quinta-feira, maio 29, 2014

VIVENDO DE ACORDO COM EVANGELHO (Gálatas 2:11-21)



Gálatas 2:11-21 :E, chegando Pedro à Antioquia, lhe resisti na cara, porque era repreensível. Porque, antes que alguns tivessem chegado da parte de Tiago, comia com os gentios; mas, depois que chegaram, se foi retirando, e se apartou deles, temendo os que eram da circuncisão. E os outros judeus também dissimulavam com ele, de maneira que até Barnabé se deixou levar pela sua dissimulação. Mas, quando vi que não andavam bem e direitamente conforme a verdade do evangelho, disse a Pedro na presença de todos: Se tu, sendo judeu, vives como os gentios, e não como judeu, por que obrigas os gentios a viverem como judeus? Nós somos judeus por natureza, e não pecadores dentre os gentios. Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada. Pois, se nós, que procuramos ser justificados em Cristo, nós mesmos também somos achados pecadores, é porventura Cristo ministro do pecado? De maneira nenhuma. Porque, se torno a edificar aquilo que destruí, constituo-me a mim mesmo transgressor. Porque eu, pela lei, estou morto para a lei, para viver para Deus. Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.
Não aniquilo a graça de Deus; porque, se a justiça provém da lei, segue-se que Cristo morreu debalde.


A visita de Paulo a Jerusalém estabeleceu a grande unidade da verdade que nós somos salvos pela fé em Cristo, nada mais e nada menos. Agora, ele muda seu foco, ele estava junto com Pedro em Jerusalém, mas está contra Pedro em Antioquia. Em ambos os lugares, o ponto de Paulo é que só podemos ser salvos pela justificação pela fé.

O verso 11 é surpreendente, aqui estão dois apóstolos se encontrando, e um está dizendo que se opôs a outro cara a cara. Qual era o problema? Paulo explica que Pedro estava comendo com os gentios, ele começou a se separar deles.  

O Antigo Testamento tinha leis de pureza, uma complicada série de regulamentos para que os crentes ficassem cerimonialmente puros. Pedro foi criado para nunca comer com gentios, porque eles eram espiritualmente impuros. Mas, Pedro  começa a comer com os gentios porque entendeu que Cristo é quem nos purifica, tanto os judeus como os gentios.

Paulo não diz que o comportamento de Pedro era rude, mas diz que Pedro não estava agindo de acordo com o evangelho. 

Primeiro, o evangelho é  a verdade que inclui fatos que nós somos fracos e pecaminosos, que nós procuramos controlar nossas vidas em sendo nossos próprios salvadores e senhores, que a lei de Deus foi cumprida por Cristo para nós, que nós somos aceitos completamente apesar disso, ainda somos pecadores.

E também significa que a verdade do evangelho tem um vasto números de implicações para a toda a vida. É o nosso trabalho trazer tudo que há em nossa vida de acordo com a verdade do evangelho. Nós temos pensar as implicações em cada área de nossa vida, e procurar trazer nosso pensamento, nosso sentimento e o nosso comportamento para ficar de acordo com esta verdade.

A vida cristã é um realinhamento contínuo - temos que trazer tudo que temos em nossa vida para estar de acordo com a verdade do evangelho.

O pecado de Pedro era o nacionalismo, ele insistia que os cristãos não podem agradar a Deus a não ser que se tornem judeus. O nacionalismo é uma forma de legalismo, que é sempre olhar para algo além de Jesus para ser aceito e puro diante de Deus. O legalismo sempre leva ao orgulho e ao medo psicologicamente e a exclusão socialmente.

Sem o evangelho, nossos corações produzem auto-estima em comparando nosso grupo com outros grupos. Mas, o evangelho nos diz que todos somos impuros sem Cristo e somos limpos nele.

A resposta de Paulo.

Paulo não diz simplesmente que o racismo é um pecado, que é. Ele usa o evangelho para mostrar as raízes espirituais do erro que Pedro estava cometendo. Na raiz do racismo estava uma resistência ao evangelho da salvação.  O racismo é um obra de justificação pela carne, sentirmos melhores por algo além de Deus.

Este é modo cristão de opor alguém. Quando você tenta motivar alguém falando para ver as riquezas e o amor que estão em Cristo, então você nossa valor e dignidade em seu apelo.  Contudo, quando você tenta motivar pela ameaça, você está mostrando pouco respeito pelas pessoas e mostra que você não está do lado delas.  Quando usamos a graça de Deus como um motivador, nós podemos criticar diretamente e a outra pessoa estará aberta a receber seu conselho.

Quando nosso pecado está enraizado no medo, nós precisamos ser amados e fortalecidos para termos coragem de fazer a coisa certa apesar do nosso medo.

Justificação pela fé.

A justificação significa que em Cristo, nós somos pecadores, mas não estamos mais sob condenação.  Deus nos aceita apesar dos nossos pecados. Não somos aceitos por Deus porque começamos a agir direitinho, mas agimos de maneira certa porque fomos aceitos por Deus.

Somos justificados pela fé por aquilo que Cristo fez, não somos também justificados pelo que fazemos. A obediência não nos salva - verso 16. A lei nos serve para sabermos que estamos pecando e para mostrar que nós precisamos de um salvador.

A justificação pela fé nos leva a pecar? Não ela nos dá o motivo certo para a obediência.

O verso nos mostra que precisamos viver nossa de acordo com o evangelho, que Cristo agora é a nossa vida. Que estamos livres da condenação diante de Deus pois já estamos mortos em Cristo, somos julgados com ele. E somos amados de Deus como Jesus é. 

Se nós pudessemos salvar a nós mesmos, a morte de Cristo não tem sentido e não significa nada. A morte de Cristo vai significar tudo para nós se entendermos que não podemos salvar a nós mesmos. E então, nós vamos gastar a nossa vida que Ele nos deu em um serviço alegre para ele, levando toda a nossa vida para a verdade do evangelho.

Fonte:

Tim Keller GALATIANS FOR YOU 


domingo, maio 25, 2014

ALVIN REID: As You Go

AS YOU GO: Creating A Missional Culture of Gospel- Centered Students de Alvin L. Reid 

Como levar a mensagem do evangelho e criar uma comunidade de adolescentes e jovens missional? Alvin L. Reid não apresenta nenhuma fórmula nova, ele propõe uma volta à centralidade do evangelho como centro de um ministério de jovens e adolescentes.

É um livro muito bom e desafiador,  que busca voltar o ministério de jovens para um ministério que seja mais desafiante e centrado no Evangelho que leve os adolescentes à igreja e enxergue bem o papel dos pais em seu funcionamento.

Espero que logo logo seja traduzido e bem espalhado por aqui.
" Nós precisamos de uma transformação radical cristocêntrica, entendermos que o evangelho é para a salvação e para a santificação, para os salvos e não salvos. Jesus é a resposta para tudo na vida- não o fraco, superficial, subcultural Jesus, mas o Jesus que se importa com os quebrantados e repulsa os hipócritas-  o que ama crianças, o que chama para o discipulado, o que cura os leprosos, o que expulsa os fariseus, o nascido humilde e, enfim, o Senhor Jesus que reina" (p. 19)

Como missional, o ministério deve estar focado na missão de Deus, e fazer de cada participante um missionário. O modelo deve ser encarnacional e não atracional para isto deve ter um compromisso com a formação espiritual, enfatizar o sacerdócio universal, mudar o padrão de sucesso e valorizar os lugares comuns entre crentes e não crentes, dar aos estudante uma metanarrativa - criação, queda, resgate e restauração-. 



Trechos: 
"O centro da nossa fé é uma cruz sangrenta e uma gloriosa ressurreição pela qual nós encontramos resgate de nosso pecado através da fé em Jesus. Nós estávamos legalmente condenados diante de Deus, e através de Jesus somos justificados pela fé. Nós eramos escravos do pecado mas fomos redimidos por Cristo (Rm 3:24). Nós estávamos mortos em nossos pecados e agora estamos vivos pela graça de Deus através da fé em Cristo (Ef 2). Nós eramos órfãos que fomos adotados por Deus (Rm 8:15). Nunca podemos ir além do que Deus fez em Cristo!" (p. 54)

"Aqui está o desfio fundamental quando nós discipulamos estudantes. O evangelho, a ideia e a verdade mais maravilhosa da história, não é apenas para pessoas não salvas para começarem uma vida com Cristo. Não, salvação abre a porta para irmos para algo mais profundo. Eu uma vez pensei que o Cristianismo era como subir uma montanha da santificação, onde nós iríamos xingar menos e cobiçaríamos menos e seríamos melhores testemunhas e mais generosos e assim por diante. Mas, agora eu vejo que o caminho do crescimento vem de mergulharmos dentro do oceano da verdade do evangelho encontrado nas páginas da Bíblia. Quanto mais nós captamos o poder do Deus criador, vemos o mal em nossa própria depravação, e entendemos a maravilha de sua graça, resultando numa melhor compreensão de sua glória, mais nós poderemos ajudar estudantes a viver melhor" (p. 59)



domingo, maio 18, 2014

Quem eram os nicolaítas?



"Os nicolaítas eram um movimento antinomista cujos antecedentes remontam à interpretação equivocada da liberdade paulina e cuja incidência talvez esteja ligada às pressões específicas do culto ao imperador e a sociedade pagã. É possível que o importante  símile feito com a figura de Balaão indique uma relação com movimentos semelhantes enfrentados pela igreja em outros lugares. Na ausência de dados concretos, contudo, a natureza dessa relação não passa de especulação. Pode ser que houvesse um elemento gnóstico no ensino nicolaíta, mas, em nossos textos primários, trata-se de um erro prático, não de gnosticismo propriamente dito"

Colin J. Hemer in HERESIA DA ORTOXIA, p. 130

Andreas J. Kostenberg: A HERESIA DA ORTODOXIA

Segundo a sinopse da VIDA NOVA:

Este livro é uma crítica ampla e abrangente da tese de Bauer-Ehrman, segundo a qual a forma mais antiga do cristianismo era pluralista, havia múltiplos cristianismos, e a heresia precedeu a ortodoxia. Köstenberger e Kruger não somente reagem à “teoria de Bauer”, usando os próprios termos da teoria, mas também empregam evidências neotestamentárias negligenciadas para refutá-la. Os autores analisam três elementos como base para as suas conclusões: a evidência de unidade no Novo Testamento, a formação e o fechamento do cânon, e a metodologia e a integridade no registro e na difusão de textos religiosos por parte da igreja primitiva.

O sub-título é ainda mais confuso que o título: COMO O FASCÍNIO DA CULTURA CONTEMPORÂNEA PELA DIVERSIDADE ESTÁ TRANSFORMANDO NOSSA VISÃO DO CRISTIANISMO PRIMITIVO.

A tese toda do livro é que, ao contrário, da tese Bauer-Ehrman, a ortodoxia cristã se estabeleceu antes da heresia cristã.  Logo, no primeiro capítulo, há uma explicação das origens e da própria tese em si que defende que a ortodoxia seria uma "invenção" a partir de vários quadros doutrinários. 

"De acordo com Bauer,  a ortodoxia que acabou se consolidando com o passar do tempo representava apenas a visão consensual da hierarquia eclesiástica dotada de poder para impor seu ponto de vista sobre o restante da cristandade" (p. 27)

Sendo que:

"Bauer deixou para os meios acadêmicos um legado duplo: 1.  o método histórico de investigação das evidências disponíveis nas diferentes localidades em que o cristianismo apareceu como religião dominante, 2. a argumentação de que os pais da igreja exageraram ao afirmar que o cristianismo surgiu de apenas um movimento doutrinariamente unificado" (p. 49)

No segundo capítulo, estuda nas cidades o que veio primeiro a unidade ou a pluralidade,  para os autores a heresia, a pluralidade só passa a surgir no segundo século depois de consolidada uma unidade ortodoxa na igreja.

No terceiro capitulo, eles buscam datar o surgimento da heresia.  Para eles existem três temas integradores,  o monoteísmo, Jesus Cristo como Senhor exaltado e o evangelho. 

No quarto capítulo, eles defendem que há um alinhamento entre a estrutura de pacto e o canon do Novo Testamento: preâmbulo, prologo histórico, estipulações, sanções e a preservação do texto escrito da aliança.


"O cânon não é meramente uma ideia criada pelos cristãos do quarto século, ou um conceito que surgiu depois dos fatos e que a igreja desenvolveu para lutar contra os primeiros hereges, como Marcião. Antes, o conceito de cânon é parte permamente da vida do povo de Deus desde o início de Israel como nação e, portanto, continua a ser parte de seu povo na vida da igreja" (p. 150)

Nessa ligação com a estrutura pactual anterior os autores destacam que: Jesus estava inaugurando uma nova aliança, a identidade judaica dos apóstolos, a autoridade que haviam recebido diretamente de Jesus para falarem em seu nome.

"No final das contas, o canon do Novo Testamento não é uma coletânea de escritos dos apóstolos, mas uma coletânea de escritos apostólicos, texto que transmitem a mensagem investida da autoridade dos apóstolos e se originam na era apostólica formativa (mesmo que não diretamente da sua mão). Portanto, a autoridade dos livros do Novo Testamento está mais associada ao quando do que ao quem. Diz respeito ao lugar de determinado livro no escopo da história da redenção" (p. 155)
E por fim, as comunidades não se achavam como formadores do textos, mas como que formadas pelo texto seguindo a tradiçao pactual de Israel. 

Timothy Keller: WALKING WITH GOD TROUGH PAIN AND SUFFERING


WALKING WITH GOD TROUGH PAIN AND SUFFERING
De Timothy J. Keller
Dutton

Mais um livro de Tim Keller, que agora está mais produtivo que nunca. 

O livro aborda a questão do mal, do sofrimento e da dor. Keller usa a idéia da fornalha de Daniel, e separa todo livro para entendermos como se dá a fornalha da dor e do sofrimento. Entendendo a fornalha,   encarando a fornalha e andando com Deus através da fornalha são as três partes deste livro.

1.      ENTENDENDO A FORNALHA.


Esta primeira parte busca uma compreensão intelectual do problema do sofrimento. Esta dividida em 4 capítulos: as culturas do sofrimento, a vitória do cristianismo, o desafio para o secular e o problema do mal.

I. AS CULTURAS DO SOFRIMENTO

Keller coloca quatro visões culturais a respeito do significado, causa e reposta que podemos dar em relação ao sofrimento e a dor que são: a moralista (hindu), a auto-transcendente (budista), a fatalista (islã) e a dualista (batalha do bem e do mal). E como também a visão secularista.


Moralista
Auto-transcendente
Fatalista
Dualista
Secular
Causa
Maus feitos
Ilusão
Destino
Conflito cósmico.
Acidente
Reposta
Faça o bem
Separação
Coragem
Fé purificadora
Técnica
Resolução
Alegria eterna
Iluminação
Glória e honra
Triunfo da luz.
Sociedade
melhor

Keller cita  um artigo de Max Scheler, “The meaning of Suffering”, em que ele diz que o cristianismo é um ponto de vista totalmente distinto destes outros. Diferente da visão fatalista, que está presente em culturas de honra e vergonha,  no cristianismo não há um orgulho em relação a quantidade de sofrimento experimentado, não há uma coragem estóica que nega a dor, mas há o grito da dor na cruz que caracteriza todo o cristão.

Diferente dos budistas, os cristãos acreditam que o sofrimento é real e não uma ilusão. Não há uma diminuição do sofrimento.

Distinto daqueles que acreditam em karma, os cristãos acreditam que o sofrimento é, por vezes, injusto e desproporcional. A vida não é justa. Nós vemos isto na vida de Jesus, se alguém merecia uma vida boa baseada no caráter e no comportamento, Jesus merecia, mas ele não teve isto.

Também longe da visão dualista, o cristianismo não vê o sofrimento como um meio de trabalhar nossos débitos pecaminosos pela virtude da qualidade de nossa resistência a dor. O cristianismo não ensina que um comportamento ascético faz alguém mais espiritual, a interpretação de que o sofrimento faz o homem mais próximo de Deus é mais grega que cristã. A interpretação cristã é dominada pela idéia de graça, de quem em Cristo recebemos bem que não merecíamos e isto nos livra da tentação de ficarmos orgulhosos de nosso sofrimento.

Contra o secularismo, o sofrimento tem um significado.

II. A VITORIA DO CRISTIANISMO.

Keller  está se baseando em outro autor aqui, Luc Ferry e num texto de mesmo nome: a Vitória do Cristianismo. Ele começa falando do estoicismo e como ele buscou uma consolação para o problema do sofrimento.  Os estóicos acreditavam que debaixo da realidade do mundo estava um Logos impessoal e universal que determinava todas as coisas, então, a maneira mais pratica de viver era se conformando a vida, nunca dando espaço para emoções ou afeições em nada, nunca tendo esperança.

O autor está fazendo uma comparação entre o pensamento do cristianismo primitivo em relação ao estoicismo que era predominante no pensamento da época.  A aproximação do cristianismo em relação ao mal era totalmente diferente.

Primeiro, porque dava uma grande base de esperança, que era própria ressurreição de Jesus como base da futura ressurreição de todos que foram salvos por ele.  O Logos cristão era uma pessoa que viveu, morreu e ressuscitou, a ordem que estava por de trás de toda a existência, se relaciona conosco e sofre com a gente. Isso era bem revolucionário para um estóico.

Segundo, o modo do relacionar-se com a dor e sofrimento, não era para algo para ser controlado ou evitado,  o luto não deve ser eliminado mas temperado e  vivido junto com amor e esperança.

Keller continua mostrando como Lutero tratou do problema do sofrimento e sua teologia da cruz.  Como também da ascensão do deismo que levou a crença do mal natural.

“Nos tempos antigos,  cristianismo era amplamente reconhecido como tendo recursos superiores para se encarar o mal, o sofrimento e a morte. Em tempos modernos – mesmo que isto não é publicamente discutido- isso continua a ser verdade para os sofredores discutirem  mais poderosamente que quaisquer cultura secular pode oferecer. Estes ativos, contudo, residem numa robusta, distintiva crença cristã.A primeira crença cristã relevante é num pessoal, sábio, infinito – e então inescrutável Deus que controla as situações do mundo- e que é mais reconfortante que a crença que nossas vidas era nas mãos de fatos inconstantes ou uma sorte aleatória.  O segundo principio crucial é que , em Jesus Cristo, Deus veio a terra e sofreu com e por nós sacrificialmente- e isto é muito mais reconfortante que Deus está longe e não está envolvido. A terceira doutrina é que através da fé na obra de Cristo na cruz, nós podemos ter certeza da nossa salvação- isto é muito mais reconfortante do que os sistemas karmicos de pensamento. Nós estamos certos que as dificuldades da vida não são pagamentos pelos nossos pecados do passado, desde que Jesus pagou por eles. Como Lutero pensava, sofrimento é insuportável se você não tem certeza que Deus é por você e com você. Secularismo não pode dar a você isto, e a religião provê uma salvação através da virtude e boas obras que também não podem dar isto.A quarta grande doutrina é que a ressurreição corporal da morte para que todos que acreditam. Isto completa o espectro de nossas alegrias e consolações. Um dos mais profundos desejos do coração humano é um amor sem despedida. Não é necessário dizer, que o prospecto da ressurreição é muito mais alentador que as crenças que a morte o levam para lugar nenhum ou para dentro de uma substancia impessoal espiritual. A ressurreição vai alem da promessa de uma vida após morte etérea e desencarnada. Nos termos nossos corpos de volta num estado de beleza e poder que não podemos imaginar hoje. A ressurreição do corpo de Jesus foi corporal- ele podia ser tocado e abraçado, e ele podia comer. E ainda ele passou através de portas fechadas e podia desaparecer. Esta é uma existência material, mas uma alem dos limites de nossa imaginação. A idéia de um paraíso pode ser uma consolação para o sofrimento, uma compensação para a vida que nos temos perdido. Nos teremos tudo de volta- o amor, as pessoas amadas, os bens, as belezas desta vida- mas em novos, inimagináveis  graus de gloria e alegria e força” (p. 58-59)



III. O DESAFIO AO SECULAR.

Keller aborda a solução que o secularismo deu ao problema do mal e seu fracasso. 

IV. O PROBLEMA DO MAL.

Keller se apropria da diferenciação feita por Alvin Plantinga em "Deus, liberdade e mal", entre teodicéia e defesa.  A teodicéia busca dar uma reposta ao por quê, buscando explicar porque Deus permite o mal vir a existência e continuar. 

Ele cita a teodicéia do aperfeiçoamento, que o mal serve para aperfeiçoar as pessoas, tese defendida por Irineu e John Hick. 

A teodicéia de liberdade, defendida por Agostinho, Deus nos criou livres como agentes racionais com habilidade de escolher e amar. Então, não poderia haver bem sem haver o mal, mas o mal, segue como um parasita, que não pode existir sem que haja um bem para ele corromper. Deus não seria o autor do mal, mas o permite em ordem para se alcançar um bem maior da liberdade e do amor.

Keller critica essa tese:

"Nós somos livres apenas na extensão do que nós devemos fazer o que Deus nos fez para fazer- servir a Ele. Então, quanto mais capaz de fazer o mal, menos livre você será. Somente quando nós chegarmos ao Paraíso e perdemos a nossa capacidade para o mal é que seremos verdadeiramente e completamente livres. Como, então, poderia a capacidade para pecar ser uma forma de liberdade?" (p. 92)

"Em resumo, poderia o presente e manutenção de nossa vontade livre ser a única ou a principal razão para que Deus permita o mal? O propósito de uma teodicéia é revelar as razões suficientes de Deus em permitir o mal e o sofrimento de modo que nós pensamos que isto está justificado. A teodicéia do livre arbítrio faz isto- ela realmente responde a maioria das questões? Eu não acredito que ela faz, nem muitas outras pessoas consideravelmente. Se Deus tem razões para permitir o sofrimento e a miséria que vemos, as razões se estendem além da mera provisão da liberdade de escolha" (p. 93).
A defesa busca não narrar toda a história para como Deus permite o mal, mas busca apenas provar que o argumento contra Deus a partir do mal é falho, que os céticos tem falhado em provar seu caso.



2a. PARTE : ENCARANDO A FORNALHA


V. O DESAFIO PARA A FÉ.


"Jesus não veio com um programa político para terminar com a opressão dos romanos- tão bom como isso poderia ser. Ele não queria apenas fazer simplesmente aquilo que nós humanos poderíamos fazer (e devemos fazer)- se opor e prevenir a ultima forma de mal. Não, ele tinha um programa ainda mais radical. Ele nasceu dentro do mundo e morreu numa cruz e ressurgiu da morte para iniciar este programa. Sua morte e ressurreição criou um povo no mundo que agora tem uma única e poderosa habilidade de diminuir o mal nos seus próprios corações como também um mandato para se opor e suportar sem sinalizar o mal que encontrarem em suas comunidades e sociedade. E isto é tudo porque o Filho de Deus entrou no sofrimento humano para  transformar o mal seu princípio e eventualmente acabar com o mal, pecado, sofrimento e a morte em si mesmos para o bem".  (p. 124)
VI. A SOBERANIA DE DEUS.

Keller coloca que o sofrimento é tanto justo como também injusto. E que Deus é tanto um Deus soberano como um Deus sofredor.  Essas duas verdades andam juntas.

O sofrimento deve ser visto como justiça e julgamento (Rm 8:18,20-21) como também pode ser visto como injustiça e mistério ( Ec 4:1-3).

O sofrimento pode ser visto como um inimigo de Deus, pensando na história da morte de Lázaro (João 11), Keller escreve:


"Então Jesus está furioso com o mal, a morte e o sofrimento e mesmo ele sendo Deus, ele não perdeu o cabeça. Isto signica que o mal é o inimigo da boa criação de Deus e de Deus em si mesmo. E a missão inteira de Jesus era tomar o mal e terminar como ele. Contudo, como nos vimos, o mal está tão enraizado profundamente no coração do homem que se Cristo viesse com poder para destruir issso em todo lugar que ele encontrasse, ele teria nos destruído também. Em vez de vir como um general chefiando um exército, ele veio em fraqueza na cruz para pagar por nossos pecados, então em algum dia ele vai voltar para apagar o mal sem ter que nos apagar também" (p. 137)

Neste capítulo Keller lembra a ideia de compatibilismo, que Deus planeja através de nossas escolhas. 

VII. O SOFRIMENTO DE DEUS.

Neste capítulo, Keller aponta para o sofrimento de Deus  na vida e morte de Jesus,  a soberania do sofrimento de Deus e a derrota final do mal através da morte e ressurreição de Cristo e a esperança de um novo futuro sem mais lágrimas por causa do sacrifício divino.

VIII. A RAZÃO PARA O SOFRER.

Keller nos convida a não desperdiçar o nosso sofrimento, aproveitá-lo para glorificar a Deus, glorificando para os outros, glorificando quando ninguém vê. 

IX.  APRENDENDO A ANDAR.

Como Deus usa o sofrimento?

Primeiro, o sofrimento promove humildade.  Segundo, muda as prioridades da vida. Terceiro, fortalece o nosso relacionamento com Deus. Quarto, nos ajuda a ajudar outras pessoas.
Devemos entender o sofrimento como uma escola divina, devemos preparar a nossa mente, o nosso coração para o sofrimento.


X. AS VARIEDADES DE SOFRIMENTO.

O sofrimento é meio importante de crescimento. Baseado nas histórias bíblicas, Keller aponta alguns tipos de sofrimento e crescimento que pode existir disto. 

Primeiro, Jonas, Davi e o sofrimento que trazemos a nós mesmos, aquele causado pelos nossos próprios fracassos, este é acompanhado de vergonha e culpa que traz um tormento único internamente. Segundo, Paulo, Jeremias e o sofrimento por traição. O sofrimento por traição nos leva a raiva e amargura. Terceiro, Maria e Marta e o sofrimento da perda,  este tipo de sofrer vem para todos que é o luto. Quarto, Jó e o sofrimento do mistério, é aquele que não encaixa em nenhuma das categorias acima, pode até ter algumas das variedades mas é misteriosa sua causa.

O sofrimento pode nos levar ao isolamento,  a implosão, a uma condenação e a raiva. Nosso sofrimento pode gerar em nós, desculpas aceitáveis para um comportamento pecaminoso.

3. ANDANDO COM DEUS NA FORNALHA.


XI. ANDANDO.

O sofrimento tem o poder de revelar as idolatrias que existem em nosso coração, ele pode purificar a nossa fé.  Keller usa a história da fornalha ardente mais uma vez, para revelar que Deus está conosco junto no sofrimento.

XII. CHORANDO. 


As pessoas tem que ter liberdade para chorar, não serem imediatamente caladas e ditas sobre o que devem fazer. Keller lembra de 1Pe 1:6-7, sofrimento e alegria andam juntas. 

XII. CONFIANDO.

Keller lembra a história de José, lembrando que Jesus é nosso verdadeiro José. 

"Todos os poderes do mal dentro de você e todos os poderes do mal fora de você não podem separar você do amor de Deus. Uma vez que você deu a si mesmo para Deus por meio de Jesus, ele é seu e você é dele. Nada pode mudar isto" (p. 265)

XIII. ORANDO.

Keller usa a história de Jó, Deus permite o sofrimento para que ele alcance uma grandeza espiritual. Lembrando que Jó nos remete a Jesus, o verdadeiro inocente sofredor.

XIV.  PENSANDO,  AGRADECENDO, AMANDO.


Epílogo de Keller resume o livro (pp. 320-22, formatação adicionado):
Vamos resumir o que aprendemos. Se sabemos que a teologia bíblica do sofrimento e ter nossos corações e mentes envolvidas por ela, então quando o sofrimento, a dor ea perda de vir, não vamos ser surpreendido, e pode responder nas várias formas estabelecidas nas Escrituras. Aqui eles estão organizados em dez coisas que devemos fazer .
  1. Em primeiro lugar, devemos reconhecer as variedades de sofrimento .Alguns ensaios são em grande parte provocada por um comportamento errado. Alguns são, em grande parte devido a traições e ataques de outros.Depois, há as formas mais universais de perda que ocorrem a todos, independentemente de como eles vivem, como a morte de um ente querido, doenças, inversões financeiras, ou a sua própria morte iminente. Um último tipo de sofrimento poderia ser chamado de fuzilamentos em massa horrendos, tais como em escolas de ensino fundamental. Claro, muitos casos reais de sofrimento combinar vários destes quatro tipos. Cada tipo de sofrimento traz um pouco diferentes tipos de sentimentos, o primeiro traz culpa e vergonha; o segundo, a raiva e ressentimento; o terceiro, tristeza e medo; a quarta, confusão e talvez raiva de Deus. Enquanto todas estas formas de participação sofrimento temas comuns e são abordados em formas comuns, cada um também necessita das suas próprias respostas específicas.
  1. Segundo, você deve reconhecer distinções de temperamento entre si e aos outros sofredores . Você deve ter cuidado para não pensar que a maneira como Deus ajudou algum outro sofredor pelo fogo será exatamente do jeito que ele vai levar você. Simone Weil descreve a experiência de aflição como consistindo de isolamento, auto-absorção, condenação, raiva, e "cumplicidade" com a dor. Um rápido olhar para esta lista revela que esses fatores será mais forte ou mais fraco dependendo do temperamento emocional de uma pessoa e maturidade espiritual, e também de acordo com as causas por trás da adversidade. Faça os ajustes.
  1. Em terceiro lugar, há a chorar . É fundamental ser brutalmente honesto consigo mesmo e Deus sobre sua dor e tristeza. Não negue ou tente demais para controlar seus sentimentos em nome de ser fiel. Leia os Salmos de lamento ou de trabalho. Deus é muito paciente conosco quando estamos desesperados. Derrama a tua alma para ele.
  1. Em quarto lugar, não é de confiar . Apesar do convite para derramar nossos corações a Deus com a realidade emocional, também são convocados para confiar na sabedoria de Deus (uma vez que ele é soberano) e também a confiar em seu amor (desde que ele tenha passado pelo que você passou).Apesar de sua dor, você deve, eventualmente, vir a dizer, como fez Jesus (após a primeira honestamente suplicando: "Que este cálice de mim"), "Tua será feito". Wrestle até que você pode dizer isso.
  1. Em quinto lugar, temos de ser orar . Embora Jó fez um monte de reclamar e amaldiçoou o dia em que nasceu, ele fez tudo isso em oração. Foi a Deus ele se queixou; era antes a Deus que ele se esforçou. No sofrimento, você deve ler a Bíblia, orar e participar de culto, embora seja seco ou dolorosa. Simone Weil disse que, se você não pode amar a Deus, você deve querer amar a Deus, ou pelo menos pedir-lhe para ajudá-lo a amá-lo.
  1. Em sexto lugar, temos de ser disciplinados em nosso pensamento . Você deve meditar sobre a verdade e obter a perspectiva de que quando nos lembramos de tudo o que Deus tem feito por você e vai fazer. Você também deve fazer "auto-comunhão". Isto é tanto ouvir o seu coração e também a justificação e falando ao seu coração. Significa dizer: "Por que estás abatida,ó minha alma ? Esqueça não os seus benefícios, a sua salvação "(Sl 42 , Sl 103 ). Isto não está forçando-se sentir de uma determinada maneira, mas sim direcionando seus pensamentos até o seu coração, mais cedo ou mais tarde, está envolvida. Grande parte do pensamento e auto-Communing que temos de fazer tem a ver com esperança cristã. Céu e da ressurreição e do mundo perfeito para o futuro são particularmente importantes para meditar sobre se você está lidando com a morte, o seu próprio ou de outra pessoa. Mas é fundamental em todo o sofrimento.
  1. Em sétimo lugar, devemos estar dispostos a fazer alguma auto-examinar .A imagem bíblica do sofrimento como um "ginásio" sugere isso. Temos que ter cuidado aqui. Isso não significa que devemos sempre estar olhando para dentro de nós mesmos a causa de nosso sofrimento. Os amigos de Jó tentou fazer isso, mas o sofrimento de Jó não ocorreu porque Deus estava tentando corrigi-lo para alguma coisa. No entanto, Job cresceu em graça e maturidade, e cada vez que a adversidade é uma oportunidade de olhar para nós mesmos e perguntar-how que eu preciso para crescer? Que fraquezas é este tempo de angústia revelando?
  1. Em oitavo lugar, temos de ser sobre a reordenação nossos amores . O sofrimento revela que há coisas que nós amamos muito, ou amamos a Deus muito pouco em proporção a eles. Nosso sofrimento é muitas vezes agravada e dobrou porque viramos as coisas boas em coisas fundamentais. O sofrimento só vai nos fazer melhor (e não pior) Se, durante a mesma, nós ensinamos-nos a amar a Deus melhor do que antes. Isso acontece por reconhecer o sofrimento de Deus por nós em Jesus Cristo, e por meio da oração, pensando, e confiando que o amor em nossas almas.
  1. Em nono lugar, devemos não fugir comunidade . Simone Weil fala sobre como isolar o sofrimento pode ser. Mas as primeiras comunidades cristãs eram famosamente bons lugares para ser uma pessoa em sofrimento.Cristãos "morreu assim", os autores da igreja primitiva reivindicou, não porque eles eram pessoas acidentadas, mas porque a igreja era um lugar de simpatia e suporte inigualáveis. Doutrina do Evangelho deve tornar impossível a crescer muitos "consoladores molestos", como os amigos de Jó moralistas. E o evangelho cristão é responsável por e atribui significado à experiência do sofrimento como a sociedade secular não pode. Encontre uma igreja cristã onde quem sofre são amados e apoiados.
  1. Décimo, algumas formas de sofrimento, especialmente os dois primeiros entre os quatro tipos listados acima requerem habilidade em receber a graça e do perdão de Deus , e dando graça e perdão para os outros . Quando a adversidade revela falhas morais ou falhas de caráter pecaminoso, isso significa que vamos ter que aprender a se arrepender e buscar a reconciliação com Deus e com os outros. Quando o nosso sofrimento é causado pela traição e injustiça, é crucial para aprender a perdoar. Devemos perdoar os malfeitores do coração, deixando de lado vingança, se alguma vez será capaz de buscar a justiça de forma eficaz.

quinta-feira, maio 08, 2014

A GRAÇA MARAVILHOSA DE DEUS (Galatas 1:10-24)

A GRAÇA MARAVILHOSA DE DEUS

GALATAS 1:10-24  

1.10   Porque persuado eu agora a homens ou a Deus? Ou procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo. 1.11   Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens, 1.12   porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo. 1.13   Porque já ouvistes qual foi antigamente a minha conduta no judaísmo, como sobremaneira perseguia a igreja de Deus e a assolava. 1.14   E, na minha nação, excedia em judaísmo a muitos da minha idade, sendo extremamente zeloso das tradições de meus pais. 1.15   Mas, quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou e me chamou pela sua graça, 1.16   revelar seu Filho em mim, para que o pregasse entre os gentios, não consultei carne nem sangue, 1.17   nem tornei a Jerusalém, a ter com os que já antes de mim eram apóstolos, mas parti para a Arábia e voltei outra vez a Damasco.1.18   Depois, passados três anos, fui a Jerusalém para ver a Pedro e fiquei com ele quinze dias. 1.19   E não vi a nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago, irmão do Senhor. 1.20   Ora, acerca do que vos escrevo, eis que diante de Deus testifico que não minto. 1.21   Depois, fui para as partes da Síria e da Cilícia. 1.22   E não era conhecido de vista das igrejas da Judeia, que estavam em Cristo; 1.23   mas somente tinham ouvido dizer: Aquele que já nos perseguiu anuncia, agora, a fé que, antes, destruía. 1.24   E glorificavam a Deus a respeito de mim.

Paulo está contando seu testemunho, na seção da carta que vai do versículo 1:10 até 2:21, Paulo conta como se deu sua conversão, como era sua vida e como foi recebido pela igreja. Ele fez a mesma coisa em Atos 22:2-21 e 26:4-23. Ele está narrando sua conversão para refutar as pessoas que querem menosprezar sua mensagem, e busca apontar como a graça de Deus operou em sua vida.
1.      

1. A DEFESA DE PAULO

“O seu evangelho, que estava sendo colocado em duvida pelos judaizantes e abandonado pelos galatas, não era uma invenção ( como se a sua propria mente o tivesse fabricado), nem uma tradição (como se a igreja lho tivesse transmitido), mas uma revelação (pois Deus é quem revelara a ele)” (STOTT, 31)


Ele se defende daqueles que querem transtornar sua mensagem (1:7) em três pontos iniciais:

                    I.            Ele diz que a mensagem do evangelho não foi fruto de sua própria reflexão relembrando que ele era hostil à igreja e ao cristianismo.

Gl 1.13   Porque já ouvistes qual foi antigamente a minha conduta no judaísmo, como sobremaneira perseguia a igreja de Deus e a assolava.

O Paulo antes da conversão era hostil a Cristo, até mesmo participou da perseguição aos primeiros cristãos como está em Atos 7:54-8:1.


                  II.            Ele diz que a mensagem também não foi algo fabricado pelos apóstolos em Jerusalem.

Gl 1:16b-17: não consultei carne nem sangue, nem tornei a Jerusalém, a ter com os que já antes de mim eram apóstolos, mas parti para a Arábia e voltei outra vez a Damasco
Alguns opositores diziam que ele tinha aprendido a mensagem em Jerusalem, mas não a passou totalmente, faltando algumas coisas a serem praticadas para que ela fosse completa para se agradar a Deus.

                III.            Ele mostra que seu evangelho dado por Deus estava de acordo com a mensagem que era pregada pelos outros apóstolos que também a receberam de Deus.

Gl 1.18-24:  Depois, passados três anos, fui a Jerusalém para ver a Pedro e fiquei com ele quinze dias. 1.19   E não vi a nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago, irmão do Senhor. 1.20   Ora, acerca do que vos escrevo, eis que diante de Deus testifico que não minto. 1.21 Depois, fui para as partes da Síria e da Cilícia. 1.22   E não era conhecido de vista das igrejas da Judeia, que estavam em Cristo; 1.23   mas somente tinham ouvido dizer: Aquele que já nos perseguiu anuncia, agora, a fé que, antes, destruía. 1.24   E glorificavam a Deus a respeito de mim.

Pedro, Tiago e as igrejas da Judeia glorificavam a Deus por aquilo que Deus fizera na vida de Paulo.

Estas três etapas eliminam os clamores que diziam que Paulo tinha inventado aquilo, ou que sua mensagem era incompleta ou que ela não estava de acordo com aquilo que estava sendo ensinado em Jerusalem.

“Vamos aceitar as palavras de Paulo quanto à origem de sua mensagem, apoiadas como estão por solidas evidencias históricas? Ou será que vamos preferir nossa própria teoria, embora não tenha o apoio de qualquer evidencia histórica? Se Paulo esta certo ao dizer que seu evangelho não veio de homens, mas de Deus (Rm 1:1), então rejeitar Paulo é rejeitar Deus” (STOTT, p.38)

2. A GRAÇA QUE TRANSFORMA.

Ninguém é bom demais que não precise da graça de Deus. Como também ninguém é ruim demais que não possa ter a graça de Deus. A história de Paulo mostra os dois aspectos dessa necessidade humana da graça imerecida de Deus, tanto para o mais religioso dos homens quanto para o mais malfeitor dos homens.

Paulo tinha feito coisas terríveis, ele perseguiu intensamente a igreja de Deus e tentou destrui-la (vs. 13). Quando o Jesus o encontrou na estrada de Damasco, ele estava indo prender cristãos, ele estava cheio de ódio.

Por outro lado, Paulo também tinha feito muitas coisas religiosas, ele passou toda a sua vida vivendo de acordo com as tradições e costumes judaicos.  Ele se diz que era o mais zeloso da sua geração (vs. 14).

A tentativa de perverter o evangelho não está clara ainda no livro de Galatas, mas o que “alguns” estavam dizendo é que era necessário para os cristãos gentios se tornarem totalmente convertidos ao judaísmo, e guardar todas as leis mosaicas para comer e vestir, incluindo a circuncisão (2:12,3:5,6:12). Mas, Paulo está dizendo que já fez todas estas coisas, que conhece tudo sobre este assunto. E que não podemos nos fazer aceitáveis a Deus pelo zelo ou seguindo um código moral ou cultural.

Antes da conversão, Paulo era um grande religioso, ele sabia disto. Ele era cheio de orgulho. E ainda assim, apesar de tudo isto, ele precisava ser salvo por Jesus.

“Graça é o livre, imerecido favor de Deus, trabalhando poderosamente na mente e no coração para transformar vidas. Não há um exemplo mais claro disto que  Paulo que a salvação é pela graça apenas, não através de nossa performance moral ou religiosa(...)Ninguém é tão bom que não precise da graça do evangelho, nem é tão ruim que não possa receber a graça do evangelho” (KELLER, p. 28)
Quando olha para trás, Paulo reconhece agora a graça de Deus trabalhando na vida dele desde seu nascimento (vs.15). Isto é maravilhoso porque sabemos que Deus estava trabalhando na vida dele usando suas experiências e mesmos seus fracassos para preparar ele para sua conversão e para ser um pregador para os gentios (vs.16).

"Por isso ele costumava referir-se à causa de sua vocação como sendo pelo beneplácito divino. É preciso que tal fato seja criteriosamente observado. Pois ele nos revela que somos devedores à graça divina, não só pelo fato de termos sido eleitos e adotados para a vida eterna, mas também porque ele se condescende em usar os nossos serviços, quando de outra sorte teríamos sido completamente inúteis, e porque ele nos especifica uma vocação legítima na qual podemos exercitar-nos. O que Paulo possua antes de nascer, que o fizesse merecedor de uma tão elevada honra? Da mesma forma devemos crer que é inteiramente pelo dom divino, e não pelo fruto de nossos próprios esforços, que temos sido chamados para governar sua igreja" (Calvino, p. 41)

O evangelho da graça nos livra tanto do orgulho quanto da culpa.

Senhor não tomou prazer em vós, nem vos escolheu, porque a vossa multidão era mais do que a de todos os outros povos, pois vós éreis menos em número do que todos os povos; Mas, porque o Senhor vos amava, e para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão forte e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei do Egito. Deuteronômio 7:7-8

3. A GRAÇA QUE ATUA.

Gl 1.16   revelar seu Filho em mim, para que o pregasse entre os gentios

Deus revelou Jesus a Paulo na estrada de Damasco, mas Deus também revela Jesus na vida de Paulo, em Paulo para que pudesse mostrar para os outros quem Jesus era.

“Um cristão tem mais que uma crença intelectual em Cristo, ele experimenta uma relação pessoal. E ele sabe que este relacionamento não e dado para apenas seu conforto ou sua alegria pessoal . Ele sabe que tem a responsabilidade de revelar Cristo para outros através do que ele é, faz e diz” (KELLER, p. 31)

Por isto mesmo, ele passou três anos a sós com Deus  na Arábia aprendendo, solidificando seu relacionamento com Deus.

O evangelho também remove do coração a necessidade de aprovação dos homens, o evangelho produz uma confiança que vem do amor de Deus manifestado pela graça. A raiz da motivação não está no medo ou no orgulho, mas no amor de Deus.

“O cristão está seguro do amor e da aprovação de Deus. Deus é agradado em nós em Cristo. Então, o cristão deseja obedecer a Deus, não por si mesmo, para que Deus então o salve, mas por causa da gratidão a Deus, que  ele sabe que já o salvou (...) O evangelho é tanto uma segurança poderosa e uma motivação poderosa para viver numa obediência radical. Não devemos viver no caminho de Deus para sermos seus filhos, mas em gratidão porque já somos seus filhos” (KELLER, p. 35).
 Estamos sendo moldados pela graça de Deus continuamente. Ela não é apenas a porta da vida cristã, mas é a vida cristã em si momento a momento da nossa vida. E quando vivemos totalmente dependentes da graça de Deus, a glória sempre será para a Deus por nossa vida.

BIBLIOGRAFIA
John Stott A MENSAGEM DE GALATAS
João Calvino GÁLATAS

Tim Keller GALATIANS FOR YOU