terça-feira, dezembro 08, 2009

Eugene Peterson: Espiritualidade Subversiva


Marcos: o texto fundamental para a espiritualidade cristã
"Seguir a Jesus significa não seguir nossos impulsos, apetites, caprichos e sonhos, todo os quais tão prejudicados pelo pecado que passam a ser guias pouco confiáveis para definir qualquer lugar para onde valha a pena seguir. Seguir a Jesus significa não seguir as práticas de procrastinação e negação da morte de uma cultura que, por obsessivamente lutar pela vida sob a égide de ídolos e ideologias, acaba com uma vida tão contraída e apoucada, que mal se pode chamar de vida" p. 24


Permanecer na companhia de Jesus significa contemplar sua glória, interceptar esta vasta conversa entre gerações distantes entre si- gerações que abrangem desde a lei até o evangelho, passando pelos profetas-, uma conversa que se dá em torno de Jesus, e depois ouvir a confirmação divina da revelação corporificada em Jesus. Quando o Espírito de Deus faz sua aparição, para nós é uma aparição repleta de beleza" p.25
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"Os evangélicos vêm interiorizando de forma acrítica os caminhos do mundo e trazendo-os para dentro das igrejas sem que ninguém perceba. Mais especificamente ainda, interiorizamos a fascinação do mundo pela tecnologia e seu entusiasmo pelas atividades. Em vez de ser trazidos diante de Deus (Ó vem, deixa-nos adorar e nos curvamos) e levados a desenvolver um gosto pelos santos ministérios da transcedência em adoração, o que interminavelmente promovem, tentando nos convencer , é que devemos tentar isso e aquilo. Somos recrutados para papéis e posições na igreja nos quais podemos brilhar, validando assim nossa utilidade para aquela nossa função" p.51
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Sobre McLuhan:
Seu insight central, o de que o meio é a mensagem , demonstra que a forma em que uma mensagem é transmitida tem mais efeito sobre - sendo assim mais importante para - a pessoa e sua cultura do que o conteúdo da mensagem. p. 118
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O teólogo leva Deus a sério como sujeito e não como objeto, e toma para si como um projeto para a vida toda a missão de pensar e falar sobre Deus a fim de desenvolver conhecimento e compreensão a respeito de Deus em seu ser e trabalho. O poeta leva as palavras a sério como imagens que relacionam o visível e o invisível, e torna-se um curador que garante que sejam usadas de modo primoroso e preciso. O pastor leva as pessoas de carne e osso a sério como filhos de Deus e fielmente as ouve e fala com elas, tudo o mais passa a ser periférico. Nem sempre os três ministérios convertem numa única pessoa, quando isso acontece, os resultados são extraordinários. É porque João integrava de modo tão completo o trabalho de teólogo, poeta e pastor , que temos o Apocalipse, esse documento concebido de modo tão genial e de utilidade inesgotável" p. 150-151.
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"Calvino via o coração humano como uma fábrica inexoravelmente eficiente para produzir ídolos. As pessoas comumente veem o pastor como o engenheiro de controle de qualidade da fábrica. No momento que aceitamos a posição, desertamos da nossa vocação" p. 185
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PETERSON, Eugene H. Espiritualidade Subversiva Editora Mundo Cristão, 2009.

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