sexta-feira, outubro 02, 2020

GEERHADUS VOS: O MAPAMEAMENTO DO CAMPO DA REVELAÇÃO

 


CAPÍTULO 2

O MAPAMEAMENTO DO CAMPO DA REVELAÇÃO

Revelação Especial x Revelação Geral

GERAL: também é chamada de revelação natural

ESPECIAL: sobrenatural

A revelação geral vem a todos, a especial a um circulo mais limitado.

 

REVELAÇÃO NATURAL

Pode ser de NATUREZA INTERIOR- Deus nos revela a si mesmo por meio da consciência religiosa e da consciência moral ou por NATUREZA EXTERIOR  nas obras da natureza exterior.

Para VOS, deve haver algum conhecimento inato de Deus a partir da pressuposição de que o homem foi criado à imagem do próprio Deus.

Esse conhecimento natural deve ser acrescido de uma autorrevelação sobrenatural.

Para VOS, a sobrenaturalidade em revelação não se origina no fato do pecado.

A natureza interior não mais funciona normalmente no homem pecador. Seu senso de Deus, tanto moral como religioso, pode ter se tornado impreciso e cego e a busca por Deus na natureza exterior tem se tornado objeto de erro e distorção. O senso inato de Deus, estando mais perto do ser interior do homem, é mais afetado seriamente por esse do que sua observação externa da escrita (assinatura) de Deus na natureza. Daí a exortação nas Escrituras endereçada aos pagãos para que eles corrijam suas preconcepções tolas sobre a natureza de Deus derivadas das obras da criação (p.ex.: Is 40.25,26; SI 94.5-11). Contudo, a correção principal do conhecimento natural de Deus não pode vir da natureza interior em si; essa correção deve ser suprida pela sobrenaturalidade da redenção (VOS, p.34)

A função mais importante da revelação especial sob o regime do pecado não está tanto na correção da faculdade de percepção humana caída, mas na introdução do homem à verdade da redenção agora disponível.

 

Em virtude disso, é dada ao conteúdo essencial na nova revelação redentora uma forma permanente: primeiro, por meio da tradição; então, por meio do registro da tradição em escritos sagrados e inspirados. Ao final, não haverá nenhum requisito a ser acrescentado no estado aperfeiçoado das coisas seja para essa objetividade de conteúdo ou para essa estabilidade da forma

 

REVELAÇÃO ESPECIAL PRÉ REDENTORA E REDENTORA

Antes da Queda, havia uma revelação especial que transcendia o conhecimento natural de Deus?

A religião é um intercurso pessoal entre Deus e o homem, neste sentido, a religião necessita de um conhecimento baseado em fontes diretas.

O estado original do homem era um estado indefinido sob prova: ele permaneceria de posse do que tinha à medida que não cometesse pecado, mas esse não seria um estado no qual a continuidade de seu status moral e religioso pudesse ser-lhe garantida (...)Contudo, a natureza de um período de provas concentrado e intensificado requereria que o homem devesse estar a par do fato da provação e de seus termos. Daí a necessidade de uma revelação especial com provisão para isso. (VOS,p. 37)

A DIVISÃO ENTRE REVELAÇÃO ESPECIAL REDENTORA “BERITH” E “DIATHEKE”

Pacto de Graça x Pacto de Obras.

O Antigo Testamento não é igual ao pacto de obras. A parte do AT após a Queda pertence a primeira parte do Pacto da Graça, sendo período deste pacto que antecede a vinda do Messias.

A palavra BERITH significa pacto, não há na Bíblia judaica a ideia de um testamento como ultimo desejo.

Inalterabilidade, certeza, validade eterna  e não sua natureza voluntaria  e mutável  caracterizam o BERITH.

DIATHEKE significava uma disposição que alguém fez de si mesmo, no uso legal seria o testamento como expressão de um ultimo desejo.

Eles sentiram que diatheke sugeria uma disposição soberana, nem sempre partindo da natureza de um último desejo, e restauraram esse antigo significado. E, desse modo, eles não somente superaram um obstáculo; também registraram o ganho positivo de serem aptos a reproduzir um elemento muito importante na consciência de religião presente no Antigo Testamento (VOS, p.40)

ANTIGO BERITH X NOVO BERITH

Finalmente, deve-se notar que, quando a Bíblia fala de um duplo berith, uma dupla diatheke, por “antiga” aliança se entenda não o período inteiro que vai da Queda do homem a Cristo, mas o período desde Moisés até Cristo. Entretanto, o que precede o período mosaico na descrição de Gênesis pode ser apropriadamente incorporado sob a “Antiga Aliança”. No Pentateuco, ela tem a função do prefácio à narrativa das instituições mosaicas e o prefácio pertence à capa do livro. De igual modo, a “Nova Aliança”, no sentido periódico, soteriológico da palavra, vai além do tempo de vida de Cristo na terra e da era apostólica; ela não somente nos inclui, mas se estende e cobre o estado escatológico ou eterno. (VOS, 41-42)

O texto de Vos nos deixa assim:

Período Criação até Moisés – Antiga Aliança - PREFÁCIO

Período Moisés até Cristo – antiga aliança  - ANTIGO

Período Cristo até eternidade – Nova Aliança – NOVO

 

Pacto das obras – Até a Queda

Pactos da Graça – dois testamentos, após a Queda.

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