celebrem a festa dos pães sem fermento, porque foi nesse mesmo dia que eu tirei os exércitos de vocês do Egito. Celebrem esse dia como decreto perpétuo por todas as suas gerações.  Êxodo 12:14-17

A pascoa é observada como um dia memorial. Memoria (lembrança) no pensamento bíblico não significa trazer a mente, Relembrar é presente e ativo. Por esta razão é que se diz que não foram nossos ancestrais trazidos por Deus da escravidão para liberdade, mas nós mesmos. A ceia da pascoa não é um memorial do ato de salvação de Deus no passado, mas uma apropriação do mesmo poder salvífico no presente.
A historia do êxodo começa dizendo:
Muito tempo depois, morreu o rei do Egito. Os israelitas gemiam e clamavam debaixo da escravidão; e o seu clamor subiu até Deus. Ouviu Deus o lamento deles e lembrou-se da aliança que fizera com Abraão, Isaque e Jacó. Deus olhou para os israelitas e viu qual era a situação deles.  Êxodo 2:23-25

A primeira vista, pode parecer que Deus se esqueceu e agora se lembrou. Semelhantemente, orações pedindo que Deus se lembre tem sido mal interpretadas- como se Deus precisasse de nós para o lembrarmos de algo que de outra forma ele se esqueceria! Isto nunca foi o sentido de lembrar-se nas orações na igreja. Lembrar-se nas Escrituras se refere a uma ação presente. Se uma mulher pede para Deus lembrar-se de sua mãe, isto não significa “por favor, pense a respeito da minha mãe de tempos em tempos”. Isto significa, “tome uma ação em favor da minha mãe”’. Da mesma forma, se dizemos que a Ceia do Senhor é um memorial, não quer dizer que estamos simplesmente pensando sobre Jesus e sua ultima ceia. Quando repetimos as palavras de Jesus, “faça isto em memória de mim” no culto de comunhão, não estamos apenas trazendo Jesus para mente. Jesus é ativamente presente com poder na comunhão do seu povo.
A pascoa e o êxodo estão refletidos na ceia do Senhor de diversas maneiras.  A morte de Jesus foi construída desde seus primeiros momentos da igreja primitiva como uma nova pascoa e sua ressurreição como o novo êxodo, Paulo cerca de vinte e cinco anos após a ressurreição, escreve:
Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós. Por isso façamos a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os ázimos da sinceridade e da verdade.  1 Coríntios 5:7,8
A ênfase vai em dois temas:
1.       RESGATE DA MORTE, como na noite quando o anjo da morte passou sobre os lares dos israelitas.
2.       LIBERTAÇÃO DA ESCRAVIDÃO, como na passagem sob o Mar Vermelho.
O sangue do cordeiro pascoal não foi, neste contexto, uma oferta pelo pecado, mas uma própria ordenação de Deus para preservar seu povo da morte. A morte fática de Jesus coincide com o sacrifício dos cordeiros pascoais. 
Apesar que em  João 1:29 : Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
Já Pedro tem uma leitura baseada no Servo Sofredor de Isaias 53: 
Quando insultado, não revidava; quando sofria, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga com justiça. Ele mesmo levou em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, a fim de que morrêssemos para os pecados e vivêssemos para a justiça; por suas feridas vocês foram curados. 1 Pedro 2:23,24
O EXODO DE UMA PERSPECTIVA ESCATOLOGICA
Vivo eu, diz o Senhor DEUS, que com mão forte, e com braço estendido, e com indignação derramada, hei de reinar sobre vós. E vos tirarei dentre os povos, e vos congregarei das terras nas quais andais espalhados, com mão forte, e com braço estendido, e com indignação derramada. E vos levarei ao deserto dos povos; e ali face a face entrarei em juízo convosco; Como entrei em juízo com vossos pais, no deserto da terra do Egito, assim entrarei em juízo convosco, diz o Senhor DEUS. Ezequiel 20:33-36


Nenhum comentário: