domingo, maio 20, 2012

Como saber se a pregação é evangélica?


Existem três modos de falar sobre Deus numa igreja, uma forma é o que chamamos de religião  (Tim Keller) ou escassez ( Carlos McCord), uma segunda, chamada de liberalismo, pode tudo e mais um pouco, e uma terceira forma bem diferente que é o evangelho ou abundância.

Na primeira visão, infelizmente mais comum em nossos púlpitos, a abordagem parte da escassez da vida, daquilo que você faz e tenta mudar seu comportamento através de idéias ou coisas que você deve fazer. A palavra chave desta pregação é FAÇA!

O foco é aquilo que você faz para Deus, sendo sua motivação com isto ser aceito por Deus com base em sua obediência, a mudança é sempre de fora para dentro, a mensagem principal é que existe uma carência de certas coisas e você precisa fazer alguma coisa para mudar isto na sua vida. Os frutos desta abordagem são orgulho e frustração, acaba gerando uma mentalidade de super crentes versus crentes não tão esforçados. A qualidade da vida espiritual é medida pelo esforço individual de cada crente.

Essas pregações são facilmente reconhecidas em seus temas: Como ser, Como reconhecer, Como tornar-se, 10 regras, 5 leis, 3 atitudes. Enfim, é a alma tentando melhorar o espírito, uma mudança de fora para dentro.


Tim Keller coloca um segundo ladrão para a nossa vida com Deus além do moralismo, há pregações, hoje em dia, que implicam num relativismo moral. O foco delas é o amor de Deus que perdoa tudo, a motivação é apenas ser feliz, Deus nos aceita como somos, não precisamos realmente de mudanças, Deus foi criado para nos fazer feliz, há um Jesus que é sacerdote mas nunca profeta e nem rei. Há uma graça sem verdade, sem arrependimento. A tendência é de um hedonismo religioso, um cristianismo de mercado sem compromisso com Deus ou com o próximo.  Gera uma crença estéril e insubmissa. 

A primeira vista parece que estas duas formas não tem nada em comum, contudo, elas partem do mesmo pressuposto, elas evitam que Jesus seja o centro das suas vidas. Ambas, se alimentam da escassez que há na carne. O moralismo se alimenta das regras e do esforço, o liberalismo da felicidade e do amor natural carnal. 

Ambas tem também uma visão distorcida de Deus, para moralista, Deus é alguém que estabeleceu certas regras pelas quais devemos viver, ele é o chefe, o exemplo moral,mas nunca o salvador. Para o liberal, Deus é alguém que apenas ama, e não se importa com o modo como levamos nossas vidas, sua graça e cruz tornam-se meros acessórios para ambas as visões.



A outra forma bem diferente desta é chamada de Evangelho,  o foco do evangelho é a obra e pessoa de Jesus Cristo, começa com a abundância de vida que há nEle.  A motivação não é fazer, mas descansar no amor de Deus revelado em Jesus, viver em Deus para Deus, a mudança acontece de dentro para fora, nosso espírito é tocado pelo Espírito Santo, nossa alma é moldada e constrangida pelo amor de Jesus Cristo. 

A mensagem é boa notícia, é de vida, que ressoa que somos filhos amados de Deus em Jesus Cristo. A tendência em nossa vida não é para orgulho ou medo, mas para uma vida de humildade e grandeza pois somos totalmente verdadeiros sobre o nosso fracasso e somos totalmente aceitos pela vitória dEle, há uma vida frutífera e multiplicadora pois reconhecemos a graça de Deus em nossa vida, e a abundância que há em nosso relacionamento com Jesus Cristo.


Se a pregação que você ouve não te levar para o descanso que há em Jesus Cristo, ela não pode ser boa nova. Muitos pregadores são tentados hoje em manipular as pessoas com comportamentos em troca de uma vida de felicidade.

Mas, a função principal é levar cada um de nós a um relacionamento com a pessoa de Jesus que é a nossa vida, a nossa transformação e o nosso amor.

Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado.  1Co 2.2




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