quinta-feira, fevereiro 14, 2008

A Grande Omissão

Contrastando com isso, a suposição dominante entre os cristãos professores de hoje é de que podemos ser "cristãos" para sempre sem jamais nos tornarmos discípulos — nem mesmo no céu, pois, afinal, que necessidade teremos de ser discípulos no porvir? Onde quer que estejamos, podemos ver que esse é o ensinamento corrente. E essa é (com suas várias conseqüências) a Grande Omissão da "Grande Comissão", em que a Grande Disparidade se encontra firmemente arraigada. Enquanto a Grande Omissão continuar a ser permitida ou nutrida, a Grande Disparidade florescerá — tanto na vida de indivíduos quanto em grupos e movimentos cristãos. Logo, se cortarmos a raiz da Grande Omissão, a Grande Disparidade murchará, como foi o caso tantas vezes no passado. Não é preciso lutar contra ela. Basta parar de alimentá-la. (p.11)

As expectativas de Jesus a nosso respeito não são complicadas nem confusas. Em alguns casos, exigirão mudanças naquilo que estamos fazendo. Mas a Grande Comissão — o plano de Jesus para a formação espiritual, o crescimento da Igreja e o serviço ao mundo — é bastante óbvia. Então, mãos à obra! Ele proverá todo o preparo e apoio necessários. Não se esqueça: "Quando tudo falhar, siga as instruções". (p.14)

Parte 1: Aprendizes de Jesus

1. Discipulado: Exclusividade dos supercristãos?

Dallas Willard arremata o capítulo citando Helmut Thielicke que diz: "os cristãos não se encontramsb a ditadura do "você deve", mas dentro docampo magnético da liberdade cristã, sob a capacitação do "você pode". (p.24)

2. Por que se preocupar com o discipulado?

3. Quem é seu mestre?

Em meio a tantas informações, devemos buscar a fonte de nossas informações mais comuns e vitais em Jesus Cristo.

"Junto de Jesus, a disposição de fazer o mal que habita os membros de nosso corpo é, por meio de uma longa prática, removida de forma gradativa e crescente. Nossa "carne" passa cada vez mais para o lado do nosso espírito e do Espírito de Deus, dedicando-se a servir a Deus. As disciplinas da vida espiritual são uma parte essencial da formação interna decisiva que Jesus realiza em nós e não podemos jamais negligenciá-las" (p.32)

4. Semelhantes a Jesus: Os recursos divinos para uma vida transformada estão sempre disponíveis
"Pessoas comuns em ambientes comuns podem viver da abundância do Reino de Deus, permitindo que o espírito e as ações de Jesus transbordem naturalmente de sua vida". (p. 33)

5. A chave para as chaves do reino
As chaves são as disciplinas espirituais.


Parte 2: A formação espiritual e o desenvolvimento do caráter

6. A formação espiritual em Cristo é para a vida toda e para a pessoa toda
"Muitos de vocês sabem que nas Escrituras a "carne" é associada com maior frequência não a cigarros, uísque e mulheres devassas, mas, sim, a atividades religiosas - Fp. 3 - (...) A carne representa aquilo que é natural - as capacidades humanas sem assistência espiritual ou divina. e, em nossas atividades religiosas, é possível dependermos da carne nesse sentido" (p. 52)

"A formação espiritual em Cristo é o processo pelo qual o ser mais íntimo do indivíduo ( o coração, a vontade ou o espírito) assume a qualidade ou caráter do próprio Jesus. Essa é a definição de formação espiritual..."
(p. 57)


"Outro fator que contribui para o interesse na formação espiritual foi a desintegração da importância das diferenças denominacionais. Hoje em dia, é muito raro encontrar alguém que acredite que sua identidade denominacional lhe garante algo relevante em termos de conteúdo cristão (...) A maioria das pessoas que se dizem cristãs- evangélicas ou não- vai de uma igreja para outra e usa como parâmetro de escolh a congregação local e sua liderança, e não a denominação- ou pelo menos não apenas isso. Muitos, especialmente s mais jovens, não fazem idéia do que representam as diferenças entre as denominações. Pouco tempo atrás, a filha de um conhecido meu lhe perguntou: De qual franquia somos membros?
(...)
Com a desintegração da filiação e linguagem denominacional, torna-se necessária uma nova linguagem. A formação espiritual está preenchendo esta lacuna ao expressar a essência e a profundidade de nosso compromisso com Cristo numa linguagem verdadeiramente interdenominacional. No entanto, seu aspecto mais importante é a tentativa de voltar o foco para a necessidade de transformação interior e, segundo estatisticas e relatos informais, é comum encontrar em nossa cultura cristaso que não diferem expressivamente de não-cristãos. "(p. 58)

A graça divina não está ligada somente ao pecado.

"O verdadeiro santo consome graça como um 747 queima combustível na decolagem. Torne-se o tipo de pessoa que pratica rotineiramente aquilo que Jesus fez e disse. Você consumirá mais graça levando uma vida santa do que pecando, pois todo ato santo que você realizar terá de ser sustentado pela graça de Deus. E esse sustento é o favor totalmente imerecido de Deus em ação. É a vida de regeneração e ressureição- e justificação, que é absolutamente vital, pois nossos pecados precisam ser perdoados. Mas a justificação não é algo separável da regeneração. E a regeneração se desenvolve de modo natural em santificação" (p. 65)

Concluindo o capítulo, ele estabelece 4 pontos básicos:
1- O evangelho da justificação, de per si, não gera discípulos, além da fé é necessária a obediência.
2- Perfeccionismo, levar a sério a vida de discípulo.
3- não podemos ter um evangelho que trata apenas do pecado, o evangelho não cuida apenas do passado, é a nova vida em Cristo.
4- caráter inevitável de um processo sério ao longo do tempo, as experiências espirituais não transformam o caráter, ele é formado e transformado pela ação.


7. Formação espiritual em Cristo: Uma perspectiva de sua natureza e viabilidade

"Ensinamos as pessoas a fazer tudo o que Jesus ordenou moldando o seu coração de modo a amar a Cristo e seus mandamentos, e treinando sua personalidade como um todo (alma, mente, corpo, e, em parte, até mesmo o ambiente) para acompanhar o novo coração ou espírito, que é o elemento criativo da pessoa, aquilo que também chamamos de vontade. O desejo (thelein; Rm 7.18) não é apenas importante, é inevitável. Mas quem é a pessoa , e sua ação envolve mais do que a vontade" (p.75)

"Uma vez que fomos encontrados por Deus, passamos a buscar uma vida cada vez mais plena dele. Graça é o oposto de mérito, e não de esforço. A verdade da formação espiritual é que não seremos transformados à semelhança dele apenas por mais informações, inspirações ou ministrações. Apesar de todos esses elementos ocuparem um lugar importante, nunca serão suficientes, e a confiança depositada exclusivamente neles explica por que, hoje em dia, tantos cristãos não conseguem ir muito além de um certo nível de decência" (p. 77-78)

8. O espírito está pronto, mas...: O corpo como instrumento para o crescimento espiritual

"A disciplina é uma atividade que está a nosso alcance e que realizamos a fim de nos tornarmos capazes de fazer o que não conseguimos por esforço direto. Todas as áreas da vida exigem certas disciplinas, e isso inclui a área espiritual. Por essa razão, Jesus orientou e conduziu seus discípulos a disciplinas para a vida espiritual: jejum, oração, solitude, silêncio, serviço, estudo, comunhão, e assim por diante" p. 85

"Desenvolvemos cada um dos ensinamentos de Jesus escolhendo comportamentos diferentes que sejam relevantes, encontrando espaço- rearranjando as coisas- em nossa vida para praticar esses ensinamentos e visualizar de outra forma a situação dentro desse novo ambiente comportamental que inclui Deus". (p.87)

9. Vivendo na visão de Deus
"A visão de Deus e de si mesmo em Deus inspira uma combinação de humildade e grande anseio por Deus. Essa combinação leva a esforços extraordinários realizados na dependência de Deus. Grandes resultados ão alcançados, pois Deus age em conjunto com esforços feitos na dependência dele e por amo a ele. Os resultados desenvolvem vida própria . Pessoas ao redor só conseguemver os resultados que, de fato, são externamente notáveis e dignos de apoio. por vezes, o apoio humano também representa o sustento de Deus. Mas os efeitos de tudo isso precisam ser vigiados com grande cuidado a fim de evitar que corrompam o coração, afastando-o de uma visão apropriada de Deus e da coragem humilde que flui dela" (p. 94)

10. Reflexões de Idaho Springs sobre a formação espiritual 99
"Não é possível reduzir a formação espiritual a uma formula, pois ela é um relacionamento dinâmico e extremamente individualizado. É certo, porém, que qualquer iniciativa para a formaçao espiritual abençoada por Deus inclui boa parte dos elementos já mencionados" (p. 102)

"Qualquer atividade que esteja ao nosso alcance e que nos permita realizar pela graça o que não podemos realizar por nossos esforços diretos éuma disciplina da vida espiritual" (p. 124)
11. O cuidado da alma: Para pastores... e outros

Parte 3: O discipulado da alma e da mente

12. Disciplinas espirituais, formação espiritual e a restauração da alma

13. A piedade cristocêntrica: O coração do evangélico 147


5 comentários:

Eduardo Mano disse...

Tudo bem Allen?
Concordo com você que por enquanto não há pastor como o Mark Driscoll no Brasil, mas discordo quando vc diz que sua mensagem fundamentalista (na minha opinião, bíblica, o termo fundamentaçista não se aplica completamente a ele) não é bem aceita aqui. Há muitos calvinistas que buscam essa mensagem, e há boas Igrejas aqui no Brasil.

Bom ter contato contigo.

abraço!

allen vaz disse...

Legalzinho como o Mark Driscoll não tem não!
Os nossos são muito chatos.

Daniel disse...

Olá Allen!
Você está lendo a versão original ou a versão em nossa língua de "A Grande Omissão"?
Parece que você tem acompanhado algumas postagens minhas sobre os ensinos de Dallas Willard. Estou assistindo os vídeos dele que adquiri (+ de 10 h) e estou achando fantástico. Um abraço!

allen vaz disse...

Estou lendo a vs. em português mesmo, da Mundo Cristão... Roubei o video no seu blog, nem te citei, mil perdões, você comprou eles?
não entendi?

Anônimo disse...

Qual a diferença entre “cristão” e “discípulo”? Pode ser que você não veja nenhuma, ou considere apenas questão de semântica e que, no fim das contas, ambos os termos se equivalem. Para o teólogo e escritor Dallas Willard , porém, essas duas palavras podem guardar uma enorme distância entre si quando se trata de definir nosso papel no cumprimento da missão primordial da igreja.

Esse livro é muito bom mesmo, recomendo.