O livro é uma introdução ao livro de Genesis e está dividido em cinco partes, Lendo
Gênesis: como uma estratégia, como literatura, em seu próprio mundo, como
relato de Deus e como cristãos.
1. Lendo como estratégia.
A primeira parte se concentra em descobrir a intenção
do autor humano, nunca esquecendo que o livro de Gênesis faz parte do canon
bíblico. Então, a primeira parte apresentará os princípios de interpretação,
buscando entender o livro das origens: reconhecendo a natureza literária do
livro de Genesis, seu contexto histórico, seu ensino teológico e sua situação
social e global. No final deste primeiro capitulo, o autor coloca uma serie de
questões que analisam os princípios de interpretação do livro bíblico.
2. Lendo como literatura.
A segunda parte vai pensar o livro como literatura, em
especial, vai buscar sua autoria (capitulo 2) e sua formatação (capitulo 3). Em
relação ao autor do livro, a questão é se Moisés o escreveu ou não. Apesar de a
própria Escritura se referir a autoria mosaica, como vemos em 2Cr 25:4, Ne
13:1, esta passou a ser confrontada pela metodologia histórico-critica.
Para Airton Barboza e para grande parte da academia, o
primeiro a questionar a autoria mosaica foi o filósofo Baruch de Spinoza
(1632-1677 d.C.), no seu Tratado Teológico Político de 1670.
“Para Spinoza, a autoridade da Bíblia não poderia residir em afirmações
a priori. Estabelece-la cpomo verdade e divina em base confessionais não provam
suas prerrogativas. Assim, a Bíblia passou a ser olhada de uma maneira nova,
não mais como um texto divino estabelecido, mas como um texto recebido e que
deve, pelo estudo manifestar se é ou não, Escritura Sagrada”
(BARBOZA, Airton Williams Vasconcelos – O MITO E A HISTÓRIA NA CRIAÇÃO: Uma analise
literária de Genesis 1:1-2:3 São Paulo: Fonte Editoral,2010, p. 46)
Michael Della Rocca em seu livro sobre Spinoza,
explica que o filosofo judeu foi influenciado pelo estudioso judeu, o rabi Ibn
Ezra (1089-1164 d.C.) que é citado expressamente no capítulo 8 do Tratactus
Theologico-politicus:
“In
order to treat the subject methodically, I will begin with the received
opinions concerning the true authors of the sacred books, and in the first
place, speak of the author of the Pentateuch, who is almost universally
supposed to have been Moses. The Pharisees are so firmly convinced of his
identity, that they account as a heretic anyone who differs from them on the
subject. Wherefore, Aben Ezra, a man of enlightened intelligence, and no small
learning, who was the first, so far as I know, to treat of this opinion, dared
not express his meaning openly, but confined himself to dark hints which I
shall not scruple to elucidate, thus throwing full light on the subject.”
(CHAPTER VIII.: of the authorship of the pentateuch
and the other historical books of the old testament. - Benedict de Spinoza, The
Chief Works of Benedict de Spinoza, vol 1 (Tractatus-Theologico-Politicus,
Tractatus Politicus) [1670] (capturado em 4.6.2013 em http://oll.libertyfund.org/?option=com_staticxt&staticfile=show.php%3Ftitle=1710&chapter=202641&layout=html&Itemid=27)
Outros que tiveram grande impacto no pensamento
spinozano são: o calvinista francês Isaac La Peyere (1594-1676 d.C.) e o
quacker inglês Samuel Fisher (1605-1665 d.C.), estes dois questionavam já
inerrância do texto bíblico e ensinavam em Armsterdã. (DELLA ROCCA, Michael SPINOZA New York, Routlegde,2008, p.
244)
Entre os textos que não poderiam ter sido escritos por
Moisés, estão o registro de sua morte em Dt 34, há outros exemplos de fatos
posteriores, como os caldeus em Gn 11:28, o registro de Laís como Dã em Gn
14:14. Há indícios de uma atividade editorial após a vida de Moisés.
Há a hipótese de uma autoria múltipla, tanto como
editores posteriores como fontes múltiplas para a composição. Ai, se soma o uso de diferentes nomes
divinos, o emprego de dois ou mais nomes distintos para designar as mesmas
pessoas, tribos ou lugares. A existência de duplos e de teologias diferentes.
Nisto, está baseada a hipótese documental de Joannes Astruc, Julius Welhausen e
Karl Heirinch Graf, se identifica quatro fontes para o texto:
·
J (Javista): escrita no Reino de Judá entre 950-850
a.C.
·
E (Eloísta): escrita entre 750-700 a.C. no Reino do
Norte.
·
D (deuteronomista): confeccionada no início do séc. VII a.C. durante o reinado de
Josias.
·
P (priest/ sacerdotal): realizada em 550 a.C.
Em resposta a esta hipótese, Temper Longman III diz
que devemos ter três princípios para a leitura, conforme pagina 65: 1. Moisés
teve uma ligação basilar com a produção do livro de Genesis e o Pentateuco. 2. Ele
empregou fontes, orais e escritas, que vinham de uma época anterior e 3. Não é
possível separar materiais pré-mosaicos, mosaicos ou posteriores.
Airton Barboza coloca outras questões em favor da
autoria mosaica como a familiaridade com o contexto egípcio mais do que com os
monarcas palestinos, o texto inicial ser feito em oposição aos mitos egípcios.
“É a um povo misto em sua composição, mas essencialmente ligado à
história formativa das 12 tribos oriundas de Jacó, eleitas e formadas pela
promessa e pelo pacto firmado entre Deus e Abraão (Gn 12:1-3, 17:1-8), que a
narrativa de Gn 1:1-2:3 se destina dentro do desenvolvimento conceitual e
teológico da identidade desta nação à luz do seu mundo e de sua relação com o
Deus libertador, Yahweh” (BARBOZA, p. 142).
A estrutura do livro de Gênesis é identificada a
partir do modelo dos toledot (gerações), sendo a palavra um substantivo
feminino, plural, construto que aparece dez vezes no livro (2:4, 5:1,6:9,
10:1,11:10, 11:27, 25:12, 25:19, 36:1(36:9) e 37:2). Este recurso proporciona ao livro uma unidade
e uma progressão geracional.
“Uma toledot expõe primordialmente aquilo que procede da(s)
personagem(ens) da(s) qual(ais) ela recebe o nome. A estrutura da toledot de
Gênesis começa universalmente com a criação geral, afunila para toda a
humanidade e se estreita ainda mais para uma única família e nação: Abraão,
Jacó e Israel. Genesis, com a sua estrutura em toledot, destaca o numero dez, o
da plenitude, e numero sete, o da perfeição ou completude” (GREIDANUS,
Sidney Pregando Cristo a Partir de
Gênesis São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2009, p.34)
Outra classificação, seria a divisão em duas seções: a
história primeva (até 11:26) e o restante do livro, cobriria a história de
Abraão e sua descendência, sendo esta dividida em narrativas patriarcais
(12-36) e a história de José (37-50).
O estilo literário de Gênesis é o da prosa, com
trechos poéticos, paralelismo, quiasma e paranomásia.
3.
Lendo em
seu próprio mundo.
A
terceira parte do livro vai estudar o contexto cultural-histórico de Genesis.
Começa no
capitulo quatro com uma comparação entre o Gênesis e o Enuma Elish,
especialmente o texto dos dois primeiros capítulos sobre a cosmogênese.
“O Enuma Elish descreve como Marduque criou o cosmo a
partir do corpo de Tiamat (o mar). O mito de Baal presumivelmente seguiu esse
modelo com Baal criando o mundo a partir de Yam (que também é o mar), ao passo
que nos mitos egípcios a elevação ou montículo primevo emana de Nun, que são as
aguas primevas” (LONGMAN III, p. 89)
O relato
bíblico da criação em relação ao Enuma elish, apresenta a distinção do
monoteísmo, do único Deus criador sem oposição, o conflito que acontece no
mundo não advém das divindades, mas da própria escolha humana (Gn 3).
Sobre a
influência dos vizinhos no texto bíblico, Airton Barboza responde que:
“Se Israel não produziu literatura mítica por
causa do caráter monoteísta de sua fé, este mesmo caráter teria influído no
sentido de não permitir que se tomasse alguma coisa da cultura pagã em sua
volta que fosse ofensiva ao caráter do seu Deus. De forma geral, é inconcebível
que os profetas e poetas de Israel tencionassem buscar apoio para sua visão nas
obras mitológicas pagãs, as quais eles indubitavelmente detestavam e abominavam”
(BARBOZA, p. 128)
Aqui, também
há a questão do dialogismo e da interdiscursividade. Para os liberais, trata-se
da apropriação e descolamento dos escritos babilônicos no exilio realizado pela
fontes documentais, para a ala conservadora, que atribui a autoria mosaica, o
ambiente (Sitz in Lebem) é o Egito.
“Por Sitz im Lebem, portanto, não se entende o
ambiente histórico, politico, social ou econômico no qual o texto foi composto,
e sim uma situação padrão ou regular que motiva o surgimento dos gêneros
literários. Não se trata de um evento histórico isolado, e sim de uma atividade
generalizada e exercida em circunstancias típicas, uma experiência partilhada
e, a principio, repetível” (Cassio Murilo Dias da Silva in BARBOZA, p.135)
Há uma
interdiscursividade em Genesis, na contraposição do relato hebreu aos seus
vizinhos em relação a cosmogonia, funcionalidade, soberania divina e
antropologia que refletem na distinção de Deus e do próprio homem em relação às
culturas circunvizinhas.
Um bom
argumento a favor da diferenciação são os três eixos da estrutura ética no
Antigo Testamento elaborado por Christopher J.H.Wright que diz:
“A mensagem de redenção de Deus por intermédio de
Israel não foi simplesmente verbal, foi visível e tangível. Os próprios israelitas,
como agentes, eram parte da mensagem”. (WRIGHT, Christopher J.H. O Povo,
Terra E Deus, São Paulo: Abu Editora,1991, p.41)
No
capítulo 5, Tremper Longman III faz uma comparação entre a historia dos
sobreviventes Noé e o Utnapishtim. Este é contado nos três relatos sobre o
diluvio deixados na Mesopotâmia: o Eridu, o Gilgamesh e Atrahasis.
No
capítulo 6, há outra comparação entre Abraão e Nuzi. A primeira coisa que ele
busca é datar a vida de Abraão e dos patriarcas, chega ao período de 2100- 1500
a.C. A partir de 1Reis 6:1: E sucedeu que, no ano quatrocentos e oitenta,
depois de saírem os filhos de Israel do Egito, no ano quarto do reinado de
Salomão sobre Israel, no mês de zive (este é o mês segundo), Salomão começou a
edificar a Casa do SENHOR. Tremper Longman III chega a data de 2166 a.C.
para o nascimento de Abraão, em 2091 a.C. sua chegada à Palestina.
A datação
é importante devido ao achamento no outeiro de Nuzi,nordeste do Iraque, de uma
historia que apresenta semelhanças com o patriarca judeu tais como a adoção de
um escravo para ser o herdeiro, o casamento com sua “irmã”, o direito de vender
os direitos de primogenitura (LONGMAN III, p. 109). Nuzi fornece um paralelo a
um costume patriarcal, não pode ser lido como fonte assim como os outros mitos
já citados, contudo:
“Aqui estamos examinando a vida dos patriarcas em
contraste com o pano de fundo de material cronologicamente relevante. Nosso
objetivo é aferir se tais descrições dão a impressão de serem autenticas. A
pressuposição é que, se os patriarcas foram pessoas de carne e osso, então,
agiram como seus contemporâneos. Nossa conclusão é afirmativa. Embora, no
passado, tenha havido exagero na identificação de semelhanças, o que na
atualidade sabemos estimula a ideia de que os patriarcas são descritos de modo
a estarem em consonância com os que viveram naquele tempo” (LONGMAN
III, p. 115)
4.
Lendo
como relato de Deus.
Em sua
penúltima parte, vai ler Gênesis como um relato divino, a historia do
relacionamento entre Deus e sua criação, em especial, os homens. Ele volta à
divisão entre história primeva, dos patriarcas e de José.
Uma
curiosidade é que o período coberto pela história primeva até Abraão é mais
longo que o pai da fé até os dias de hoje.
“A narrativa bíblica apresenta o Deus verdadeiro,
santo e onipotente. O Criador existe antes da criação e é independente do
mundo. Deus fala e os elementos passam a existir. A obra divina é boa, justa e
completa. Depois que a família humana se rebela, Deus tempera seu julgamento
com misericórdia. Mesmo quando um relato possui elementos em comum com
formas de pensamento de culturas
circunvizinhas, a natureza distintiva do Criador brilha através da narrativa”
(LASOR, William S.,HUBBARD, David A. e BUSH, Frederic
W. Introdução ao Antigo Testamento Sao
Paulo: Edições Vida Nova, 2009, p.23)
Genesis 1-2: a criação.
Há
tradicionalmente a divisão do trecho em duas pericopes, a primeira vai de Gn
1-2:4a e a segunda do 2:4b até final do capítulo segundo.
Há uma
controversa sobre final da primeira pericope, para Airton Barboza, seria mais
consistente que ela terminasse em 2:3: porque a parte b se constitui o objeto
da parte a do verso 4 do capítulo 2. Outra razão é por causa da estrutura do toledot que aparece no verso 2:4, que
abre uma nova seção ali passando a falar das descendências citadas
anteriormente (BARBOZA, p. 171)
Qual é a
natureza literária do texto de Gn1:1-2:3?
A
interpretação mitológica surgiu com Robert Lowth, em sua obra De Sacra Poesi
Hebraeorum (1753) Seguido de C.G. Heyne, J.G. Eichorn, J.P. Glaber e G. Bauer.
Porque o
texto não é um mito? Porque, segundo Barboza, Israel nunca produziu uma
literatura mítica, os textos bíblicos não se parecem aos mitos em sua estrutura
formal, há uma fusão de prosa e poesia, mas o texto não apresenta nem as
características principais da poesia hebraica (parallelismus membrorum, métrica
e linguagem figurada).
“A
historiografia israelita é um querigma ideológico, fruto da sua experiência religiosa, que se transmite por
meio de narrativas descritivas dos eventos fundantes de sua fé monoteísta e
pactual. Todavia, como historia ideológica, portadora de uma proclamação
salvifica, é equivocado concluir que tais narrativas não se fundamentem em
historias verdadeiras, uma vez que por trás dos eventos descritos existiu todo
um trabalho seletivo na composição orgânica do relato” (BARBOZA,p.123)
A
tradição tende a ler o texto como uma criação ex nihilo, como os textos de Hb
11:3 e Ap. 4:11. Tremper Longman III diz que o texto de Gênesis 1:1 não é
definitivo a respeito. A primeira coisa a ser criada seria a própria matéria
que era sem forma e vazia.
Existe um
paralelismo narrativo:
“Os três primeiros dias descrevem a criação das
esferas de habitações. Os três seguintes narram a criação dos moradores dessas
esferas, de modo que as esferas criadas no dia um (luz, trevas) são preenchidas
no dia quatro (sol, lua, estrelas), as do dia dois (céu, agua) são preenchidas
no dia cinco (aves, peixes), e as do dia três (terra) são preenchidas no dia
seis (animais terrestres, seres humanos)” (LONGMAN III, p. 127)
Genesis 3: a tragédia da queda.
A melhor
interpretação para o ato de comer do fruto proibido é o da afirmação da
autonomia moral. “O padrão narra (1) um
pecado, seguindo de (2) uma fala de juízo vinda da parte de Deus. No entanto,
antes de (4) Deus executar o juízo, ele (3) lhes dá um sinal de sua graça”
(LONGMAN III,p.139)
Na Introdução
ao Antigo Testamento, Longman III e
Dillard, colocam uma tabela sistemática deste padrão:
Pecado:
3:6, 4:8, 6:2. 6:5, 11ss e 11:4
Sentença:
3:14-19, 4:11-12, 6:3, 6:7,13-21 e 11:6ss
Mitigação:
3:21, 4:15, 6:8,18ss, 6:8.18ss e 10:1-32
Castigo:
3:22-24, 4:16, 7:6-24, 7:6-24 e 11:8
(DIILARD, Raymond B. e LONGMAN III, Introdução ao Antigo Testamento, Sao
Paulo: Edições Vida Nova, p. 53)
Aqui está
a base da cosmovisão cristã: a criação, a queda, a rendenção e a consumação.
Todo o texto bíblico está conectado a este começo na progressão histórico-redentora.
A seguir,
há uma interpretação da historia de Caim e Abel, Noé e o diluvio e a torre de
Babel.
“Em Gênesis 1-11 somos apresentados ao tema central do
livro e, alias, um que permeia todas as Escrituras: a bênção de Deus sobre suas
criaturas humanas. Não é a mera existência, mas uma vida abundante que se leva
na própria presença de Deus. Essa condição abençoada é caracterizada pela vida
de Adao e Eva no jardim. Entretanto, a rebelião humana perturbou o
relacionamento da humanidade com Deus. Assim mesmo, desde lá no início (Gn
3:15), com sua graça, Deus busca os seres humanos. Ele deseja restaurar o
relacionamento com eles e voltar a abençoá-los plenamente” (LONGMAN
III, p.152)
O
capítulo 8 irá tratar das narrativas patriarcais, sendo os três homens Abraão, Isaque
e Jacó que Deus usa para renovar a visão de Genesis 1 e 2 e estabelecer um povo
dedicado ao seu serviço.
Seguindo
a linha dos toledot, chega-se ao ultimo de Genesis, o de Jacó (37:2), os capítulos
37 a 50 contarão a história dos filhos de Jacó, em especial, José. Lembre-se a
narrativa mosaica é para o povo que saiu cativo do Egito, por isto, tantos capítulos
dedicados a José.
5.
Lendo
Gênesis como cristão.
A ultima
parte do livro está colocada na diferença cristológica. Tremper Longman III faz
um relato das aparições do evangelho no livro de Gênesis, a partir da historia
rendentora:
1. 3:15: o
protoevangelho.
2. 12:1-3: a
semente de Abraão
3. 14:17-20:
Melquisedeque
4. 37-50:
José e Jesus.
Há um uso
de Gênesis no novo testamento, de forma literal e histórica, como podemos ver o
apostolo Paulo em Romanos 5.
Para Greidanus,
há algumas maneiras de se pregar a Cristo no texto mosaico: a progressão histórico-redentora,
promessa-cumprimento, tipologia, analogia, temas longitudinais, referências no
Novo Testamento e contraste.
A unidade da historia
redentora implica a natureza cristocêntrica de cada texto histórico. A historia
redentora é a historia de Cristo. Ele permanece no seu centro, e não menos no
seu inicio e seu fim...A Escritura desvenda o tema e a amplitude de sua
historiografia logo no começo, Gn 3.15 Van´t Veer diz,`coloca todos os eventos
subseqüentes sob a luz da tremenda batalha entre Cristo nascido no mundo e
Satanas, o príncipe deste mundo, e isso situa todos os acontecimentos à luz da
vitória completa que a semente da mulher alcançará. À vista disso, torna-se
imperativo que nem uma única pessoa fique isolada desta historia e se mantenha
a parte dessa grande batalha. O lugar de ambos oponentes e colaboradores só
pode ser determinado cristo logicamente. Apenas no que concerne aos que
receberam seu lugar e tarefa no desenvolvimento desta história é que aparecem
na historiografia da Escritura. Desse ponto de vista, os fatos são selecionados
e registrados”
(CHAPEL, Brian Pregação Cristocentrica São Paulo: Editora Cultura
Cristã, p. 317.)
Jesus é o verdadeiro e melhor Adão, que passou pelo
teste no jardim e cuja obediência é imputada a nós. Jesus é o verdadeiro e
melhor Abel que, apesar de inocentemente morto, possui o sangue que clama, não
para nossa condenação, mas pela absolvição.Jesus é o verdadeiro e melhor Abraão
que respondeu ao chamado de Deus para deixar todo o conforto ea família e saiu
para o vazio sem saber para onde ia, para criar um novo povo de Deus.Jesus é o
verdadeiro e melhor Isaque, que foi não somente oferecido pelo Seu Pai no
monte, mas foi verdadeiramente sacrificado por nós. E quando Deus disse a
Abraão: "Agora eu sei que você me ama, porque você não poupou o seu filho,
teu único filho a quem você ama de mim," agora podemos olhar para Deus
levando Seu Filho até a montanha e sacrificá-lo e dizer: "Agora sabemos
que nos ama, porque você não poupou o seu filho, teu único filho, a quem você
ama de nós."Jesus é o verdadeiro e melhor Jacó que lutou e sofreu o golpe
de justiça que merecemos, por isso, como Jacó, só recebêssemos as feridas da
graça para nos despertar e disciplinar.Jesus é o verdadeiro e melhor José que,
na mão direita do rei, perdoa àqueles que o venderam e traíram e usa seu novo
poder para salvá-los.Jesus é o verdadeiro e melhor Moisés que se põe na brecha
entre o povo e Deus e que é mediador de uma nova aliança.Jesus é a verdadeira e
melhor Rocha de Moisés que, golpeada com a vara da justiça de Deus, agora nos
dá água no deserto.Jesus é o verdadeiro e melhor Jó, sofredor verdadeiramente
inocente, que então intercede e salva os seus tolos amigos.Jesus é o verdadeiro
e melhor Davi, cuja vitória torna-se a vitória do Seu povo, apesar deles nunca
terem movido uma única pedra para conquistá-la.Jesus é a verdadeira e melhor
Ester que não apenas arriscou deixar um palácio terreno, mas perdeu o
definitivo e divino, que não apenas arriscou sua vida, mas deu sua vida para
salvar seu povo.Jesus é o verdadeiro e melhor Jonas que foi expulso na
tempestade, para que nós pudéssemos ser trazidos para dentroJesus é a
verdadeira Rocha de Moisés, o verdadeiro Cordeiro pascal, inocente, perfeito,
desamparado, sacrificado para que o anjo da morte vai passar sobre nós. Ele é o
verdadeiro templo, o verdadeiro profeta, o verdadeiro sacerdote, o verdadeiro
rei, o verdadeiro sacrifício, o verdadeiro cordeiro, a verdadeira luz, o
verdadeiro pão.A Bíblia não é realmente sobre você - é sobre ele.
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