segunda-feira, outubro 15, 2012

Francine Prose - Reading Like a Writer




In the ongoing process of becoming a writer, I read and reread the authors I most loved. I read for pleasure, first, but also more analytically, conscious of style, of diction, of how sentences were formed and information was being conveyed, how the writer was structuring a plot, creating characters, employing detail and dialogue. And as I wrote, I discovered that writing, like reading, was done one word at a time, one punctuation mark at a time. It required what a friend calls "putting every word on trial for its life": changing an adjective, cutting a phrase, removing a comma, and putting the comma back in.

Francine Prose, Reading Like a Writer, p.3

quinta-feira, outubro 11, 2012

Watchman Nee: Propósito Eterno

No sétimo capítulo de A Vida Cristã Normal, Watchman Nee nos fala sobre o propósito eterno da criação: a glória de Deus, que temos quando somos feitos filhos de Deus por Deus em Jesus.

Se o pensamento do homem gira em torno da punição que irá advir sobre ele como consequência do pecado, o pensamento de Deus sempre está colocado na glória que o homem perderá se pecar. O resultado do pecado é que perdemos o direito à glória divina.

O objetivo de Deus era que seu Filho, Jesus Cristo,  fosse o primogênito de muitos irmãos, que seriam transformados à sua imagem. O propósito divino na criação e na redenção foi fazer de Cristo, o primogênito entre muitos filhos glorificados. 

Nee coloca a questão de que Deus não pode ficar sem a gente, citando George Cutting:

"O propósito divino na criação e na redenção foi que Deus tivesse muitos filhos. Ele nos desejava, e não Se satisfazia sem nós. Há algum tempo, visitei o Sr. George Cutting, autor do famoso folheto "Segurança, Certeza e Gozo". Quando fui levado à presença deste velho crente, de noventa e três anos, ele tomou a minha mão nas suas, e, de maneira calma e ponderada, disse: "Irmão, sabe, eu não posso passar sem Ele, e, sabe, Ele não pode passar sem mim". Embora estivesse com ele por mais de uma hora, a sua idade avançada e a sua fraqueza física tornaram impossível manter qualquer conversa, mas o que fi­cou gravado na minha memória, desta entrevista, foi a sua freqüente repetição destas duas frases: "Irmão, sabe, eu não posso passar sem Ele, e, sabe, Ele não pode passar sem mim"."

Ele também estabelece uma diferenciação entre unigênito e primogênito, Jesus é ambas as coisas, foi enviado como único para ser o primeiro de muitos, conforme o texto de Hb. 2:10. A filiação é o propósito de Deus nos muitos filhos.

No que diz respeito à sua divindade, Jesus permanece como único filho de Deus, mas, Ele também é o primogênito a partir do momento da ressurreição e por toda a eternidade.  Se nascemos de novo, somos feitos co-participantes de sua natureza divina, conforme 2Pe. 1:4, estamos na dependência de Deus em Cristo Jesus.  

Foi por meio da encarnação e cruz que Jesus tornou possível sermos filhos de Deus, Ele satisfez a Deus em sua obediência e assim, pode nos ter, como seus filhos.

Somos filhos de Adão. Ele foi criado inocente, não possuia o conhecimento do bem e do mal. Nee explica assim:

Qual é, pois, o significado destas duas árvores? Adão, por assim dizer, foi criado moralmente neutro — nem pecador nem santo, mas inocente — e Deus colocou estas duas árvores no Jardim para que ele pudesse pôr em prática a faculdade de livre escolha de que era dota­do. Podia escolher a árvore da vida, ou escolher a árvore do conhecimento do bem e do mal.
Ora, o conhecimento do bem e do mal, embora a Adão tivesse sido proibido, não é mau em si mesmo. Sem ele, Adão está limitado e não pode, por si mesmo, decidir em questões de ordem moral. O julgamento do que é certo e bom não lhe pertence, e, sim, a Deus, e o único recurso de Adão, quando tem que encarar qualquer problema, é remetê-lo a Deus. Assim, há no Jardim uma vida que depende totalmente de Deus. Estas duas árvores representam, portanto, dois princípios profundos; simbolizam dois planos de vida, o divino e o humano. A "árvore da vida" é o próprio Deus, porque Deus é a vida, a mais elevada expressão da vida, bem como a fonte e o alvo da vida. O que representa o fruto? É nosso Senhor Jesus Cristo. Não podemos comer a árvore, mas podemos comer o seu fruto. Ninguém é capaz de receber Deus, como Deus, mas podemos receber o Senhor Jesus Cristo. O fruto é a parte comestível, a parte da árvore que se pode receber. Podemos assim dizer, com a devida reverência, que o Senhor Jesus Cristo é realmente Deus, em forma recebível: Deus, em Cristo, po­de ser recebido por nós.


Diante de Adão, foram colocados dois planos de vida: a vida divina em dependência de Deus e a vida humana com seus recursos independentes. Adão escolheu a autonomia em relação a Deus. Assim, por sermos seus filhos, nos tornamos pecadores, dominados pelo inimigo, sujeitos à lei do pecado e da morte, merecendo a ira de Deus sobre a nossa vida.

Todos nós devemos ir até a cruz de Cristo, para que a velha vida seja morta, o velho-eu. Deus nos incluiu na morte de Seu Filho, aniquilando o último Adão e tudo que pertencia a ele.

Depois, Cristo ressuscitou em nova forma; ainda com um Corpo mas "no espírito"; não mais "na carne". "O último Adão, porém, é espírito vivificante" (I Co 15.45). O Senhor Jesus agora tem um Corpo ressurreto, espiri­tual, glorioso e, desde que não está mais na carne, pode agora ser recebido por todos. "Quem de mim se alimenta, por mim viverá", disse Jesus (João 6.57). Os judeus acha­ram revoltante a idéia de comer a Sua carne e beber o Seu sangue, mas, evidentemente, não podiam recebê-Lo então, porque Ele estava, literalmente, na carne. Agora que Ele está no Espírito, cada um de nós pode recebê-Lo, e é participando da Sua vida ressurreta que somos constituídos filhos de Deus. "A todos quan­tos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus... os quais nasceram... de Deus" (João 1.12,13). Deus não está empenhado em reformar a nossa vida; o Seu pensamento não consiste em trazê-la a certo grau de aperfeiçoamento, porque a nossa vida situa-se num plano essencialmente errado. Naquele plano, Ele não po­de agora levar o homem à glória. Tem que criar um novo homem, nascido de Deus, nascido de novo. A regeneração e a justificação caminham juntas.



Então, hoje nossa única esperança é receber o Filho de Deus, sua vida em nós nos faz filhos de Deus.  Com Cristo, temos muito mais do que Adão poderia ter:

O que nós hoje possuímos em Cristo é mais do que Adão perdeu. Adão era apenas um homem desenvolvido. Permaneceu naquele plano e nunca possuiu a vida de Deus. Mas nós, que recebemos o Filho de Deus, recebemos não só o perdão dos pecados, mas também recebemos a vida divina que estava representada no Jardim pela árvore da vida. Pelo novo nascimento, recebemos algo que Adão nunca tivera e não chegara a alcançar.

Hoje temos uma vida que Deus tem no céu, porque Ele nos deu aqui na terra, esta é a razão de nossa vida santa, porque não se trata de uma vida modificada ou melhorada, mas uma vida concedida por Deus a cada um de nós.

segunda-feira, outubro 08, 2012

Coronelismo ontem, hoje e eternamente?



"O coronelismo é sobretudo um compromisso, uma troca de proveitos entre o poder público, progressivamente fortalecido, e a decadente influência social dos chefes locais, notadamente dos senhores das terras"  
Victor Nunes Leal, Coronelismo,Enxada e Voto, p. 44

Imagine um candidato no Brasil com as seguintes propostas:

1. Redução de Carga Tributária
2. Redução de bolsa família, bolsa estudo, bolsa alimentação
3. Redução de Cargos Comissionados.
4. Redução de Contratação pelos serviços públicos.
5. Redução de Favores do Estado.
6. Investimentos em Educação,Infra-estrutura, Segurança e Saúde.



Este candidato não iria muito para frente nesta campanha política. A lógica política brasileira tem padrões básicos de assistencialismo, Lula foi bom por causas da bolsas-família, pro-uni, etc.

Contudo, o que as pessoas não calculam é o quanto elas pagam por isto. Se você for de classe média no Brasil, você paga os impostos e também paga um plano de saúde, um colégio para os filhos, a universidade particular, um monitoramento de segurança privada, etc. Você sempre paga uma conta dobrada. Paga pelo serviço público e pelo serviço privado. E quando você usa algum serviço do governo, acha que foi uma benesse de algum político.

O problema disso é a visão matriarcal que as pessoas tem do Estado, como fonte de seus serviços e ajudas, mas elas não entendem que esta mãezona, tem um preço que elas mesmos pagam.

Pensando em Pindamonhangaba, os vereadores mais bem votados seguem a política assistencialista- um dá remédio, outro dá consulta, outro dá cesta básica-e o preço de tanta generosidade que paga? É você mesmo.

Essa é a visão de mundo tanto de um lado como de outro, impostos e mais impostos e alguns serviços a mais. 

O povo precisa entender que quanto mais eles querem que o Estado faça, mais impostos ele irá cobrar, e assim, mais corrupção haverá. No Brasil, não existe nenhum setor político atual que não defenda esse círculo fominha. Por que?

As campanhas são super caras, precisa de financiadores, que lá na frente terão favores. Para que os favores sejam pagos, é necessário que haja dinheiro extra para o pagamento de serviços que custariam bem menos se não houvesse tal ciclo.

É o bom e velho sistema coronelista, se no Coronelismo, o estado era usado para salvar o grande fazendeiro do revés financeiro de sua atividade se apropriando do Estado para garantir seus recursos em troca de favores e votos de seus trabalhadores. A história hoje é a mesma, mudaram-se as figuras, mas o sistema político continua igual.

O sistema é igual em toda a parte porque os políticos nacionais e estaduais começaram no município, e de lá seguem o padrão.

A política é a arte da possibilidade, se o povo ignorando a conta que pagam, busca no Estado, favores e auxílios, isto incentiva, políticos e um sistema que paga essas benesses com um preço mais caro. 

Exemplo claro disso: O Bom Prato, do ponto de vista, social as pessoas pagam 1 real por refeição, excelente. Mas quanto custa este prato de 1 real na verdade?  Ele custa um real mais sei lá quantos reais de impostos que você paga para subsidiar este valor.

Só de ICMS, a fatia de Pinda em 2010 foi de 45 milhões de reais, eu me pergunto quem administra melhor este dinheiro o povo e a prefeitura?

Segundo o UOL, você trabalha 150 dias por ano para pagar os impostos. Imagine que você ganha 12000 reais por ano. Só de impostos num ano você paga 4931 reais, o que daria 410 reais a mais por mês em sua mão, aposto isso daria uma chance melhor de educação, saúde, emprego, prosperidade para cada pessoa.

Enquanto as pessoas ficam super felizes com o retorno de uma merreca na Nota Fiscal Paulista ignorando que os favores que eles tanto querem do governo custam bem caro.

JFK disse que não era para as pessoas perguntarem o que governo poderia fazer por elas, mas o que elas poderiam fazer pelo país. Infelizmente, em toda campanha o povo quer apenas saber do que o governo pode fazer por elas, e o ciclo do assistencialismo nunca morre.

A próxima vez que você abastece seu carro, mais da metade do valor que você paga é imposto, este valor é para pagar a campanha política, os inúmeros cargos que o governos têm, e se sobrar, pagar o caro serviço ruim que você vai receber achando que é um grande favor.


"A melhor prova de que o coronelismo é antes sintoma de decadência do que manifestação de vitalidade dos senhores rurais nós a temos neste fato: é do sacrifício da autonomia municipal  que ele tem se alimentado para sobreviver" Victor Nunes Leal, p. 74


quinta-feira, outubro 04, 2012

Watchman Nee: Oferecer-se a Deus.



No capítulo 6 da Vida Cristã Normal, Nee nos conta o terceiro passo da vereda do progresso, Oferecer-se a Deus. Seguindo o programa de questões de auxílio da edição Tesouro Aberto, vamos responder as questões propostas.

O texto base deste capítulo está em Romanos 6:12-13: Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões; nem ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado como instrumentos de iniqüidade; mas oferecei-vos a Deus como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros a Deus como instrumentos de justiça".
 

2. Por que um homem não convertido, não possui nada que possa consagrar a Deus?

Conforme o verso 13, não se trata de um oferecimento de dons e talentos, ou qualquer coisa que estava na velha criação, mas como "ressurretos dentre os mortos". O que é ofertado é aquilo que passou da morte para vida.

Quando eu realmente sei que fui crucificado com Ele, então espontaneamente considero-me morto (vv. 6 e 11) e quando sei que ressuscitei com Ele de entre os mortos, então, considero-me "vivo para Deus em Cristo Jesus" (vv. 9 e 11), pois tanto o aspecto da Cruz denominado "morte", como o denominado "ressurreição" têm que ser aceitos pela fé. Quando chego a este ponto, segue-se que me dou a Ele. Na ressurreição, Ele é a fonte da mi­nha vida — realmente Ele é a minha vida; de modo que não posso deixar de oferecer tudo a Ele, pois tudo é dEle e não meu. Mas, sem passar pela morte, nada tenho para consagrar, nada há de aceitável a Deus, pois já con­denou, na Cruz, tudo quanto é da velha criação. A morte acabou com tudo o que não pode ser consagrado a Ele, e somente a ressurreição torna possível qualquer consagra­ção. Apresentar-me a Deus significa que, agora e daqui em diante, considero a minha vida como pertencente ao Senhor

3. O desafio de Nee no que se refere ao uso do tempo, dinheiro e talentos, nos deixaria muito introspectivos e sensíveis?

A verdade cristã é que não pertencemos a nós mesmos mais, esta verdade pode nos deixar introspectivos e sensíveis sim e não.  Porque é uma verdade que vai além do nosso egoísmo, contudo, é uma verdade que muda nossa compreensão subjetiva da vida e o modo pelo qual andamos no mundo.


4. A santidade tem alguma coisa a ver com a qualidade e o caráter da pessoa?

Não nos tornamos por termos alguma coisa maligna que foi erradica dentro de nós, nos tornamos assim por termos sidos separados por Deus. Nee coloca que muitos consagram-se ao trabalho de Deus, colocando seus dotes naturais para fazer o trabalho, mas devemos nos consagrar à vontade para ser e fazer aquilo que Ele quiser. Obedecer é mais do que fazer aquilo que Deus quer, é querer o que Deus quer, isto é santidade, algo que só Ele pode colocar em nosso coração.


5. Como Deus decide em nossas vidas?

Deus tem uma carreira preparada para cada um de nós - 2Tm 4:7. É Ele quem decide qual o serviço que iremos prestar em seu reino.


6. Existe diferença entre a vontade própria assertiva e a escolha deliberada pela vontade de Deus?

A vontade própria de cada homem é voltada para si mesmo, buscar a sua própria satisfação.  A escolha pela vontade de Deus é algo distinto, é entregar-se, oferecer-se a Deus para viver uma vida segundo a vontade de Deus. 

"Não podemos esperar que o Senhor viva sua vida em nós se não lhe dermos a nossa para que Ele vida por meio dela" p. 83


7. Deus pode interferir em nossa vida em coisas que não o agradam?

Se nos dermos a Deus, sem reservas, muitos ajusta­mentos talvez sejam necessários: na família, nos negócios, na vida da Igreja, ou em nossas opiniões pessoais. Deus não deixará sobrar nada de nós mesmos. O Seu dedo to­cará, uma por uma, todas as coisas que não são dEle, e Ele dirá: "Isto tem que desaparecer". Você está pronto? É loucura resistir a Deus, e é sempre prudente e sábio submeter-nos a Ele. Admitamos que muitos de nós ainda temos controvérsia com o Senhor. Ele deseja uma coisa da nossa parte, enquanto nós desejamos outra. Não ousa­mos considerar muitas coisas, nem orar a respeito delas, nem mesmo pensar nelas, por medo de perdermos a nos­sa paz. Podemos fugir assim do problema, mas isso nos colocaria fora da vontade de Deus. É sempre fácil nos afastarmos da Sua vontade, mas é uma bênção nos entregarmos a Ele e deixá-Lo realizar em nós o Seu propósito.


8. "Deus sempre quebrará aquilo que é oferecido para ele". Quão sincera é a nossa consagração?

Aqui Nee fala da falta de entendimento de muitos que pensam que ainda são donos de si mesmos, mas não o são mais, agora, todos nós pertencemos a Deus. Estamos em suas mãos, e o Senhor sempre irá construir e remodelar a nossa vida para o seu agrado e não o nosso, porque isto é que no final irá nos trazer mais felicidade e gozo.

9. Como deve ser a vida de consagração do crente?

A minha entrega ao Senhor deve ser um ato inicial e fundamental. Depois, dia a dia, devo prosseguir, dando-me a Ele, sem me queixar do uso que Ele faz de mim, mas aceitando, com grato louvor, mesmo aquilo contra c o qual a carne se revolta.Sou do Senhor e agora não mais me considero pro­priedade minha, mas reconheço em tudo a Sua soberania e autoridade. Esta é a atitude que Deus requer, e mantê-la é verdadeira consagração. Não me consagro pa­ra ser missionário ou pregador; consagro-me a Deus para fazer a Sua vontade, onde estiver, quer seja na escola, no escritório, na oficina ou na cozinha, considerando que tudo o que Ele ordena é o melhor para mim, pois so­mente o que é bom pode advir para aqueles que são intei­ramente Seus. Permita Deus que estejamos sempre possuídos da consciência de que não somos de nós mesmos!