terça-feira, novembro 24, 2009

JACOB BURCKHARDT: A cultura do Renascimento na Itália

A cultura do Renascimento na Itália, considerada a obra-prima de Burckhardt, assinala um ponto crucial na historiografia moderna. Publicado em pequena tiragem em 1860, este livro viu sua importância crescer gradativamente, até se tornar, na virada do século, um texto fundamental de referência não só para historiadores, mas também para filósofos e críticos de arte. A significativa influência de Burckhardt deveu-se também aos cursos que ministrou regularmente, primeiro em Zurique e depois na Basiléia, de 1855 até sua morte, em 1897. A suas aulas concorriam alunos de todos os cantos da Europa - entre outros, Friedrich Nietzche e Heinrich Wölfflin, o futuro fundador da escola crítica da visibilidade pura. Burckhardt foi um conferencista brilhante, tanto que Nietzche afirma ter se entusiasmado pela primeira vez numa palestra graças a ele. A extrema vivacidade da escrita desta Cultura do Renascimento parece reter algo da fala encantatória daquelas aulas.

Companhia de Bolso, 2009, 504 páginas.




ESTADO MODERNO

"A ficção genuinamente moderna da onipotência do Estado: o principe deve cuidar de tudo, construir e manter igrejas e edíficios públicos, conservar a polícia municipal, drenar os pântanos, zelar pelo vinho e pelos cereais, distribuir com justeza os tributos, dar apoio aos desamparados e as doentes e dedicar sua proteção e convívio a eminentes eruditos, uma vez que estes cuidarão da sua glória junto à posteridade" p. 42

VENEZA E FLORENÇA

"Dentre as cidades que preservaram sua independência, duas são da maior importância para toda a história da humanidade: Florença - a cidade em constante movimento, que nos legou testemunho de todas as idéias e propósitos individuais e coletivos daqueles que, ao longo de três séculos, tomaram parte nesse movimento- e Veneza- cidade da aparente ausência de movimento e do silêncio político. A contraposição das duas revela os mais gritantes contrastes imagináveis, ambas, porém, não admitem comparação com nada neste mundo" p. 87

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