quinta-feira, maio 08, 2014

A GRAÇA MARAVILHOSA DE DEUS (Galatas 1:10-24)

A GRAÇA MARAVILHOSA DE DEUS

GALATAS 1:10-24  

1.10   Porque persuado eu agora a homens ou a Deus? Ou procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo. 1.11   Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens, 1.12   porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo. 1.13   Porque já ouvistes qual foi antigamente a minha conduta no judaísmo, como sobremaneira perseguia a igreja de Deus e a assolava. 1.14   E, na minha nação, excedia em judaísmo a muitos da minha idade, sendo extremamente zeloso das tradições de meus pais. 1.15   Mas, quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou e me chamou pela sua graça, 1.16   revelar seu Filho em mim, para que o pregasse entre os gentios, não consultei carne nem sangue, 1.17   nem tornei a Jerusalém, a ter com os que já antes de mim eram apóstolos, mas parti para a Arábia e voltei outra vez a Damasco.1.18   Depois, passados três anos, fui a Jerusalém para ver a Pedro e fiquei com ele quinze dias. 1.19   E não vi a nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago, irmão do Senhor. 1.20   Ora, acerca do que vos escrevo, eis que diante de Deus testifico que não minto. 1.21   Depois, fui para as partes da Síria e da Cilícia. 1.22   E não era conhecido de vista das igrejas da Judeia, que estavam em Cristo; 1.23   mas somente tinham ouvido dizer: Aquele que já nos perseguiu anuncia, agora, a fé que, antes, destruía. 1.24   E glorificavam a Deus a respeito de mim.

Paulo está contando seu testemunho, na seção da carta que vai do versículo 1:10 até 2:21, Paulo conta como se deu sua conversão, como era sua vida e como foi recebido pela igreja. Ele fez a mesma coisa em Atos 22:2-21 e 26:4-23. Ele está narrando sua conversão para refutar as pessoas que querem menosprezar sua mensagem, e busca apontar como a graça de Deus operou em sua vida.
1.      

1. A DEFESA DE PAULO

“O seu evangelho, que estava sendo colocado em duvida pelos judaizantes e abandonado pelos galatas, não era uma invenção ( como se a sua propria mente o tivesse fabricado), nem uma tradição (como se a igreja lho tivesse transmitido), mas uma revelação (pois Deus é quem revelara a ele)” (STOTT, 31)


Ele se defende daqueles que querem transtornar sua mensagem (1:7) em três pontos iniciais:

                    I.            Ele diz que a mensagem do evangelho não foi fruto de sua própria reflexão relembrando que ele era hostil à igreja e ao cristianismo.

Gl 1.13   Porque já ouvistes qual foi antigamente a minha conduta no judaísmo, como sobremaneira perseguia a igreja de Deus e a assolava.

O Paulo antes da conversão era hostil a Cristo, até mesmo participou da perseguição aos primeiros cristãos como está em Atos 7:54-8:1.


                  II.            Ele diz que a mensagem também não foi algo fabricado pelos apóstolos em Jerusalem.

Gl 1:16b-17: não consultei carne nem sangue, nem tornei a Jerusalém, a ter com os que já antes de mim eram apóstolos, mas parti para a Arábia e voltei outra vez a Damasco
Alguns opositores diziam que ele tinha aprendido a mensagem em Jerusalem, mas não a passou totalmente, faltando algumas coisas a serem praticadas para que ela fosse completa para se agradar a Deus.

                III.            Ele mostra que seu evangelho dado por Deus estava de acordo com a mensagem que era pregada pelos outros apóstolos que também a receberam de Deus.

Gl 1.18-24:  Depois, passados três anos, fui a Jerusalém para ver a Pedro e fiquei com ele quinze dias. 1.19   E não vi a nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago, irmão do Senhor. 1.20   Ora, acerca do que vos escrevo, eis que diante de Deus testifico que não minto. 1.21 Depois, fui para as partes da Síria e da Cilícia. 1.22   E não era conhecido de vista das igrejas da Judeia, que estavam em Cristo; 1.23   mas somente tinham ouvido dizer: Aquele que já nos perseguiu anuncia, agora, a fé que, antes, destruía. 1.24   E glorificavam a Deus a respeito de mim.

Pedro, Tiago e as igrejas da Judeia glorificavam a Deus por aquilo que Deus fizera na vida de Paulo.

Estas três etapas eliminam os clamores que diziam que Paulo tinha inventado aquilo, ou que sua mensagem era incompleta ou que ela não estava de acordo com aquilo que estava sendo ensinado em Jerusalem.

“Vamos aceitar as palavras de Paulo quanto à origem de sua mensagem, apoiadas como estão por solidas evidencias históricas? Ou será que vamos preferir nossa própria teoria, embora não tenha o apoio de qualquer evidencia histórica? Se Paulo esta certo ao dizer que seu evangelho não veio de homens, mas de Deus (Rm 1:1), então rejeitar Paulo é rejeitar Deus” (STOTT, p.38)

2. A GRAÇA QUE TRANSFORMA.

Ninguém é bom demais que não precise da graça de Deus. Como também ninguém é ruim demais que não possa ter a graça de Deus. A história de Paulo mostra os dois aspectos dessa necessidade humana da graça imerecida de Deus, tanto para o mais religioso dos homens quanto para o mais malfeitor dos homens.

Paulo tinha feito coisas terríveis, ele perseguiu intensamente a igreja de Deus e tentou destrui-la (vs. 13). Quando o Jesus o encontrou na estrada de Damasco, ele estava indo prender cristãos, ele estava cheio de ódio.

Por outro lado, Paulo também tinha feito muitas coisas religiosas, ele passou toda a sua vida vivendo de acordo com as tradições e costumes judaicos.  Ele se diz que era o mais zeloso da sua geração (vs. 14).

A tentativa de perverter o evangelho não está clara ainda no livro de Galatas, mas o que “alguns” estavam dizendo é que era necessário para os cristãos gentios se tornarem totalmente convertidos ao judaísmo, e guardar todas as leis mosaicas para comer e vestir, incluindo a circuncisão (2:12,3:5,6:12). Mas, Paulo está dizendo que já fez todas estas coisas, que conhece tudo sobre este assunto. E que não podemos nos fazer aceitáveis a Deus pelo zelo ou seguindo um código moral ou cultural.

Antes da conversão, Paulo era um grande religioso, ele sabia disto. Ele era cheio de orgulho. E ainda assim, apesar de tudo isto, ele precisava ser salvo por Jesus.

“Graça é o livre, imerecido favor de Deus, trabalhando poderosamente na mente e no coração para transformar vidas. Não há um exemplo mais claro disto que  Paulo que a salvação é pela graça apenas, não através de nossa performance moral ou religiosa(...)Ninguém é tão bom que não precise da graça do evangelho, nem é tão ruim que não possa receber a graça do evangelho” (KELLER, p. 28)
Quando olha para trás, Paulo reconhece agora a graça de Deus trabalhando na vida dele desde seu nascimento (vs.15). Isto é maravilhoso porque sabemos que Deus estava trabalhando na vida dele usando suas experiências e mesmos seus fracassos para preparar ele para sua conversão e para ser um pregador para os gentios (vs.16).

"Por isso ele costumava referir-se à causa de sua vocação como sendo pelo beneplácito divino. É preciso que tal fato seja criteriosamente observado. Pois ele nos revela que somos devedores à graça divina, não só pelo fato de termos sido eleitos e adotados para a vida eterna, mas também porque ele se condescende em usar os nossos serviços, quando de outra sorte teríamos sido completamente inúteis, e porque ele nos especifica uma vocação legítima na qual podemos exercitar-nos. O que Paulo possua antes de nascer, que o fizesse merecedor de uma tão elevada honra? Da mesma forma devemos crer que é inteiramente pelo dom divino, e não pelo fruto de nossos próprios esforços, que temos sido chamados para governar sua igreja" (Calvino, p. 41)

O evangelho da graça nos livra tanto do orgulho quanto da culpa.

Senhor não tomou prazer em vós, nem vos escolheu, porque a vossa multidão era mais do que a de todos os outros povos, pois vós éreis menos em número do que todos os povos; Mas, porque o Senhor vos amava, e para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão forte e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei do Egito. Deuteronômio 7:7-8

3. A GRAÇA QUE ATUA.

Gl 1.16   revelar seu Filho em mim, para que o pregasse entre os gentios

Deus revelou Jesus a Paulo na estrada de Damasco, mas Deus também revela Jesus na vida de Paulo, em Paulo para que pudesse mostrar para os outros quem Jesus era.

“Um cristão tem mais que uma crença intelectual em Cristo, ele experimenta uma relação pessoal. E ele sabe que este relacionamento não e dado para apenas seu conforto ou sua alegria pessoal . Ele sabe que tem a responsabilidade de revelar Cristo para outros através do que ele é, faz e diz” (KELLER, p. 31)

Por isto mesmo, ele passou três anos a sós com Deus  na Arábia aprendendo, solidificando seu relacionamento com Deus.

O evangelho também remove do coração a necessidade de aprovação dos homens, o evangelho produz uma confiança que vem do amor de Deus manifestado pela graça. A raiz da motivação não está no medo ou no orgulho, mas no amor de Deus.

“O cristão está seguro do amor e da aprovação de Deus. Deus é agradado em nós em Cristo. Então, o cristão deseja obedecer a Deus, não por si mesmo, para que Deus então o salve, mas por causa da gratidão a Deus, que  ele sabe que já o salvou (...) O evangelho é tanto uma segurança poderosa e uma motivação poderosa para viver numa obediência radical. Não devemos viver no caminho de Deus para sermos seus filhos, mas em gratidão porque já somos seus filhos” (KELLER, p. 35).
 Estamos sendo moldados pela graça de Deus continuamente. Ela não é apenas a porta da vida cristã, mas é a vida cristã em si momento a momento da nossa vida. E quando vivemos totalmente dependentes da graça de Deus, a glória sempre será para a Deus por nossa vida.

BIBLIOGRAFIA
John Stott A MENSAGEM DE GALATAS
João Calvino GÁLATAS

Tim Keller GALATIANS FOR YOU

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