quinta-feira, janeiro 29, 2009

The Economist 29.01.2009







Arrebatamento por Hoekema


Abordaremos primeiramente a questão sobre se a Segunda Vinda é um evento único ou se é dividida em dois estágios. O dispensacionalismo pré-tribulacionista1 fala e uma vinda dupla de Cristo, intermediada por um intervalo de sete anos. Então, a primeira etapa da Segunda Vinda é denominada arrebatamento (ou o arrebatamento pré-tribulacinal), enquanto que a segunda etapa, na qual Cristo instaurará seu Reino milenar, é denominada sua volta. Embora uma discussão mais completa do premilenismo dispensacionalista será deixada para mais tarde, precisamos agora examinar a questão da vinda dupla.
O ponto de vista dispensacionalista pré-tribulacional, sobre este assunto, conforme desenvolvido na New Scofield Bible (Nova Bíblia de Scofield) é o seguinte:

A primeira etapa da volta de Cristo será o assim chamado arrebatamento3, que pode acontecera qualquer momento. Nesta ocasião, Cristo não percorre todo o caminho até a terra, mas somente parte do caminho. Então acontece a ressurreição de todos os verdadeiros crentes4. Após esta ressurreição, os crentes que ainda estavam vivos serão subitamente transformados e glorificados. Agora acontece o arrebatamento de todo o povo de Deus: Os crentes ressuscitados e os crentes transformados são rapidamente elevados às nuvens para encontrar nos ares o Senhor que desce. Este corpo de crentes, denominado a Igreja, segue agora para ao céu com Cristo, para com ele celebrar durante sete anos as bodas do Cordeiro5.
Durante este período de sete anos, enquanto a Igreja permanece no céu, vários eventos sucederão sobre a terra: (1) a tribulação predita em Daniel 9.27 começa agora, sua última metade sendo assim chamada grande tribulação; (2) o anticristo (ou “a besta que emerge do mar”) começa então seu reinado cruel - um reinado que culminará em sua exigência para ser adorado como Deus (3) agora caem juízos terríveis sobre os habitantes da terra, inclusive a parte não-salva da Igreja professa; (4) agora será redimido um número eleito de israelitas, juntamente com uma multidão inumerável de gentios; (5) os reis da terra e os exércitos da besta e do falso profeta reúnem-se agora para atacar ao povo de Deus.
Ao final deste período de sete anos, Cristo retornará em glória acompanhado pela Igreja. Desta vez, ele percorrerá todo o caminho até a terra. Ele destruirá seus inimigos na batalha do Armagedom, estabelecerá seu trono em Jerusalém e começará seu reinado milenar6.
Não há, porém, base escriturística sólida para a posição de que a Segunda Vinda de Cristo deva ser dividida nestas duas etapas. Duas publicações recentes de eruditos premilenistas contêm uma crítica completa da teoria da vinda dupla: George E. Ladd, The Blessed Hope (A Esperança Bendita) (Grand Rapids: Eerdmans, 1956), e Robert H. Gundry, The Church and the Tribulation (A Igreja e a Tribulaçã0) (Grand Rapds, Zondervan, 1973) 7. Entre as razões pelas quais a posição da Segunda Vinda dupla de Cristo deve ser rejeitada encontram-se as seguintes:

(1) Nenhum argumento a favor da vinda em duas etapas pode ser deduzido do uso neotestamentário das palavras da Segunda Vinda. Esta palavras são: Parousia (Literalmente: presença), apokalypsis (revelação), e epiphaneia (manifestação). Primeiramente, veremos o uso da palavra Parousia. Em 1 Tessalonicenses 4.15, Paulo usa Parousia para descrever aquilo que os pré-tribulacionistas chamariam de arrebatamento. Já em 1 Tessalonicenses 3.13, a mesma palavra é utilizada para descrever a “vinda de nosso Senhor Jesus com todos os seus santos” - a segunda etapa da volta de Cristo, de acordo com os pré-tribulacionaistas. E em 2 Tessalonicenses 2.8, Paulo utiliza o termo Parousia para se referir à vinda na qual Cristo reduzirá o anticristo a nada - o que conforme os pré-tribulacionaistas não deveria acontecer até a segunda etapa.
Passando ao uso da palavra apokalypsis, encontramos Paulo utilizando-a em 1 Coríntios 1.7 para descrever o que esses intérpretes chamam de arrebatamento: “aguardando vós o aparecimento (ou revelação, ASV) de nosso Senhor Jesus Cristo”. Porém em 2 Tessalonicenses 1.7,8, a mesma palavra é empregada para descrever o que os pré-tribulacionaistas denominam a segunda etapa de Segunda Vinda: “... na revelação (apokalypsis) do Senhor Jesus dos céus com os anjos do seu poder, em chama de fogo, tomando vingança contra os que não conhecem a Deus...” (ASV).
Isto também é verdade quanto ao uso do termo epiphaneia. Em 1 Timóteo 6.14 ele se refere ao que os pré-tribulacionaistas chamam de arrebatamento: “Exorto-te... que guardes o mandato imaculado, irrepreensível, até a manifestação (epiphaneia) do nosso Senhor Jesus”. Mas em 2 Tessalonicenses 2.8 Paulo emprega o mesmo termo para descrever a vinda de Cristo na qual ele destruirá o homem da iniqüidade: “Então será revelado o iníquo, a quem o Senhor Jesus... destruirá, pela manifestação (epiphaneia) de sua vinda”. (ASV). Isto não acontecerá, entretanto, conforme os pré-tribulacinaisas, até o fim da grande tribulação.
Portanto, o uso destas palavras não provê base alguma para o tipo de distinção que os pré-tribulacionistas fazem entre etapas da volta de Cristo8.
(2) As passagens do Novo Testamento, que descrevem a grande tribulação, não indicam que a Igreja será removida da terra antes que a tribulação comece. Conforme vimos anteriormente, Jesus fala sobre a grande tribulação em seu Sermão Profético encontrado em Mateus 24. Mas lá não há indicação de que a Igreja não mais estará sobre a terra quando esta tribulação ocorrer. Na verdade, Jesus diz que os dias daquela tribulação serão abreviados por causa dos eleitos (v.22), e não há base para crer que estes sejam apenas eleitos judeus. Alguém poderia contra-argumentar dizendo que o Evangelho de Mateus foi escrito especialmente para os judeus, mas palavras similares são encontradas em marcos 13.20, um Evangelho que não é dirigido especificamente aos judeus. Às vezes os pré-tribulacionistas dizem que Mateus não está falando acerca da Igreja, porque ele efetivamente não utiliza a palavra Igreja nesta passagem. Uma vez que, todavia, Mateus utiliza o termo para igreja (ekklesia) apenas três vezes em seu Evangelho (uma vez em 16.18 e duas vezes em 18.17), o que se pode provar pela ausência do termo aqui?
Neste assunto, entretanto, o que é de importância crucial é a referência ao arrebatamento da igreja em Mateus 24.31: “E ele [Cristo] enviará os seus anjos, com grande clangor de trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos dos quatros ventos, de uma a outra extremidade dos céus”. Observe os pontos paralelos entre esta passagem e a descrição do arrebatamento da Igreja em 1 Tessalonicenses 4.16,17: a descida do Senhor, o soar da trombeta e a reunião de todo o verdadeiro povo de Deus, aqui denominado os escolhidos. Parece claro que estas duas passagens descrevem o mesmo evento. Mas agora deveria ser observado que o arrebatamento descrito em Mateus 24 é subseqüente à descida do Senhor na sua Segunda Vinda “final”. “e verão o Filho do homem vindo sobre as nuvens do céu com poder e muita glória. E ele enviará os seus anjos”, e assim por diante (vv. 30-31). Aqui não há sinal algum de um arrebatamento pré-tribulacionaista; de fato, o arrebatamento está descrito como vindo após a grande tribulação (veja v.29).
Já vimos anteriormente que a descrição que Paulo faz da manifestação do homem da iniqüidade em 2 Tessalonicenses 2, implica em que o surgimento deste homem provocará grande perseguição e tribulação para o povo de Deus. O propósito de Paulo, neste capítulo, é de advertir seus leitores, alguns dos quais pensavam que o dia do Senhor já tivesse vindo (v.2); adverti-los de que aquele dia não virá sem que primeiramente seja revelado o homem da iniqüidade, juntamente com a tribulação que acompanhará sua manifestação. Portanto, qual seria o objetivo da advertência de Paulo se estes crentes fossem removidos da terra antes da tribulação? Uma vez que a igreja, em Tessalônica, era na sua maioria composta por crentes gentios (veja Atos 17.4), não se pode dizer que Paulo estivesse aqui descrevendo apenas para cristãos judeus. De fato, as palavras de abertura de 2 Tessalonicenses 2 indicam claramente que os eventos descritos neste capítulo, e que incluem a manifestação do anticristo e a grande tribulação, precederão o arrebatamento da igreja: “No que diz respeito à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e a nossa reunião com ele, nós vos pedimos, irmãos, que não vos deixeis ficar inseguros ou alarmados por alguma profecia... dizendo que o dia do Senhor já tenha vindo. Não deixeis de modo algum que alguém vos engane, porque aquele dia não virá até que tenha acontecido a apostasia e o homem da iniqüidade seja revelado...” (vv.1-3, NIV). É interessante observar que a palavra grega traduzida acima, como “nossa reunião com ele” (episynagogge), é a forma substantiva do verbo utilizado para o arrebatamento em Mateus 24.31: “os quais reunirão (episynago) os seus escolhidos... de uma a outra extremidade dos céus”. Fica claro que o arrebatamento da igreja, conforme descrito nesta passagem, não precede mas sucede à grande tribulação.
(3) A principal passagem do Novo Testamento, que descreve o arrebatamento, não ensina um arrebatamento pré-tribulacionaista. Passamos agora à passagem de 1 Tessalonicenses 4.16,17: “Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor”. O que esta passagem ensina claramente é que, na hora da volta de Cristo, todos os crentes mortos (os “mortos em Cristo”) serão ressuscitados, e todos os crentes que ainda estiverem vivos serão transformados e glorificados (veja 1 Coríntios 15.51,52); então estes dois grupos serão levantados rapidamente para encontrar o Senhor no ar. O que estas palavras não ensinam é que, após este encontro nos ares, o Senhor inverterá sua direção e voltará para os céus, levando com ele os membros da igreja ressuscitados e transformados. A passagem não fala nenhuma palavra sobre isso. Para dar certeza, o verso 17 termina com as palavras: “e assim estaremos para sempre com o Senhor”. Porém, Paulo não diz onde estaremos para sempre com o Senhor”. A idéia de que, após termos encontrado o Senhor nos ares, estaremos com ele por sete anos no céu, e mais tarde por mil anos nos ares acima da terra é pura inferência e nada mais. O ensino claro desta passagem é uma unidade eterno com Cristo em glória, não uma arrebatamento antes da tribulação.
Tudo isto se tornará ainda mais claro ao olharmos para as palavras traduzidas pela expressão “o encontro do Senhor nos ares”. Embora a tradução inglesa empregue um infinitivo, “encontrar”, o grego traz aqui uma locução preposicional: eis apantesin. Apantesis é uma termo técnico utilizado na época do Novo Testamento para descrever as boas-vindas públicas dadas por uma cidade a um visitante ilustre. Normalmente as pessoas sairiam da cidade para encontrar o distinto visitante e então voltariam com ele para dentro da cidade9. Baseado na analogia transmitida por essa palavra, tudo o que Paulo está dizendo aqui é que os crentes ressuscitados e os transformados são elevados às nuvens para encontrar o Senhor, enquanto ele desce do céu, implicando que após este alegre encontro eles voltarão com ele para a terra.
Esta idéia é confirmada ao olharmos para os dois outros lugares em que a palavra apantesis é utilizada no Novo Testamento. Um desses lugares é Atos 28.15: “Tendo ali os irmãos ouvido notícias nossas, vieram ao nosso encontro (eis apantesin hemin) até a Praça de Àpio e às Três Vendas”. Estes irmãos saíram de Roma para encontrar Paulo, e então retornaram com ele para Roma. O outro uso da palavra é encontrado em Mateus 25.6, na parábola das dez virgens: “Mas, à meia-noite um grito: Eis o noivo! Saí ao seu encontro (eis apantesin)”. Assim como as virgens prudentes da parábola saíram para encontrar o noivo, assim os crentes serão levantados para encontrar o Senhor que está descendo. Assim como as virgens, depois disso, foram juntamente com o noivo em seu caminho para as bodas, assim os crentes ressurrectos e os transformados, após terem-se encontrado com o Senhor nos ares, permanecerão juntos com o Senhor, enquanto ele continua seu caminho para terra. A figura das bodas implica em comunhão feliz e amorosa. Por que dever-se-ia presumir que esta comunhão só pode acontecer no céu? O lugar dos corpos ressurrectos e glorificados dos crentes não é no céu, mas sobre a terra. Portanto, não é no céu mas na nova terra que a festa do casamento de Cristo e seu povo redimido acontecerá.
(4) A Segunda Vinda de Cristo envolve tanto uma vinda como seu povo quanto uma vinda para seu povo. Os pré-tribulacionistas, às vezes, falam das duas etapas da Segunda Vinda de Cristo como uma “vinda para seus santos” (O arrebatamento) e uma “vinda com seus santos” (a volta), com um intervalo de sete anos entre si. O argumento então continua da seguinte forma: Cristo somente pode vir com seus santos após ele ter primeiramente vindo para seus santos, no arrebatamento. Após as bodas de sete anos nos céus, Cristo pode levar seus santos com ele quando voltar à terra para estabelecer seu Reino milenar.
Devemos observar que 1 Tessalonicenses 3.13, efetivamente, fala da “vinda de nosso Senhor Jesus, com todos os seus santos”. Se admitirmos, como o faz a maioria dos comentaristas, que o termos “santos” aqui se refere a seres humanos e não a anjos, teremos aqui efetivamente uma descrição do retorno de Cristo com seu povo redimido. Agora a questão passa a ser a seguinte: se esta vinda é necessariamente diferente do que geralmente chamamos de arrebatamento, é 1 Tessalonicenses 4.13-18. O verso 14, que é uma parte dessa passagem, diz o seguinte: “Pois nós cremos que Jesus morreu e ressuscitou, e portanto cremos que Deus trará com Jesus aqueles que dormem nele” (NIV). O problema que perturbava os tessalonicenses era saber se os crentes que já tinham morrido perderiam a alegria da Segunda Vinda de Cristo. A resposta de Paulo, desenvolvida nos versos 13-18, é que eles não perderão, uma vez que os mortos em Cristo serão ressuscitados primeiro, e então, juntamente com os que ainda estiverem vivos, encontrarão o Senhor nos ares. No verso 14 Paulo diz que “Deus trará com Jesus” aqueles que morreram em Cristo. O que se pretende dizer com “trará com Jesus”? Os crentes mortos, assim Paulo nos ensina em outros lugares, estão agora com Cristo (veja Filipenses 1.23 e 2 Coríntios 5.8). Quando Cristo voltar, ele trará estes crentes mortos com ele dos céus. Isto é ensinado, entretanto, não apenas em 1 Tessalonicenses 4.14, que trata especificamente do arrebatamento. A vinda de Cristo “com seus santos”, portanto, não deve ser separada de sua “vinda para seus santos” no arrebatamento. A vinda de Cristo será tanto “com” quanto “para” seus santos10.
(5) Nenhum argumento, para a vinda em duas etapas, pode ser extraído do ensino de que a grande tribulação será um derramamento da ira de Deus sobre o mundo. Uma vez que durante a grande tribulação a ira de Deus visitará a humanidade rebelde, a Igreja não estará sobre a terra nesse tempo, porque a Igreja não pode ser objeto da ira de Deus.
É verdade; a Igreja nunca será objeto da ira de Deus, uma vez que Cristo sofreu a ira de Deus por seu povo quando foi crucificado. Mas esse fato não implica, necessariamente, em que a Igreja não possa estar na terra quando a ira de Deus for derramada durante a tribulação. Por exemplo, devemos lembrar-nos de que, quando Deus visitou com sua ira os egípcios na época das dez pragas, o povo de Deus, embora vivesse na terra, foi guardado dos males infligidos aos egípcios. No sétimo capítulo, do livro do Apocalipse, além disso, lemos acerca dos servos de Deus que serão selados em suas frontes (v.3), a fim de que a ira de Deus não caia sobre eles (cap.9.4) durante o tempo em que essa ira estiver caindo sobre outros11.
Todavia, há algo mais que precisa ser dito. Proteção da ira de Deus não implica em libertação da ira do homem. Conforme vimos anteriormente, a Igreja terá continuamente de sofrer tribulação; consideremos as palavras de Jesus em Mateus 24.9, falando de seu povo ao longo de toda a era atual: “Então sereis atribulados, e vos matarão. Sereis odiados de todas as nações, por causa do meu nome”. Se a tribulação é um dos sinais dos tempos, que razão haveria para que a Igreja não esteja na terra durante a fase final da tribulação? Em 2 Tessalonicenses 1.6-8, Paulo indica que a volta de Cristo significará libertação da tribulação parra sua Igreja e para seu povo: “... se de fato é justo para com Deus e ele dê em paga tribulação aos que vos atribulam, e a vós outros que sois atribulados, alívio juntamente conosco, quando do céu se manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder, em chama de fogo tomando vingança contra os que não conhecem a Deus e contra os que não obedecem ao Evangelho do nosso Senhor Jesus”.Concluímos, portanto, que não há base nas Escrituras para se conceber a Segunda Vinda em duas etapas, como é ensinada pelos pré-tribulacionaistas. A Segunda Vinda de Cristo deve ser considerada como um evento único, que ocorre após a grande tribulação. Quando Cristo voltar, haverá uma ressurreição geral, tanto de crentes como de incrédulos12. Após a ressurreição, os crentes que ainda estiverem vivos deverão ser transformados e glorificados (1 Co 15.51,52). Então acontece o “arrebatamento” de todos os crentes13. Os crentes que forem ressuscitados, juntamente com os crentes vivos que forem transformados, são agora elevados rapidamente para as nuvens para encontrarem com o Senhor nos ares (1 Ts 4.16,17). Após este encontro nos ares, a Igreja arrebatada continua junto com Cristo enquanto ele completa sua descida à terra

quarta-feira, janeiro 28, 2009

Editorial: Uprooting Darwin's tree


New Scientist


"THERE is nothing new to be discovered in physics." So said Lord Kelvin in 1900, shortly before the intellectual firestorm ignited by relativity and quantum mechanics proved him comprehensively wrong.
If anyone now thinks that biology is sorted, they are going to be proved wrong too. The more that genomics, bioinformatics and many other newer disciplines reveal about life, the more obvious it becomes that our present understanding is not up to the job. We now gaze on a biological world of mind-boggling complexity that exposes the shortcomings of familiar, tidy concepts such as species, gene and organism.

A particularly pertinent example is provided in this week's cover story - the uprooting of the tree of life which Darwin used as an organising principle and which has been a central tenet of biology ever since (see "Axing Darwin's tree"). Most biologists now accept that the tree is not a fact of nature - it is something we impose on nature in an attempt to make the task of understanding it more tractable. Other important bits of biology - notably development, ageing and sex - are similarly turning out to be much more involved than we ever imagined. As evolutionary biologist Michael Rose at the University of California, Irvine, told us: "The complexity of biology is comparable to quantum mechanics."
It is now accepted that the tree of life is something we impose on nature in an attempt to make the task of understanding it more tractable
Biology has been here before. Although Darwin himself, with the help of Alfred Russel Wallace, triggered a revolution in the mid-1800s, there was a second revolution in the 1930s and 1940s when Ronald Fisher, J. B. S. Haldane, Sewall Wright and others incorporated Mendelian genetics and placed evolution on a firm mathematical foundation.
As we celebrate the 200th anniversary of Darwin's birth, we await a third revolution that will see biology changed and strengthened. None of this should give succour to creationists, whose blinkered universe is doubtless already buzzing with the news that "New Scientist has announced Darwin was wrong". Expect to find excerpts ripped out of context and presented as evidence that biologists are deserting the theory of evolution en masse. They are not.
Nor will the new work do anything to diminish the standing of Darwin himself. When it came to gravitation and the laws of motion, Isaac Newton didn't see the whole picture either, but he remains one of science's giants. In the same way, Darwin's ideas will prove influential for decades to come.
So here's to the impending revolution in biology. Come Darwin's 300th anniversary there will be even more to celebrate.

segunda-feira, janeiro 26, 2009

Walter Benjamin e a tarefa da crítica


Walter Benjamin e a tarefa da crítica

Recriar a crítica como gênero literário era o principal objetivo de Walter Benjamin. Para o filósofo alemão, a crítica era uma reflexão que se desdobrava em cinco níveis

Márcio Seligmann-Silva

Revista Cult



Olhando retrospectivamente para o século 20, podemos dizer que Walter Benjamin de fato realizou um de seus projetos pessoais mais arrojados. Como ele formulou em uma carta a seu grande amigo Gershom Scholem, de janeiro de 1930, ele achava que conseguira o objetivo de "ser considerado como o primeiro crítico da literatura alemã". Este reconhecimento na época era na verdade muito tímido, restrito a um pequeno círculo de leitores especializados. Hoje este círculo cresceu a ponto de podermos com razão falar de um "reconhecimento" de sua posição privilegiada como crítico. Olhando retrospectivamente para o século 20, podemos dizer que Walter Benjamin de fato realizou um de seus projetos pessoais mais arrojados. Como ele formulou em uma carta a seu grande amigo Gershom Scholem, de janeiro de 1930, ele achava que conseguira o objetivo de "ser considerado como o primeiro crítico da literatura alemã". Este reconhecimento na época era na verdade muito tímido, restrito a um pequeno círculo de leitores especializados. Hoje este círculo cresceu a ponto de podermos com razão falar de um "reconhecimento" de sua posição privilegiada como crítico.
Benjamin estava ciente, como ele escreveu na mesma carta, que para tornar-se este "primeiro crítico" era necessário "recriar a crítica como gênero". Este gênero encontrava-se então na Alemanha desprezado, não era considerado como sério. No mesmo ano, Benjamin diagnosticava que uma das causas que havia levado a crítica alemã à crise naquela época, era a "ditadura da resenha como forma de pesquisa crítica". Ele mencionou então, como um contra-modelo do passado, as "Características" dos irmãos Schlegel. Como um dos caminhos para a saída da crise da crítica, ele cobrava dos críticos uma aproximação entre a abordagem filológica e uma autêntica reflexão crítica. Este termo indicava para ele uma reflexão tanto no sentido de uma teoria das formas, como de uma teoria da história.
Sem falsa-modéstia ele escreveu então que se a situação da crítica alemã estava se transformando, isto ocorria em parte devido aos seus enormes esforços. E, de fato, Benjamin então, com 38 anos, já fizera bastante para o aprimoramento da crítica. Ele não apenas publicara dois ensaios de peso sobre a literatura alemã, seu "O conceito de crítica de arte no romantismo alemão" (1919) e o "Origem do drama barroco alemão" (de 1925, publicado em 1928), como compusera uma profunda análise das Afinidades eletivas de Goethe (1922), além de mais de cerca de uma centena de artigos de crítica, sobretudo sobre literatura alemã e francesa. Com o fracasso de seu plano de entrar para a universidade, ele se entregara de corpo e alma a este projeto de crítica. Isto significou para ele uma vida atribulada, com enormes dificuldades econômicas. Para a posteridade, a sua enorme produção, paradoxalmente derivada desta mesma situação precária, significou o estabelecimento de um marco no pensamento e na crítica.
Esta última, em Benjamin, nunca foi limitada à literatura ou às obras de arte consagradas. Ele entendeu em primeiro lugar o conceito de crítica no seu sentido kantiano, de crítica da possibilidade de conhecimento. Neste ponto seu pensamento já se aproxima do dos românticos Schlegel e Novalis que cobravam da filosofia kantiana uma expansão do seu conceito de experiência. Com esses autores, ele via na crítica um medium-de-reflexão. Trocando em miúdos, assim como os românticos viam na "romantização" do mundo um projeto de superação das barreiras entre o universo criativo e penetrado de fantasia das artes, e, por outro lado, a vida prosaica cotidiana, do mesmo modo, Benjamin propõe para a crítica um projeto tanto estético quanto político. O ato da crítica era visto por ele como um meio de crítica de todo o sistema cultural e de sua base econômica. A partir de seu encontro com o marxismo de Lukács, isto tornou-se cada vez mais patente em seus ensaios e textos de crítica de arte. Aliás, se ele se identificou tão rapidamente com o marxismo de Lukács, foi também porque ambos, este e Benjamin, vinham de uma profunda relação com o romantismo alemão. Mas Benjamin foi mais longe que seus colegas de geração, justamente porque ao invés de "superar" seu romantismo, manteve-se fiel a ele por toda sua vida. Se ele tenta nos anos de 1930 demarcar uma posição contra este seu romantismo, é justamente porque ele não conseguiu superá-lo totalmente.

Cinco níveis da crítica
A crítica de Benjamin era, portanto, antes de mais nada, um ato de reflexão que se desdobrava em cinco níveis, articulando-os. O primeiro nível incluía uma autorreflexão (ele sempre refletia sobre sua própria atividade de crítico, sobre o local e o papel da crítica na sociedade). Em segundo lugar, destaca-se uma leitura detalhada e uma reflexão sobre a obra criticada (que era sempre analisada não a partir de um modelo a-histórico, mas sim de seu próprio Ideal a priori, nas palavras de Novalis). Em terceiro lugar, encontramos uma reflexão sobre a história da arte e da literatura, na qual Benjamin, dentro de uma forte tradição alemã, desenvolveu muitas vezes (como no livro sobre o barroco e no seu ensaio sobre o narrador, de 1936) o tema da teoria dos gêneros literários. Em quarto lugar, nota-se sempre uma reflexão crítica sobre a sociedade, ou seja, a crítica foi praticada em Benjamin a partir do seu presente e voltada para ele, sem a ilusão positivista de se poder penetrar no passado "tal como ele aconteceu". Por fim, e articulando todos os níveis anteriores, devemos destacar a teoria da história de Benjamin com a sua crítica aos modelos da evolução histórica, tanto liberais como marxistas, que acreditavam em um avanço constante e positivo do devir da história. Benjamin opôs a este modelo uma imagem da história como acúmulo de catástrofes.
Contra o positivismo daqueles que pregavam (inocentemente ou não) uma crítica apolítica, Benjamin demonstrou que não existe um campo fora do político. A arte e sua crítica são medium-de-reflexão não apenas do sistema estético, mas, antes, de toda a sociedade. Neste sentido, ele extrapolou programaticamente o âmbito da crítica da literatura e da arte. Sua atividade crítica não pode ser inteiramente compreendida, se não levarmos em conta seus seminais textos críticos dirigidos à questão do poder e do direito (lembremos sobretudo de seu "Crítica da violência, crítica do poder", de 1921, que influenciou Carl Schmitt), assim como a sua crítica do que ele denominou de concepção "burguesa", ou seja, instrumental, da linguagem (recordemos seu "A tarefa do tradutor", também de 1921, e do artigo de juventude "Sobre a linguagem em geral e sobre a linguagem dos homens", de 1916). Além disso, Benjamin refletiu também em vários importantes ensaios críticos sobre questões como a (atualíssima) da coleção e do colecionismo (vejam seus trabalhos sobre Eduard Fuchs, de 1937, assim como seus textos sobre coleção de brinquedos e de livros). Seus escritos voltados para a recordação de sua infância ( Crônica berlinense e Infância em Berlim) são profundamente inovadores, na medida em que desconstroem criticamente os modelos da autobiografia e introduzem uma modalidade da autoescritura mais fragmentada e voltada para uma "topografia da memória".
O fundamental dentro do universo das críticas de Benjamin, quando ele voltava seu potente intelecto para as obras que eram publicadas na sua época (como as de Proust, Kafka, Döblin, Kraus, Brecht etc.), ou para reedições de obras consagradas ou não (de Goethe, Kleist, Hebel etc.) é que ele sempre realizou uma crítica que era, ao mesmo tempo, teoria da literatura. É este talvez o legado mais importante de sua produção crítica: ele mostrou a infecundidade da crítica apenas filológica, assim como a limitação da crítica meramente imanente, ou ainda, da crítica biográfica. Crítica para ele só existia enquanto capacidade de se articular (delicadamente, ou às vezes, como todo o peso histórico exigido por seu objeto de análise), a imanência da obra com a reflexão histórico-crítica. As mostras mais eloquentes desta concepção são a introdução "crítico-epistemológica" do seu livro sobre o drama barroco alemão, e as reflexões que acompanham as notas de seu trabalho que ficou inconcluso sobre as passagens de Paris.
Benjamin escreveu no seu último texto, dedicado à crítica da noção de progresso, que "nunca existiu um documento da cultura que não fosse ao mesmo tempo um [documento] da barbárie". É interessante ler a tradução do próprio Benjamin dessa famosa passagem das suas teses "Sobre o conceito da História": Tout cela [l'héritage culturel] ne témoigne [pas] de la culture sans témoigner, en même temps, de la barbarie. Com Benjamin aprendemos que cultura é a partir de meados do século 20 toda ela como que transformada em um documento e, mais ainda, ela passa a ser lida como testemunho da barbárie. Esta noção é essencial, porque com este autor vemos não apenas uma tremenda expansão nos critérios de seleção, como também a afirmação radical de um modo de interpretar esses documentos. Sua teoria da história e da cultura descortina o passado e suas ruínas, sobre as quais construímos nosso presente, como um único e gigantesco arquivo. Quando se fala de arquivo, não se pode esquecer que a toda inscrição deve-se associar um modo de leitura e de interpretação, de outro modo teríamos um arquivo literalmente morto.
O elemento político domina todos os momentos do trabalho no arquivo, da seleção, passando pela conservação e pelo acesso, chegando à leitura dos documentos. A história para Benjamin, como é conhecida, é aproximada do modelo do colecionador e do Lumpensamler, o catador de papéis. O historiador deve acumular os documentos que são como que apresentados diante do tribunal da história. Em Benjamin, a cultura como arquivo e memória, devido ao viés crítico e revolucionário de seu modo de leitura, não deixa a sociedade e sua história se cristalizarem em museus e parques temáticos. É o viés conservador da cultura como mercadoria que o faz, ao qual Benjamin opõe sua visada da cultura como documento e testemunho da barbárie. Seu projeto de historiografia calcada no colecionismo (que tem por princípio o arrancar de seus objetos do falso contexto para inseri-los dentro de uma nova ordem comandada pelos interesses de cada presente) e, por outro lado, inspirado no trabalho do catador (que se volta para o esquecido e considerado inútil) ainda hoje pode ser comparado a um pólen que guarda uma assombrosa força de germinação.

quarta-feira, janeiro 21, 2009

Russians Strengthen Their Faith and a Tradition With an Icy Water Plunge



MOSCOW — In the snowy silence of a Moscow park, a 26-year-old businessman named Aleksandr Pushkov stood naked except for his Speedo, a column of steam rising from his body. His clothes were piled under a tree, and he had just climbed out of a hole in the ice.

Sergey Ponomarev/Associated Press
A woman in icy waters in Rostov.

Sergei Ilnitsky/European Pressphoto Agency
An Orthodox priest in Moscow also followed the tradition.
It was his seventh year taking part in the Epiphany ritual: the trance-like preparation, the electric shock of the water and the 20- or 30-second wait for a feeling he described as “nirvana.” As cross-country skiers picked their way through the woods, Mr. Pushkov stood by himself, barefoot and steaming. The midday sun was just visible above the horizon, as white and remote as a full moon.
Monday was Russian Orthodox Epiphany, and roughly 30,000 Muscovites lined up to dunk themselves in icy rivers and ponds, city officials said. The annual ritual baptism, which is believed to wash away sins, is enjoying a boisterous revival after being banished to villages during the Soviet era.
These days, it is a ritual with high production values. Several sites in Moscow were furnished with no-slip carpeting, heated tents and supervisors with megaphones. Politicians have seized on it as a photo opportunity; the theatrical ultranationalist Vladimir V. Zhirinovsky took his plunge this year at Bottomless Lake, a Moscow River tributary, flanked by 15-foot tubes of fluorescent light.
“It has become a show — not only that, but a patriotic show,” said Boris F. Dubin, a sociologist with Moscow’s Levada Center. The immersion ritual satisfies a public hunger, he said, for “something that is truly Russian, ancient, real. For what distinguishes us from other people.”
Whatever the reason, the crowds have been growing exponentially. A group of celebrants in Tver, on the Volga River, was so large on Monday that the ice collapsed and 30 people plunged into the water. Twenty-four of them required medical attention, and 11 were still hospitalized on Tuesday, said a spokeswoman for the Ministry for Emergency Situations.
“Each country has something which is intrinsic to it,” said Aleksandr Gorlopan, 43, who was warming himself with a combination of hot tea and Captain Morgan rum. Mr. Gorlopan, who gave his profession as “traveler,” said the tradition dated back to the tiny Slavic tribes that scattered south from Scandinavia — nomads, he said, with “wild souls.”
“We are made of water,” he said. “Without water we cannot survive.”
Others were more earthbound in their explanations. Galina Burasvetova, a 50-year-old hairdresser in a red bikini, said she had first taken part in the ritual during an agonizing period in her life, when she was raising three children on a vanishing income. Afterward, she felt she had the moral strength to go on.
“It is a way to overmaster yourself,” she said, as three young men wearing crosses whooped behind her — “It’s warm! It’s hot! It’s like steamed milk!” — and two construction workers, on their lunch break, laid down their tools and stripped naked. Vladislav Komarov, his heart-patterned boxers still sopping wet, gazed out at them all with the smile of a saint. Asked how he felt, he answered “hot.”
“We are pagans in our souls,” said Mr. Komarov, 45, an advertising manager. “I have a fire burning inside me. I could say it is a pure fire. But who knows?”
Mr. Dubin, the sociologist, said the practice’s popularity had less to do with religious revival than with enthusiastic coverage by Russian television. But others said it proved that 74 years of Communist rule were unable to stamp out the tradition, which holds that a priest’s blessing temporarily transforms water into the River Jordan, where Jesus Christ was baptized. Even at the height of state atheism, said Father Vsevolod Chaplin, a spokesman for the Moscow Patriarchate, “the lines for holy water were longer than the lines at Lenin’s mausoleum.”
Recently, Father Chaplin said, he had come across a 1949 memorandum by an exasperated Soviet official, who reported that widespread deployment of militiamen was unable to prevent “tens of thousands of people” from taking part in the Epiphany baptism. The Soviet official, he said, “reported indignantly that in one place the militiamen also immersed themselves.”
More Articles in World » A version of this article appeared in print on January 21, 2009, on page A10 of the New York edition.

Nova Terra



por Anthony Hoekema de A Bíblia e o Futuro.






As principais passagens bíblicas que falam da nova terra são as seguintes: Isaías 65.17-25 e 66.22,23 2 Pedro 3.13 e Apocalipse 21.1-4. Isaías 65.17-25, que talvez contenha mais sublime descrição veterotestamentária da vida futura do povo de Deus, já foi abordada anteriormente18.
Em Isaías 66.22,23, existe uma segunda referência à nova terra: “Porque, como os novos céus e a nova terra, que hei de fazer, estarão diante de mim, diz o Senhor, assim há de estar a vossa posteridade e o vosso nome. E será que de uma lua nova à outra, e de um sábado a outro virá toda a carne a adorar perante mim, diz o Senhor”. Nos versos anteriores do capítulo 66, Isaías predisse futuras e copiosas bênçãos para o povo de Deus: Deus dará a seu povo grande prosperidade (v.12), confortará o seu povo (v.13), fará o seu povo se regozijar (v.14), e o congregará dentre todas as nações (v.20). No verso 22 Deus nos diz, através de Isaías, que seu povo permanecerá perante ele tão duradouramente quanto os novos céus e a nova terra que ele criará. Vemos no verso 23 que todos os habitantes dessa nova terra adorarão a Deus fiel e regularmente. Embora esta adoração esteja descrita em toemos emprestados da época em que Isaías escrevera (“de uma lua nova à outra, e de um sábado a outro”), estas palavras não devem ser entendidas em um modo estritamente literal. O que está predito aqui é a adoração perpétua de todo o povo de Deus, congregado dentre todas as nações, de modo que será adequado à nova existência gloriosa de que eles desfrutarão na nova terra.
Em 2 Pedro 3, o apóstolo enfrenta a objeção dos escarnecedores que dizem: “Onde está a promessa da sua vinda?” (v.4). A resposta de Pedro é que o Senhor adia a sua vinda porque ele não deseja que ninguém pereça, mas deseja que todos venham ao arrependimento (v.9). Entretanto, Pedro continua dizendo, o dia do Senhor virá, e naquela ocasião a terra e as obras que nela estão serão destruídas pelo fogo (v.10). Agora acompanhe estas palavras: “(11) Visto que todas essas coisas hão de ser assim desfeitas, deveis ser tais como os que vivem em santo procedimento e piedade, (12) esperando e apressando (ou desejando ansiosamente, variante) a vinda do dia de Deus, por causa do qual o céus incendiados serão desfeitos e os elementos abrasados se derreterão. (13) Nós, porém, segundo a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita justiça”. A ênfase de Pedro é que, embora a terra atual será “incendiada”, Deus nos dará novos céus e uma nova terra que nunca será destruída, mas que durará para sempre. Desta nova terra tudo o que for pecaminoso e imperfeito terá sido removido, pois será uma terra onde habita a justiça. Portanto, a atitude adequada para com estes eventos vindouros não é de escarnecer do seu atraso, mas de estar ansiosamente esperando pela volta de Cristo e pela nova terra que virá à existência após essa volta. Tal espera deveria transformar a qualidade da vida aqui e agora: “Por essa razão, pois, amados, esperando estas coisas, empenhai-vos por ser achados por ele em paz, sem mácula e irrepreensíveis” (v.14).
A descrição mais arrebatadora de toda a Bíblia sobre a nova terra é encontrada em Apocalipse 21.1-4:
(1) Vi novo céu e nova terra, pois o primeira céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe.
(2) vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, ataviada como noiva adornada para o seu esposo.
(3) Então ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus e Deus mesmo estará com eles.
(4) E lhes enxugará dos olhos toda lágrima e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram.

Uma existência incomparavelmente bela está retratada nesses versos. O fato de que a palavra kainos descreve a novidade do novo céu e nova terra indica, conforme apontado anteriormente, que o que João vê não é um universo totalmente diferente do atual, mas um universo que foi gloriosamente renovado. Existem diferenças de opinião quanto à questão de se as palavras “e o mar já não existe” deveriam ser entendidas literalmente ou figuradamente. Mesmo que devam ser interpretadas literalmente, elas indubitavelmente apontam para um aspecto significativo da nova terra. Uma vez que o mar no restante da Bíblia, especialmente no livro do Apocalipse (cp 13.1; 17.15), freqüentemente, representa aquilo que ameaça a harmonia do universo, a ausência do mar na nova terra significa a ausência de qualquer coisa que pudesse interferir nessa harmonia.
O verso 2 nos mostra a “cidade santa, a nova Jerusalém”, representando toda a igreja glorificada de Deus, descendo dos céus à terra. Esta igreja, agora totalmente sem mancha ou mácula, completamente purificada do pecado está agora “ataviada como noiva adornada para o seu esposo”, pronta para o casamento do Cordeiro (veja Ap 19.7). Vemos neste verso que a Igreja glorificada não permanecerá em um céu distante no espaço, mas passará a eternidade na nova terra.
Aprendemos, do verso 3, que o lugar da habitação de Deus não mais será agastado da terra, mas será na terra. Uma vez que o céu é onde Deus habita, concluímos que na vida por vir céu e terra não mais estarão separados, conforme estão agora, mas serão fundidos. Por causa disso os crentes continuarão a estar no céu enquanto continuam a viver na nova terra. “Ele habitará com eles, e eles serão seu povo” são as palavras familiares da promessa central da aliança da graça (cp Gn 17.7; Ex 19.5,6; Jr 31.33; Ez 34.30; 2 Co 6.16; Hb 8.10; 1 Pe 2.9,10). O fato de que esta promessa é repetida na visão que João tem da nova terra implica que somente nessa nova terra Deus finalmente concederá a seu povo a plenitude das riquezas que a aliança da graça inclui. Aqui nós recebemos as primícias; lá receberemos toda a colheita.
As afirmações corajosas do verso 4 sugerem bem mais do que elas efetivamente dizem. Não haverá lágrimas na nova terra. Choro e dor pertencerão às coisas primeiras, que já serão passadas. E não haverá mais morte - não mais haverá acidentes fatais, nem doenças incuráveis, nem serviços fúnebre, nem últimas despedidas. Naquela nova terra desfrutaremos de comunhão eterna e inquebrável com Deus e com o povo de Deus, incluindo os queridos e amigos a quem amamos e perdemos por um pouco.
No restante do capítulo 21, e nos primeiras cinco versos do capítulo 22, encontramos uma descrição maior da cidade santa - que, como podemos inferir, será o centro da nova terra. É duvidoso se detalhes como os fundamentos de jóias, os portões de pérolas e as ruas de ouro devem ser tomadas literalmente, mas o radiante esplendor que essas figuras sugerem confundem a imaginação. O fato de que os nomes das doze tribos estão inscritos nas doze portas (21.12) e que os nomes dos doze apóstolos estão inscritos nos doze fundamentos (v.14) sugere que o povo de Deus, na nova terra, incluirá tanto crentes da comunidade da aliança veterotestamentária quando da Igreja do Novo Testamento. Não haverá templo na cidade (v.22), uma vez que os habitantes da nova terra terão comunhão direta e contínua com Deus.
Os versos 24 e 26 são muitos significativos, pois nos dizem: “os reis da terra lhe trazem a sua glória [na cidade santa]... e lhe trarão a glória e a honra das nações”. Poder-se-ia dizer que, conforme essas palavras, os habitantes da nova terra incluirão pessoas que alcançaram grande proeminência e exerceram grande poder na terra atual - reis, príncipes, líderes e outros. Também poderia se dizer que qualquer coisa que as pessoas tiverem feito nesta terra, que tenha glorificado a Deus, será lembrado na vida por vir (veja Ap. 14.13). Porém, é preciso dizer mais. Não será demais dizer que, conforme estes versos, as contribuições peculiares de cada nação para a vida na presente terra enriquecerão a vida da nova terra? Deveremos então herdar as melhores produções da cultura e da arte que esta terra tem produzido? Hendrikus Berkhof sugere que tudo o que tiver tido valor nesta vida atual, tudo o que tiver contribuído para a “libertação da existência humana” será retido e acrescentado na nova terra19. Em apoio a esta idéia ele cita a seguinte sentença de Abrahm Kuyper: “Se um campo infinito de conhecimento e habilidade humanas está agora sendo formado por tudo o que acontece, com o fim de sujeitar a nós o mundo visível e a natureza material, e se sabemos que este nosso domínio sobre a natureza será completo na eternidade, podemos concluir que o conhecimento e o domínio que aqui conquistamos sobre a natureza pode e será de importância permanece, mesmo no Reino da glória”.

quarta-feira, janeiro 14, 2009

ANDY STANLEY: O Líder da Próxima Geração

aNDY sTANLEY

eDITORA vIDA






1.COMPETENCIA


FAÇA MENOS, REALIZE MAIS



"Identifique as areas njas quais voce tem mais chance de somar um valor incomparável à sua organização- algo que não pode ser igualado- então alavanque suas habilidades ao maximo. É isso o que seu chefe esperava de voce quando o colocou na folha de pagamento! E o mais importante: alvancar a si mesmo gera o maior e mais satisfatório retorno das habilidades que Deus lhe deu" p. 21





2. CORAGEM -


A CORAGEM ESTABELECE A LIDERANÇA


3. CLAREZA


A INCERTEZA EXIGE CLAREZA


4. COACHING


O COACHING CAPACITA O LIDER A IR MAIS LONGE E MAIS RAPIDO.


5. CARÁTER


O CARÁTER DETERMINA O LEGADO DO LÍDER




domingo, janeiro 11, 2009

REPINTANDO A IGREJA

rOB bELL
uMA vISÃO cONTEMPORÂNEA


7 MOVIMENTOS
Salto, Jugo,Verdadeiro, Borlas, Poeira, Novo e Bom.
  • 1. Salto

"As molas ajudam a entender o sentido das realidades mais profundas que orientam como vivemos nossa vida cotidiana. As molas não são Deus. Não são Jesus. Elas são afirmações e convicções acerca da fé que nos ajudam a expressar verbalmente a profundidade do nosso salto. Eu as chamaria de doutrinas da fé cristã"(p. 24)

Aqui começam os problemas com livro de Bell, ele quer flexibilizar tudo, doutrinas básicas e fundamentais também:

"A palavra trindade não se encontra em nenhum lugar da Bíblia, Jesus não usou essa palavra, tampouco os autores da Bíblia. Entretanto, ao longo do tempo, essa convicção, esse entendimento, essa doutrina, passou a ser essencial para que os seguidores de Jesus entedessem quem é Deus. TRata-se de uma mola, e as pessoas saltaram sem ela durante milhares de anos. Ela foi acrescentada posteriormente. Podemos destacá-la e examiná-la. Discuti-la, investigá-la, questioná-la. Ela é flexível e elástica" p. 25

Agora, fica mais complicado mesmo quando ele vai falar do nascimento virginal de Jesus Cristo:

"E se amanhã alguem encontrasse numa escavação a prova clara de que Jesus tinha um pai biologico verdadeiro, terreno, chamado Jaime, e os arqueologos encontrassem o tumulo de Jaime, recolhessem amostras de DNA e provassem sem sombra de duvida que o nascimento virginal foi, na verdade, só um pouco de mitologia que os autores do Evangelhos criaram como forma de apelar aos seguidores das religioes dionisiacas e as de Mithra, muito comuns e conhecidas no tempo de Jesus, seitas religiosas cujos deuses tinham um nascimento virginal? Mas e se, quando se estudasse a origem da palavra virgem, se descobrisse que essa palavra no evangelho de Mateus na verdade provém do livro de Isaías? E, em seguida, se se descobrisse que na lingua hebraica desse periodo a palavra virgem podia signficar varias coisas. E se se descobrisse que no primeiro seculo ser nascido de uma virgem tambem se referisse a uma criança mae engravidou na primeira vez que teve relação sexual? (p.29)

Respostas de Ben Witherington :

1. O culto de Mithra só surgiu apos o 1o seculo, e não foi importante para os autores do NT.

2. O culto não era baseado em uma pessoa real de carne o osso, que existiu, historicamente, ao contrário de Jesus.

  • 2. Jugo

  • 3. Verdadeiro

  • 4. Borlas

"O tzitzit aparece pela primeira vez em Numeros 15, quando Deus diz a Moises: Façam borlas nas extremidades das suas roupas e ponham um cordão azul em cada uma delas, faça isso por todas as gerações. Quando virem essas borlas vocês se lembraramde todos os mandamentos do Senhor, para que lhes obedeçam e não se prostituam nem sigam as inclinações do seu coração e dos seus olhos. Assim vocês se lembrarão de obedecer a todos os meus mandamentos, e para o seu Deus vocês serão um povo consagrado.

Deus mandou que seu povo amarasse borlas nas extremidades de suas roupas para que constantemente todos eles vissem e se lembrassem de viver de maneira que ele os criara para viver.

A palavra hebraica para extremidades é kanaf.

A palavra borla ou franja é tzitzit.

Ate hoje muitos judeus usam um xale de oração para obedecer a esse texto. O xale de oraçao tambem aparece em varias passagens interessantes em toda a Bíblia (1Sm 24.4, Mt 6.6).

Uma das mais importantes está na predição de Malaquias acerca do Messias futuro "...o sol da justiça se levantará trazendo cura em suas asas" (4.2).

A palavra que Malaquias emprega para asas é kanaf- a mesma palavra que em Numeros se refere às extremidades das vestes, às quais deviam ser atadas às borlas. Por isso, surgiu a lenda de que, quando Messias viesse, haveria poderes de cura especiais em sua kanaf, nas borlas de seu xale de oração.

Acelerando o filme para a epoca de Jesus, vemos uma mulher que sofria de uma doença havia doze anos e ninguem a curava. Ela abre caminho no meio da multidão para chegar até Jesus e quando está perto dele, segura-lhe o manto. Lembre-se que Jesus era um rabino judeu que observava os ensinos da Torá e cumpria os mandamentos da Escritura palavra por palavra, inclusive passagens como Numeros 15, o que significa que Jesus devia estar usando um xale de oracao. Assim, quando a mulher segurou a ponta de seu manto, ela estava demonstrando que cria que Jesus era o Messias e que as borlas de seu manto tinham poder de cura. Ela cria que Jesus é aquele de quem Malaquias fala. (p. 122-124)

  • 5. Poeira

"Em Cesaréia de Filipe ele lhes diz:"sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do Hades não poderão vence-la. na verdade, ele estava dizendo que aquelas pessoas- as pessoas que ficavam com os bodes- iam juntar-se ao movimento de Jesus, que não poderia ser detido. De que maneira voce, como discipulo, começaria a enteder esta declaração?" (p. 154)

  • 6. Novo

"A verdadeira espiritualidade, portanto, não diz respeito a escapar deste mundo para outro lugar, onde ficaremos para sempre. O cristão nao é alguém que espera passar todas a eternidade lá no céu. O cristão é alguém que antecipa a vida eterna aqui, num novo céu que vem à terra.

O objetivo não é escapar deste mundo, mas fazer deste mundo o lugar em que Deus possa habitar. E Deus está recriando, nos transformando no povo que pode fazer essa obra" (p. 173)

  • 7. Bom

"E Deus nao está apenas interessado em recuperar seu sonho original para criação. Ele quer ir mais adiante. Imagine tirar todo o pecado e a morte da Bíblia. Restaria um livro curto. Teria quatro capitulos para ser preciso: Genesis 1 e 2 e Apocalipse 21 e 22. Em Genesis 1 e 2, lemos sobre um jardim, em Apocalipse 21 e 22 sobre uma cidade. A cidade é mais avançada e mais complexa que o jardim., Se um jardim for cultivado, desenvolvido, administrado e cuidade, ele acabará se transformando numa cidade. Se não houvesse pecado nem morte, a criação progrediria porque Deus, não quer apenas recuperar essas coisas, Deus quer que elas progridam". (p. 185)

sábado, janeiro 10, 2009

Vocação Espiritual do Pastor

Redescobrindo o chamado ministerial
Ed. Mundo Cristão

Dois movimentos de Jonas

O primeiro movimento na história mostra um Jonas desobediente; o segundo o mostra como profeta obediente. Em ambos, Jonas fracassa. Nós nunca vemos um Jonas bem-sucedido. Ele nunca acerta. Acho isso um tanto reconfortante. Jonas não é um modelo a ser seguido, um modelo que mostra minha ineficiência; esse é um treinamento de humildade, uma humildade bem alegre, em vez de servil.

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Fuga para Társis


E por que Társis? Bem, para começar, é bem mais empolgante do que Nínive, que era um lugar antigo coberto por uma história arruinada e infeliz. Ir à Nínive para pregar não era uma missão cobiçada por um profeta hebreu com boas recomendações. Társis, entretanto, era outra história. Era um lugar exótico. Uma aventura. Társis tinha o encanto do desconhecido enfeitado com detalhes barrocos de fantasia e imaginação. Nas referências bíblicas, Társis era "um porto distante e às vezes idealizado". O livro de 1Reis 10:22 relata que a frota de Salomão ia a Társis pegar ouro, prata, marfim, macacos e pavões. O estudioso de línguas semíticas, Cyrus H. Gordon, diz que na imaginação popular ela era "um paraíso distante".Shangri-lá.


Esse escapismo exótico é bem familiar. Deus oferece a homens e mulheres uma vocação e os chama para realizarem uma obra. Nós respondemos a essa iniciativa divina, mas humildemente pedimos para escolher o destino. Seremos pastores, mas não em Nínive, faça o favor! Vamos experimentar Társis. Em Társis, podemos ter uma carreira religiosa sem termos de lidar com Deus. (p. 27)


Pornografia Eclesiástica
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Existe uma tendência generalizada de nos esquivarmos das condições; mais comumente, essa fuga é alcançada ou por um encantamento artificial da igreja ou por seu repúdio. Fico muito ressentido quando pessoas tentam me atrair até Társis, pintando o trabalho pastoral como servir de sacerdote para os turistas do Mar Religioso — admirando as paisagens das Ilhas Gregas, parando em Roma para um tour pelas ruínas e museus, e finalmente chegando à lendária Társis.
Esse encantamento artificial da igreja é pornografia eclesiástica — tirando fotos ou pintando quadros de congregações que não têm mancha ou mácula, algo que só existe em umas poucas igrejas por alguns curtos anos. Estes quadros exibidos de maneira provocante não possuem relacionamentos pessoais. Os quadros atiçam a cobiça por domínio, gratificação e por uma espiritualidade impessoal e sem envolvimento. Minha própria imagem de uma congregação desejável era lapidada por tal pornografia um templo com uma torre alta e uma congregação banal. Fico espantado e alarmado que, mesmo tendo parado há muito de olhar as revistas e cartazes nas paredes da minha imaginação vocacional, ainda estou vulnerável à sedução.
O repúdio da paróquia ocorre mais repentinamente, muitas vezes pela imaginação de estruturas alternativas. Quantos de nós, no final de um longo dia de trabalho, sonhamos em começar um centro de retiro para ser freqüentado apenas por famintos e sedentos, ou em formar comunidades onde apenas pessoas muito motivadas podem entrar, ou em escapar para um seminário ou universidade onde as complexidades do pecado e os mistérios.

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Depois de tudo...

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Deus realiza seus propósitos por meio de quem realmente somos, com nossa desobediência impetuosa e nossa obediência impiedosa, e generosamente usa nossa vida tal como encontra para realizar sua obra.
Ele faz isso de tal maneira que é quase impossível para nós recebermos crédito por ela, mas também de tal maneira que em algum lugar no caminho ficamos surpreendidos com as vitórias que ele realizou, no mar e na cidade, onde desempenhamos nosso estranho papel de Jonas. (p. 39)


FUGINDO DA TEMPESTADE
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"No momento em que as palavras são usadas sem oração e pessoas são tratadas sem o acompanhamento da oração, algo de essencial na vida começa a vazar. Foi a percepção desse vagaroso vazamento, a perda de espírito, que produziu minha sensação de crise" (p.59)
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"A redução da alma ao simples eu, seguido de uma remoção manipulada de Deus do centro e do fundamento, tornou possível o diagnóstico do eu - ja que todo misterio havia desaparecido- e a fabricação de uma religião precisamente adequada para a satisfação das necessidades do eu, mas que deixava de lado toda a complexidade e delicadeza do relacionamento de Deus com o homem" (p. 61)
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"Dinheiro, um poderoso elemento na autonomia humana, tem um papel-chave em cada história, Jonas usa uma grande quantia para comprar uma passagem para Társis, e o interesse no dinheiro faz com que o capitão do navio despreze o conselho de Paulo. O poder do dinheiro desaparece na tempestade. Resta agora um único poder: Deus- e salvação de Deus. (p. 70)
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"A tempestade expõe a futilidade de nosso trablaho - como Jonas- ou o confirma - como Paulo-. Nos dois casos, a tempestade nos faz cientes de que nosso trabalho se constitui de Deus, ele retira qualquer sugestão de que, em nosso trabalho, podemos evitar ou controlar Deus. Uma vez que isso esteja estabelecido, estamos prontos para aprender sobre a espiritualidade adequada a nossa vocação, trabalhando verdadeiramente, sem temor, sem ambição ou ansiedade, sem negação ou preguiça" (p. 72)
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NO VENTRE DO PEIXE.
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Existem três condições de tensão para o serviço pastoral, que necessitam serem constantemente pensadas e oradas: a instituição que me ordena, a congregação que me chama e o ego chamado e ordenado.
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Eugene Peterson compara o ventre do peixe a um momento de askesis, um isolamento proporcionado por Deus das condições acima dispostas e de seus poderes ilusórios, para uma reavaliação do chamado e da vocação.
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Para ele a askesis "não é uma tecnologia espiritual ao nosso dispor, mas, ao contrário, é uma imersão num ambiente onde nossas capacidades são reduzidas a nada ou quase nada e ficamos à mercê de Deus para que ele possa moldar sua vontade em nós" (p.89)
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A retomada da sacralidade do sábado santo ajudaria neste sentido, é o evento menos celebrado, como também é a askesis.
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a regra da askesis é a seguinte:


domingo, janeiro 04, 2009

Um culto NFL

A Díficil Doutrina do Amor de Deus



D.A. Carson


CPAD,





Algumas maneiras diferentes de como a Bíblia fala do Amor de Deus
1. Amor peculiar do Pai pelo Filho, e do Filho pelo Pai

João 3.35
João 14.31

2. Amor providencial de DEus sobre tudo que Ele fez.


Genesis 1
Mateus 6.26 e 10.29


3. A postura salvadora em relação ao seu mundo caído.

João 3.16

"alguns calvinistas tentam tomar o grego kosmos aqui para se referir aos que eles chamam de eleitos. Mas isto realmente não servirá. Todas as evidências do uso da palavra no Evangelho de João são contrárias a tal sugestão (...) No vocabulário de João, mundo é primeiramente a ordem moral em rebelião intencional e culpável contra Deus. Em João 3.16, o amor de Deus ao enviar o Senhor Jesus deve ser admirado, não porque seja estendido a algo tão grande quanto o mundo, mas a algo tão mau; não a tantas pessoas, mas a tantas tão impiedosas" p. 17-18
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4. O amor particular efetivo e seletivo de Deus em relação aos seus eleitos.

Deuteronomio 7.7-8 cf. 4.37 e 10.14,15
Malaquias 1.2,3
Efésios 5.25

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5. Finalmente, às vezes é dito que o amor de Deus é dirigido ao seu próprio povo de uma maneira provisional ou condicional condicionado, isto é, à obediência.



"Se o amor de Deus se referir exclusivamente ao seu amor pelos eleitos, é
facil se desviar em direção a uma bifurcação simples e absoluta: Deus ama os
eleitos e odeia os reprováveis.(Caindo no hipercalvinismo).


(...)

Na verdade em uma igreja caracterizada antes mais pela preferencia pessoal e pelo antinomismo do que pelo temor piedoso do Senhor, tais passagens certamente tem algo a nos dizer. Mas separados das declarações biblicas complementares sobre o amor de Deus, tais textos podem nos fazer retroceder na direção da teologia do mérito, uma irritação incessante sobre se temos ou não sido suficientemente bons hoje para desfrutarmos o amor de Deus." (p.23)



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Ch 2- DEUS É AMOR
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No passado, muitos estudiosos buscaram vincular o amor de Deus e, consequentemente, o amor cristão a um grupo de palavras. Por exemplo, eros era tido como referente ao amor sexual, phileo, ao amor emocional, o amor que envolve amizade e sentimentos, e agapao refere-se ao amor voluntário, um ato de renúncia pessoal em favor de outra pessoa.
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Contudo, a vinculação de agapao ao amor de Deus não é tão evidente, senão, errônea.
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O verbo agapao vem do choque homonímico que houve entre as palavras kyneo- beijar- e kyno-impregnar. Certas formas deste verbo são identicas, que foram substituídas por phileo, em Lucas 22.47, quando Jesus beija Judas, a palavra para o ato é phileo.
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Na septuaginta, em 2Samuel 13, quando Amnom incestuosamente estupra sua meia-irmã Tamar, somos informados que ele a "ama"- sua atitude é um ato criminoso e deplorável, contudo os verbos usados aqui são tanto agapao quanto phileo.
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No Evangelho de João, nos 3.35 e 5.20 quando descreve o amor do Pai pelo Filho, ambos os verbos também são usados, assim, não se pode falar em diferença de significado.
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Em 2Timoteo 4.10, quando Paulo fala que Damas amou este mundo maligno presente, mais uma vez o verbo é agapao.
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A melhor coisa que podemos fazer é simplesmente usar o verbo amar que é tão ambíguo quanto era os seus cognatos gregos.
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"Embora eu jamais tenha identificado em detalhes, suspeito que a herança de entender agapao referindo-se a um amor voluntário independente de emoção e comprometido com o bem dos outros, foi influenciada pelos estudiosos e outros teologos filosoficos de uma era do passado, que negavam a existência de sentimentos em Deus. Ter sentimentos, eles argumentavam, implicaria passividade, isto é, suscetibilidade a impressão de pessoas ou eventos fora de si mesmo, e isto certamente é incompatível com a própria natureza de Deus (...) O unico ponto de similaridade entre o amor de Deus e nosso amor, eles argumentavam, é auto-comunicação, não é emoção ou sentimento. Evidências contrárias encontradas na Bíblia devem então ser marginalizadas e dispensadas como antropopatismo - o contraponto emocional ao antropomorfismo- ." p.31
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Relação entre o Pai e o Filho.
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"Primeiro, o Filho por sua obediência a seu Pai, fazendo apenas o que Deus lhe dá para fazer e dizendo apenas o que Deus lhe dá para dizer, embora fazendo tais coisas em função de sua habilidade para fazer tudo que o que seu Pai faz, o Filho esteja agindo de um modo que revela Deus Pai perfeitamente" p. 37
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Jesus : antes da encarnação?
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Alguns acreditam que Jesus recebeu o rótulo de Filho somente após a encarnação. Contudo, há evidências bíblicas em contrário.
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1. João 1.2,3 informa que Filho faz tudo que o Pai faz, ora, se tudo for completo, então desde a criação, a ligação entre o Pai e o Filho já existe, o Filho é agente na criação.
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2. A leitura de João 3.17 diz que Deus enviou seu Filho, nomenclatura que ele já possuía antes.
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3. Em João 5.26, mostra que a filiação é uma concessão eterna do Pai ao Filho, portanto nunca houve um momento inicial em que o Filho não tenha tido vida em si mesmo, esta concessão estabeleceu a natureza mesma do eterno relacionamento entre as duas primeiras pessoas da trindade, logo, a filiação de Jesus não está restrita aos dias de sua carne.
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4. TExtos em Jesus indica Deus Pai como Pai, e assim, se considera como Filho - João 17.5
"Todas as manifestações do amor de Deus surgem a partir desta realidade mais profunda e mais fundamental: o amor de Deus está ligado a própria natureza de Deus, pois, Deus é amor" p.42
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Amor de Deus e sua Soberania
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Paixões de Deus
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"Diferentemente das nossas, não se inflamam repentinamente nem ficam fora de controle. As nossas paixões mudam a nossa direção e as nossas prioridades, domesticando a nossa vontade, controlando a nossa tristeza e nossa felicidade, supreendendo e destruindo ou estabelecendo os nossos compromissos. Mas as paixões de Deus, como tudo o mais em Deus, são mostradas juntamente com a plenitude de todas as suas outras perfeições. Neste panorama, o amor de Deus não é tanto uma função de sua vontade, quanto algo que se mostre em perfeita harmonia com ela e com sua santidade, com os seus propósitos na redenção, com os seus planos, infinitamente sábios, e assim por diante" (p.64)
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quinta-feira, janeiro 01, 2009

Pregando Cristo


“A pregação centrada em Cristo é muito mais específica do que a pregação centrada em Deus”.
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Das recentes palestras sobre “Pregando Cristo a partir das narrativas de Gênesis”.

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No início de meu ministério, preguei uma série de sermões em Eclesiastes. Um sermão após outro, um pregador aposentado me dizia: “Eu apreciei seu sermão, Sid, mas eu me pergunto: “Será que um rabino poderia ter pregado seu sermão em uma sinagoga?” Esta imagem ficou gravada nitidamente em minha cabeça. O meu sermão era distintivamente cristão? Eu tinha pregado Cristo?Hoje reconheço que mesmo com um doutorado em interpretação bí­blica e pregação, eu não sabia como pregar a Cristo com integridade a partir de Eclesiastes, e eu nem estava muito preocupado em como fazê-lo. Minha maior tarefa, eu penso, era fazer justiça ao texto escolhido, e evitar distorcer as Escrituras. Não seria su­ficiente pregar sermões centrados em Deus? Cristo, afinal, é Deus. Mas pesquisas e reflexões poste­riores me convenceram que a “prega­ção centrada em Cristo” é muito mais específica do que a “pregação centrada em Deus”. De acordo com o Novo Testamento, pregar a Cristo não é o mesmo que pregar a Deus de maneira geral, mas significa pregar Cristo encarnado, Jesus de Nazaré, como o clímax da revelação própria de Deus. Como João explica, “Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou” (Jo 1.18).
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A Necessidade de se Pregar Cristo
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A necessidade de se pregar Cristo é claramente comunicada no Novo Tes­tamento. Em primeiro lugar, Jesus or­denou que seus discípulos pregassem sobre ele. Após sua ressurreição, Jesus ordenou a seus discípulos: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado” (Mt 28.19-20).Em segundo lugar, devemos pregar Jesus Cristo porque ele é o caminho da salvação. Jesus disse para Nicodemus: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). De fato, Jesus disse que ele é o único caminho da salvação. “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6; cf. Jo 17.3; At 4.12). Em terceiro lugar, deveríamos pregar explicitamente a mensagem de Jesus Cristo em nossa cultura pós­cristã. Na antiga cultura cristã, pregadores podiam pressupor que os seus ouvintes indistintamente iriam fazer conexões entre a mensagem do sermão e Jesus. Mas ninguém pode partir dessa hipótese em uma cultura pós-cristã. Se de alguma maneira as pessoas ainda pensam em alcançar a Deus, elas são inclinadas a pensar que existem muitos caminhos para ele. Os cristãos seguem um caminho, os judeus seguem outro, e os mulçumanos, ainda outro. No final das contas, todos se encontram no mesmo topo da montanha. Mas, se a Bíblia está correta, existe apenas um caminho até Deus: Jesus Cristo. Portanto, é crucial que em cada sermão nós explicitamente preguemos Jesus Cristo.
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O Significado de “Pregar Cristo”

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Mas o que significa “pregar Cristo?” O entendimento mais comum de “pregar Cristo” é pregar a pessoa e a obra de Cristo - a obra é costumeiramente en­tendida como o trabalho ungido de Je­sus. Esta definição ampla é baseada no Novo Testamento. Embora Paulo te­nha dito: “Nós pregamos Cristo cruci­ficado” (1Co 1.23), suas cartas deixam claro sua igual preocupação em pregar o Cristo ressurreto (1Co 15.4), em pregar “Jesus Cristo como Senhor” (2Co 4.5), e pregar a Segunda Vinda de Jesus (1Ts 3.13-18). Mas mesmo esta definição da pregação da pessoa e/ou a obra de Jesus Cristo é muito limitada para que possamos pregar Cristo em todos os sermões com integridade. Muitos textos de sabedoria do Antigo Testamento não podem ser legitimamente ligados a pessoa ou obra de Jesus. Deveríamos acrescentar à nossa definição de “pregar Cristo” um elemento a mais: o ensino de Jesus. Em seu mandado missionário, o próprio Jesus nos ordenou que passássemos adiante seus ensinamentos: “Fazei discípulos de todas as nações..., ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado” (Mt 28.20). João reiteirou a importância do ensino de Jesus: “Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem Deus; o que per­manece na doutrina, esse tem tanto o Pai como o Filho” (2Jo 9). Portanto, quando pensamos em pregar Cristo, deveríamos incluir o ensino de Cristo a respeito de tópicos tais como Deus, o reino de Deus, o próprio Jesus e sua missão, salvação, a lei de Deus, e nossa responsabilidade e missão. Em conformidade com isso, sugiro a seguinte definição: “Pregar Cristo a partir do Antigo Testamento significa pregar sermões que autenticamente integram a mensagem do texto com o clímax da revelação de Deus na pessoa, obra, e/ou ensino de Jesus Cristo como são revelados no Novo Testamento”.[1]Quando o texto contém uma pro­messa sobre o Messias que está por vir, os pregadores podem fazer este movimento de modo direto. Eles automaticamente relacionam a promessa com o cumprimento. Por exemplo, quando pregamos em Isaías 61, “O Espírito do SENHOR Deus está sobre mim,” não nos atemos apenas ao significado do texto para os ouvintes de Isaías, mas prosseguir adiante até o seu cumprimento em Jesus (Lc 4) e seu significado para os ouvintes contemporâneos. Do mesmo modo, quando pregamos que Deus redimiu Israel da escravidão do Egito, não deveríamos nos ater apenas à mensagem para Israel, mas deveríamos prosseguir adiante na história da redenção até o ato redentivo final de Deus em Jesus e em sua mensagem para a igreja aqui e agora.
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Os caminhos para a pregação de Cristo a partir do Antigo Testamento
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Estudando tanto o Novo Testamento quanto a história da pregação, cheguei a conclusão de que existem sete caminhos legítimos para relacionar o Antigo Testamento a Jesus. Eles são: (1) a progressão histórico-redentiva, (2) promessa-cumprimento, (3) tipologia, (4) analogia, (5) temas longitudinais, (6) referências neotestamentárias, e (7) contraste.[2]Se o texto pregado é o relato da criação de Gênesis 1.1-2.3, as opções estão limitadas porque o relato descreve o estado anterior a queda. Além disso, os pregadores podem chegar a Jesus através das referências do Novo Testamento: João 1.1-5 faz menção a Gênesis 1 e fala de Jesus como a Palavra de Deus pela qual todas as coisas foram criadas. João continua no verso 14, “A palavra se fez carne,” o que pode ser relacionado com Filipenses 2.6-7, onde Paulo fala de Cristo Jesus, “o qual, sendo o próprio Deus ... esvaziou-se a si mesmo tomando a forma de servo”.Se o texto bíblico fala sobre os eventos posteriores à queda como, por exemplo, a narrativa de Abel e Caim em Gênesis 4, os pregadores podem chegar até Cristo por uma variedade de caminhos:
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Pelo caminho da progressão histórico-redentiva, traçando a batalha entre a semente da serpente e a semente da mulher, a partir de Caim versus Abel, do Egito versus Israel, indo para Canaã versus Israel, para Herodes versus Jesus, para Satanás versus Jesus, para o Mundo versus a igreja, até a derrota final de Satanás (Ap 20.10) e a vitória de Cristo.
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Pelo caminho da tipologia Abel-Cristo: Abel, a semente da mulher que foi morto pela semente da serpente, é um “tipo” de Jesus Cristo, a Semente da mulher que seria morto por Satanás.
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Pelo caminho da analogia: assim como Deus assegurou a Israel que ele preservaria o seu povo da aliança na história humana (veja Gn 4.25-26), Jesus assegura sua igreja que “as portas do inferno não pre­valecerão sobre ela” (Mt 16.18).
Traçando o tema longitudinal da semente da mulher a partir de Sete, a “semente” que substituiu o martirizado Abel (4.25), até Noé, Abraão, Isaque, Jacó, Judá, Davi, e finalmente até Jesus Cristo, a Semente da mulher.
Usando referências neotestamentárias como Hebreus 12.24 ou João 3.11-13 como uma ponte para Cristo.
Para os textos de sabedoria do Antigo Testamento a opção pela analogia combinada com as referências neotestamentárias pode ser uma abordagem frutífera se o pregador identificar um ensino similar de Jesus, o rabi que pensava em parábolas como um homem sábio do passado. Por exemplo, ao pregar sobre “Não te fatigues para seres rico... Pois, certamente, a riqueza fará para si asas, como a águia que voa pelos céus” (Pv 23.4-5), é possível usar analogia para se chegar ao ensino similar de Jesus, “Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam” (Mt 6.19). Ou, pregando em Eclesiastes com os seus freqüentes refrões sobre a vaidade, um pregador pode usar a opção do contraste: em razão da ressurreição de Jesus, a vida humana não é vaidade. Isto pode ser baseado pelas palavras finais de Paulo em seu capítulo sobre a ressurreição: “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão” (1Co 15.58). O fato é que no contexto histórico-redentivo mais amplo é possível se fazer justiça à mensagem original do texto da pregação, e pregar a pessoa, obra e ensino de Jesus, sem distorcer as Escrituras. A pregação cristrocêntrica não se opõe à pregação teocêntrica. Se feita corretamente, a pregação cristrocêntrica expõe o verdadeiro coração de Deus.
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[1] Esta definição é de meu livro, Preaching Christ from the Old Testament (Grand Rapids: Eerdrmans, 1999), p.10.[2] Para uma explicação detalhada disto veja Preaching Christ from the Old Testament., 203-77
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Dr. Sidney Greidanus

Professor de Pregação no Calvin Theological Seminary em Grand Rapids, Michigan.Este artigo, traduzido por Adrien Bausells, foi extraído da revista Forum (primavera de 2003, p. 3-4), publicada pelo Calvin Theological Seminary.