quinta-feira, setembro 18, 2014

Romanos 6:15-7:6: Escravos de Deus

ROMANOS 6:15-7:6: Pois quê? Pecaremos porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça? De modo nenhum!  6.16   Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?  6.17   Mas graças a Deus que, tendo sido servos do pecado, obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes entregues.  6.18   E, libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça.  6.19   Falo como homem, pela fraqueza da vossa carne; pois que, assim como apresentastes os vossos membros para servirem à imundícia e à maldade para a maldade, assim apresentai agora os vossos membros para servirem à justiça para a santificação.  6.20   Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça.  6.21   E que fruto tínheis, então, das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte.  6.22   Mas, agora, libertados do pecado e feitos servos de Deus, tendes o vossa o fruto para santificação, e por fim a vida eterna.  6.23   Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor. 7.1   Não sabeis vós, irmãos (pois que falo aos que sabem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem por todo o tempo que vive?  7.2   Porque a mulher que está sujeita ao marido, enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei; mas, morto o marido, está livre da lei do marido.  7.3   De sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera se for doutro marido; mas, morto o marido, livre está da lei e assim não será adúltera se for doutro marido.  7.4   Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais doutro, daquele que ressuscitou de entre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus.  7.5   Porque, quando estávamos na carne, as paixões dos pecados, que são pela lei, operavam em nossos membros para darem fruto para a morte.  7.6   Mas, agora, estamos livres da lei, pois morremos para aquilo em que estávamos retidos; para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra.


Se a lei não é mais o sistema pelo qual temos a salvação, estamos debaixo de alguma obrigação? Podemos fazer o que quisermos? Temos que obedecer os dez mandamentos? Paulo está falando de qual deve ser a motivação e o entendimento para a obrigação na vida de um cristão.

ESCRAVOS DE ALGO.

6:15  Pois quê? Pecaremos porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça? De modo nenhum! 

Paulo coloca que podemos ser escravos do pecado ou servos de Deus, não podemos ser nenhuma coisa nem outra e nem os dois. Só há dois senhores, e a humanidade sempre terá um senhor:

6:16: escravos do pecado ou escravos da obediência.
6:17-18: escravos do pecado ou escravos da justiça.
6:20-22: escravos do pecado ou escravos de Deus.

6.16   Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?

Paulo diz que nenhum homem é livre, todos são escravos de alguma coisa, todos se oferecem para alguém. Somos controlados por aquilo que oferecemos a nós mesmos, todos temos um deus, todos somos adoradores.

A conversão é um ato de auto-rendição; auto-rendição conduz inevitavelmente a escravidão; e escravidão demanda obediência total, radical e exclusiva. Afinal, ninguém pode ser escravo de dois senhores, como Jesus disse. Portanto, uma vez que nos ofereçamos a ele como escravos seus, estamos permanente e incondicionalmente ao seu dispor. Não há a mínima possibilidade de voltar atrás. Depois de escolher o nosso mestre, não nos resta outra escolha a não ser obedecer-lhe. (JOHN STOTT, Romanos, p. 111)

6.17   Mas graças a Deus que, tendo sido servos do pecado, obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes entregues.

Paulo diz que há dois tipos de mestres ou duas categorias de escravidão. A escravidão do pecado é a verdadeira servidão que leva a morte. Ser escravo de Deus leva a justiça, ao amor, a paz, ao auto-controle e a bondade.

Um cristão não deve obedecer aos dez mandamentos para ser salvo, mas um cristão os obedece para ser livre, quando não obedecemos a lei de Deus ficamos escravos do egoísmo e do pecado.

COMPARAÇÃO E CONTRASTE.

6.17   Mas graças a Deus que, tendo sido servos do pecado, obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes entregues.  6.18   E, libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça. 6.19   Falo como homem, pela fraqueza da vossa carne; pois que, assim como apresentastes os vossos membros para servirem à imundícia e à maldade para a maldade, assim apresentai agora os vossos membros para servirem à justiça para a santificação.

Primeiro, há o contraste, mostrando que o pecado é o que somos por natureza. Esta escravidão começa automaticamente, nascemos nela. Por outro lado, a escravidão a Deus começa com a conversão  "graças a Deus, obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes entregues" (vs.17).  Há quatro elementos nesta conversão que veremos:

a. Forma de doutrina:  significa que a conversão começa com um corpo de verdades, uma mensagem específica com um conteúdo específico que deve ser recebido.

b. De coração: significa que esta verdade convence e afeta o coração. Antes do evangelho entrar, é possível ser um cristão apenas na mente ou no comportamento, superficialmente. Mas, quando o evangelho transforma nos fazendo escravos de Deus.

c. Obedecendo: quando a verdade do evangelho penetra o coração, ela leva a uma mudança de vida.

d. Graças a Deus: todo o processo se deve a graça divina.

A escravidão do pecado começa com o nosso nascimento, mas, a escravidão a Deus começa com o novo nascimento, quando a graça de Deus nos permite  abraçarmos o evangelho de coração resultando numa total mudança de vida.

No verso 19, vemos o desenvolvimento dessas escravidões.  A escravidão do pecado leva a deterioração, ela vem porque os imperativos dos senhores da nossa vida, as coisas que servimos, procuram trabalhar suas vontades em nossos corpos. Quando agimos de um propósito particular, a ação molda o nosso caráter e a nossa vontade de modo que fica mais fácil agir daquela forma de novo, então, oferecer nossos corpos ao pecado nos leva a impureza e, assim, a maldade.

A escravidão a Deus, leva a justiça que leva a santidade.

MORTO AGORA.

6.20   Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça.  6.21   E que fruto tínheis, então, das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte.  6.22   Mas, agora, libertados do pecado e feitos servos de Deus, tendes o vossa o fruto para santificação, e por fim a vida eterna.  6.23   Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor. 

O pecado traz condenação e separação de Deus pela eternidade, mas Paulo está falando da morte no sentido do dia a dia, se não obedecemos a lei de Deus, ficamos escravos do egoísmo, da luxúria, da amargura e do orgulho,etc.  Qualquer coisa que você adore além de Deus promete muito, mas entrega algo pior que nada. 

A escravidão a Deus é contraste completo, o benefício é a santificação e o resultado é a vida eterna. A obediência cresce no fruto do Espírito e as pessoas podem experimentar essa vida hoje.

Um dos paradoxos clássicos cristãos é que a liberdade leva à escravidão e da escravidão para a liberdade.Assim como, através de Cristo, as pessoas são livres  da escravidão do pecado, estamos entrando em uma nova escravidão e  permanente: a escravidão de Cristo.Uma termina com o objectivo de permitir  que o outro começa.Enquanto que a emancipação indivíduo ocorre, aqueles  liberados não são isolados como "escravos de Cristo", mas formam uma  comunidade global de "companheiros de escravos", todos pertencentes ao  mesmo Mestre que compraram sua liberdade, para que todos se compromete a  obedecer e agradá-lo (MURRAY HARRIS in MACARTHUR, JOHN  Escravo, p. 36)

O pecado é um mestre que paga seus escravos com a morte, e Deus é um senhor que paga com a vida eterna.

Continua a comparação e o contraste entre uma escravidão e a outra. Desta vez o apóstolo salienta que cada um dos tipos de escravidão é também uma espécie de libertação, embora uma seja autêntica e a outra espúria. Semelhantemente, cada liberdade é um tipo de escravidão, embora uma seja degradante e a outra enobrecedora. Por um lado, escreve, quando vocês eram escravos do pecado, estavam livres da justiça (20) — se bem que liberdade assim, seria melhor chamá-la de licenciosidade. Por outro lado, diz ele: Mas agora ... vocês foram libertados do pecado e se tornaram escravos de Deus (22a) — e este tipo de escravidão seria melhor chamado de libertação. E como saber o que requer de nós cada uma delas? A melhor maneira é avaliando o seu "resultado" (ARA), ou melhor, o seu fruto (NVI). As conseqüências negativas de se ser escravo do pecado e livre da justiça são remorso no presente (um sentimento de culpa pelas coisas das quais agora vocês se envergonham) e, no final, a morte (21), que aqui certamente significa a morte eterna, a separação de Deus no inferno, que nos capítulos finais do Apocalipse é chamada de "a segunda morte".149 Mas agora, continua Paulo, os benefícios positivos de ser livre do pecado e escravo de Deus são santidade no presente e vida eterna no final (22b), o que certamente significa, aqui, comunhão com Deus no céu. Portanto, existe uma liberdade que se manifesta em morte e uma escravidão que se expressa em vida. (JOHN SOTT, Romanos, p. 112)

CRISTÃOS E A LEI (3 PERSPECTIVAS)

Agora podemos resumir três atitudes que podemos adotar com relação à lei, sendo que Paulo rejeita as duas primeiras e recomenda a terceira. Poderíamos chamá-las de "legalismo", "antinomismo" e "liberdade para cumprir a lei". Os legalistas encontram-se "debaixo da lei" e estão sujeitos a ela. Eles acham que o seu relacionamento com Deus depende de obedecerem à lei, e assim buscam ser justificados e santificados por ela. Mas sentem-se arrasados pelo fato de que a lei não pode salvá-los. Os antinomianos (ou libertinos) vão para o outro extremo. Culpando a lei por seus problemas, eles a rejeitam completamente, declarando-se livres de qualquer obrigação para com suas exigências. Eles transformaram a liberdade em libertinagem. O terceiro grupo — os que estão livres para cumprir a lei — consegue manter o equilíbrio. Eles se regozijam tanto em sua libertação da lei, que lhes traz justificação e santificação, como na sua liberdade para cumpri-la. Deleitam-se na lei por ser a revelação da vontade de Deus (7.22), mas  reconhecem que a força para cumpri-la não provém da lei, mas do Espírito. Assim os legalistas temem a lei e estão sujeitos a ela. Os antinomianos detestam a lei e a repudiam. E os "livres para cumprir a lei" amam a lei e a cumprem. (JOHN STOTT, Romanos, p. 116)



CASADO COM ALGUÉM

7.1   Não sabeis vós, irmãos (pois que falo aos que sabem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem por todo o tempo que vive?  7.2   Porque a mulher que está sujeita ao marido, enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei; mas, morto o marido, está livre da lei do marido.  7.3   De sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera se for doutro marido; mas, morto o marido, livre está da lei e assim não será adúltera se for doutro marido.  7.4   Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais doutro, daquele que ressuscitou de entre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus.  7.5   Porque, quando estávamos na carne, as paixões dos pecados, que são pela lei, operavam em nossos membros para darem fruto para a morte.  7.6   Mas, agora, estamos livres da lei, pois morremos para aquilo em que estávamos retidos; para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra.

O apóstolo dá uma segunda resposta a pergunta do verso 6:15. A lei só dura para aqueles que vivem. Num casamento, a obrigação da lei está para quem está vivo, se algum cônjuge morre, não há mais a obrigação. Um viúva não comete adultério se o marido está morto (vs 3). 

A aplicação de Paulo é que se estamos em Cristo, temos uma relação diferente em relação a lei porque morremos com Ele na cruz.  Estamos casados agora com Cristo, não mais com o pecado, mas não vamos viver do modo como queremos, porque agora estamos amando este novo marido e buscamos fazer a sua vontade.

Um casamento significa que você não pode mais tomar decisões como se fosse solteiro, há agora o dever e a obrigação. Mas também há a possibilidade de experimentar amor, intimidade, aceitação e segurança que você não teria se fosse solteiro. Por causa do amor e da intimidade, a perda de liberdade é alegria, não um fardo. Num bom casamento toda a nossa vida é afetada e mudada pelos desejos e anseios da pessoa que amamos. Você tem prazer dando prazer. Você busca descobrir os desejos da amada e fica feliz em mudar de acordo com esses desejos.


BIBLIOGRAFIA

ROMANOS 1-7 FOR YOU de TIMOTHY KELLER
ROMANOS de JOHN STOTT








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