CAPITULO 3
CONTEUDO DA REVELAÇÃO ESPECIAL
PRÉ-REDENTORA
QUATRO PRINCÍPIOS
1. PRINCIPIO
DA VIDA: simbolizado pela Arvore da Vida
2. PRINCÍPIO
DO TESTE OU PROVAÇÃO: simbolizado pela Arvore do Conhecimento do Bem e do Mal
3. PRINCIPIO
DA TENTAÇÃO E PECADO: simbolizado na Serpente
4. PRINCIPIO
DA MORTE: refletido na dissolução do corpo.
1.PRINCÍPIO DA VIDA
A arvore esta colocada no meio do
jardim.
O jardim é de Deus, um
lugar de recepção do homem na comunhão com Deus em sua própria habitação. O
caráter teocêntrico da religião encontra sua primeira, mas já fundamental,
expressão nesse arranjo (cf. Gn 2.8; Ez 28.13,16).
→ A vida vem de Deus. A vida
pode ser entendida como a comunhão com Deus.
A verdade,
portanto, que é claramente estabelecida, indica que a vida vem de Deus; que,
para o homem, ela consiste em proximidade de Deus e que o foco central da
amizade de Deus com o homem é comunicá-la. Na sequência, o mesmo princípio
aparece de maneira negativa por meio da expulsão do homem pecaminoso do paraíso
(VOS, 45)
Para VOS, a Arvore da Vida estava reservada para o
futuro, para ser comida após o período de provação, seria um meio sacramental
para comunicar essa vida mais elevada.
2. PRINCIPIO DA PROVAÇÃO
A Arvore do Conhecimento do Bem e
do Mal.
a. Interpretação
mítica: Enxerga a arvore como uma
historia mítica que foi incorporada no registro bíblico, os deuses não querem
que os homens tenham um privilegio divino, para alguns o conhecimento do bem e
do mal seria a razão. O ponto em comum é a noção de um deus enciumado.
b. Interpretação
– conhecer como escolher: o nome seria a arvore da escolha do bem e do mal.
Conhecer aqui significaria “a escolha independente e autônoma contra a direção de Deus sobre o que era
bem e o que era mal para o homem”. O problema desta interpretação é a própria interpretação
que ela faz do verbo conhecer que seria mais parecido com uma escolha presunçosa,
mais como descrição de um ato do que propriamente de um estado do homem.
c. Instrumento
dado por Deus para conduzir o homem por meio da provação àquele estado de maturidade moral e religiosa com à qual
está relacionada sua bênção mais elevada:
o conhecimento do bem ou do mal não é uma coisa negativa em si mesma,
mas deveria acontecer de maneira positiva, com o homem prevalecendo sob a provação.
O homem obteria alguma coisa que ele não tinha obtido antes. Ele
aprenderia o bem em sua clara oposição ao mal, e o mal em sua clara oposição ao
bem (...)A ideia era o homem chegar a esta escolha por causa de Deus
somente, por isto mesmo, há apenas o mero comando de Deus sem discussão ou explicações.
Mas o propósito da provação era precisamente afastar o homem por um
momento da influência de sua inclinação ética própria ao ponto em que sua
escolha seria somente em razão de sua ligação pessoal com Deus.
A partir
do verdadeiro entendimento do propósito da árvore é que nós devemos distinguir
a interpretação aplicada a ela pelo tentador de acordo com Gênesis 3.5. Ela
traz em si uma implicação dupla: a primeira é que a árvore tem em si mesma, de
um modo mágico, o poder de conferir conhecimento do bem e do mal. Isso rebaixa
o todo da transação da sua esfera religiosa e moral para a esfera mágico-pagã.
Em segundo lugar, Satanás explica a proibição como tendo sido motivada por
inveja. Já vimos que isso é um tipo de interpretação mitológica pagã. De novo,
a declaração divina em Gênesis 3.22 faz alusão a essa representação enganosa do
tentador. É irônica. (VOS, p.50)
3. PRINCIPIO DA TENTAÇÃO E DO PECADO SIMBOLIZADO NA SERPENTE.
Há uma diferença entre provação e
tentação, por trás, da provação existe o designio bom, enquanto que por trás da
tentação, há um designio mau, mas ambos trabalham com mesmo material!
Deus não tenta a ninguém com
intento maligno -Tg 1:13
Serpente real com poder demoníaco.
Por que a mulher? Talvez, por não
ter recebido diretamente a ordem divina – Gn 2:16,17
Tentação
a. Proposito
central é inserir a duvida na mente da mulher que leva a desacreditar na
Palavra de Deus. Após isso, a serpente diz que Deus havia proibido todas as
arvores do jardim.
b. A
reação da mulher. Na sua primeira resposta, ela
confirma a ordem de Deus, mas estende o escopo da ordem para o não tocar.
Ela começa um processo de ruptura entre os direitos de Deus e os seus próprios direitos.
Ao ouvir isto, a serpente busca ativar a desconfiança da mulher à Palavra de
Deus,
A intenção é fazer que a declaração de Deus seja
tida como mentirosa e isso da maneira mais acentuada. E quanto à tentação de
acusar Deus de mentiroso, as razões para a probabilidade de ele estar mentindo
são acrescentadas: Deus é aquele cujos motivos fazem que sua palavra não seja
confiável. A razão de ele mentir é seu egoísmo: “porque Deus sabe que no dia em
que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do
bem e do mal”. (VOS, p. 53)
A mulher age na suposição de
que os intentos de Deus não são amigáveis, enquanto Satanás é apresentado como
aquele cujo desejo é o de promover o bem-estar dela.
4.PRINCIPIO DA MORTE SIMBOLIZADO PELA DISSOLUÇÃO DO CORPO
A morte é a
penalidade do pecado, que a
raça humana se tornou sujeita à morte
por meio do primeiro pecado.
Primeiro, a
árvore da vida é representada como alguma coisa da qual o homem não havia
comido ainda; portanto, ele não estava ainda dotado com vida e, consequentemente,
sujeito à morte
Para VOS, a ARVORE DA VIDA era um
sacramento futuro que seria dado ao homem.
Segundo, em
Gênesis 3.19 somos informados de que se afirma de maneira explícita que o
retorno do homem ao pó é natural: “até que tornes à terra, pois dela foste
formado; porque tu és pó e ao pó tornarás”.
Para VOS, não é possível usar
este verso para dizer que o homem foi
criado mortal porque está dentro da maldição, como também não é possível discernir
que a morte prematura como o castigo,pois a frase anterior fala de um processo
lento. Para VOS, A explicação simples é que elas não declaram o encargo
natural da morte, mas explicam particularmente a forma na qual a maldição da
morte tinha sido expressa naquela expressão anterior, a forma de um retorno ao
pó.
Terceiro,
Gênesis 2.17 prova que o sentido da ameaça não era: o pecado causará a tua
morte; mas, simplesmente: o pecado te submeterá a uma morte instantânea,
prematura: “no dia em que dela comeres, certamente morrerás”.(VOS, p.54-55)
Quanto ao dia, a ideia é a da
certeza do castigo – 1Rs 2:37
MORTALIDADE E IMORTALIDADE
IMORTALIDADE, no sentido
FILOSOFICO, a persistência da alma mesmo após a dissolução do corpo com a manutenção
da identidade do ser individual. Neste sentido, todos são imortais.
IMORTALIDADE no sentido TEOLÓGICO,
o estado do homem no qual ele não não tem nada em si que venha causar a morte. Podemos
dizer que o homem foi criado imortal, mas esta foi perdida por conta da Queda.
Nesse
segundo sentido, pode-se dizer com propriedade que o homem foi criado
“imortal”, mas não depois da Queda, pois mediante o ato pecaminoso o princípio
da morte entrou nele. Se antes ele apenas estava sujeito à morte sob certas
circunstâncias, agora ele tem de morrer inevitavelmente (VOS, p.57)
IMORTALIDADE no sentido ESCATOLÓGICO:
tal imortalidade é propriedade de Deus que a tem por natureza, como também a
natureza humana glorificada de Cristo, por conta da ressurreição, e daqueles
que foram regenerados já em principio no tempo presente – Jo 11:26.
No
primeiro sentido, ele nunca é mortal. No segundo sentido ou período, ele era tanto
mortal como imortal, sendo que, em ambos, de acordo com a definição usada, ele
era mortal, já que ainda não estava elevado acima da contingência da morte, mas
era não-mortal já que não carregava em si a morte como se fosse uma doença.
Aqui, portanto, imortalidade e mortalidade coexistiam. No terceiro período, ele
é somente mortal, em todos os sentidos (exceção feita ao sentido filosófico):
ele deve morrer; a morte está em operação nele. Finalmente, no quarto período,
a palavra “mortal” tem apenas uma aplicação qualificada ao homem regenerado,
enquanto durar seu estado terreno a morte ainda existe e está em operação em
seu corpo, mas ela, em princípio, foi excluída do centro de seu espírito
renovado e foi suplantada por uma vida imortal, a qual está destinada, no fim,
a vencer e expulsar a morte. Nesse caso, a coexistência da mortalidade com a
imortalidade está baseada na natureza bipartida do homem. (VOS, p.57)
Para VOS, a morte afeta o homem
de diversas formas por conta de sua natureza bipartida – corpo e alma-.
No sentido filosófico, se
considerando apenas a alma, ele seria imortal.
No sentido teológico, pode ser considerado antes da queda
como tanto mortal como imortal, pois não havia ainda o pecado e a semente da
morte em si mesmo mas havia a morte como acidente de seu ser – (uma explicação um
pouco confusa.)
Após a queda, ele é mortal em em
si mesmo e também sujeito a morte.
No homem regenerado, a morte se
aplica ao seu corpo, mas o centro de vida agora é imortal, o que dará uma vida após
a morte.
Talvez, numa teoria tripartida do
homem, estas explicações funcionariam melhor.
Depois desse período confuso, VOS busca explicar
o que significa a morte no texto de Genesis. Primeiro, ele rejeita que o texto
diga que a partir daquele momento as pessoas se tornaram mortais ou que começariam
a morrer, como vimos acima, ele já considerada que possibilidade da morte como predicado
acidental para o sujeito.
Para VOS, a Raiz da morte está em alguém ser enviado
para longe da presença de Deus
Estava
anunciado que a morte carregava a separação de Deus, uma vez que o pecado
implicava tanto morte como exclusão para fora do jardim. Se a vida consistia em
comunhão com Deus, então, pensando em termos de opostos, é possível interpretar
a morte como sendo separação de Deus. (p. 58)
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