quinta-feira, abril 29, 2010

Bronte:Jane Eyre

 

Convencionalismo não é moralidade. Farisaísmo não é religião. Atacar os primeiros não é agredir as últimas. Arrancar a máscara do rosto de um fariseu não é erguer mão ímpia contra a Coroa de Espinhos. Essas coisas e fatos são diametralmente opostos; tão distintos como o vício da virtude. As pessoas muitas vezes os confundem, e não se deve confundi-los; não se deve tomar a aparência pela verdade; não se deve substituir o credo de Cristo, que redime o mundo, por tacanhas doutrinas humanas, que apenas tendem a ensoberbecer e glorificar uns poucos. Existe repito uma diferença; e é uma boa ação, e não má, estabelecer ampla e nitidamente uma linha de separação entre eles.

quarta-feira, abril 28, 2010

Edmund Wilson: Manuscritos do Mar Morto

O livro de Edmund Wilson vale como uma introdução a história e documentos encontrados nas cavernas do Qumran em 1947 no Mar Morto.

A descoberta, em 1947, dos manuscritos do mar Morto, datados de algo em torno de dois mil anos, foi um dos mais sensacionais acontecimentos arqueológicos do século. Desde então, os antiqüíssimos pergaminhos têm sido tema de acirrada polêmica entre os estudiosos da História Sagrada. Mas não foram apenas eles que se apaixonaram pelo tema. Um exemplo disso é este Os manuscritos do mar Morto (1949-1969) , escrito por um dos mais respeitados intelectuais americanos de todos os tempos.
O próprio Edmund Wilson esclarece seu princípio básico de investigação: "Se o Velho e o Novo Testamentos representam a Revelação Divina, tais investigações não têm importância. Se eles são obra puramente humana, então é a curiosidade humana que nos impele a investigar como foram escritos e qual é sua relação com um culto de imenso prestígio"

Alguns trechos:

“No século III a.C., passou-se a conceber a lei judaica do Pentateuco “como a revelação final  e suprema de Deus” diz ele; “agora não havia mais possibilidade de representantes independentes de Deus aparecerem diante dos homens, como profetas anteriores ao exílio”. De acordo com Zacarias (13:1-5), que escreveu por volta de 500 a.C. a partir do ponto de vista sacerdotal conservador, um homem podia ou devia ser morto por arvorar-se em profeta. O resultado disso era que um autor que tivesse uma nova revelação se via obrigado a atribuir seu relato a um dos profetas canônicos ou a um dos patriarcas do Pentateuco. Os últimos apócrifos são apresentados, em muitos casos, como expressão de Henoc ou Moisés, Jeremias, Baruc ou Isaías” p. 62

ALGUMAS SIMILITUDES ENTRE A COMUNIDADE DO QURAM E O CRISTIANISMO.

“Hoje, contudo, resta pouca dúvida quanto à fonte não só de As Duas Vias, como também da segunda parte do Didachê, que é um manual de preceitos eclesiásticos. Temos aqui, tal como no Manual da Disciplina do mosteiro do Mar Morto, os dois caminhos de luz e trevas que conduzem respectivamente à vida e à morte, cada qual sendo presidido por seu anjo, e a linguagem similar da “luta” que se trava entre eles e da “coroa” que o homem bom poderá ganhar. Temos o batismo )precedido de jejum no Didachê), que, como sabemos, era fundamental para o ritual da seita, e o sacro repasto, que envolve o pão partido e uma taça de vinho, porém no qual o vinho representa “a Santa Videira de Teu (de Deus) filho de Davi” e pão simboliza a “vida e o conhecimento que nos transmite através de Jesus, Teu Filho” . Cabe notar que, embora mencione Jesus, o texto nada diz sobre o perdão cristão. Até então alguns acreditavam que a cerimônia do pão e do vinho realizada na Santa Ceia e descrita nos Evangelhos se baseava na bênção do pão e do vinho da celebração da Páscoa judaica; entretanto num estudo da evolução da Eucaristia o professor Karl Georg Kuhn, de Göttingen, assinalou que a cerimônia da Páscoa judaica é familiar: dela participam homens e mulheres, e o pai preside; já a Comunhão cristã primitiva na tradição de Santa Ceia era exclusiva de homens que pertenciam a um círculo restrito e presidida pelo líder de uma congregação. Já vimos que os banquetes eram sagrados e constituiam parte importante de seu ritual. O professor Kuhn acredita que a Comunhão cristã deriva de tais banquetes e que o próprio Jesus acrescentou o perdão. Mas este não se encontra na Didachê, como vimos, e outros julagm que foi acrescentado posteriormente.

Dentre os fragmentos, encontrados na primeira caverna de Qumran constam duas colunas do Manual de Disciplina que tinham desaparecido e ainda não haviam sido publicadas quando o professor Kuhn elaborou seu estudo; tal descoberta favorece a teoria que o ritual da Santa Ceia deriva, em última análise, da seita. Prescreve-se aqui um procedimento que se assemelha de modo ainda mais impressionante ao da Comunhão cristã. Sempre que dez homens se reunirem para um banquete, sentar-se-ão por ordem de precedência, e o sacerdote e o Messias presidirão. Os convivas não tocarão o pão nem o vinho até que o sacerdote os abençoe e os tome- depois do que o Messias  se servirá, seguindo-se os outros em ordem hierárquica. Pode ser que a cerimônia descrita aqui seja um antecipação litúrgica de um banquete esperado no Céu, que o Messias não esteja de fato presente, mas o sacerdote aja em seu nome, como o sacerdote cristão em nome de Cristo. Afirmou-se ainda que um incidente na Santa Ceia narrado por Lucas tem um significado que só se pode compreender relacionando-o com o ritual do Manual.

 

xd“As purgações pela aspersão que nele figuram levaram os estudiosos a pesarem de imediato em João Batista, e a princípio julgou-se até que ele poderia ser o Mestre da Retidão. Supõe-se que João Batista nasceu não muito longe do mosteiro, talvez em Hebrom; “a palavra de Deus” conta Lucas, chegou-lhe, “no deserto”, o que devia indicar as montanhas áridas, situadas abaixo do nível do mar, que se erguem entre o mosteiro e a civilização; e seu ministério, segundo Lucas, exerceu-se “em toda a terra do Jordão”. Ele não só tinha em comum com os membros da site a prática do bagtismo, mas também parece seguir seus princípios (lucas 3:11), quando prega às multidões que o procuram que as batize” p. 89

domingo, abril 25, 2010

Tim Keller: O Evangelho e o Pobre.

O EVANGELHO E OS POBRES.

Dr. Timothy Keller

Nosso compromisso individual e corporativo com o Evangelho deve motivar a ministrar para o pobre e o marginalizado que estão pertos.

1. O papel do Evangelho no ministério para o pobre.

Ser compromissado com a primazia do evangelho significa primeiro, que o evangelho deve ser proclamado. Muitos, hoje em dia, denigram a importância disto, ao invés, insistem que a única verdadeira apologética é uma comunidade amorosa. Pessoas não podem ser persuadidas pelo Reino, eles dizem que elas só podem ser amadas. Não obstante a comunidade cristã ser uma testemunha fundamental e poderosa para a verdade do evangelho, ela não pode substituir a pregação e proclamação. Segundo, o primado do evangelho significa que o evangelho é base e mola propulsora para a prática cristã, individualmente ou coletivamente, dentro da igreja ou fora dela. O ministério do evangelho não é apenas a proclamação para as pessoas para que elas o aceitem e creiam; são também ensino e pastoreio dos crentes para que então suas vidas sejam moldadas. Um das coisas mais proeminentes que o evangelho afeta é nosso relacionamento com o pobre.

Não conheço melhor introdução ao chamado do evangelho para ministrar os pobres do que o discurso de Jonathan Edwards chamado “Christian Charity”[1]. De acordo com Edwards, dar e cuidar do pobre são cruciais, é um aspecto não opcional de como viver o evangelho. Ele colocar dois argumentos básicos para fundamentar esta posição.

Acreditando que o evangelho nos moverá para darmos ao pobre.

Edwards repetidamente mostra como um entendimento “das leis do evangelho” – o padrão e lógica do evangelho- vão inevitavelmente nos mover para o amor e ajuda ao pobre. Enquanto Edwards acredita que o mandamento para dar ao pobre é uma implicação do ensino que todos os seres humanos são feitos a imagem de Deus[2], ele acredita que a mais importante motivação para doar ao pobre é o evangelho: doar ao pobre “é especialmente razoável, considerando nossas circunstâncias, debaixo de tamanha dispensação da graça que é o evangelho”[3]

Um dos textos chaves para o qual Edwards volta-se para levantar seu ponto é 2 Coríntios 8:8-9. Quando Paulo pede generosidade financeira para com o pobre, ele aponta o auto-esvaziamento de Jesus e vividamente o descreve como se tornando pobre para conosco, tanto literalmente quanto espiritualmente, na encarnação e na crucificação. Edwards nota que a introdução de Paulo “eu não estou mandando vocês… para vocês conhecerem a graça do nosso Senhor Jesus Cristo” é significante, implica que se alguém apreende verdadeiramente a expiação substitutiva, este alguém será profundamente generoso para com os pobres. A única forma para Jesus tirar-nos da nossa pobreza espiritual e nos deixar ricos espiritualmente foi ele deixar sua riqueza espiritual e entrar na pobreza espiritual. Isto deve se tornar o padrão das nossas vidas: doar nossos recursos e entrar  na necessidade então aqueles que estão precisando terão os recursos. Paulo também deixa implícito que todos os pecadores salvos pela graça vão olhar para os pobres deste mundo e sentir que  de alguma forma estão olhando no espelho. A superioridade vai embora.

Outro texto de Edwards foca mais uma vez em Gálatas 6:1-10, especialmente no versículo dois, que nos exorta a carregar o fardo uns dos outros[4]. Estes fardos, pelo menos parcialmente, são materiais e financeiros, por que Gálatas 6:10 nos fala para fazer o bem a todos os homens, especialmente os da fé. Edwards entende que fazer o bem quer significar a doação de uma ajuda prática para pessoas que precisam de comida, abrigo e ajuda financeira. Nós devemos compartilhar nosso amor e força sentimental  com aqueles que estão se afundando no sofrimento; nós dividimos dinheiro e  posses  com aqueles que estão em crise financeira. Contudo, o que Paulo quer dizer quando ele diz que carregar os fardos completaria a lei de Cristo (Gl 6:2)? Edwards chama isto de “as regras do evangelho”[5]. Richard Longenecker chama isto de princípios prescritivos decorrentes do coração do evangelho[6].

Se for o Evangelho que está nos movendo, nossa doação para o pobre será significante, notável e sacrifical.  Aqueles que dão para os pobres a partir de um desejo de cumprir uma prescrição moral sempre farão o mínimo. Se nós damos para os pobres apenas por que Deus diz para fazer, a próxima questão deverá ser o quanto nós damos para ficarmos livres da obrigação? Esta atitude não é moldada pelo evangelho. Na última parte do seu discurso, Edwards cita a objeção “vocês dizem que devo ajudar os pobres, mas eu temo que eu não tenho nada para repartir”, a esta, ele responde: “em muitos casos, nós podemos, pelas regras do evangelho, ser obrigados a dar para os outros, quando não podemos fazê-lo sem que custe para nós mesmos… e também o quanto é regulado pela lei de carregar o fardo uns dos outros é cumprido?  Se nós não somos obrigados a aliviar  o fardo dos outros, quando poderíamos fazer isto sem sobrecarregar a nós mesmos, então o quanto nós devemos carregar o fardo de nossos próximos, quando nós não iremos carregar nenhum fardo?[7]

O argumento de Edwards é que se a base do nosso ministério para os pobres é simplesmente uma prescrição moral, coisas podem ser diferentes. Mas, se base do nosso envolvimento com o pobre são as regras do evangelho, ou seja, sacrifício substitutivo, então nós devemos ajudar os pobres mesmo quando nós achamos que não damos conta. Edwards faz este blefe e diz “O que você quer dizer é que você não pode ajudar sem sacrificar-se e trazendo sofrimento para você. Contudo, esta é forma como Jesus tirou você do seu fardo!  E este é modo como nós devemos ministrar para os outros com seus fardos”.

Edwards toma duas outras objeções: “eu não quero ajudar esta pessoa, porque ela é mal humorada e tem um espírito ingrato, e acredito que esta pessoa trouxe pobreza à sua vida devido as suas faltas”. Este é um problema permanente em ajudar os pobres. Nós todos queremos ajudar as pessoas carinhosas, levantar pessoas cuja pobreza veio sem qualquer contribuição delas e que irão responder com gratidão e alegria à nossa ajuda. Francamente, não existe ninguém assim. E enquanto isto é importante que nossa ajuda para os pobres socorra eles e não crie uma dependência. Edwards fez uma pequena obra sobre esta objeção e, de novo, apela não muito para as prescrições éticas, mas, mais para o evangelho em si.

Cristo nos amou, foi gentil conosco, e estava buscando nos aliviar, mesmo nós que éramos maus e odiosos, com uma disposição má, não merecíamos nenhum bem... Então nós devemos querer ser gentis para aqueles que tem uma disposição ruim, e são muito indignos….

se eles estão deixando a desejar por causa de uma preguiça viciosa ou prodigalidade, ainda assim, não estamos dispensados de todo da obrigação de aliviá-los, a menos que continuem nos vícios. Se não continuar nos vícios, a regras do evangelho nos direciona a perdoá-los… (Para) Cristo que nos amou, teve pena de nós, e grandemente se despojou para nos aliviar da necessidade e miséria que nós levamos a nós mesmos pela nossa própria loucura e maldade. Nós insensatamente e perversamente jogamos fora estas riquezas que nos foram fornecidas, nas quais poderíamos ter vivido e sermos felizes por toda eternidade[8].

MINISTRAR AOS POBRES É UM SINAL CRUCIAL QUE NÓS ACREDITAMOS NO EVANGELHO.

Edwards também lida com um conjunto de textos que mostra o nosso cuidado e preocupação com apenas com os pobres a partir do julgamento de quem Deus é. Mateus 25:34-46, a famosa passagem ensina que as pessoas serão aceitas ou condenadas por Deus no último dia dependendo de como elas trataram os famintos, os desabrigados, os imigrantes, os enfermos e os presos. Será que isso contradiz com o ensinamento de Paulo de que somos salvos pela fé em Cristo, e não por nossas obras?

Para responder a isto, Edwards refere-se ao Antigo Testamento, em que dar aos pobres era uma marca essencial da bondade. O famoso versículo de Miquéias 6:8, requer que as pessoas de Deus façam justiça, amem a misericórdia, e andem humildemente com seu Deus. Edwards conclui que isto requer que uma pessoa piedosa deve se envolver com os pobres.[9] Bruce Waltke diz que tanto promover a justiça quanto amar a misericórdia significa ser gentil para o oprimido e marginalizado  e ser ativo em ajudar as pessoas que estão financeiramente e socialmente mais fragilizadas[10]. Contudo, esta ênfase não é limitada ao Velho Testamento. O cuidado com o pobre é uma coisa tão essencial, que sua falta não pode consistir num amor verdadeiro com Deus (1Jo 3:17-19)[11]. A partir disto (2Co 8:8), Edwards conclui que sendo justo e misericordioso  não é uma razão meritória pela qual Deus nos vai aceitar[12]. Ao invés disto, sendo justo e misericordioso para com os pobres é um sinal inevitável que o fazedor tem uma fé justificadora e graça no coração.

O princípio é, portanto, que uma sensível consciência social e uma vida derramada em atos de serviço para os necessitados são um inevitável resultado da verdadeira fé. Por atos de serviço, Deus pode distinguir o verdadeiro amor de uma mera tarefa (cf. Is. 1:10-17). Em Mateus 25, Jesus se identifica com os pobres (“quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”), isto pode ser comparado com Provérbios 14:31 e 19:17, em que nos é dito ser graciosos aos pobres é emprestar ao próprio Deus, e pisar nos pobres é pisar no próprio Deus. Isto significa que, no dia do julgamento, Deus pode dizer que  a atitude do coração da pessoa para com Ele é a atitude do coração da pessoa para com os pobres.  Se houver dureza, indiferença, ou superioridade, isto contradiz o farisaísmo de um coração que não abraça realmente a verdade de que somos salvos pela graça.

II. O Relacionamento da proclamação do Evangelho com o ministério com os pobres.

Embora seja óbvio que a Bíblia ensina a ministrar aos pobres, pessoas debatem  a identidade dos doadores e recebedores de tal ministério e como a igreja deveria se engajar nisto.

Para quem?

Deus deu a Israel muitas leis a respeito da responsabilidade social que deveriam ser realizadas coletivamente. O pacto comunitário obrigava a dar aos membros pobres  até que a necessidade dele ou dela terminasse (Dt. 15:8-10). Os dízimos ia para os pobres (Dt. 14:28-29). Aos pobres, não era para ser dadas esmolas, mas, fornecer ferramentas, grãos (Dt. 15:12-15), e terra (Lv. 25), para que se tornasse produtivo e pudesse prover seu próprio sustento e serem cidadãos auto-suficientes. Mais tarde, os profetas  condenaram a insensibilidade de Israel aos pobres como uma quebra da aliança. Eles ensinaram que gastar desnecessariamente e ignorar a pobreza eram pecados tão repugnantes como a idolatria e adultério (Am. 2:6-7). Misericórdia para com o pobre era uma evidência de um verdadeiro comprometimento com Deus (Is. 1:10-17; 58:6-7; Am. 4:1-6; 5; 21-24). O exílio de setenta anos foi uma punição por falhar em observar o Sabbath e os anos do Jubileu (2Cr. 36:20-21), em que os ricos deveriam cancelar os débitos.

Contudo, isto era com  Israel. E o que dizer sobre a igreja? A igreja reflete a justiça social da velha comunidade da aliança, mas com maior vigor e poder da nova era. Cristãos, também, são chamados para abrir suas mãos para os necessitados na medida das suas necessidades (1Jo. 3:16-17 cf. Dt. 15:7-8). Dentro da igreja, a riqueza é para ser compartilhada entre os ricos e os pobres (2Co 8:13-15, cf. Lv. 25). Os apóstolos ensinaram que a verdadeira fé é demonstrada através das obras de misericórdia (Tg. 2:1-23). Materialismo foi condenado como um pecado grave (1Tm 6:17-19;Tg. 5:1-60. Uma classe especial de oficiais- diáconos- foi estabelecida para coordenar o ministério de misericórdia da igreja. Nós não devemos ficar surpresos, então, que os dois primeiros grupos de líderes da igreja eram os líderes da palavra (apóstolos) e os líderes de obras (os “diakonoi” de Atos 6).

Outras questões permanecem. Mesmo que se reconheça que a congregação como um todo (assim como os indivíduos dentro dela) é dada aos pobres, a maioria das referências bíblicas sobre dar se colocam no âmbito  da comunidade cristã, isto é, o cuidado com os crentes. Alguns concluem que individualmente, o cristão deve estar envolvido com todos os tipos de pessoas pobres, e a igreja deveria confinar seu ministério com os pobres apenas as pessoas da igreja. Contudo, tanto Israel (Lv. 19:33-34), como a comunidade da nova aliança (1Tm 5:10; Hb. 13:2) são encaminhadas para mostrar hospitalidade para com os estrangeiros e os estranhos, que não pertencem à comunidade cristã. Da mesma forma, o principal impulso de Jesus nos famosos textos da parábola do bom samaritano (Lc. 10:25-37) é que o ministério da misericórdia não deveria ser confinado a comunidade da aliança, mas, também ampliado para os que estão fora dela. De novo, em Lucas 6:32-36, Jesus exortou seus discípulos a exercer o ministério de obras para os ingratos e maus, reproduzindo o padrão da graça de Deus, que faz a chuva cair e o sol brilhar sobre o justo e o injusto (Mt. 5:45). Talvez, a passagem mais importante é a breve declaração de Paulo em Gálatas 6:10(escrita para ser lida para o corpo da igreja, e não apenas para indivíduos), que expressamente estabelece uma lista de prioridades no ministrar às necessidades práticas e materiais. Primeiro de tudo, nós ministramos para “os da família da fé” e depois para todas as pessoas sem levar em conta as distinções de etnia, nacionalidade ou crença.

Como?

A seguir, estão alguns pontos de ajuda lembrando que o relacionamento do ministério de misericórdia com evangelismo dentro do contexto da igreja.

Evangelismo é distinto. A igreja modernista do começo do século vinte reduziu o ministério do evangelho para uma ética e ação social. Contudo, isto contradiz o mandamento bíblico para proclamar o evangelho. Isto nega o evangelho da graça através dos atos salvíficos de Deus na história e trocando-o por boas obras e crescimento moral. No evangelho social, o evangelismo desaparece. Em reação ao movimento de evangelho social, muitas igrejas permaneceram profundamente suspeitas sobre muita  ênfase em achar um lugar para ministrar aos pobres.

Pela luz do material bíblico, muitos hoje procuram um certo tipo de equilíbrio. De um lado, alguns dizem que nós devemos fazer misericórdia e justiça apenas se isto ajudar-nos a trazer pessoas para a fé em Cristo[13]. Isto não parece se encaixar com a parábola do bom samaritano de Jesus, que nos chama para cuidar daqueles que são ingratos e maus (Lc. 6:35). O caminho de meio-para-um-fim abre os cristãos para uma carga de manipulação: ao invés de amar realmente as pessoas livremente, nós estamos ajudando apenas aqueles que ajudam a si mesmos e aumentando nossos próprios números. Uma das grandes ironias desta aproximação é que ela mina a si mesma. Eu tenho sabido de muitos ministros que avaliam seus ministérios de misericórdia pelo número de convertidos ou membros de igreja que eles produzem. O sociologo Robert Putnam caracteriza tal iniciativa eclesiástica como uma igreja centrada em colar capital social (ou seja,  excluindo pessoas) de capital social, que é o oposto a uma ponte centrada na comunidade que seria inclusiva de capital social[14]. Isto é, o ministério destes tipos de igrejas não é realmente planejado para construir sua vizinhança, mas apenas para expandir a igreja. É fácil ver como esta abordagem talvez seja percebida como tribal e auto-centrada, doa-se apenas para ter algo em troca (Lc. 6:32-35).

Por outro lado, outros tais como John Stott vê o evangelismo e a preocupação social como parceiros iguais:

“Ação social é parceira do evangelismo. Como parceiros, os dois pertencem um ao outro, e ainda, são independentes um do outro. Cada um permanece sobre seu próprio pé, eu seu lado certo ao lado do outro. Nem é um meio para o outro, ou mesmo uma manifestação do outro. Para cada um existe um fim em si mesmo”[15]. Este pensamento parece desprender o ministério de misericórdia muito do ministrar para o mundo. Isto abre a possibilidade de que o ministério com os pobres poderia ficar por si mesmo sem a pregação do evangelho. Eu proponho algo diferente: uma relação assimétrica, mas,  inseparável.

Evangelismo é mais básico que ministrar para os pobres. Evangelismo deve ser visto como a vanguarda do ministério da igreja no mundo. Deve ser uma prioridade no ministério da igreja. É obvio que, salvar uma alma perdida e alimentar um estômago faminto são ambos os atos de amor, um tem um efeito infinitamente maior que o outro. Em 2Coríntios 4:16-18, Paulo fala da importância do fortalecimento do homem interior como do exterior, a natureza física é envelhecimento e decadência. Evangelismo é o ministério mais básico e radical possível para um ser humano, não porque o espiritual é mais importante que o físico, mas porque a eternidade é mais importante que o temporal (Mateus 11:1-6, João 17:18, 1João 3:17-18).

Ministrar aos pobres é inseparavelmente conectado ao evangelismo. Nós todos sabemos o ditado “Nós somos salvos pela fé, mas a fé não fica sozinha’. Fé o que nos salva, e ainda fé é inseparavelmente conectada com boas obras. No ministério de Jesus, curar o doente e alimentar o faminto são inseparáveis do evangelismo (João 9:1-7,35-41). Seus milagres não eram simplesmente uma demonstração nua e crua do seu poder, que visavam provar sua qualidade sobrenatural, mas, demonstrações do reino vindouro (Mt. 11:2-5).

A renovação da salvação de Cristo, por último, inclui um universo renovado. Neste meio tempo, não há nenhuma parte de nossa existência que não é tocada pela sua bênção. Os milagres de Cristo são milagres do reino, realizados como sinais do que o reino significa… Sua bênção foi pronunciada sobre os pobres, os aflitos, os sobrecarregados  e oprimidos, que vieram a Ele e acreditaram nEle… Os sinais milagrosos que atestavam a deidade de Jesus e autentica o testemunho daqueles que transmitiu o evangelho para igreja não continuaram, porque seu objetivo foi cumprido. Contudo, o padrão do reino que foi revelado através destes sinais deve continuar na igreja. Nós não podemos cumprir as palavras de Jesus se nossos atos não refletirem a compaixão do seu ministério. O evangelismo do reino é, portanto, holístico, que se transmite por palavras e ações da promessa de Cristo para o corpo e a alma, bem como a ordem de Cristo para o corpo e alma[16]. ()

O livro de Atos mostra uma conexão próxima entre a partilha dos bens econômicos e a multiplicação de convertidos através da pregação da Palavra. Na igreja primitiva, a descida do Espírito Santo e o explosivo crescimento em números (At.2:41) estavam conectados com uma radical partilha com os necessitados (2:44-45). Depois o ministério da diaconia foi firmemente estabelecido, “a palavra de Deus espalhou. O número de discípulos em Jerusalém crescia rapidamente” (At. 6:7). Além disso, o imperador romano Juliano, o apóstata, notou que os cristãos eram extremamente benevolentes com os estranhos: ”Os ímpios galileus (cristãos) suportam não apenas seus pobres, mas os nossos também; todos podem ver que nosso povo precisa da ajuda deles” [17]

Inseparáveis não significa uma ordem rígida temporal O ministério para os pobres pode preceder a ministração do evangelho, como o ministério de Jesus para o cego. Através de um ministério de obras, trouxe o cego para uma iluminação espiritual, não nenhuma indicação que Jesus deu uma ajuda condicional. Ele não pressionou o homem a acreditar que Ele o curou, ele apenas disse para ir e se lavar (João 9:7). Mesmo quando Jesus falou em dar dinheiro e roupas para aqueles que pedirem, ele insistiu que nós devemos dar sem esperar nada em troca (Lucas 6:32-35). Nós não podemos dar um auxílio apenas porque a pessoa está aberta para o evangelho, nem retirarmo-nos se ele ou ela não se tornar espiritualmente receptivo. Deve estar sempre clara que a motivação para a nossa ajuda é a nossa fé cristã, e as dores devem ser encaradas para encontrarmos caminhos não artificiais e não exploradores para manter o ministério da Palavra intimamente conectado com o ministério de ajuda.

III. COMO SE ENGAJAR EM MINISTRAR PARA OS POBRES.

Enquanto eu não apontar para este ensaio, especificamente, os detalhes para um ministério saudável da igreja para os pobres[18], exorto as igrejas para alcançar um bom resultado das seguintes formas.

Uma análise da motivação: Justiça e misericórdia.

Uma coisa é querer ajudar os pobres; outra coisa é fazer isto de maneira sábia. De fato, é mais fácil para o envolvimento de alguém na vida de uma família pobre fazer coisas que pioraram ao invés de facilitar a vida deles. Isto acontece por causa de duas políticas ideologias não bíblicas e reducionistas que permeiam nossa cultura hoje. Conservadores, em geral, vêem a pobreza como ocasionada pela irresponsabilidade pessoal. Liberais, pensam  como causada por um sistema de injustiça social. Contudo, a Bíblia move-se para trás e para frente em chamar o ministério para os pobres tanto de justiça como de serviço (diakonia) ou misericórdia. Talvez, o mais famoso apelo bíblico para ajudar os pobres é a parábola do Bom Samaritano, em que a ajuda é chamada de misericórdia (Lucas 10:37). No outro caso, contudo, a partilha de alimentos e abrigo e outros recursos básicos são chamados de “fazer justiça” (Is. 58:6-10 cf. Lv. 19:13, Jr. 22:13).

Penso que a razão para uso dual dos termos justiça e misericórdia envolve a explanação bíblica para as causas da pobreza como muito mais complexas que nossas ideologias correntes[19]. A literatura de sabedoria provê uma notável visão balanceada e sutil  sobre as raízes causadoras da pobreza. Em Provérbios, nós lemos que “em todo trabalho há proveito, mas ficar só em palavras leva à pobreza” (Pv. 14:23). Ainda nós somos avisados que “o pobre, do sulco da terra, tira mantimento em abundância; mas há os que se consomem por falta de juízo” (Pv. 13:23). Ambas, questões pessoais e sociais, fatores sistêmicos pode levar a pobreza.

Muitos conservadores estão motivados a ajudar o pobre sem compaixão. Isto pode vir da crença que a pobreza é, em suma, um problema de irresponsabilidade pessoal. Isto perde o fato que as posses que tem as têm por causa de  um grande grau de distribuição injusta de oportunidades e recursos que ele teve ao nascer. Se nós temos os bens do mundo, eles são, em última instância, um presente. Se nós tivéssemos nascidos em outras circunstâncias, nós poderíamos facilmente ser muito pobres sem ser por nossa falta. Falhar em compartilhar o que nós temos  não é apenas ser incompassivo, mas injusto e leviano. Por outro lado, muitos liberais são motivados a ajudar os pobres sem o sentido de indignação e de injustiça. Pobreza é vista, estritamente, em termos de iniqüidades estruturais. Isto perde o fato que a responsabilidade pessoal e a transformação têm muito a ver com a fuga da pobreza. Enquanto, a única compaixão do conservador leva a um paternalismo e autoritarismo, a justiça única dos liberais leva a uma grande raiva e rancor.

Ambas as visões, ironicamente, se tornam farisaicas. Uma tende a culpa o pobre por tudo, e a outra a culpar o rico por tudo. Uma enfatiza demais a responsabilidade individual; e a outra a menospreza. Uma motivação balanceada surge de um coração tocado pela graça, que perdeu seus sentimentos de superioridade sobre qualquer classe particular de pessoas. É o evangelho que nos motiva para agir além da misericórdia e justiça. Deus disse a Israel, "Como um natural entre vós será o estrangeiro que peregrina convosco; amá-lo-ás como a ti mesmo, pois estrangeiros fostes na terra do Egito. Eu sou o SENHOR vosso Deus” (Lv. 19:34). Os israelitas foram estrangeiros e escravos oprimidos no Egito. Eles não tinham capacidade para se libertarem, ao invés, Deus libertou-os através da sua graça e poder. Agora, eles tinham que tratar os imigrantes e os pobres como seus vizinhos. A motivação deles era clara- por causa da salvação libertadora de Deus da tirania do Egito.

UMA DIVISÃO DE TRABALHO: INDIVIDUAL E IGREJA.

O ministério da igreja para os pobre faz grande sentido como um veículo coletivo para cristãos preencherem o dever bíblico para com os pobres. A igreja deve reconhecer os diferentes níveis do ministério para os pobres, e entender os limites de cada um.

+ Socorro. Esta é a ajuda direta para solucionar necessidades físicas materiais ou sociais. Um ministério comum de socorro inclui abrigos temporários para sem tetos, alimentos e ajuda em vestuário, cuidados médicos, aconselhamento de crises e coisas parecidas.  Uma forma mais ativa de ajuda é advocacia, em que as pessoas em necessidade têm assistência para ajuda legal, encontrar casas ou ter acesso a outros tipos de ajuda.

+Desenvolvimento. Isto é o que necessário para trazer uma pessoa ou comunidade para uma vida auto-suficiente. No Velho Testamento, quando um débito de escravidão era apagado e a pessoa libertada, Deus determinou que seu antigo mestre devesse dar a ele, grãos, ferramentas e recursos para uma nova, sustentável vida (Dt. 15:13-14). Desenvolvimento inclui educação, criação de empregos e treinamento vocacional.  Desenvolvimento para uma vizinhança ou comunidade envolve reinvestimento de capital social e financeiro dentro do sistema social, tais como através de desenvolvimento de habitação, doação de lares, e outros investimentos de capital.

+ Reforma. Uma reforma social move-se além da ajuda às necessidades imediatas e procura mudar as condições e estruturas sociais que causam dependência. Em Jó, nós vemos que Jó não apenas vestiu os nus, mas também “quebrava os queixos do perverso, e dos seus dentes tirava a presa” (Jó 29:17). Os profetas denunciaram os salários desleais (Jr. 22:13), as práticas corruptas de negócios (Am. 8:2,6),  os sistemas jurídicos que ponderavam em favor dos ricos (Lv. 19:15, Dt. 24:17), e os sistemas de crédito que pesavam sobre as pessoas de meios modestos (Êx. 22:25-27; Lv. 19:35-37; 25:37). Estes exemplos provam que os cristãos deveriam envolver-se em suas comunidades particulares, em busca condições de trabalho justas e equitativas que forem necessárias.

Como regra geral, acredito que a igreja deve estar envolvida na primeira parte desses ministérios,  (ministério de socorro), e as associações de voluntários, organizações, e ministérios devem estar organizados para o segundo (desenvolvimento) e terceiro (reforma). Muitos poderão argumentar que o desenvolvimento e reforma requer uma abundância de recursos que poderia infringir o ministério da igreja para com a Palavra, outros poderiam dizer que o desenvolvimento e a reforma criariam alianças políticas não saudáveis com a congregação. E ainda, outros poderiam argüir que o desenvolvimento e reforma são complexos demais para ser incluídos no mandato ou qualificações dos dirigentes (anciões) da igreja. Todos estes argumentos têm algum mérito, e eu não tenho tempo e espaço para responder adequadamente estes assuntos aqui. Eu apenas gostaria de observar que a maioria das igrejas dos Estados Unidos  que estão envolvidas com o cuidado com os pobres tem encontrado sabiamente um curso de ação para a criação de uma corporação separada e não lucrativa para lidar com o desenvolvimento da comunidade e reforma social, ao invés de trabalhar isto diretamente com a congregação local.

IV. JESUS, O HOMEM POBRE.

A Bíblia ressoa com a mensagem que Deus se identifica com o pobre. Como mencionado anteriormente, isto significa que no dia do julgamento, Deus estará pronto para julgar a atitude da pessoa através da atitude dela com os pobres (Mt. 25). Isto também quer dizer que algo mais profundo.

Em Mateus 25, Deus identifica-se com o pobre simbolicamente. Contudo, na encarnação e morte de Jesus, Ele se identificou literalmente (cf. Fp. 2:5-11). Jesus nasceu em uma manjedoura. Em sua cerimônia de circuncisão, a família de Jesus podia ofertar apenas o mínimo, que era requerido para o pobre (Lc. 2:24). Durante seu ministério terreno, Jesus disse: “As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça” (Mt. 8:20). E, no final de sua vida, ele foi para Jerusalém montado em um burrinho emprestado, e passou sua última noite em um quarto emprestado, e quando morreu, foi enterrado numa tumba emprestada. Seus algozes tiraram sorte sobre suas únicas posses, sua veste, por causa da cruz ele foi despojado de tudo.

Tudo isto dá um novo significado para a questão: “Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos?” (Mt. 25:44). A resposta é: na cruz, quando ele morreu entre os ladrões e marginalizado. Não espanta que Paulo possa dizer que apenas quando você vê que Jesus se tornou pobre para nós, você nunca irá olhar para o pobre da mesma forma.

Copyright © 2008 by Timothy Keller, © 2010 by Redeemer City to City.  Este artigo foi adaptado de um ensaio apresentado na  The Gospel Coalition’s Pastors’ Colloquium em Deerfield, IL em 28 de maio de 2008, e impresso em  Themelios, Volume 33, Issue 3, December 2008.


[1] Jonathan Edwards, “Christian Charity, or The Duty of Charity to the Poor, Explained and Enforced,” in The Works of Jonathan Edwards, rev. and corr. Edward Hickman, vol. 2 (1834; reprint, Carlisle, Penn.: Banner of Truth, 1974).

[2] Ibid., 2:164.

[3] Ibid., 2:165.

[4] Ibid., 2:165.

[5] Ibid., 2:171

[6] Richard N. Longenecker, Galatians, Word Biblical Commentary 41 (Dallas: Word, 1990), 275.

[7] Edwards, “Christian Charity,” 2:171 (grifado no original)

[8] Jonathan Edwards, Christian Charity, 2:171-72

[9] Veja Bruce K. Waltke, A Commentary on Micah (Grand Rapids. Mich.: Eerdmans, 2007), 164. Waltke aponta que a ajuda ao pobre é, por vezes, chamada de justice e, algumas vezes, chamada de misericórdia. Eu vou usar ambos s temors e dar uma pequena explanação sobre a diferença entre eles mais tarde neste ensaio.

[10] Ibid., 390–94.

[11] Edwards, “Christian Charity,” 2:166 (grifado no original).

[12] Ibid.

[13] C. Peter Wagner, Church Growth and the Whole Gospel: A Biblical Mandate (San Francisco: Harper & Row, 1981), 101–4.

[14] Robert D. Putnam, Bowling Alone: The Collapse and Revival of American Community (New York: Simon and Schuster, 2000), 22–24.

[15] John R. W. Stott, Christian Mission in the Modern World: What the Church Should Be Doing Now! (Downers Grove, Ill.: InterVarsity Press, 1975), 27.

[16] Edmund P. Clowney, “Kingdom Evangelism,” in The Pastor-Evangelist: Preacher, Model, and Mobilizer for Church Growth, ed. Roger S. Greenway (Phillipsburg, N.J.: Presbyterian and Reformed, 1987), 22

[17] Citação de Rodney Stark, The Rise of Christianity: How the Obscure, Marginal Jesus Movement Became the Dominant Religious Force in the Western World in a Few Centuries (San Francisco: HarperCollins, 1997), 84.

[18] Editor’s note: Cf. Timothy J. Keller, Ministries of Mercy: The Call of the Jericho Road, 2nd ed. (Phillipsburg, N.J.: Presbyterian and Reformed, 1997).

[19] Cf. D. A. Carson, How Long, O Lord? Reflections on Suffering and Evil, 2nd ed. (Grand Rapids: Baker, 2006), 51–59, que discute seis tipos de pobreza.

quinta-feira, abril 22, 2010

quarta-feira, abril 21, 2010

São MacGyver

ERWIN MCMANUS: Momentum


Continuando a leitura do livro UMA FORÇA EM MOVIMENTO do Pastor Erwin McMaus, da igreja Mosaic em Los Angeles. O seguinte capítulo do livro trata sobre o Momentum.

Se o primeiro capítulo tratou das questões sobre a inércia atual da igreja, este irá falar sobre como sair deste repouso e começar a se movimentar.

A geração de mudanças começa por uma redefinição de valores:”Como a igreja estava fundamentada em valores que reforçavam a estabilidade, a segurança, a previsibilidade e a padronização, essa era de mudanças, aparentemente, pegou-nos de surpresa. É algo irônico se pensarmos que a igreja foi criada para revolucionar. Ela deve ser um movimento, e não uma instituição” (p. 75)

O passado deve ser repensado não como um lugar de estabilidade, onde permaneceremos, devemos lembrar dele, mas não se restringir a ele. “As lembranças da atividade divina em nossa vida devem nos mover em direção ao futuro. Nossas experiências do passado precisam nos proporcionar a confinça necessária para enfrentar os desafios do amanhã” (p. 76).

A igreja então deve ser um refúgio para o mundo, e não do mundo. As pessoas olham para igreja, e a encaram como se ela fosse um refúgio das realidade que as cercam, Contudo, a igreja não foi criada para ser um monastério, porque para Deus não deve haver nenhum lugar onde nós possamos nos esconder, a não ser nEle.

“Quando a igreja se transforma no abrigo em que nos protegemos de um mundo em processo de mudança radical, deixamos de nos voltar para Deus e de fazer dele nosso lugar seguro e nosso abrigo. Quando a igreja é um movimento, ela se transforma em lugar de refúgio para um mundo descrente. A igreja se torna o lugar onde as pessoas que buscam DEus finalmente o encontram; o lugar para gente arrasada e fatigada finalmente encontrar cura e ajuda; o lugar onde o solitário e marginzalizado são abraçados e amados na comunidade de Cristo. Quando a igreja se torna um movimento, e não um monastério, ela vira um lugar de transformação para a própria cultura da qual fugimos apavorados” (p. 77)

A definição de movimento não tem o sentido perjorativo, de apenas um agito emocional ou algo provocado para tanto, a definição de movimento se contrapõe a de instituição, no sentido de procurar dialogar com a cultura atual de maneira pro-ativa, transformando-a pelo evangelho, é uma igreja que não aceita o isolacionismo ou, pior, a assimilhação.

Como diz Paschoal Piragine em seu livro sobre Crescimento Integral: A igreja projetada por Jesus Cristo cresce como movimento — não se limita a ser um monumento. A mesma idéia recebe a seguinte frase de McManus, “a igreja jamais deveria ser um monolíto, e sim um movimento gerador de movimentos capazes de mudar a história” (p.77)

A definição de Momentum.

Mometum é definido pelo autor de acordo com sua formulação científica, P=MV2, sendo que P significa momentum, M é a massa, e V a velocidade. sem massa ou velocidade, o momentum será nulo.

A massa é igual a pessoas, sem elas não há momentum. Por exemplo, quando as pessoas se mobilizam é que começa a existir o momentum, pois há velocidade. O autor levanta a questão da dicotomia aparente entre quantidade e qualidade, em que se associaria quantidade a uma linha de montagem e qualidade à algo singular e autêntico.

É claro que momentum não é igual ao tamanho da massa, nisto ele recorda-se da história de Gideao – Jz 7:1-8, colocando a oposição que Gideão estava concentrando-se na massa enquanto que Deus estava pensando no momentum.

Contudo, Deus não cria uma contradição entre momentum e quantidade, basta ver a igreja primtitiva- Atos 2:47.

Já vimos que massa não é o momentum, então, o que é a velocidade? É a resposta da igreja À questão da rapidez, sendo esta, uma maneira de demonstrarmos a pressa com que uma coisa se move, mas não oferece nenhuma informação além disso. Então, a velocidade se distancia da rapidez, especificando uma direção. Aquela se liga a urgência, esta tem a ver com o movimento em si. Finalmente, conforme o autor, a velocidade seria a rapidez com propósito. “Deus nunca quis que a Bíblia fosse estudada como objeto de pura informação ou conhecimento. A Palavra de Deus foi escrita de maneira que pudéssemos oferecer uma resposta à verdade e à voz divina” (p.83)

Outra palavra para definir isto seria intencionalidade, a velocidade como rapidez em uma direção, sendo fundamental para a liderança apostólica. Esta liderança não poderá ficar limitada a determinar o caminho a ser seguido, mas deve seguir o caminho, pois liderança sem movimento é nula. Lembre-se que se o momentum se move proporcionalmente em relação à massa, ele se move exponencialmente quando em relação com a velocidade.

A intencionalidade – mover-se em direção a um objetivo- se liga a aceleração-aumento da força de suas ações-.

“Quando você se movimenta na velocidade espiritual, com noção da chamada divina, com clareza de visão e com um coração pronto a obedecer ao Espírito Santo, o ambiente que antes o oprimia com sua velocidade agora parece se mover em câmera lenta. Para que uma pessoa não se sinta oprimida pelas mudanças radicais e pela rapidez de nosso mundo, ela precisa saber aonde vai, entender opor que está seguindo naquela direção e fazê-lo com senso de urgência” p.86

Então, o momentum requer tanto rapidez com direção como pessoas para acompanhar. O líder apostólico é colocado como um catalisador espiritual, mobilizando outras pessoas com rapidez. “O catalisador começa com a noção de que o cumprimento do objetivo para o qual Deus está chamando depende do trabalho em equipe. É fundamental conquistar o coração e imaginação dos outros” ( p. 87). Tal movimento não irá acontecer se as pessoas não se motivarem juntas, ao compartilhar a missão.

A visão em alta velocidade-o que determina a velocidade não é um plano, é o propósito e a paixão. Erwin nos lembra que pode-se concentrar a energia em um movimento sem saber onde está indo, para isto ele cita a história vivida pelo apostolo Paulo em Atos 16:6-10.

“Enquanto consciente, PAulo não podia entender a palavra divina. Deus teve de levá-lo à inconsciência para esclarecer o significado. Ele acordou e chegou à conclusão de que deveria partir para a Macedônia. Por várias vezes, como líderes, sentimos a pressão de ter de dizer às pessoas determinadas coisas que não conhecemos. Em outras palavras, temos de disfarçar; A liderança espiritual não consiste na capacidade de determinar tudo o quanto o futuro oferece. É a disposição de seguir em frente quando tudo o que você conhece é Deus. O líder apostolico encontra sua direção usando a bussola do proposito de Deus; é abastecido pelas paixões divinas, e, quando toma a iniciativa de fazer o que sabe, Deus lhe concede esclarecimentos e diretrizes” p.89

Nietzchianas

“Independência é algo para bem poucos- é prerrogativa dos fortes. E quem procura ser independente sem ter a obrigação disso, ainda que com todo o d ireito, demonstra que provavelmente é não apenas forte, mas temerário alpem de qualquer medida. Ele penetra num labirinto, multiplica mil vezes os perigos que o viver já traz consigo; dos quais um dos maiores é que ninguém pode ver como e onde se extravia, se isola e é despedaçado por algum Minotauro da consciência. Supondo que algupem assim desapareça, isto ocorre tão longe do entendimento dos homens que eles não sentem nem compadecem: – e ele não pode voltar! já não pode retornar sequer para a compaixão dos homens!

parágrafo 29,

“Até este momento mesmo os homens mais potentes têm se inclinado em--sinal de adoração frente ao santo, como diante de um enigma da sujeição de si mesmo, da última pri

Technorati Marcas: ,,,

vação voluntária. Por que se inclinaram? Pressentiam nele — ou melhor, atrás da interrogação do seu aspecto mesquinho e miserável, a força superior que quer se afirmar numa tal vitória, a força da vontade, o próprio brado de dominação, ao honrar o santo, honravam algo em si mesmos. Além do mais, a vista do santo insinuava em si uma suspeita; uma tal monstruosidade de negação contra a natureza, não seria desejada e querida sem uma finalidade, assim diziam e acreditavam. Deveria haver um motivo para fazer isso, um perigo tão grave, que o asceta, graças aos seus conselheiros secretos, espera conhecer? Em breve, os poderosos da terra apresentaram um novo temor, pressentiram uma força nova, um inimigo ignorado e ainda invicto: "a vontade da dominação", foi essa que os constrangiu a deterem-se diante do santo. Sentiam necessidade de interrogá-lo.”

Parágrafo 51

A loucura é muito rara em indivíduos — nos grupos, nos partidos, nos povos, na época — essa a regra.

Parágrafo 156

Além do bem e do mal. Editora Cia de Bolso.

terça-feira, abril 20, 2010

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domingo, abril 18, 2010

Lista de Desejos

Introdução ao Antigo Testamento - Raymond Dillard e Tremper Longman III- Vida Nova.

quarta-feira, abril 14, 2010

segunda-feira, abril 12, 2010

Erwin McManus: Uma Força em Movimento

"A idéia de que o pecado de um homem e uma mulher poderia causar uma ruptura em todo o cosmo é uma descrição extraordinária de conexão orgânica que existe entre todas as coisas na natureza. Colher o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal foi a causa primeira da fome que se espalha pelos desertos, dos tsunamis que englobem aldeias, dos terremotos que sacodem a terra e da força impresível e violenta da natureza. De acordo com as Escrituras, há uma conexão entre todas as coisas, e toda ação produz algum tipo de efeito sobre o todo" p. 16


.


"A igreja deixara de ser o molde da cultura moderna e passara a ser moldada por ela. Esse deveria ser o motivo de nosso grande despertamento: o mundo mudou, mas nõs não mudamos. O mundo mudou para pior porque não mudamos nada. O mundo mudou para melhor, mas não acompanhamos a mudança. O mundo espera que a igreja seja mais uma vez o agente divino de mudança" p. 36
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"Será que a questão se resume à nossa alimentação espiritual? Acho importante lembrar que mais de 60% dos norte-americanos estão acima do peso ou são obesos. Seria isso possível também no âmbito da espiritualidade pessoal? Será que nos preocupamos demais em sermos alimentados e de menos em exercitar a nossa fé?
Muitas das coisas que dizemos a respeito da crise da igreja estão focalizadas na arena superficial do estilo, elas não entram no cerne da questão. No coração de boa parte da resistência contra a igreja está a preservação do egoísmo e do autocentrismo. Uma coisa é ter preferência; a outra é exigir que as preferências de determinada pessoa sejam contempladas acima das necessidades daqueles sem Cristo" p. 39
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A verdade é que o centro da vontade de Deus não é um lugar seguro- pelo contrário, é o mais perigoso do mundo! Deus não teme nada nem ninguém! Ele faz todas as coisas de maneira deliberada e poderosa. Viver fora da vontade de Deus nos coloca em situação de perigo, viver dentro dela nos torna pessoas perigosas(...) A mensagem era evidente: seguir Jesus é uma tarefa perigosa. Ele estava pronto para morrer em nosso favor. O Pai não apenas estava disposto a permitir que ele moeresse, como também lhe ordenou que fizesse isso. A unica maneira pela qual posso verdadeiramente seguir Jesus é morrendo para mim e vivendo para ele. Só homens mortos podem seguir o Deus da cruz" p.41
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'No fim a atrofia nunca se resume à questão do estilo, ela sempre tem a ver com a essência do serviço, com a disposição das pessoas de se submeter ao senhorio de Cristo sem se importar com as implicações pessoais" p.43
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Primeiro Movimento - Tração por atrito.
"Devemos considerar inadequadas as estratégias de crescimento linear ou nominal, e devemos reexaminar nossas pressuposições sobre a maneira como o Espírito de Deus deseja operar pela instrumentalidade da igreja. Não podemos nos satisfazer até que seja iniciada uma explosão de transformação global que faça frente ao desafio que nos foi proposto" p. 58

sobre o uso de tecnologia, Erwin McManus diz o seguinte: “A melhor maneira de usar tecnologia  é potencializando a adoração como expressão do espírito e da verdade.(…)A possibilidade de disseminar o evangelho por meio de filmes, videos, televisão mensagens e a internet- sem falar na influência contínua do rádio e da mídia impressa- revelan-nos o potencial real para encher o planeta com a mensagem de Cristo” (p. 60).

Há neste capítulo considerações sobre a multiplicidade  e ceticismo da era atual, ao mesmo tempo, a crença, é uma época de multíplos comportamentos sociais e etnias, como também crenças e descrenças: “A hipermodernidade é o mundo do talvez. Não só o talvez objetivo, mas o subjetivo também.  Não o talvez do mundo externo, mas o talvez do mundo interno. Muitos de nós temos subdividido o mundo entre o que existe do lado de fora e o que há dentro do nosso interior. Muitas discussões filosóficas sobre o pós-modernismo tratam da questão da verdade e da realidade objetiva. Seria nobre? Mas acho que, em alguns aspectos, temos sido ingênuos. A perda da confiança no conhecimento que se tem do mundo exterior é resultado da perda da conexão com o nosso mundo interior. Simplesmente não vemos o talvez, nós o vivemos” p.70.

Neste capítulo, o autor levanta algumas questões, tais como:

Qual  a melhor postura com o mundo: antagonismo, apatia ou apostolado?

Em quais aspectos, as igrejas não reagiram as mudanças, e acabaram ficando irrelevantes ou isoladas?

Como aproveitar as novas tecnologias para acelerar a inovação e criatividade dentro da igreja}

Como voltar a moldar a cosmovisão das pessoas?

quarta-feira, abril 07, 2010

John Bunyan: O Peregrino

“Querida esposa, filhos do coração, não posso resistir por mais tempo ao peso deste fardo que me esmaga. Sei com certeza que a cidade em que habitamos vai ser consumida pelo fogo do céu, e todos pereceremos em tão horrível catástrofe se não encontrarmos um meio de escapar. O meu temor aumenta com a idéia de que não encontre esse meio.”

HENRI NOUWEN: Solidão

"Na solidão, descobrimos que a nossa vida não é uma propriedade a ser preservada, mas uma dádiva a ser compartilhada. Então, reconhecemos que as palavras de cura que pronunciamos não são de, mas por nós; não são nossas, elas nos são dadas. E o amor que podemos expressar é parte de um amor maior. E a nova vida não é uma propriedade a que nos devemos apegar, mas uma dádiva a ser compartilhada"

Henri Nouwen de A a Z, p. 142

quinta-feira, abril 01, 2010

Tim Keller: Perdão e Reconciliação


Servindo uns aos outros através do perdão e da reconciliação

Tanto no nível teológico como prático,  perdão está no coração do que significa ser um cristão. O perdão verdadeiro implica um custo e é alcançado intencionalmente junto com uma comunidade de crentes.

A nova comunidade humana que a bíblia requer cortes através de todas as culturas e temperamentos. Colocando de outra forma, isso não se encaixa em nenhuma cultura, mas, desafia todas elas no mesmo ponto. Cristãos que estão em culturas mais individualistas amam a ênfase bíblica na afirmação uns dos outros, no compartilhar dores e problemas – mas odeiam a idéia de prestar contas e disciplina-. Cristãos vindos de uma cultura mais tradicional amam a ênfase bíblica no prestar contas sobre a moralidade e crenças, mas, por vezes, irritam-se com o ponto da reconciliação racial ou estar aberto sobre questões dolorosas ou financeiras pessoais dos outros.

Contudo, alguém pode argumentar que o ensino bíblico no perdão e na reconciliação é tão radical que não há culturas ou sociedades que estão de acordo com ela. Isto até poderia ser acima de tudo quando nós vemos a verdade na declaração de Bonhoefer, “Nossa comunidade entre um e outro (em Cristo) consiste somente no que Cristo fez por nós. Fraternidade cristã é espiritual e não uma realidade humana. Nisto difere de todas as outras comunidades”[1]

Em sua forma mais básica e simples, este ensino é o que os cristãos em comunidade nunca podem desistir um do outro, nunca podem desistir dentro de um relacionamento, e nunca menosprezar um ao outro. Nós devemos nunca nos cansar de estar perdoando (e repetindo) e procurando reparar nossos relacionamentos. Mateus 5:23-26 nos conta que devemos ir até alguém se sabemos que ele tem algo contra nós. Mateus 18:15-20 diz que nós devemos nos aproximar de alguém se nós temos alguma coisa contra ele. Em resumo, se qualquer relação se esfriou ou tem sido enfraquecida de qualquer forma, é sempre nosso dever de movermos. Aqui, não importa quem começou isto. Deus sempre assegura sua responsabilidade de encontrar para reparar uma relação quebrada. Um cristão é responsável por começar o processo de reconciliação, não se lembrando como a distância ou alienação começou.

O que o perdão é.

Quando falava sobre o perdão, Jesus usou a imagem de débitos para descrever a natureza dos pecados (Mateus 6:12;18:21-35). Quando alguém está seriamente fazendo mal para você, haverá um absoluto senso que de que o culpado está devendo para você. O erro se tornou uma obrigação, uma responsabilidade, uma dívida. Qualquer um que se sofreu mal sente uma compulsão para fazer o malfeitor pagar o débito. Nós o fazemos isso os machucando, gritando com eles, fazendo-os sentirem-se bem maus, ou apenas observando e vendo e esperando que alguém ruim aconteça com eles. Somente após nós vemos o sofrimento deles de alguma forma que podemos medir, nós acreditamos que o débito foi pago e a obrigação acabou. Este senso de débito/responsabilidade e obrigação é algo impossível de fugir. Qualquer pessoa que negue isto simplesmente não foi magoada ou sofreu pecado de uma forma séria.
Então o que seria perdão? Perdão significa abrir mão do direito de procurar uma retribuição por aquilo que alguém fez com você. Mas, isto significar reconhecer que o perdão é uma forma voluntária de sofrimento.

O que isso quer dizer?

Pensar sobre dívidas monetárias funciona. Se um amigo quebra a lâmpada da minha casa, e se esta lâmpada custa 15 dólares para recolocar, então o ato de quebrar minha lâmpada incorreu num débito de 15 dólares. Se eu deixo ele pagar por isto e recolocar a lâmpada, eu pego minha lâmpada de volta e ele perde 15 dólares. Contudo, se eu o perdôo pelo que fez o débito não vai desaparecer no ar. Quando eu o perdoei, eu assumi o custo e pagamento pela lâmpada: ou, eu irei pagar 15 dólares para colocar uma nova lâmpada ou eu perderei a luz no cômodo. Perdoar é cancelar um débito por pagamento ou assumir ele por si mesmo.Alguém terá sempre que pagar o débito.

Neste caso, em todas as situações de mau comportamento, mesmo quando não há dinheiro envolvido. Quando alguém peca contra você, você perde alguma coisa- talvez felicidade, reputação, paz de espírito, um relacionamento, ou uma oportunidade. Estas são duas coisas que tem a ver com pecado. Imagine, por exemplo, que alguma pessoa feriu sua reputação. Você pode tentar restaurar ela, pagando a outra pessoa na mesma moeda, criticando publicamente e arruinando a reputação dela ou dele. Como também, você pode perdoar que te feriu,recusando dar o troco e absorvendo o dano que foi feito à sua reputação.(Você terá restaurar isto com o tempo).

Em todos os momentos, quando o mal é feito há uma dívida, e não há como lidar com isto a não ser através do sofrimento: seja fazendo o perpetuador sofrer ou levando sobre si o sofrimento.

Perdão sempre tem um custo extremo. É muito caro emocionalmente- toma muito sangue, doçura e lágrimas-. Quando você perdoa, você mesmo paga o custo de diversas formas.

Primeiro, você recusa ferir a pessoa diretamente; você recusa vingança, troco ou a inflexão da dor. No lugar, você será tão cordial quanto possível. Quando você perdoa, deve ter cuidado das maneiras sutis de tentar um pagamento enquanto você não está. Há coisas específicas que devemos evitar:

- fazer comentários sarcásticos e jogar as lesões do passado na cara das pessoas repetidamente.
-ser muito mais exigente e controlador com a pessoa que você é com os outros, tudo por causa, no fundo, você sente que ela ainda lhe deve algo.
-punindo com auto-piedade, a misericórdia é usada para que elas se sintam menores e você justificado.
- evitando elas ou sendo frios com elas.

Segundo, quando você recusa a empregar insinuações ou volteios ou sugestões ou fofoca ou uma difamação direta para quem feriu você sobre os olhos de outros. Você não deve correr para colocar a pessoa que te feriu para baixo, mesmo sob o pretexto de aviso ou de procurar alguém para compartilhar e ajudar na sua dor.

Terceiro, quando perdoa você recusa a má vontade entrar em seu coração. Isto é, você não fica revendo os tapes do erro em sua imaginação, a fim de manter o senso de perda e a ferida aberta, para isto você trata com hostilidade a pessoa e sente virtuoso em contrapartida. Não difame ou demonize o ofensor em sua imaginação. Melhor, reconheça a pecaminosidade humana comum que você compartilha com ele ou ela. Não fique torcendo para que eles falhem, ou se machuquem. Ao invés, ore positivamente para que eles cresçam.

Perdão, então, é obtido antes que se sinta. Isto é uma promessa para abster-se das três coisas acima e orar pelo perpetuador do mesmo modo que a graça de Deus foi para você. Embora seja extremamente doloroso e difícil (você mesmo está arcando o custo do pecado!), o perdão vai aprofundar o seu caráter, libertá-lo para conversar e ajudar a pessoa, e levar paz e amor e não mais amargura.

Além disso, por suportar os custos do pecado, você estará andando no caminho do seu Mestre (Mt. 18:21-35; Cl 3:13). É típico para não cristãos hoje dizerem que a cruz de Cristo não faz sentido. "Por que Jesus tinha que morrer? Por que Deus não poderia apenas nos perdoar?". Na verdade, ninguém que fez algo errado é apenas perdoado! Se alguém feriu você, haverá apenas duas opções: 1. você fazê-lo sofrer, ou 2. você recusar vingança e perdoar e, então, suportar o sofrimento. E se nós não podemos perdoar sem sofrer, quanto mais teve Deus de sofrer para perdoar-nos? Se nós inevitavelmente sentimos o custo e a obrigação e a injustiça do pecado em nossas almas, quanto mais Deus sabe disto? Na cruz nós vemos Deus perdoando-nos, e isto somente é possível se Deus sofresse. Na cruz, o amor de Deus foi satisfeito pela sua própria justiça, através do sofrimento, carregando sobre si a pena pelo pecado. Nunca há perdão sem sofrimento, pregos, espinhos, suor, sangue. Nunca.
O que nós precisamos para perdoar.
A experiência do evangelho nos mostra que há dois pré-requisitos para uma vida de perdão: humildade emocional e riqueza emocional.
Você pode permanecer amargo com alguém apenas se você se sentir superior a esta pessoa, se você tem certeza que você nunca faria qualquer coisa como esta. Permanecer sem perdoar significa que você não está por dentro da sua própria pecaminosidade e necessidade de perdão. Quando Paulo diz que ele é o pior de todos os pecadores (1Tm 1:15), ele não está exagerando. Ele está dizendo que ele é capaz de pecar como os piores criminosos são. O evangelho dá a ele humildade emocional.
Ao mesmo tempo, você não pode ser gracioso com alguém se você é também necessitado e inseguro. Se você conhece o amor de Deus e perdão, então há um limite que a pessoa pode machucar você. Ele ou ela não pode tocar em sua real identidade, riqueza e significância. Quanto mais você se alegra em seu perdão, mais rápido você poderá perdoar os outros. Está enraizada em você, uma riqueza emocional.
"Encontrei perdão porque exclui o inimigo da comunidade dos homens como também exclui a mim mesmo da comunidade dos pecadores. Mas, ninguém pode na presença de Deus do crucificado Messias permanecer sem esta dupla exclusão- sem transpor o inimigo da esfera da não humanidade monstruosa para uma esfera de uma humanidade compartilhada e a si mesmo de uma de uma orgulhosa inocência para uma esfera de pecaminosidade comum. Quando alguém sabe que o torturador não irá triunfar eternamente sobre a vítima, este fica livre para redescobrir a humanidade desta pessoa e imitar o amor de Deus por ela. E quando alguém entende que o amor de Deus é maior que todos os pecados, este alguém fica livre para ver a si mesmo... e então descobrir seu próprio pecado" [2]
Jesus disse, "Se você não perdoar os pecados dos homens, seu pai nos céus não perdoará seus pecados" (Mt. 6:15). Isto não significa que nós podemos ganhar o perdão de Deus através do nosso perdão, mas, que nós podemos nos desqualificar a partir disto. Nenhum coração realmente arrependido com Deus pode não perdoar os outros. Uma falha de perdão para com os outros é um resultado direto de uma falta de arrependimento perante Deus. E como nós sabemos você deve arrepender-se para ser salvo. (At. 2:38).
O Perdão de Deus e os nossos.
Quando Deus revelou sua glória para Moisés, ele disse que ele perdoaria nossas iniqüidades, contudo, não deixaria impunes os culpados (Ex. 34:6-7). Somente com a vinda de Jesus, nós vemos quão Deus pode ser completamente justo e perdoador através de sua expiação (1Jo. 1:7-9). Na cruz, Deus satisfez tanto a justiça quanto o amor. Deus estava tão justo e desejoso para julgar o pecado que Jesus tinha que morrer, mas ele estava tão amoroso e desejoso da nossa salvação que Jesus estava satisfeito em morrer.
Nós também somos ordenados a perdoar ("suportando e perdoando uns aos outros, se alguém tiver alguma queixa contra o outro,assim como o Senhor vos perdoou, assim também fazei" Cl. 3:13-14) com base na expiação de Jesus por nossos pecados ("Perdoai nossas dívidas, assim como nós perdoamos nossos devedores... Se você não perdoar os homens por seus pecados, seu pai celeste não poderá perdoar seus pecados” Mt. 6:14-15; cf. Lc 6:37). Contudo, nós também somos requeridos a perdoar de uma forma que honre a justiça, justo como o perdão de Deus é. "Se o seu irmão pecar, repreenda-o, se ele se arrepender, perdoa-o" (Lc. 17:3). "Cristãos são chamados para abandonar a amargura, a ser tolerante, ter uma postura de perdão mesmo quando o arrependimento da parte que ofende é notavelmente ausente; por outro lado, a paixão pela justiça centrada em Deus, a sua preocupação para com a glória de Deus, assegura que ódio terrível ao pecado não é camuflado"[3]
Procurando Verdade, Amor e Relacionamento.
O Evangelho nos chama, então, para guardar um comprometimento igual em a. falar a verdade e honrar aquilo que é certo, e ainda b. ser eternamente perdoador como nós fomos e c. nunca desistir da meta da reconciliação, de um relacionamento caloroso.
Primeiro Deus requer perdão não importando se o ofensor tenha se arrependido ou pedido por perdão. “Quando você estiver para orar, se você tem alguma coisa contra alguém, perdoa ele" (Mc 11:25). Isto não que dizer "perdoe ele se ele se arrepender", mas melhor "perdoe ele ali meso- quando você estiver orando”.
Segundo, Deus requer que falemos a verdade. Isto é o porquê de Jesus falar aos seus discípulos em Lucas 17:3 para repreender o malfeitor e se ele se arrepender, perdoar ele. É Jesus dizendo que nós podemos guardar rancor, se a pessoa não se arrepender? Não, não devemos ler Lucas 17 e contradizer Marcos 11. Jesus está nos chamando aqui tanto para a prática interna do perdão como também para repreender e corrigir. Temos de render completamente o direito de dar o troco ou tomar algo, e ainda, ao meso tempo, não nunca devemos olhar a injustiça e requerer que os malfeitos sejam recompensados.
Isto é quase o oposto do que normalmente acontece. Ordinariamente, nós não buscamos justiça com os outros (não confrontamos ou chamamos as pessoas para mudar e fazer uma restituição), mas permanecemos odiosos e amargos por dentro. A bíblia nos chama para sair deste caminho. Nós perdoamos de uma forma tão profunda que não há mais desejo de vingança, de forma que, podemos falar abertamente sobre o assunto que aconteceu com um desejo de ajudar a pessoa a ver que ela fez de errado.
Na realidade, um perdão interno e um trabalho de correção externo vão bem juntos. Somente se você perdoar internamente poderá corrigir sem abusos- sem tentar fazer com que a pessoa se sinta terrível.
Apenas se você já perdoou poderá ter motivos para corrigir a pessoa para o engrandecimento de Deus, para justiça, para o bem da comunidade, e para o bem da pessoa. E apenas se você perdoa internamente suas palavras terão alguma esperança de mudar o coração do perpetuador. De outro jeito, seu discurso estará tão cheio de desdém e hostilidade que ele ou ela não irão te escutar.
Por ultimo, perdoar por dentro e corrigir/repreender externamente não são incompatíveis porque eles são ambos os atos de amor. Nunca se estará amando deixando a pessoa de lado com seu pecado. Não se estará amando o malfeitor, que continua sobre o domínio do hábito, nem para quem ele vai prejudicar no futuro, nem para Deus, quem está aflito. Esta é a dificuldade, a linha que separa o confronto moral para o bem de Deus e uma afronta de auto-justiça por causa de um orgulho ferido é muito fina. Contudo, recusar a confrontar é não amar, mas apenas ser egoísta.
Terceiro, como nós falamos a verdade em amor (Ef.4:15), nós buscamos a justiça com gentileza e humildade, para que os erros sejam reparados e se mantenha ou restitua-se o relacionamento (Gl. 6:1-5). Há um grande desafio de tensão entre estas três coisas! Quase sempre um deles é obtido mais fácil se você deixar de lado qualquer preocupação com os outros dois. Por exemplo, é fácil falar a verdade se você desiste de qualquer desejo de manter um relacionamento caloroso. Contudo, se você deseja ambos, você deve ser extremamente cuidadoso em como você vai falar a verdade! Um outro exemplo: é possível você convencer a si mesmo que perdoou alguém, mas depois você não deseja mais nada com a pessoa (você não busca manter o relacionamento), então este é um sinal que quando você falou a verdade, não havia perdão de verdade lá.
Claro que é possível que você mantenha estas três coisas juntas em seu coração e mente, contudo, a outra pessoa pode não as ter. Não há cultura ou personalidade que mantenha estas coisas juntas. Pessoas tendem a acreditar que se você as confronta você não as perdoou e não as ama, ou se você realmente a amava, você não iria a repreender. Deus reconhece que muitas pessoas simplesmente não buscam todas estas coisas juntas, então Ele nos diz: "Quanto depender de você, viva em paz com todos" (Rm 12:18). Isto é, faça sua parte e tenha como bom e pacífico relacionamento com as pessoas que estiverem com você.
Quando nós precisamos confrontar e reconciliar?
Jesus nos diz que se alguém estiver pecando contra nós, nós precisamos ir e falar com o ofensor. "Se o seu irmão pecar, repreenda-o e se ele se arrepender, perdoa-o" (Lc. 17:3). Contudo, quando nós devemos repreender- toda vez que alguém nos ferir? 1 Pedro 4:8 diz conhecidamente que "o amor cobre uma multidão de pecados", e Provérbios 10:12 volta ao mesmo ponto. Isto significa que nós devemos ser fracos, e que seria errado trazer a tona o erro toda vez que nós formos tratados injustamente ou insensivelmente. Neste sentido, passagens como Mateus 18 e Lucas 17 dizem que há algumas ocasiões em que nós devemos fazer uma reclamação. Quando, então, faremos isto?
Aí é onde Gálatas 6 nos dará uma direção. "Irmãos, se alguém for pego em pecado, vocês que são espirituais devem restaurá-lo suavemente. Mas observem, ou você também pode ser tentado" (6:1).
Primeiro, nós devemos corrigir quando o pecado é sério o suficiente para esfriar ou romper o relacionamento. Mateus 18:15 indica qual o propósito da repreensão que é "ganhar o irmão" - isto é, resgatar o relacionamento. Isto está implícito em Gálatas 6:2, que nos diz que corrigir alguém é um caminho para carregar os fardos uns dos outros, isto é uma expressão de um relacionamento interdependente.
Segundo, nós devemos corrigir quando o pecado contra nós é evidentemente parte de um padrão de comportamento na qual a pessoa está seriamente atolada. Se alguém for pego em um pecado, vocês que são espirituais, deverão restaurá-lo (Gl. 6:1): a imagem é a de estar preso em um modo de comportamento que será prejudicial à pessoa e aos outros. Em amor isto deve ser apontado. Então, nós repreendemos para o bem da própria pessoa- para restaurar ela. Nossa preocupação é o seu crescimento.
E como nós faremos isto? "Vocês que são espirituais devem restaurar ele gentilmente (Gl. 6:1). Isto é essencial. Se o motivo da correção é ajudar o outro a crescer, então vamos ser amorosos e cuidadosos. Os versículos 2 e 3 indicam que devemos fazer isto com muita humildade. Nós estaremos fazendo a nós mesmos de servos quando corrigimos.
Em última análise, qualquer amor que tem medo de confrontar o amado não é realmente amor, mas, um desejo egoísta de ser amado. Covardia é sempre egoísta, coloca nossas próprias necessidades na frente das carências dos outros. Um amor que diz, "Eu vou fazer qualquer coisa para manter ela ou ele me amando e me aprovando!”não é um amor real absolutamente. Não se está amando a pessoa. É amar o amor que você recebe de uma pessoa. O verdadeiro amor está disposto a enfrentar, até mesmo perder o amado em um curto prazo, se houver uma chance de ajudá-la.
No entanto, é claro que há muitas ocasiões que não devemos corrigir e não procurar por desculpas mesmo quando elas são devidas. Quando mais forte você é como cristão, menos sensível e fácil de machucar você será. Quando as pessoas apertam você, esnobam,ignoram, ou deixam você para baixo de alguma forma. isto não irá deixar você frio com elas imediatamente. Como um cristão maduro, você rapidamente se lembrará: a. tempos que você fazia a mesma coisa com outros ou b. tempos que as pessoas que fizeram isto com você tinham muitas coisas em suas mentes e seus corações. Se você achar qualquer erro que imediatamente esfria você para o outro e você quer insistir em seu direito de uma desculpa, faça um auto-exame lembrando que nível de humildade emocional e riqueza emocional você está em Cristo. Amor deve cobrir uma multidão de pecados (isto é, a maioria deles). Você deve ser capaz de tratar calorosamente as pessoas que devem desculpas a você, mas que você não corrigiu porque o desprezo delas foi algo pequeno, ou o tempo não era o correto para isto, ou você não as conhecia para saber se era um padrão de comportamento delas.
Como nos reconciliamos?
Aqui estão algumas bases.
Quais são as marcas de uma relação irreconciliada?
Um relacionamento irreconciliado é marcado pela precaução, frieza e irritabilidade. Se você encontra a si mesmo evitando, sendo frio, ou estando muito irritando com alguém (ou se você pode dizer que alguém está evitando você, sendo frio ou irritado com você), então você provavelmente tem uma relação irreconciliada.
Por outro lado, eu perdôo você não significa que eu confio em você. Algumas pessoas pensam que elas não têm um relacionamento reconciliado até que elas possam confiar completamente na pessoa que as fez mal. Este não é o caso. Perdão quer dizer uma vontade de tentar restabelecer a confiança, mas este restabelecimento é sempre um processo. A velocidade e o grau desta restauração implicam a recriação da confiança, e isto leva tempo, dependendo da natureza e severidade das ofensas envolvidas. Até que a pessoa evidencie uma real mudança, nós não devemos confiar nela ou nele. Entregar imediatamente confiança a alguém que tenha hábitos pecaminosos poderá, na verdade, fazer com que ela continue pecando. Confiança deve ser restaurada, e a velocidade que ela ocorrerá dependerá do comportamento.
Isto também se aplica para as pessoas que você deve desculpas, mas cujos pecados foram encobertos (veja acima). Uma pessoa que deixou você para baixo, mas que você não a corrigiu prejudicou sua confiança, ainda que em menores proporções. Se ela ou ele vem lhe pedir perdão, isto irá restaurar o nível de confiança e respeito que você tinha antes, mas até que isto ocorra você deverá ter uma relação civilizada e cordial com elas.
Como eu posso me reconciliar com alguém?
Podemos olhar para Mateus 5 e Mateus 18 como dois tipos de abordagem: Mateus 5 estabelece o que você faz quando você acredita que feriu alguém, enquanto que Mateus 18 é o que você fará quando acredita que alguém te feriu. Mas, também é possível olhar as passagens como dando-nos as duas fases de um processo normal de reconciliação, porque raramente apenas uma parte suporta toda a culpa por um relacionamento desgastado. Quase sempre a reconciliação envolve o arrependimento e o perdão- tanto ao admitir o seu próprio erro e apontando o erro do outro. Se colocarmos essas duas aproximações, podemos criar um roteiro prático como o que se segue.
Fase 1
Comece por confessar tudo o que você possa ter feito de errado ( isto poderá ser chamado de a fase Mateus 5:24). Comece com você mesmo. Mesmo se você acreditar que seu comportamento é não mais que 5% do problema, inicie com seus 5%! Olha para o que você tem feito de errado, e recolha as críticas.
Liste tudo que você pensa que você fez de errado e pergunte a outra pessoa para adicionar coisas a sua lista daquilo que você tem feito de mal ou maneiras em que você contribuiu para o fracasso do relacionamento. Por exemplo: "Eu estou aqui porque eu não gosto do que aconteceu com o nosso relacionamento (ou- se o termo se aplicar- nossa amizade). Parece-me que existe um problema entre nós, eu estou errado?" Então, "Aqui estão as coisas que eu acredito que fiz para contribuir para que haja um problema entre nós- onde eu errei com você... Mas, onde mais eu tenho errado com você ou contribuído para os problemas em nossa relação, em sua opinião?"
Se você não tem idéia sobre onde você andou errado, você pode simplesmente se oferecer a ouvir. Por exemplo: "Parece-me que há um desacordo entre nós e eu ofendi você. Estou certo? Por favor, me conte onde foi que eu errei com você. Eu estou pronto para ouvir- de verdade"
Então escute bem toda crítica que você convidou para ouvir. Procure filtrar esta reclamação em algo claro e específico. Fazer isto rapidamente poderá parecer defensivo, mas eventualmente pergunte por exemplos de eventos específicos quanto possível. Se os outros dizem, "Você está me pressionando (bullying)", você precisa descobrir que palavras ou ações ou tons de vozes que fez a outra pessoa se sentir "pressionada (bullying)".
Um "checklist" prático:
- Ore silenciosamente, peça a Deus para dar a você sabedoria e permitir a você ser sensível ao amor que Ele tem por você.
- Assuma que Deus está falando com você através desta situação dolorosa e está mostrando caminhos para você ser mais cuidadoso e mudar.
- Tenha cuidado em ser defensivo. Não se explique rapidamente, mesmo se você tenha uma boa resposta ou pode mostrar que ela ou ele estão errados. Tenha certeza de não interromper ou impedir a outra pessoa de expressar sua frustração. Mostre simpatia mesmo quando você foi mal compreendido.
- Sempre pergunte, "Há alguma coisa mais? Eu realmente quero saber!" Numa situação estressante é natural que o outro segure algumas queixas e preocupações. Coloque todas elas na mesa, ou você terá que fazer isto novamente!
- Deixe segura a pessoa para criticá-lo: o apóie individualmente as críticas. "Isso deve ter sido difícil, eu vejo porque você estava preocupado".
- Veja as necessidades na crítica, elas podem ser a base da reclamação.
- Agora responda as críticas, fazendo uma ou ambas as coisas a seguir:
1. Por favor, me perdoe por _________. Este é o seu arrependimento, sua confissão de pecado.
Admita seu erro sem escusas e sem culpar as circunstâncias. Mesmo se a críticas incluírem exageros, extraia a falta real e confesse ela. Mesmo se apenas 10 por cento do problema do relacionamento é seu, o admita.
Não apenas se desculpe, peça por perdão
Se você pode achar um jeito de mudar seu comportamento, diga, Aqui está algo que vou me assegurar para que não aconteça no futuro”. Pergunte se há alguma coisa que você pode fazer para restaurar a confiança. Se você realmente não pode ver validade em alguma crítica, pergunte se você pode conversar de novo com a pessoa, e depois pergunte aos outros.
Evite declarações pomposas- Quão terrível eu sinto por ter feito isto”. Tais confissões podem ser uma catarse dolorosa feita para aliviar alguém de sentimentos culposos através de um tipo de expiação/punição, ou para alcançar apenas a simpatia dos outros.
Por outro lado, evite ser inexpressivo, leve ou mesmo esquivar. Tais confissões podem procurar preservar o orgulho, apenas são feitas para cumprir uma exigência, para forçar a outra pessoa deixar você em paz e sem mostras de qualquer contrição real ou arrependimento emocional em tudo.
Sobretudo, não faça uma confissão que é na verdade um ataque. "Se eu te aborreci, me desculpe" cai nesta categoria. Isso quer dizer, "Se você fosse uma pessoa normal, você não ficaria aborrecido com o que eu fiz". Não se arrependa de alguma coisa a alguém que você não está arrependido perante Deus para dar passos de mudança real.
Um real arrependimento tem três aspectos: confissão para Deus, confissão para a pessoa magoada, e o oferecimento de um plano concreto de mudanças para evitar o pecado no futuro (Lucas 3:7-14).
2. Depois de ter se arrependido, então mude para aquilo que não envolveu pecado de sua parte (tão breve você poderá dizer) e sobre isto você pode dizer,,, ,”por favor, aceitem minha explicação sobre______".
-"Aqui está como eu vejo isto. Você consegue ver que minha motivação e ou sentido do que fiz era bem diferente do que você entendeu?"
-"Você pode entender meu ponto de vista? Você pode aceitar que eu poderia ter percebido isto bem diferentemente e tinha estes motivos que estou falando?"
-Há alguma forma, através do jeito que vimos este assunto, que nós podemos fazer para evitar que isto machuque um ao outro de novo?
Fase 2
Agora (se necessário) fale das formas que a outra pessoa te feriu (fase Mateus 18). Se você tem feito tudo sobre isto, você poderá achar que este jeito faça com que a outra pessoa confesse sem que você peça sua confissão! Isto é de longe a melhor maneira para conseguir a reconciliação.
Contudo, se a outra pessoa não está te acompanhando, inicie com: "pelo meu ponto de vista, me aparece que o que você______. Afetou-me desta forma________. Eu acredito que seria muito melhor pela consideração que tenho por você, que você fizesse assim_______. Mas, meu entendimento pode ser errado e distorcido. Corrija-me se eu estiver errado. Você poderia me explicar o que aconteceu?" Esteja certo que sua lista das coisas que te fizeram seja específica, e não vaga.
Se a outra pessoa pedir desculpas, conceda perdão- mas evite usar o termo perdão a menos que ela o peça! De outra forma, dizer "eu perdôo você" poderá soar tremendamente humilhante. Caminhos alternativos para expressar perdão poderão ser "Bem, eu não tenho mais isto contra você", "Vamos colocar isto no passado agora" ou "Nem pense mais nisto".
Algumas linhas gerais sobre esta parte:
-Mantenha um tom amável e humilde. O tom de voz é extremamente importante. Muito controlado, bonzinho e calmo vai soar padronizado e ser enfurecedor. Não recorra a gracejos ou bajulações melosas ou cair em tons abusivos ou raivosos.
-Ataque o problema, não a pessoa. Por exemplo, não diga "Você é tão insensível", mas sim, você poderia dizer, "Você esqueceu-se disto depois tantas promessas que você não faria".
- Sugira soluções e rotas alternativas de ação ou comportamento. Certifique-se que todas as críticas sejam específicas e construtivas. Nunca diga, "Não faça isso" sem dizer "em vez de fazer isto".
- No coração da discussão, você pode descobrir algum outro objetivo subjacente ou uma necessidade que a pessoa tem que está tentando solucionar, mas que poderiam ser encontradas por caminhos mais construtivos.
- Mantenha em mente as diferenças culturais. Uma pessoa de uma cultura diferente pode considerar sua abordagem incrivelmente desrespeitosa e menosprezadora quando você estiver achando que está sendo respeitoso.
O que fazer quando outra pessoa não se reconciliar com você?
Primeiro alguns pensamentos sobre a reconciliação que falhou com um não crente. Cristãos são comandados a buscar a paz e a reconciliação com todos (Rm. 12:18, Hb. 12:14), não apenas com cristãos. Contudo, não crentes podem não sentir que tenham a mesma responsabilidade de viver em relacionamentos reconciliados. Em geral, você vai achar que não-cristãos não vão se sentir compelidos a responder com perdão e arrependimento.
Se isto ocorrer, você deve tomar o que você ofereceu, em Romanos 12:18-21 provê um guia para como permanecer gracioso, gentil, aberto e cordial para as pessoas que estão sendo antipáticas[4].
E se um cristão em sua igreja está resistindo à reconciliação? Mateus 18 indica que se um companheiro crente não reconciliar depois de repetidos esforços de sua parte, você deve ir à fase B, juntar-se a outros amigos cristãos (de preferência, incluindo alguém pela qual a pessoa tenha respeito) para tentar junto com você reconciliar a relação. Se isto não funcionar, o estágio C você deve contar isto a igreja, e pedir aos anciões para falar com a pessoa.

Se a pessoa com a qual você busca reconciliação é um cristão, mas, vive em outra região ou freqüenta outra igreja, você deve seguir o processo de Mateus 18:15-20 quanto você puder. Contudo, se vocês não são membros da mesma igreja não será possível ir ao passo final que é falar com a igreja. De novo, você deve fazer o que você puder e buscar da forma mais cordial e graciosa possível com alguém que não está reconciliado com você.

Mais genericamente, aprenda a aceitar as desculpas e arrependimentos que você tem sem pedir que as pessoas admitam mais do que elas honestamente acreditam terem feito. Se elas se arrependem perto do que você acha que deveriam fazer então o relacionamento pode ser quase tão bom quanto era antes. Se elas param no meio do caminho, ainda assim será melhor, mesmo que o relacionamento pareça enfraquecido porque você não confiará na sabedoria e autoconhecimento delas. É normal ser a pior coisa perdoar alguém que não vai admitir que fez nada de errado, e permanece altivo. O perdão interno pode ser um processo longo. Utilize todas as ferramentas espirituais que você acha na fé:

· Olhe para o mandamento de Deus para perdoar. É nossa obrigação.

· Lembre-se do Perdão de Deus para conosco. Não temos direito de permanecer amargos.

· Lembre-se que a onisciência de Deus é necessária para haver um julgamento justo. Nós temos um conhecimento insuficiente para saber o que os outros merecem.

· Lembre-se que quando nós permitimos que o mal ficasse em nós através das amarras da amargura, nós estamos sendo derrotados pelo maligno! Romanos 12 fala para nós para sobrepujar e vencer o mal com perdão.

· Lembre-se que nós minamos a glória de Deus aos olhos do mundo quando falhamos em perdoar.

Olhando das linhas do campo.

Quando duas pessoas da mesma igreja estão em conflito uma com a outra, isto pode gerar uma série de destroços nos corações e vidas dos cristãos ao redor destes, mesmo aqueles que não estão envolvidos imediatamente na disputa. A pior coisa (mas a mais comum!) que acontece é que, ao invés, de suspender o julgamento, orar e encorajar as partes através da reconciliação, as pessoas tomam partido na disputa numa forma bem típica do mundo. É difícil não simpatizar com a parte que você conhece melhor. E também é duro para a pessoa não compartilhar a dor dela ou dele com você numa forma que não vilifique a outra parte do conflito.

Como resultado, nós podemos ter uma segunda- e uma terceira- ordem de relacionamentos irreconciliados. Isto é, nós nos sentimos alienados das pessoas que são amigos de quem seu amigo está brigado! O problema com isto é óbvio, não há uma forma direta de curar estes machucados. SE alguém está evitando você por que um amigo seu está doido com o amigo dele ou dela, não há nenhum erro que você possa confessar ou se arrepnder. É uma situação venenosa espiritualmente. O problema é que não que você tenha pecado ou alguém pecou contra você, mas você escutou um mau relato sobre outro crente e deixou isto entrar no seu coração e isso criou raízes tais como a desconfiança e hostilidade.

O que nós devemos fazer?

Primeiro, ver o que Tiago fala sobre passar adiante maus relatos: “Humilhem-se perante o Senhor, Irmãos, não caluniem ou ataquem uns aos outros (Tg 4:10-11). O verbo caluniar  simplesmente quer dizer falar mal (kata-lalein). Não é necessidade dizer algo falso, mas apenas um mau relato em que alguém rebaixa o respeito e amor dos ouvintes pela pessoa de quem se está falando. “Como o vento norte traz a chuva, a língua afiada gera um olhar raivoso” (Pv. 25:23). Tiago liga a calúnia com o orgulho (4:10) mostrando que a calúnia não é uma avaliação humilde do erro ou da falta, que nós devemos constantemente fazer. Ao invés, a pessoa caluniadora fala como se ela ou ele nunca fariam a mesma coisa. Uma posição não caluniadora  é gentil e reservada, e é sempre evidente que a pessoa que fala está ciente que compartilha a mesma fraqueza, humanidade e natureza pecaminosa com aquele que está sendo criticado. Isto envolve uma profunda consciência do seu próprio pecado. E isto é nunca falar mal.

Não resmungue (literalmente, não vire seus olhos) uns com os outros (Tg 5:9). Aqui Tiago refere-se a um tipo de maldizente que é menos específico que o mencionado caluniador ou ofensor.  Ele está batendo não apenas com palavras, mas, também, com linguagem corporal. Virando o rosto, revolvendo os olhos, e reforçando uma erosão do amor e respeito por alguém (você sabe como eles fazem  as coisas por aqui). Contudo, isto consegue a mesma coisa, isso traz os olhares com raiva, que enfraquecem o amor e o respeito.

Segundo, vemos que o livro de Provérbios diz sobre como receber maus relatos: “O que perdoa a transgressão busca a amizade; mas o que renova a questão, afasta amigos íntimos” (Pv. 17:9). A primeira coisa a fazer quando ouvirmos ou vemos algo negativo é procurar perdoar-encobrir- a ofensa, ao invés, de comunicar aos outros sobre o fato. Isto é, ao invés de deixar isto entrar, você deve procurar guardar o problema de destruir seu amor e consideração pela pessoa. Como?

Lembre-se da sua própria pecaminosidade. “Todos os caminhos do homem são limpos aos seus olhos; mas o Senhor pesa os espíritos (motivos)” (Pv. 16:2). Seus motivos nunca são puros como você acredita que eles são. Entendendo seus pecados, isto automaticamente guarda você de estar tão certo sobre sua posição e de falar duramente contra as pessoas que estão do outro lado do conflito. Você apreende que você pode não está vendo a coisa tão bem.

Lembre-se que  sempre há um outro lado. “O que primeiro começa o seu pleito parece justo; até que vem o outro e o examina” (Pv. 18:17). Você nunca tem todos os fatos. Você nunca está numa posição para enxergar todo o quadro, e então quando você escuta o primeiro relato negativo, você deve assumir que você tem muita pouca informação para chegar a uma conclusão.

E se a injustiça parece ser muito grande ou grave para você ignorar? No comentário de Derek  Kidner sobre Provérbios 25:8-10, ele escreve que quando nós pensamos que alguém tenha feito algo errado, que a pessoa raramente sabe todos os fatos, ou os interpreta perfeitamente (verso 8), e o motivos de alguém para espalhar a história dificilmente são tão puros quanto ele acha ter (verso 10).  Correr para lei ou para a vizinhança é normalmente uma fuga do dever do relacionamento pessoal – veja o comentário final de Jesus em Mateus 18:15b. Em suma, se você sentir que o problema é tão grande que ameace destruir a sua estima pela pessoa, você deve ir até ela ou ele pessoalmente antes ir a qualquer outra pessoa.

Quando isto pode ser necessário? Gálatas 6:1 diz que iremos até as pessoas, se elas foram pegas em pegado. Isto quer dizer que algum padrão ou comportamento negativo está envolvido. Não vá na primeira vez que você ver ou ouvir a pessoa fazendo algo errado. Quando você for, lembre-se dos princípios da gentileza e persistência de Gálatas 6 e Mateus 18. O propósito é a restauração do relacionamento.  Se você ouve algo ruim sobre outro crente, você deve tanto perdoar isto com amor ou ir até a pessoa diretamente antes de falar para os outros. A primeira coisa a fazer é simplesmente suspender qualquer julgamento.  A segunda coisa para fazer é perdoar em amor. A última coisa  é ir e falar com o ofensor relatado pessoalmente. O que você deve nunca fazer é  rejeitá-lo ou passar adiante o mau relato para os outros.

Conclusão

Relacionamentos irreconciliados dentro da igreja são inevitáveis porque a igreja é tão maravilhosa, uma comunidade criada sobrenaturalmente!

A razão pela qual existem tantas exortações no Novo Testamento para os cristãos amarem uns aos outros é porque… a própria igreja não é constituída por amigos naturais. Ela é composta de inimigos naturais. O que nos une não é nosso grau de escolaridade, raça comum, ou padrão de níveis de renda, ou posições políticas comuns, uma nacionalidade comum, ou sotaques comuns, ou empregos comuns, ou qualquer outra coisa (que liga a maioria dos outros grupos de pessoas juntas). Os cristãos andam juntos não por causa de uma colocação natural, mas porque todos eles foram salvos por Jesus Cristo e devem a Ele uma aliança comum. Sobre esta luz, nós somos um bando de inimigos naturais que amam um ao outro por causa de Jesus. Esta é a única razão porque João 13:34-35 faz sentido quando Jesus disse: “Um novo mandamento vos dou- que amai-vos uns aos outros como eu tenho vos amados”…O amor cristão vai se destacar e dar testemunho de Jesus, porque é uma visão, por amor de Jesus, do amor mútuo entre pessoas incompatíveis socialmente.

A razão pela qual  temos que nos fazer responsáveis por nossos relacionamentos é o amor mútuo numa comunidade cristã é super difícil. Jesus trouxe pessoas incompatíveis para viverem juntas” Mas a razão porque nós vamos  querer permanecer unidos no amor mútuo em nossos relacionamentos é que este amor dentro da comunidade cristã é uma das principais formas do mundo enxergar quem Jesus é. Então, nós devemos nunca desistir um do outro. Logo, temos que alcançar um ao outro em amor.

fonte:http://redeemercitytocity.com/library.jsp?Library_item_param=479

Direitos reservados- 2005- Timothy Keller – 2009 Redeemer City to City – Este artigo foi primeiramente publicado na conferência Gospel and Life de 2004 e 2005.


[1] Dietrich Bonhoeffer, Life Together (New York: Harper, 1954), 23, 25–26.

[2] Miroslav Volf, Exclusion and Embrace (Nashville: Abingdon, 1996), p. 124.

[3] D. A. Carson, Love in Hard Places (Wheaton, Ill.: Crossway, 2002), p. 83.

[4] Um grande livro sobre sobre relacionar-se com pessoas que estão frias e até hostis é “Bold Love” de Dan Allender e Tremper Longman (Colorado Springs: NavPress, 1992). Não deixe de ler..