Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo. Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo; e qualquer que disser a seu irmão: Raca, será réu do sinédrio; e qualquer que lhe disser: Louco, será réu do fogo do inferno. Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, Deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão e, depois, vem e apresenta a tua oferta. Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao oficial, e te encerrem na prisão. Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último ceitil. Mateus 5:21-26
Bonhoeffer continua a falar sobre o sermão do monte, em especial, quanto a interpretação de Jesus a respeito da justiça divina e a lei. Jesus continua sua unidade com a lei mosaica, mas ao mesmo tempo, deixa completamente claro que ele é o Filho de Deus, o senhor e doador da lei.
O erro pecaminoso dos fariseus é que falta Cristo, somente nele a lei se torna verdadeiro conhecimento, se torna verdade. Contudo, ao unir-se desta forma com a lei a pessoa se torna inimigo de uma interpretação falsa dos zelosos da lei. A lei proíbe de matar e os encomenda a cuidar do irmão, a vida do irmão depende de Deus está em suas mãs, somente ele tem o poder sobre a vida e a morte. O assassino não tem lugar na comunidade de Deus.
É muito interessante este ponto do Discipulado, e pensar na vida do próprio Bonhoeffer como ele teve que se explicar ao tramar o assassinato de Hitler, para saber mais sobre isto vale a pena ler a biografia de Eric Metaxas.
Voltando ao texto do Discipulado, o irmão não é apenas aquele que está na comunidade cristã somente. O seguidor de Jesus está proibido de matar, sob pena do juízo divino. A vida do irmão é uma fronteira que não pode ser ultrapassada. Toda ira vai contra a vida alheia, que despreza o outro, buscando aniquila-la, não há diferença entre a ira justa e injusta. O discípulo não pode conhecer a cólera, porque seria contra Deus e contra o irmão. A palavra que nos escapa, que damos pouca importância, revela que não respeitamos o outro, que nós nos temos superiores e valorizamos nossa vida acima da deles.
O insulto premeditado rouba do irmão sua honra, busca deprecia-lo frente aos demais, busca com ódio o aniquilamento de sua existência interna e externa, isso constitui um assassinato.
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