domingo, julho 05, 2009

ISAAC BÁBEL: O exército de Cavalaria


"Um sol alaranjado rola pelo céu como uma cabeça decepada, uma luz suave acende-se nos desfilareiros das nuvens, e os estandartes do poente ondulam sobre nossa cabeça. O cheio de sangue de ontem e dos cavalos mortos pinga no frescor da tarde"



A travessa de Zbrutch, p. 21

Para esta edição, Aurora Fornoni Bernardini e Homero Freitas de Andrade traduziram os 36 contos da versão definitiva - que acrescentou dois contos ('Argamak' e 'O beijo') aos 34 da primeira publicação em livro, de 1926. 'Texto-paradigma do século XX', nas palavras de Boris Schnaiderman, estes contos 'com gosto acre de sangue e terra' formam um mosaico estilhaçado das convulsões sociais da Rússia nos anos 1920. Conhecido em todo ocidente como 'A cavalaria vermelha', o livro reflete a experiência de Isaac Bábel na guerra russo-polonesa de 1920-21. Judeu, russo e míope, o narrador registra sua permamente sensação de deslocamento em meio aos brutais cossacos que lutam a seu lado. Com sua prosa expressionista, Bábel parecia encarnar o ideal soviético de uma literatura revolucionária, mas acabaria fuzilado em 1940 pela política de extermínio stalinista.
“Nenhum ferro aguçado pode atravessar o coração humano tão friamente como um ponto final colocado no lugar exato”.

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