quinta-feira, agosto 23, 2012

Watchman Nee: A cruz de Cristo.


O segundo capítulo de A Vida Cristã Normal vai falar sobre o outro remédio dado por Deus através da Cruz de Cristo. 

A natureza humana corrompida pelo pecado pode ser melhorada? Não pode! Deve ser condenada e rejeitada, assim deve ser crucificada e ressuscitada pelo poder de Deus em Cristo Jesus, Nee continua seu livro meditando nos capítulos 5 e  6 de Romanos, sobre nossa velha natureza e nossa nova natureza dada por Deus por meio de Cristo.  

Nesse capítulo, seguindo o apóstolo Paulo, Nee nos fala da nossa união conquistada por Deus em Cristo Jesus na sua morte na cruz.

1. Os dois domínios de paz.

O primeiro domínio segundo Nee, seria o do sangue, da justificação de nossos pecados pelo sangue de Cristo. O segundo domínio é o da Cruz, que trata da natureza do pecado em nós, da santificação da nossa vida.


2. O que torna o homem pecador

O que torna o homem pecador é sua descendência de Adão, somos considerados como tais porque nascemos assim e não pelo que cometemos.  Não somos pecadores porque cometemos pecado, cometemos pecados porque somos pecadores.


3. Existem pecadores bons?

Mesmo aquele que não comete pecados, se pertence à raça de Adão, também é pecador e necessita, igualmente, da redenção. Há pecado­res maus e pecadores bons, pecadores morais e pecado­res corruptos, mas todos são igualmente pecadores. Pen­samos, às vezes, que tudo nos iria bem se não fizéssemos determinadas coisas; o problema, no entanto, é muito mais profundo do que aquilo que fazemos: está naquilo que somos. O que se conta é o nascimento: sou pecador porque nasci de Adão. Não é questão do meu comportamento ou da minha conduta, e, sim, da minha hereditariedade, do meu parentesco. Não sou pecador porque pe­co, mas peco porque descendo de linhagem má. Peco por ser pecador. (p.32)

A questão do pecado não tem a vem com a moralidade, precisamos do evangelho transformando a nossa natureza que é pecaminosa independentemente de nossos atos.  O novo nascimento não nasce de um esforço ou uma submissão para ser bonzinho, mas da graça de Deus manifestada na cruz do Calvário.





4. Qual é a mensagem de Romanos 5.19?


 "Porque, como pela desobediência de um só homem muitos se tornaram pecadores, assim também por meio da obe­diência de um só muitos se tornarão justos". O Espírito de Deus procura aqui nos mostrar, em primeiro lugar, o que somos, e depois como chegamos a ser o que somos. No começo da nossa vida cristã, ficamos preocupados com o que fazemos, e não com o que somos; sentimo-nos mais tristes pelo que temos feito, do que pelo que somos. Pensamos que, se pudéssemos retificar certas coi­sas, seríamos bons cristãos, e então, procuramos modifi­car as nossas ações. Os resultados, porém, não são o que esperávamos. Descobrimos, com grande espanto, que se trata de algo mais do que apenas certas dificuldades ex­ternas — que realmente há no íntimo um problema mais sério. Procuramos agradar ao Senhor, descobrimos, po­rém, que há algo dentro de nós que não deseja agradar-Lhe. Procuramos ser humildes, mas há algo em nosso próprio-eu que se recusa a ser humilde. Procuramos de­monstrar afeto, mas não sentimos ternura no íntimo. Sorrimos e procuramos parecer muito amáveis, mas no íntimo sentimos absoluta falta de amabilidade. Quanto mais procuramos corrigir as coisas na parte exterior, tanto melhor entendemos quão profundamente se arrai­gou o problema na parte interior. Então, chegamo-nos ao Senhor, dizendo: "Senhor, agora compreendo! Não é só o que tenho feito que está errado! Eu estou errado". (p.33)

O que podemos aprender é que cada um de nós somos membros de uma raça que é condenada por Deus, diferente dEle. Somos em nós mesmos incapazes de agradar a Deus por mais coisas que façamos. Como diz Nee, o nosso desespero está em Adão, e a nossa esperança está em Cristo.



5. A única base de nossa libertação da natureza pecaminosa.

Há somente um caminho. Desde que entramos nele pelo nascimento, devemos sair dele pela morte. Para nos des­pojarmos da nossa pecaminosidade, temos que nos des­pojar da nossa vida. A escravidão ao pecado veio pelo nascimento; a libertação do pecado vem pela morte - e foi exatamente este o caminho de escape que Deus ofereceu. A morte é o segredo da emancipação. Estamos mor­tos para o pecado (Rm 6.2). (p.36)

O caminho é reconhecer como Deus lidou conosco em Cristo Jesus,  Deus fez por nós o que jamais poderíamos fazer por nós mesmos. Deus nos levou a morte junto com Jesus, não vivemos mais no reino do pecado e de Adão, mas no reinado da graça e de Jesus.



6. O que significa estar em Cristo.


A grande realidade da salvação é a nossa união em Cristo, e este é um ato divino que Ele faz por nós. 



7. Como Deus lidou com o nosso problema de estamos em Adão.

Positivamente, Ele lidou ao nos colocar numa nova vida com Cristo. E negativamente, ele trouxe a morte a velha natureza que herdamos de Adão.

8. Podemos nos crucificar?
. Pelas experiências por que Ele passou, nós igualmente passamos, porque estar "em Cristo" significa ter sido identificado com Ele, tanto na Sua morte como na Sua ressurreição. Ele foi crucificado; o que, então, sucedeu conosco? Devemos pedir a Deus que nos crucifique? Nunca! Quando Cristo foi crucificado, nós fomos cruci­ficados; sendo a Sua crucificação passada, a nossa não pode situar-se no futuro. Desafio qualquer pessoa a en­contrar um texto no Novo Testamento que nos diga ser futura a nossa crucificação. Todas as referências a ela se encontram no tempo aoristo do Grego, tempo que signi­fica "feito de uma vez para sempre", "eternamente pas­sado" (ver Rm 6.6, Gl 2.20; 5.24). E como um homem não poderia se suicidar nunca pela crucificação, por ser fisicamente impossível, assim também, em termos espi­rituais, Deus não requer que nos crucifiquemos a nós próprios. Fomos crucificados quando Ele foi crucificado, pois Deus nos incluiu nEle na Cruz. A nossa morte, em Cristo, não é meramente uma posição de doutrina, é um fato eterno.

O apóstolo não está dizendo que deveríamos morrer, mas está dizendo que de fato a nossa morte já aconteceu pela fé na cruz de Cristo. Do mesmo modo que pela fé sabemos que estamos no domínio do pecado em Adão, sabemos agora que estamos sob o domínio da graça a partir de nossa morte junto Cristo na cruz.



9. Cristo como o último Adão e o segundo homem.

Em I Co 15.45-47, atribuem-se ao Se­nhor Jesus dois títulos notáveis. É chamado "o último Adão" e, igualmente, "o segundo Homem". A Escritura não se Lhe refere como o segundo Adão e sim, como o "último Adão", nem se Lhe refere como o último Ho­mem, e sim, como "o segundo Homem". Note-se esta diferença, que encerra uma verdade de grande valor.
Como o último Adão, Cristo é a soma total da huma­nidade; como o segundo Homem, Ele é a Cabeça de uma nova raça. De modo que temos aqui duas uniões, referin­do-se uma à Sua morte e outra à Sua ressurreição. Em primeiro lugar, a Sua união com a raça, como "o último Adão", começou, historicamente, em Belém, e terminou na Cruz e no sepulcro. E ali reuniu em Si mesmo tudo o que era de Adão, levando-o ao julgamento e à morte. Em segundo lugar, a nossa união com Ele, como "o segundo Homem", começa com a ressurreição e termina na eter­nidade, ou seja, nunca, pois, tendo acabado por meio da Sua morte com o primeiro homem em quem se frustrara o propósito de Deus, ressuscitou como o Cabeça de uma nova raça de homens, em que será plenamente realizado aquele propósito.
Quando, portanto, o Senhor Jesus foi crucificado, foi no Seu caráter de último Adão, reunindo em Si e anulan­do tudo o que era do primeiro Adão. Como o último Adão, pôs termo à velha raça - como o segundo Homem, inicia a nova raça. É na ressurreição que Se apresenta como o segundo Homem, e nesta posição nós também estamos incluídos. "Porque se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente o seremos também na semelhança da sua ressurreição" (Rm 6.5). Morremos nEle, como o último Adão; vivemos nEle, como o segun­do Homem. A Cruz é, pois, o poder de Deus que nos transfere de Adão para Cristo.



10. O novo homem e o nascimento virginal.

As afirmações de Paulo sobre as qualidades de Jesus como o novo homem não podem ser consideradas sem o nascimento virginal de Jesus. Dado que Ele inicia uma nova raça sem ter o pecado em sua própria natureza humana, sendo concebido pelo Espírito Santo.

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