Para Barth, o evento da pregação é o Deus loquitur, tudo que passa ali é a ação do próprio sujeito divino, depois da revelação- epifania- antes da futura revelação- parousia-. Ela não pode pretender ser a transmissão da verdade de Deus e também não deve buscar-se estabelecer a realidade de Deus.
Ele deve colocar a nu a situação do homem e coloca-lo diante de Deus.
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Mas se Deus fala servindo-se de nossa palavra, então, na realidade, se cumpre este evento: os profetas e os apóstolos estão aí, mesmo se é um simples pastor que fala. Entretanto, devemos ignorar este papel e não nos engrandecer como profetas; se Cristo se digna fazer-se presente por ocasião da nossa palavra, é precisamente porque há nela um ato do próprio Deus, não de nós.
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a pregação deve ser conforme a Revelação. Devemos partir do fato de que o próprio Deus
deseja revelar-se; é Ele que deseja testemunhar sua Revelação; é Ele que a realizou e que a deseja realizar. Assim, a pregação tem lugar na obediência, escutando a vontade de Deus. Eis aí o evento no qual o pregador se acha engajado, que faz parte de sua vida e que comanda sua pregação, tanto no seu conteúdo como em sua forma. A pregação não um ato neutro nem uma ação entre dois parceiros. Ela não pode ser senão soberania da parte de Deus, obediência da parte do homem.
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