sexta-feira, setembro 29, 2006

aplicação no sermão

Por que não temos mais sermões construídos com aplicação?
1 – Cremos que o povo vai fazer a conexão necessária. Dizemos: “Eles vão entender bem, vão chegar aonde quero. Eu ensino, interpreto para eles e eles fazem as aplicações para a própria vida.” Mas eles não fazem.
2 – Entregamos essa tarefa para o Espírito Santo. Dizemos: “Eu ensino a Palavra e deixo a aplicação por conta do Espírito Santo.” Isso não é o suficiente. Você é a ferramenta do Espírito Santo. Ele fala através de você, mas você precisa fazer a aplicação.
3 – Aplicação pessoal é diretiva e isso faz as pessoas se sentirem desconfortáveis.
4 – Não fazemos aquelas aplicações em nossas próprias vidas.
5 – Leva mais tempo, esforço e preparação. Gastamos muito mais tempo interpretando o texto que deixamos a aplicação para o restinho de tempo que sobra em nossas preparações.
6 – Temos medo de nos tornar simplistas. Não queremos pregadores que nos tragam idéias de orientação para a vida porque pensamos que os pregadores doutrinários são mais profundos, amados, respeitados, venerados e honrados. Os pregadores de orientação de vida são considerados superficiais, de graça-barata, ultrapassados e vazios.
7 – Não aplicamos as Escrituras porque nunca fomos ensinados a como fazer isso. Há um grande número de livros sobre como interpretar a Bíblia, mas quase nenhum sobre como aplicá-la à vida.
8 – Não descobrimos ainda a importância da aplicação. Aplicação não é alguma coisa que você usa nos últimos minutos de sua mensagem. Mas é a mensagem toda que você está pregando para mudar vidas e fazer as pessoas serem mais semelhantes a Cristo.
A aplicação responde a duas perguntas:
- Então o que é? - E agora?
Se a sua pregação não busca responder sempre a essas duas perguntas, você não está aplicando a Bíblia para os seus ouvintes.
Rick Warren

quarta-feira, setembro 27, 2006

United em São Paulo


Estava mto mto bom o show do United.
Apesar da oração estranha do Pr. da Bola de Neve
Apesar do telão que não apareceu
Apesar do Rafael muito esquisito.
Take It All
Searching the world
The lost will be found
In freedom we live
As one we cry out
You carried the cross
You died and rose again
My God
I’ll only ever give my all
You sent Your Son
From heaven to earth
You delivered us all
It’s eternally heard
I searched for truth
And all I found was You
My God
I’ll only ever give my all
Jesus we’re living Your Name
We’ll never be ashamed of You
Whoa o oh
Our praise and all we are today
Take take take it all
Take take take it all
Running to the One
Who heals the blind
Following the shining light
In Your hands
The power to save the world
My life

Jacques Ellul Politicas


"O profeta oferece uma Palavra viva par ao presente. Ele oferece uma Palavra relevante para a situação atual dos homens, uma Palavra que será a solução, mas que é completamente irracional e inesperada, e que exige do homem uma estranha renúncia de seus próprios métodos e planos e normais inclinações. O profeta é, com efeito, o homem que traz uma Palavra de Deus que responde à situação atual e concreta do homem, sua situação política" p. 57

sexta-feira, setembro 15, 2006

Os Puritanos

LLOYD-JONES, D. Martin OS PURITANOS: suas origens e seus sucessores PES
“Quando as pessoas não conhecem o Senhor, logo se tornam muito ignorantes da história da Igreja. Uma vez que você perde o conhecimento do Senhor, você perde o interesse pelas Suas obras” p. 117

“uma das provas da veracidade das doutrinas salientadas por Calvino, o que se conhece como “calvinismo”- embora eu já tenha dito que não gosto desses termos- é João Wesley. Ele foi salvo, apesar do seu pensamento confuso e errôneo. A graça de Deus o salvou, a despeito dele próprio. Isso é calvinismo! Se, como calvinista, você disser que o homem é salvo pelo seu entendimento da doutrina, estará negando o calvinismo. Não é calvinista! Todos somos salvos apesar do que somos, em todos os aspectos. Desse modo sucede que homens que podem estar tão confusos, por introduzirem a razão humana, como fizeram João Wesley e outros, são salvos e são cristãos, como todos nós, porque é tudo pela graça de Deus e apesar de nós” p. 219

“O calvinismo sem o metodismo tende a levar ao intelectualismo e ao escolaticismo - essa é sua tentação peculiar. O resultado é que os homens falam mais da verdade que sustentamos do que da verdade que nos sustenta” p. 219

Charles Herle: “Mas, quanto às diferenças entre nós, é melhor nos esforçarmos para querê-las menos do que para defendê-las mais” p. 243

John Knox foi o primeiro homem a ensinar as pessoas - e não somente a ensina-las, porém a pô-lo em pratica- a tomar a Ceia assentadas, outra inovação ele substituiu a hóstia pelo pão p. 277-278
Jonathan Edwards: “ na graça eficaz não somos meramentes passivos, nem ainda Deus faz um pouco e nós fazemos o restante. Mas Deus faz tudo, e nós fazemos tudo. Deus produz tudo, e nós agimos em tudo. Pois é isso que ele produz, isto é, os nossos atos. Deus é o único verdadeiro autor e a única verdadeira fonte; nós somos tão somente os verdadeiros agentes. Somos, em diferentes aspectos, totalmente passivos e totalmente ativos” p. 362

“A religião é o homem procurando Deus. O cristianismo é Deus procurando o homem, manifestando-Se a ele,atraindo-o para Si. Isso, creio eu, está por trás da idéia puritana de colocar na posição central à exposição da Palavra na pregação” p. 385

“É sempre mal sinal quando os homens lêem um texto e depois fecham a Bíblia e a põem de lado, e passam a pregar o sermão que prepararam. Do começo ao fim, o que pregador diz deve vir da Palavra. O que importa não é o homem ou suas idéias, sempre deve ser esta Palavra, pois esta é a única fonte de autoridade do pregador” p. 388


quarta-feira, setembro 13, 2006

Trechos da carta que ninguém leu ou lerá

Por falta do que fazer ou absoluta curiosidade, eis alguns trechos da carta do ex-presidente FHC que deu mto pano para manga semana passada:

No caso do mensalão a fonte foi pública; é roubo do dinheiro do povo, ainda que empréstimos fictícios de bancos privados tenham sido usados para encobrir esse fato. Os arrecadadores obedeciam a diretrizes de um partido, com a cumplicidade de partes da administração. A prática deu-se sob o olhar benevolente de ministros e mesmo com a cumplicidade de alguns deles (refiro-me à acusação do Procurador Geral da República). O próprio Presidente, que é responsável pelos ministros, não tendo atuado para demiti-los nem depois do fato sabido, é passível de crime de responsabilidade. E, mais do que simplesmente corromper pessoas, corrompeu-se uma instituição, o Congresso Nacional.

Precisamos romper os vínculos ideológicos que ainda nos prendem à visão estatista-desenvolvimentista e rechaçar todas as formas de populismo, substituindo-as por práticas genuinamente populares com a presença mais ativa dos cidadãos e militantes na formatação das políticas do partido e na implementação dessas nos estados em que governamos. Precisamos assumir que, no contexto atual, ser progressista é lutar para democratizar a sociedade, sustentar políticas que reduzam a pobreza até sua eliminação, gerando empregos sem contentar-nos com o necessário assistencialismo e sem ficarmos embaraçados com a forma capitalista do crescimento da economia, à espera do novo Godot, a "revolução salvadora".


Voto de Rejeição


A idéia vem do livro de Fernando Rodrigues "Políticos do Brasil: Uma Investigação Sobre o Patrimônio Declarado e a Ascensão Daqueles que Exercem o Poder"

“O sistema funcionaria de maneira simples. Além de escolher um deputado, o eleitor teria o direito de registrar um voto contra algum candidato que não desejasse ver eleito. Cada ‘voto de rejeição’ cancelaria um voto positivo recebido pelo mesmo candidato.

Com o ‘voto de rejeição’, congressistas que renunciam ao mandato para escapar de punição receberiam sua sentença verdadeira nas urnas, diretamente dos eleitores – um argumento ironicamente usado pelos próprios deputados e senadores que abandonam o cargo para tentar voltar numa eleição seguinte.
Além dessa ferramenta a ser exercida no dia do pleito, outro mecanismo, este já presente em várias democracias, é o instrumento do recall. Serviria para que os eleitores, ao longo do mandato de um político, fizessem uma avaliação sobre se o desempenho é ou não satisfatório. Em caso de reprovação, o mandato seria encerrado antes do tempo, e nova eleição seria realizada”.

terça-feira, setembro 12, 2006

Le règne du chaos international

Le monde de l'après-guerre froide était à la recherche d'un principe de fonctionnement que les plus optimistes pensaient avoir trouvé dans le "droit d'ingérence". Une expression équivoque mais qui résumait bien l'aspiration à un système plus juste où ne régnerait plus la loi du (des) plus fort, où la souveraineté des Etats ne serait plus l'alibi de l'inaction face aux violations des droits de l'homme, où le refus de la guerre ne serait pas la feuille de vigne des politiques d'apaisement. Cinq ans après les attentats du 11 septembre 2001 et la stratégie choisie par les Américains pour y répondre laissent un monde plus chaotique, moins sûr, dépourvu aussi bien de l'implacable logique de l'antagonisme entre deux blocs, comme au temps de la guerre froide, que des bienfaits un peu iréniques attribués au règne du droit internationalUne autre différence avec le temps de la guerre froide est que ces Etats contestataires n'ont pas de référence idéologique commune pour donner un sens à leurs revendications. Le fondamentalisme islamiste n'est pas un produit universellement exportable. Le Vénézuélien Chavez peut bien tomber d'accord avec le président iranien Ahmadinejad pour dénoncer "l'impérialisme américain", il se sent plus proche du socialisme à la Castro que du chiisme à la Khamenei. Autrement dit, ces convergences de circonstances sont de pures manifestations de pouvoir.

Les "réalistes" souhaitaient qu'une sorte de Congrès de Vienne réorganise le monde après l'implosion de l'empire soviétique comme celui de 1815 avait réorganisé l'Europe après la défaire de Napoléon. Cinq ans après le traumatisme du 11 septembre 2001, c'est plus que jamais le règne du chaos, dans lequel l'ONU a bien du mal à mettre un peu d'ordre. Malgré la légitimité qu'elle tire de son universalité, comme dit Jacques Chirac, elle reste tributaire du bon vouloir des grandes puissances et de leur contestation.

Daniel Vernet
www.lemonde.fr

domingo, setembro 10, 2006

A Sociedade sem Pecado

MacArthur Jr., John A Sociedade sem Pecado Ed. Cultura Cristã,2002.

“Uma consciência educada e sensível funciona como um monitor de Deus. Elas nos alerta acerca da qualidade moral do que fazemos ou planejamos fazer, proíbe ilegalidades e irresponsabilidades, e nos faz sentir culpa, vergonha e medo das punições futuras que nos diz o que merecemos quando nos autorizamos a desafiar seus limites. A estratégia de Satanás é corromper, cauterizar e, se possível, matar nossa consciência. O relativismo, o materialismo, o narcisismo, o secularismo e o hedonismo do mundo contemporâneo ocidental ajudam-no poderosamente a alcançar este objetivo. Sua tarefa é ainda mais simplificada pelo modo no qual a fraqueza moral do mundo tem sido levada para dentro da igreja atual” J. I. Packer na p. 33

“A única maneira de encontrar o verdadeiro perdão e libertação dos nossos pecados é pelo arrependimento humilde e contrito. Não podemos fugir da culpa dizendo a nós mesmos que não somos tão mais assim. Devemos encarar nossa excessiva tendência ao pecado“. p. 47

“A consciência do homem foi cauterizada, degradada, subjugada, obstruída e derrotada. Sem uma consciência ativa, as pessoas estão destinadas a afundar cada vez mais profundamente em suas perversidades. A humanidade meramente está acumulando contra si ira para o dia da ira( Rm 2, 5) p. 69
“Em outras palavras, a idéia de que elevar a auto-estima faz o homem o melhor é simplesmente uma questão de fé religiosa cega. Não somente isso, mas é uma religião contrária ao Cristianismo, porque erroneamente está baseada na pressuposição antíbiblica de que o homem é basicamente bom e precisa reconhecer a sua própria bondade” p. 75

“A tendência do pensamento moderno é rejeitar dogmas, credos e topo tipo de limite da religião. Pensar de modo nobre e sábio é não condenar qualquer opinião que apareça, e declarar que os professores mais sérios e inteligentes são fidedignos, não importando o quanto suas opiniões possam ser heterogêneas e mutuamente destrutivas. Tudo, ironicamente, é verdadeiro e nada é falso! Todos estão certos e ninguém está errado! Provavelmente todos serão salvos e ninguém será perdido!” J.C. Ryle na p. 77
“Mas o coração pecaminoso está longe de Deus e não o procura. Sem a intervenção graciosa e soberana de Deus, procurando e atraindo para si mesmo pecadores, ninguém buscaria e seria salvo (Jo. 6:44)” p.88

Conquista Divina por Tozer

TOZER, A. W. A Conquista Divina: A necessidade de ter Cristo como Senhor na vida Ed. Mundo Cristão, 1987

“O homem que quiser conhecer a Deus deve dar-Lhe tempo. Não deve considerar desperdício o tempo passado no cultivo do seu conhecimento de Deus. Deve entregar-se à meditação e à oração horas a fio, sem interrupção. Assim fizeram os fieis da antiguidade, o glorioso colégio apostólico, a boa e nobre comunidade dos profetas e dos crentes, membros da santa igreja em todas as gerações. E assim devemos nós fazer, se queremos prosseguir como seus sucessores” p.13
Todo o conteúdo da pregação evangelistica moderna contribui para essa atitude. Faz-se grande o homem e Deus pequeno; Cristo e colocado numa situação que desperta piedade, em vez de respeito, quando fica postado humildemente, lanterna em mãos, do lado de fora de uma porta coberta de trepadeira p. 32

O grau de bênção desfrutada por qualquer homem corresponderá exatamente à vitória mais ou menos completa de Deus sobre ele. P. 35
“A fé real sempre deve significar mais que aceitação passiva. Atreve-se a significar nada menos que a sujeição da nossa condenada vida adâmica a um misericordioso fim na cruz. Isto é, recebemos a justa sentença de Deus contra nossa carne má e admitimos o Seu direito de dar fim à sua carreira insossa. Consideramo-nos como crucificados com Cristo e como ressuscitados para uma novidade vida. Onde houver tal fé, Deus sempre agirá de acordo com que esperamos. Aí começa a divina conquista das nossas vidas” p. 41-42
Sobre o Espírito Santo:“Abramos todas as portas e convidemo-lO para entrar. Submetamos a Ele todas as salas do templo dos nossos corações e insistamos em que Ele entre e ocupe, como Senhor e Mestre, o nosso interior, Sua habitação. E recordemos que Ele é atraído pelo doce Nome de Jesus como as abelhas são atraídas pela fragrância do trevo. Onde Cristo é honrado, é certo que o Espírito se sente bem-vindo, onde Cristo é glorificado Ele se move com liberdade, com satisfação e à vontade” p.51

Poder do Espírito Santo: “Sua infalível capacidade de tornar as coisas espirituais reais para a alma. Essa capacidade pode ir diretamente ao seu objetivo, em linha pronunciadamente reta; pode difundir-se através da mente como uma essência volátil infinitamente delicada, conseguindo fins acima e além dos limites do intelecto.” p. 62
“Somente o Espírito pode mostrar-nos o que está errado conosco, e somente o Espírito Santo pode livrar-nos da paralisante irrealidade do cristianismo que O omite. Somente o Espírito pode mostrar-nos o Pai e o Filho. Somente a operação interior do poder do Espirito Santo pode manifestar-nos a solene majestade e empolgante mistério do Triúno Deus” p. 63

“O Espírito Santo é uma Pessoa viva, e deve ser tratada como Pessoa. Nunca devemos pensar nEle como uma energia cega ou como uma força impessoal. Ele ouve, vê e sente como qualquer pessoa. Ele responderá ao nosso tímido esforço para conhecê-lO, e sempre nos encontrará no meio do caminho” p. 86

sábado, setembro 09, 2006

Missão Integral

A missão integral
8/29/2006


A proposta da missão integral como agenda ministerial para a Igreja é mais do que evangelismo pessoal e assistência social; é convocação para rendição ao senhorio de Cristo, para perdão dos pecados e recebimento do dom do Espírito Santo

A Teologia Evangelical – Missão integral, a partir de seu lema “O Evangelho todo, para o homem todo, para todos os homens”, definido no Congresso Internacional de Evangelização, realizado em 1974, em Lausanne, na Suíça, oferece uma lente através da qual lemos as Escrituras Sagradas em busca de referenciais para a presença do cristão e da comunidade cristã no mundo: “Assim como o Pai me enviou ao mundo, também eu vos envio” ( João 17.18; 20.21). Creio que são pelo menos os referenciais oferecidos pela teologia da missão integral: soteriologia, eclesiologia, missiologia, antropologia e kerigma.
A soteriologia da missão integral é o domínio de Deus, de direito e de fato, sobre todo o universo criado, através daqueles restaurados à imagem de Jesus Cristo – o primogênito dentre muitos irmãos. A salvação é o Reino de Deus em plenitude, onde a vontade do Senhor é realizada ou concretizada em perfeição. A redenção pessoal é apenas uma parcela do que o Novo Testamento chama salvação: o novo céu e a nova terra.
A eclesiologia da missão integral é o novo homem coletivo. Deus não está apenas salvando pessoas; está, principalmente, restaurando a raça humana. Estar em Cristo é não apenas ser nova criatura, mas também e principalmente ser nova humanidade – não mais descendência de Adão, mas de Cristo, o novo homem e homem novo. O caos do universo é fruto da rebeldia da raça humana em relação ao Deus criador; a redenção do universo – fazer convergir todas as coisas em Cristo – é resultado da reconciliação da raça humana com Deus. Deus estava em Cristo reconciliando consigo a humanidade. No cristianismo, a salvação é pessoal, a peregrinação espiritual é comunitária, e nada, absolutamente nada, é individual. A Igreja é a unidade dos redimidos que são transformados de glória em glória pelo Espírito Santo, até que todos cheguem juntos à estatura de ser humano perfeito.
A missiologia da missão integral é a sinalização histórica do Reino de Deus, que será consumado na eternidade. A Igreja, o corpo de Cristo, é o instrumento prioritário através do qual Jesus, o cabeça, exerce seu domínio sobre todas as coisas, no céu, na terra e debaixo da terra, não apenas neste século, mas também no vindouro. A missão da Igreja é manifestar aqui e agora a maior densidade possível do Reino de Deus que será consumado ali e além. O convite ao relacionamento pessoal com Deus é apenas uma parcela da missão. A missão integral implica a ação para que Cristo seja Senhor sobre tudo, todos, em todas as dimensões da existência humana.
A antropologia da missão integral é a unidade indivisível do pó da terra com o fôlego da vida; as dimensões física e espiritual do ser humano. “Corpo sem alma é defunto; alma sem corpo é fantasma”; “Cristo veio não só a alma do mal salvar, também o corpo ressuscitar”. A ação missiológica e pastoral da Igreja afeta a pessoa humana em todas as suas dimensões: biológica, psicológica, espiritual e social – a pessoa inteira em seu contexto, o homem e suas circunstâncias.
O kerigma, evangelização, na missão integral é a proclamação de que Jesus Cristo é o Senhor, seguida da convocação ao arrependimento e à fé, para acesso ao Reino de Deus. A oferta de perdão para os pecados pessoais é o início da peregrinação espiritual, porta de entrada para o relacionamento de submissão radical a Jesus Cristo, a partir do que a pessoa humana e tudo quanto ela produz passam a servir aos interesses do Reino de Deus, existindo e funcionando em alinhamento ao caráter perfeito do Senhor.
A proposta da missão integral como agenda ministerial para a Igreja é mais do que o mix evangelismo pessoal mais assistência social (geralmente como isca ou argumento evengelístico). O referencial da missão integral para a presença do cristão e da comunidade cristã no mundo é mais do que a construção ou multiplicação de igrejas locais, para onde os cristãos se retiram do mundo e passam a exercer funções que a viabilizam – ela, igreja, instituição religiosa – como um fim em si mesmo. A convocação da missão integral é para a rendição ao senhorio de Jesus Cristo, para perdão dos pecados e recebimento do dom do Espírito Santo, a partir do que se passa a integrar um corpo, o corpo de Cristo, ambiente para a experimentação coletiva dos benefícios da cruz. É este corpo o responsável por transbordar tais benefícios ao mundo, como anúncio profético do novo céu e da nova terra. O caminho missiológico e pastoral da missão integral é afetivo – relacional, em detrimento de metodológico –; operacional; comunitário, em detrimento de institucional; devocional, em detrimento de gerencial.
Sob o imperativo de levar o evangelho todo para o homem todo, para todos os homens, de acordo com o consenso de Lausanne, a Igreja é a comunidade da graça. Comunidade terapêutica; agência de transformação social; sinal histórico do Reino de Deus, instrumentalizada pelo Espírito Santo, enquanto serve incondicionalmente a Jesus Cristo, Rei dos reis, Senhor dos senhores, a quem seja glória eternamente, amém.



Ed René Kivitz

Balsamo e mel

VALVASSOURA, L. Aguiar Balsamo e Mel CNP

“Santificação é uma experiência pessoal, depois de sermos justificados pela graça salvadora que nos leva a um estado de intima comunhão com Deus.
A comunhão entre os salvos é o elo que os une como membros do Corpo de Cristo. Não somos membros do Corpo, menos do que somos membros uns dos outros.
A oração é nossa confissão de dependência de Deus e o meio através do qual mantemos intimidade com o Senhor e recebemos diariamente o poder do alto” p. 9


“A adversidade nos amadurece, nos estrutura e nos faz depender mais de Deus do que de nós mesmos, ou das circunstancias. Use a adversidade não como uma bengala, mas como uma vara, que o levará a saltos mais altos. E ainda que sofra, alegre-se no Senhor” p. 15

“ A mola-mestra do serviço de Paulo não é o amor aos homens mas, a Jesus Cristo. Se nos devotamos à causa da humanidade, não demoraremos com mais ingratidão por parte das pessoas do que da parte de um cachorro; mas, se nossa motivação é o amor a Deus, não haverá ingratidão capaz de impedir-nos de servir ao nosso semelhante” p. 16

“Jesus é o balsamo que cura nossas feridas, Jesus é o mel de Deus que adoça nossas amarguras. Experimente-O!” p. 19

“Esta graça nos educa para vivermos de maneira piedosa, aguardando a volta de Jesus Cristo. Mas, enquanto Ele não vem, andemos na luz como Ele na está na luz, caminhando com Ele em seriedade, não brincando de igreja e de religião, mas aplicando a graça no coração, graça que restaura, regenera, santifica e nos mantém em pé. Enquanto esta graça nos impulsionar, continuaremos a ser povo exclusivo de Deus, zeloso de boas obras” p. 34

terça-feira, setembro 05, 2006

Atos e o Espírito Santo

“O Espírito é a possessão que todo cristão tem em comum, a fonte da alegria e do poder, e os lideres cristãos são pessoas que estão especialmente cheias do Espírito a fim de cumprirem suas várias funções. O Espírito guia a igreja na sua escolha dos lideres e na sua atividade evangelizadora, e isto de tal forma que Atos às vezes tem sido descrito como o livro dos “Atos do Espírito Santo”

Howard Marshall

Deus Caritas Est

A verdadeira novidade do Novo Testamento não reside em novas ideias, mas na própria figura de Cristo, que dá carne e sangue aos conceitos — um incrível realismo. Já no Antigo Testamento a novidade bíblica não consistia simplesmente em noções abstratas, mas na acção imprevisível e, de certa forma, inaudita de Deus. Esta acção de Deus ganha agora a sua forma dramática devido ao facto de que, em Jesus Cristo, o próprio Deus vai atrás da « ovelha perdida », a humanidade sofredora e transviada. Quando Jesus fala, nas suas parábolas, do pastor que vai atrás da ovelha perdida, da mulher que procura a dracma, do pai que sai ao encontro do filho pródigo e o abraça, não se trata apenas de palavras, mas constituem a explicação do seu próprio ser e agir. Na sua morte de cruz, cumpre-se aquele virar-se de Deus contra Si próprio, com o qual Ele Se entrega para levantar o homem e salvá-lo — o amor na sua forma mais radical. O olhar fixo no lado trespassado de Cristo, de que fala João (cf. 19, 37), compreende o que serviu de ponto de partida a esta Carta Encíclica: « Deus é amor » (1 Jo 4, 8). É lá que esta verdade pode ser contemplada. E começando de lá, pretende-se agora definir em que consiste o amor. A partir daquele olhar, o cristão encontra o caminho do seu viver e amar. (p.12)

A fé tem, sem dúvida, a sua natureza específica de encontro com o Deus vivo — um encontro que nos abre novos horizontes muito para além do âmbito próprio da razão. Ao mesmo tempo, porém, ela serve de força purificadora para a própria razão. Partindo da perspectiva de Deus, liberta-a de suas cegueiras e, consequentemente, ajuda-a a ser mais ela mesma. A fé consente à razão de realizar melhor a sua missão e ver mais claramente o que lhe é próprio. (p. 28 a)

« Se vês a caridade, vês a Trindade » — escrevia Santo Agostinho. [11] Ao longo das reflexões anteriores, pudemos fixar o nosso olhar no Trespassado (cf. Jo 19, 37; Zc 12, 10), reconhecendo o desígnio do Pai que, movido pelo amor (cf. Jo 3, 16), enviou o Filho unigénito ao mundo para redimir o homem. Quando morreu na cruz, Jesus — como indica o evangelista — « entregou o Espírito » (cf. Jo 19, 30), prelúdio daquele dom do Espírito Santo que Ele havia de realizar depois da ressurreição (cf. Jo 20, 22). Desde modo, se actuaria a promessa dos « rios de água viva » que, graças à efusão do Espírito, haviam de emanar do coração dos crentes (cf. Jo 7, 38-39). De facto, o Espírito é aquela força interior que harmoniza seus corações com o coração de Cristo e leva-os a amar os irmãos como Ele os amou, quando Se inclinou para lavar os pés dos discípulos (cf. Jo 13, 1-13) e sobretudo quando deu a sua vida por todos (cf. Jo 13, 1; 15, 13). (p.19)

Bento XVI em Deus Caritas Est

Conselhos atuais das 95 teses luteranas

27a. tese
Pregam futilidades humanas quantos alegam que no momento em que a moeda soa ao cair na caixa a alma se vai do purgatório.

37ª Tese
Todo e qualquer cristão verdadeiro, vivo ou morto, é participante de todos os bens de Cristo e da Igreja, dádiva de Deus, mesmo sem breve de indulgência.


92ª Tese
Fora, pois, com todos estes profetas que dizem ao povo de Cristo: Paz! Paz! e não há Paz.

93ª Tese
Abençoados sejam, porém, todos os profetas que dizem à grei de Cristo: Cruz! Cruz! e não há cruz.

94ª Tese
Admoestem-se os cristãos a que se empenhem em seguir sua Cabeça Cristo através do padecimento, morte e inferno.

95ª Tese
E assim esperem mais entrar no Reino dos céus através de muitas tribulações do que facilitados diante de consolações infundadas.

sábado, setembro 02, 2006

Evangelismo e Responsabilidade Social: Lausanne Papers


Parece-nos que o evangelismo e o interesse social sempre estiveram relacionados intimamente a um outro durante toda a história da igreja, embora o relacionamento seja expressado em diferentes maneiras. Os povos cristãos uniram forças frequentemente em ambas as atividades completamente, sem sentir nenhuma necessidade definir o que faziam ou por quê faziam.
"A atividade social é uma conseqüência do evangelismo. Isto é, o evangelismo são os meios pelo qual Deus traz os povos ao nascimento novo, e sua vida nova manifesta-se no serviço de outro. Paulo escreveu que a “fé trabalha com o amor” (gal. 5:6), Tiago que “eu mostrarei lhe a minha fé por meus trabalhos” (Tiago 2:18), e João que o amor do deus dentro de nós transbordará em servir a nossos irmãos e irmãs em suas necessidades (1 John 3:16 - 18).
Como Robert E. Speer escreveu sobre o Evangelho em 1900: “onde quer que vai, planta força nos corações dos homens que produzem vidas novas; planta forças nas comunidades dos homens que críam combinações sociais novas. ” Nós ouvimos dos evangelistas em nosso próprio dia que, durante suas missões ou cruzadas, incentivam ativamente cristãos (novos convertidos inclusive) se tornar envolvidos nos programas da igreja para suprir necessidades do ser humano naquele local.
Isto destaca eficazmente a dimensão do serviço na conversão e no compromisso cristão. Nós podemos ir mais mais do que este, entretanto. A responsabilidade social é mais do que a conseqüência do evangelismo; é também um de seus alvos principais. Para Cristo que deu a si mesmo para nós não somente “para redimir-nos de todo o pecado” mas “para purificar para si também um povo zeloso para ações boas” (Tito 2:14).
Semelhantemente, através do evangelho nós “somos criados em Cristo Jesus para os trabalhos que o bom Deus preparou de antemão, que nós devemos andar Nele” (Ef. 2:10).
As boas obras não podem nos salvar, mas são uma evidência indispensável da salvação (Tiago 2:14 - 26).
Se o evangelismo e a responsabilidade social forem gêmeos, sua mãe é amor. Por evangelismo queremos expressar as palavras de amor e serviço social que significam obras de amor, e ambos devem transbordar naturalmente de uma comunidade do amor.
Nós não pensamos que a igreja local pode alcançar para fora a sua vizinhança com qualquer grau de credibilidade a menos que e até que esteja enchida com o amor do deus.

Geoff Thomas on Daniel 9

"And the problem with the church ? Well, it's not us. It's modernism, or it's sacerdotalism, or it's materialism, or the bishops, or Marx, or Freud. It is always conveniently out there away from us. Daniel says that it is "we who have sinned and done wrong. We have been wicked and have rebelled. We have turned away from your commandments and laws. We have not listened to your servants the prophets" (9:5&6). What is the difference between ourselves and the other people of our town ? Are we less wicked ? No. It is just that we have seen our sin for what it is. We have acknowledged our behaviour as reprehensible. We have put it before God and we have not attempted to cover it. The Lord's congregations are the only bodies in the whole world who admit and confess their sin. "
Daniel has lived all his life in Babylon. The return to Jerusalem during the long years of Nebuchadnezzar and Belshazzar seemed an increasingly impossible fancy. Yet the Scriptures said that in 70 years the exile would end. What lies in store for God's people ? The return to Jerusalem. Certainly that. But no lasting peace in this world. Hope lay not in the land but in the Lord from heaven. Let Daniel and all God's people look to him. Gabriel summarises the six Messianic accomplishments of this period of seventy sevens (9:24):
1] Transgression will be finished. Caused by men, sin and guilt have lived on as an ugly reality. But the Messiah will effectively put transgression away with a shout of triumph, "It is finished !" God's alienation from us will be ended.
2] Sin will be put to an end. This reality of the termination of the guilt, dominion and condemnation of sin is repeated.
3] Wickedness will be atoned for. It will be by the sacrifice of the Messiah that the end of sin will be achieved.
4] Everlasting righteousness will be brought in. This righteousness was first outside this world but it will be brought in from God through the Messiah and it replaces the sin which has been atoned for.
5] The vision and prophecy will be sealed up and completed. In the Old Testament dispensation the prophet represented God who made himself known by visions to his servants. That entire prophetic institution was preparatory for the coming and words of the Son of God when the end of that anticipatory period would be sealed.
6] The most holy will be anointed. This phrase appears to refer to the enduing of the Messiah with the Spirit of God.

Calvino sobre Gálatas

CALVINO, João Gálatas Trad. Valter Graciano Martins Edições Paracletos, 1998.

6:1
(Paulo) “explica o propósito das reprovações piedosas, as quais visam à restauração do caído e sua recondução à integridade. Isso nunca será efetuado pelo uso da violência ou pelo espírito de acusação, ou com ferocidade de fisionomia e de palavras. De resto, devemos demonstrar calma e compreensão e bondade, caso queiramos a cura de nosso irmão. E para que ninguém se contentasse com a forma externa de bondade, ele exige o espírito de mansidão; querendo dizer com isso que só está preparado para castigar um irmão quem tiver em seu espírito inclinação para a benevolência” p.175


sexta-feira, setembro 01, 2006

A utopia possível

CAVALCANTI, Robinson A Utopia Possível Ed. Ultimato
“Deve-se ressaltar, por fim, que a preocupação teológica tem sido voltada para a arte do bem morrer- o além, o céu, a certeza de salvação- e quase nunca para a arte de bem viver - um projeto existencial cristão historicamente relevante. O que importa parece ser o futuro, e não o presente, a outra vida, não esta” p. 21
“O evangelho todo para o homem todo e para todos os homens” p. 26

do Pacto de Lausanne:

Afirmamos que Deus é ambas as coisas, Criador e Juiz de todos os homens. Em decorrência, deveríamos compartilhar seus interesses pela justiça e reconciliação na sociedade humana e para a libertação dos homens de todas as formas de opressão. Porque a humanidade é feita à imagem de Deus, cada pessoa, a despeito de sua raça, religião, cor, cultura, classe, sexo ou idade, tem uma dignidade intrínseca pela qual deve ser respeitada e servida, não explorada. Aqui, também nos penitenciamos, tanto por nossa negligencia, quanto por termos, muitas considerado evangelismo e preocupação social como mutuamente excludentes. Embora a reconciliação com o homem não seja reconciliação com Deus, nem ação social seja evangelismo, nem libertação política seja salvação afirmamos que evangelismo e envolvimento sócio-político são ambos parte de nosso dever cristão. Ambos são expressões necessárias de nossas doutrinas de Deus e do homem, nosso amor pelo nosso próximo e nossa obediência a Jesus Cristo. A mensagem da salvação implica uma mensagem de juízo sobre toda forma de alienação, opressão e discriminação, e não deveríamos ficar temerosos em denunciar o mal e a injustiça. Onde quer que existam. Quando as pessoas recebem a Cristo, são nascidas de novo no reino dele e devem buscar não somente demonstrar, mas também disseminar sua retidão no meio de um mundo degenerado. A salvação que afirmamos deve ser transformada na totalidade de nossas responsabilidades pessoais e sociais. A fé sem obras é morta” p. 27

“O antiintelectualismo é uma tragédia e um pecado, mais ainda quando o preguiçoso ou o ignorante detém o poder” p. 34
“O mundo gostaria de saber para que serve um cristão, além de bancar o bonzinho e esperar para morrer” p. 37
“Ser cristão e buscar a vontade de Deus para o mundo e se comprometer com a implementação dessa vontade” p.39
“O corpo eclesial e o corpo político necessitam de uma política do corpo (liturgia,pão e diversão) em que um cristianismo relacionado com a nossa cultura plástica tropical substitua sua chatice legalista por uma cidadania lúdica. Dancemos a nossa fé ( 1Sm 18:6, 2Sm 6:14).” p. 151