terça-feira, junho 03, 2014

10 paradigmas de Stanley Hauerwas


Stanley Hauerwas começa seu livro COMMUNITY OF CHARACTER: TOWARD A CONSTRUCTIVE SOCIAL ETHIC colocando dez pontos fundamentais para a criação de uma comunidade cristã:

1. A significância social do Evangelho requer o reconhecimento da estrutura narrativa das convicções cristãs para a vida da igreja.

A ética cristã social geralmente toma a forma de princípios e políticas que não estão claramente baseadas ou garantidas pelas convicções centrais da fé. Ainda assim, a base de qualquer ética cristã social deveria ser a afirmação que Deus chamou e formou um povo para servir a Ele através de Israel e da obra de Cristo. A apropriação da significância critica desta última depende do reconhecimento da narrativa como categoria básica para a ética social.


2. Cada ética social envolve uma narrativa, seja ela concernente a formulação dos princípios básicos para a organização social ou/e políticas concretas alternativas.

A perda da narrativa como categoria central para ética social tem resultado num fracasso em ver que todos os caminhos dos assuntos da ética social são identificados- por exemplo, a relação do pessoal com a ética social, o significado e o status do individual em relação à comunidade, a liberdade versus a igualdade, a interrelação do amor e da justiça- são mais um reflexo de uma política filosófica que eles são categorias cruciais para uma analise da ética social da comunidade. A forma e a substância da comunidade depende da narrativa e então, o que conta como uma ética social é a correlação do conteúdo desta narrativa.

3. A habilidade em prover um relato adequado de nossa existência é o teste primário da veracidade de uma ética social.

Nenhuma sociedade pode ser justa ou boa se for construída em falsidade. A primeira tarefa da ética social, então, não é fazer o mundo melhor ou mais justo, mas ajudar o povo cristão em sua comunidade a formar sua comunidade de maneira consistente com sua convicção que a história de Cristo é um relato verdadeiro de nossa existência. Por isto, ?H.R. Niebuhr defendia que apenas sabemos o que está acontecendo é que poderíamos saber  o que devemos fazer, e cristãos acreditam que nós aprendemos mais precisamente o que está acontecendo na cruz e na ressurreição de Cristo.

4. Comunidades são formadas por uma narrativa verdadeira devem prover as habilidades para transformar os fatos em destino para que o inesperado, especialmente venha na forma de estranhos, que podem ser bem vindos como dons.

Nós vivemos num mundo de poderes que não são a nossa criação e nós nos tornamos determinados por eles quando nós perdemos a habilidade de reconhecer e nominar eles. A história cristã nos ensina a considerar verdadeiramente mais como um dom do que como uma posse e isto requer que nós estejamos dispostos a encarar tanto as possibilidades como as ameaças que os estranhos representam.  Tal comprometimento é uma condição necessária para prevenir que nossa história venha dos nossos fatos.

5. A primeira tarefa social da igreja é ser ela mesma - isto é, um povo que tem sido formado por uma história que provê a eles as habilidades para viver os perigos da sua existência, confiando na promessa de Deus de redenção.

A igreja é um povo numa jornada que insiste em viver consistentemente com a convicção de que Deus é Senhor da história. Eles, então, se recusam a descansar na violência para proteger sua sobrevivência. O fato que  a primeira tarefa da igreja é ser a si mesma não e uma rejeição do mundo ou uma ética de retirada, mas uma lembrança que os cristão devem servir o mundo em seus próprios termos, de outra forma, o mundo não teria meios para conhecer a si mesmo como mundo.

6. A ética social cristã pode apenas ser feita da perspectiva daqueles que não buscam controlar a história nacional ou mundial mas aqueles que estão contentes em viver sem o controle.

Para fazer ética da perspectiva daqueles que estão sem controle significa que os cristãos devem encontrar os modos de deixar claro tanto para o oprimido como o opressor que a cruz determina o significado da história. Cristãos deve, então, prover alternativas imaginativas para a política social como eles tem se libertado das necessidades daqueles que poderiam controlar o mundo em nome da segurança. Por estar sem controle significa que cristãos podem arriscar confiar nos dons porque eles não tem razão nenhuma em negar o caráter contingente da nossa existência.

7. A ética cristã social depende do desenvolvimento de uma liderança na igreja que pode confiar e depender da diversidade de dons que existe na comunidade.

A autoridade necessária para a liderança na igreja deve derivar do nosso desejo dos cristãos de arriscar a falar a verdade e ouvir a verdade daqueles que estão no comando. Nas sociedades que tem medo da verdade,, a liderança depende da habilidade de prover segurança ao invés da habilidade de deixar a diversidade da comunidade servir como modo de viver verdadeiro. Apenas na última forma de comunidade pode sustentar os erros dos líderes conhecendo-o sem que isto cesse seu exercício de autoridade.


8. Para a igreja ser, ao invés de ter, uma ética social significa que nós devemos recapturar a significância social do viver em comum, como os atos de bondade, amizade e a formação das famílias.

A confiança é impossível em comunidade que sempre olham para os outros como um desafio ou ameaça para sua existência. Um dos mais profundos comprometimentos de uma comunidade é prover um contexto que nos encoraja a confiar e a depender um do outro. Particularmente significante é a determinação da comunidade a se abrir para uma nova vida em que é destinada a desafiar e também cuidar na história.

9. Em nossa tentativa de controlar nossa sociedade, os cristãos nos EUA tem  aceitado rapidamente o liberalismo como uma estratégia social para a história cristã.

Liberalismo, em suas muitas formas e versões, pressupõe que a sociedade pode ser organizada sem qualquer narrativa que seja comumente segurada como verdadeira. Como resultado isto nos tenta a acreditar que a liberdade e a racionalidade são independentes da narrativa-  por exemplo, nós somos livres à medida que nós não temos história. Liberalismo, então, é particularmente pernicioso na medida que nos previne de entender profundamente como nós somos capturados por seu relato de existência.

10. A igreja não existe para prover um ethos para a democracia ou qualquer outra forma de organização social, mas fica como uma alternativa politica para toda nação, testemunhando o tipo de vida social possível para  aqueles que foram formados pela história de Cristo.

Por vezes, o chamado da igreja por justiça sem querer reforça as declarações liberais sobre liberdade em nome do evangelho. A primeira tarefa da igreja é nos ajudar a ter uma perspectiva crítica destas narrativas que são capturam nossa visão e vida. Ao fazer isto, a igreja pode ajudar a prover um paradigma de relações sociais que de outra forma seria impossível.


Fonte: páginas 9-11






Nenhum comentário: